O que tem por trás de uma carinha de anjo? escrita por Alessandra


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Olha aqui mais um... Boa noite!!



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— Você teve muita coragem.- Falou, ainda me segurando beijando o topo da minha cabeça num carinho agradável.- Você era adolescente e largou a “liberdade” para assumir as responsabilidades da vida, não sabia dessa versão da sua vida, mas posso dizer que te admiro demais Cecília. – Finalizou sorrindo sincero.

— É não foi fácil. A Fátima ainda era pequena, e precisava de cuidados. Mas,  eu consegui e me esforcei pra sempre cuidar dela, como minha mãe me pediu. E hoje uma cuida da outra. – Sorri envergonhada tentando ignorar os elogios, queria muito eternizar esse momento, mas acabei nos afastando seria melhor para nós mesmo querendo permanecer ali pra sempre... - Mas enfim, vamos voltar pro carro. As meninas podem acordar e ficar preocupadas.- Disse tentando ser o mais seca possível, porém por dentro o coração estava tão aquecido por esse pequeno momento só nosso.

Cecília On— Por graça divina o trânsito começava a fluir, mas perdemos muito tempo com o engarrafamento, pelas contas iríamos chegar apenas de madrugada à fazenda. Vi o Gustavo com uma cara de dor ao se contorcer várias vezes no banco ao meu lado parecia irritado e bastante agitado, não abri a boca nos últimos minutos então concluí que eu não seria o motivo da irritação, criei coragem pra iniciar um diálogo, era estranho porque nunca sabia onde esse assunto nos levaria.

— Você ta bem?- Perguntei apreensiva me preparando para uma resposta grosseira, que não veio.

— Crise de coluna, por causa da posição que estou à horas.

— Quer trocar de lugar comigo? Não sei o caminho, mas você explicando direitinho posso chegar lá, posso garantir que não fui uma aluna nota 10, mas não fui reprovada. – Sorri.

— Tem certeza que  todos  vamos chegar vivos com você no volante? - Brinquei e senti ela me dar um leve tapa no ombro.

— Para de ser tonto, vem logo pra cá ou quer ficar travado da coluna o final de semana todinho?

— Não, não. Pode vir. - Disse ele se levantando e trocando de lugar comigo.

— Só uma coisinha, só consigo dirigir conversando, não sei dirigir calada, aliás eu sou bem comunicativa não sei se já deu pra perceber isso.

— Meu Deus ainda temos muitos quilômetros pra percorrer e vou ter que te aguentar assim até lá? - Gargalhou quando estirei a língua em sua direção.

— Tudo bem eu aceito isso. - Falou se esticando sentando-se em seguida enquanto eu já colocava o carro em movimento.

— A Dulce estava tão ansiosa para esse passeio que me deixou ansiosa também.

— Não é pra menos Cecí, o lugar é lindo e calmo. Você vai gostar pra quem gosta de pensar na vida, meditar, relaxar estamos indo pro lugar certo. Tem muita coisa pra explorar, muita natureza pra ver, ela ama acampar, fazer fogueira, sentir a brisa suave. - Se contorceu de dor novamente.

— Você não trouxe nenhum remédio pra essa crise?

— Não raramente eu tenho porque o caminho é rápido, mas o engarrafamento me quebrou.

— Mas você tem que trazer por precaução, não é? Tem que se cuidar. – Reclamei.

— Tudo bem, doutora Cecília. - Falei e ela deu risada. - Mas agora o trânsito está mais tranquilo, eu espero que não aumente de novo. Eu tô quase travado aqui.

— Sabe o que se chama isso? Velhice. - Gargalhei.

— Não entendi a gracinha moça, estou na flor da idade, fique sabendo que muitos dariam fortunas para serem iguais a mim. - Falou com um ar de superioridade.

— Não queria nem rir agora. Convencido o senhor em?

— Lógico. - Sorriu.

— Mamãe?

— Oi meu amo...- Parei no meio da frase assimilando como a mesma havia me chamado, acho que estou delirando, mas amei a sensação que essa palavra me trouxe, soa tão bem MAMÃE repeti em meu subconsciente imaginando na voz da minha pequena. O Gustavo me olhou sorrindo um brilho diferente em seu olhar escuro.

— A gente tá chegando? - Disse a mesma se ajeitando no banco, se sentando direitinho. Coçando os pequenos olhinhos vermelhos.

— Ainda não pequena, mas seu papai disse que está perto. Não é Gustavo?

— É sim, então descansa mais um pouquinho aí filha, para estar cheia de energias quando chegarmos lá. Faz igual sua tia, que está dormindo feito uma pedra desde a hora que entrou no carro praticamente.

— Mas mãe eu não quero dormir. - Fez bico já se arrumando junto a Estefânia novamente. O carinho que eu tinha por essa menina era inexplicável, amei o jeito que ela me chamou, não queria reclamar, mas e se depois ela se decepcionasse comigo? Os pensamentos rodavam minha cabeça e não sei quanto tempo fiquei calada em conflito com eles a palavrinha mágica mais linda.

— Ceci?- Gustavo me chamou. - Cecília? A gente passou da entrada.


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