— Acorda Cecília. - Balancei a cabeça afastando os pensamentos. Tirei minha canga, deixando-a por ali mesmo. Estava meio tímida, mas logo Dulce saiu da água e veio até a mim me levando até eles.

— Vem logo mamãe, a água está ótima.- Tentei ignorar os olhares do Gustavo sobre mim, juro que tentei.

— Papai mostra a Ceci como você nada bem e ainda sabe flutuar pelas águas. - Dulce começou a falar, sei que da parte dela era inocente, mas o Gustavo se aproveitava também, já estava me olhando de lado com um sorriso enorme no rosto. - Você sabe boiar mamãe?

— Não pequena, sempre tive medo. A Fátima já se afogou uma vez e foi desesperador. – Balancei a cabeça afastando as lembranças.

— Meu papai pode te ajudar com isso também, tenha certeza que ele não deixará acontecer nada.- Sorriu travessa junto com a tia ao perceber que eu havia ficado sem graça.

— E então Cecília vai ficar aí com medinho ou quer que eu te ensine? - Ele fez aquela cara de menino travesso, e eu lancei um olhar mortal pra ele, por dar corda a elas, quer saber cansei está na hora de jogar também, só sei que estava disposta a apostar todas as minhas cartas nessa mesa.

— Ensina então Gustavo Lárius. Será que você é um bom professor ou só tem conversa? 

— Sei ensinar muito bem pode ter certeza, principalmente a alunas obedientes como você. - Sussurrou próximo ao meu ouvido.- Relaxa.

— Não sei se consigo com você tão perto de mim assim a tentação é grande demais.

— Consegue sim. - Falou já me pegando nos braços.- Agora se quiser desistir e aprender outras coisas... Estou disposto também, sei coisas bem interessantes. - Sorriu quando estirei minha língua em sua direção, ele não precisava saber que eu amaria conhecer tais coisas.

— Olha Gustavo se você me deixar afogar, você está muito bem encrencado.

— Não vou te soltar por nada, só confia em mim.

— Tudo bem.- Sorri fechando os olhos em seguida.

Cecilia On- Ele me pegava com carinho nem parecia que estava na água, dele emanava uma paz que me sossegava, a Dulce brincava no colo da tia que sorria com ela em seus braços. O barulho das águas caindo era suave e proporcionava muita tranquilidade. Quando me dei conta, estava flutuando sobre as águas, sem a ajuda do Gustavo. Todo medo que eu sentia, havia ido embora.

— Tá vendo que você consegue. - Falou atraindo-me.- Estou orgulhoso de você.

— Eu consegui. Obrigada, isso é demais. - Falei alegre.

— Sabia que você conseguiria. Você sempre consegue. - Ela estava com os olhos fechados, e então me  aproveitei  e dei um selinho rápido nela, não deixando a Dulce Maria perceber.

— Não se aproveite da calmaria Gustavo. - Falei sem abrir os olhos, mesmo assim sentia que o mesmo sorria.

— Você se faz de difícil, mas sei que gosta, principalmente quando te provoco, confio no meu taco.

— Convencido.- Revirei os olhos, suas bochechas estavam começando a ficar levemente rosadas o sol refletindo sobre ele e o que era lindo estava ficando ainda mais se é que isso é possível.

— Você aceitaria jantar comigo hoje?- Perguntou  deixando-me surpresa e nervosa esqueci que estava na água afundando e engolindo água o mesmo correu e me acolheu nos braços novamente.

— Não precisa ficar assim também.

— Gustavo melhor não. Você é um homem comprometido, e eu não quero errar mais uma vez.

— Cecília é um jantar e o que tem de errado nisso?

— Nada. - Menti.- Tudo bem. - Sorri.

— Depois a gente vê onde e que horas... - Dulce nos interrompeu.

— Mamãe vem ver esses peixinhos. - Falou me puxando.

— Vocês não conseguem disfarçar mais e eu amo isso.

— Do que você ta falando?

— Ué, de vocês dois. Vocês estão com os olhinhos brilhando e com carinha de apaixonados. Não é titia?

— É eu vou ter que concordar com a minha sobrinha.

— A Cecília é incrível Estefânia, queria fazer uma surpresa pra ela hoje à noite, mas não tenho ideia do que. Me ajuda?

— Claro primo, ela parece ser bem romântica e simples....

Gustavo On- Fui anotando mentalmente os pontos principais que a minha prima linda e maravilhosa me dava, ela entendia bem mais do que eu dessas coisas de mulheres femininas como diria a Dulce. Quero fazer algo especial para a Cecília. Algo que ela nunca se esqueça. Ela já fez tanto pra gente, e eu quero retribuir o mesmo. Olhei em direção a ela, e lá estava Dulce sobre seu colo. As duas brincavam na água e Cecília sempre tratando a minha pequena com tanto carinho. Naquele momento eu as observei por um tempo e um filme passou em minha cabeça, como em câmera lenta. O jeito da Cecília era idêntico a Teresa, doce e carinhosa. Não tive dúvidas que ela é a mãe que a Dulce precisa.