Te Espero a Ti escrita por R_Che


Capítulo 13
Capitulo 13


Notas iniciais do capítulo

Aqui está ele. O último!
Espero não defraudar mais ninguém.
Obrigada por todo o vosso apoio e comentários. Confesso que superaram as minhas expectativas.



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Quando chegaram a NY, Rachel tinha intenções de ir para sua casa, mas Quinn facilmente a convenceu que fosse com ela para a da arquitecta. 

Estavam deitadas no sofá da sala, numa posição que lhes era já muito natural, com Rachel por cima de Quinn, e a comentar aquela viagem. Contrariamente ao que Rachel esperava, Quinn estava de acordo com ela. 

— Eu gostei muito de ter ido. - disse Rachel com calma. 

— Eu também. Ainda bem que me convenceste. - respondeu Quinn natural, para supresa da morena. 

— Achei que ias dizer que estavas arrependida. 

— Não estou. Foi muito importante para mim ter lá voltado. Deu para me lembrar de quem era e de quem nunca voltarei a ser. - Rachel levantou a cabeça que tinha deitada no peito de Quinn e depositou-lhe um beijinho carinhoso nos lábios. - Gostei muito de ter estado com os teus pais. 

— Estás a dizer isso para eu dar mais?

— Se eu quiser mais vou buscar, estou a dizer porque o sinto. - respondeu Quinn divertida, e terminou por sentir a morena procurar os seus lábios de novo, mas desta vez foi um beijo de verdade. 

— Não tive coragem para lhes dizer que estou farta da Broadway. 

— Isso é uma fase Rach. 

— E se não for? 

— Se não for segue o que te faz feliz. - Rachel suspirou. 

— Quinn, eu não me vejo a fazer mais nada. Tenho medo do que será a minha vida se sair de lá. 

— Rachel, só faz sentido se tiveres medo porque não tens maneira de te sustentar, e isso não é verdade. - disse a arquitecta muito segura. - Já ganhaste dinheiro para te sustentar o resto da vida, e além disso, sabes que não estás sozinha. Havia sempre solução. Arranjaria-se sempre qualquer coisa. - a morena sorri com carinho. 

— Sim, o Kurt arranjava-me logo um trabalho na loja de elite dele. - e riu-se. 

— Sim, ou a Santana. Ela despachava o assunto na hora. - respondeu a loira divertida. 

— Mas sabes?! Visto dessa maneira fico bem mais tranquila. - acrescentou a actriz pacifica. 

— Rachel, e como é óbvio, eu estou aqui... vais-me ter sempre a mim. - Quinn podia ter uma obseção pelo rabo de Rachel, que era notável por onde tinha as mãos, mas a morena tinha pelos seus lábios. Voltou a deixar um beijo, desta vez molhado nos lábios de Quinn e sorriu malandra. 

— Tu um dia vais ter a tua vida definida. Vais casar, e ter uma familia. Só estás a contar com o agora. - acrescentou desfazendo o sorriso com calma. 

— Queres casar? - perguntou Quinn normalmente, como se fosse a coisa mais natural do mundo. 

— Sabes?! Antes tinha esse desejo. Era uma coisa que fazia parte dos meus planos de vida, mas entretanto percebi que o casamento é uma coisa que a sociedade impinge. Parece que tens de casar para... 

— Não percebeste a pergunta. - interrompeu a loira. - Eu perguntei se queres casar comigo? - mas embora tenha sentido um arrepio na espinha que jurava nunca ter sentido igual, a naturalidade de Quinn a fazer a pergunta era tanta que Rachel, embora confusa, não a levou a sério. - Não quero casar por isso mesmo. - continuou Quinn. - Pelo silêncio. Porque eu só podia casar-me uma vez e não há ninguém que me queira aturar para sempre. 

— Pede de novo. - acrescenta Rachel enquanto sente a saliva secar na boca. Quinn ri-se e abraça-a, mas a morena separa-se do abraço e fixa o olhar no dela intensamente. - Pede de novo. - Quinn inspira com força e o desejo invade-a. A arquitecta dá um beijo apaixonado em Rachel, que dura o tempo suficiente para a morena perder a noção do tempo e do espaço. Depois separa as bocas e junta as testas e diz descontraídamente o que Rachel quer ouvir. 

— Queres casar comigo? - Rachel irrita-se e afasta-se dela. Quinn não percebe a reacção e fica surpreendida. 

— Não se pede ninguém em casamento com essa descontração. Não acho normal. 

— Porquê?

— Porque é uma coisa importante! Se algum dia quiseres mesmo pedir alguém em casamento, é bom que o faças como se fosse uma coisa importante, porque é importante. - diz ela nervosa e irritada. 

— Queres que me ajoelhe? - pergunta a loira com um sorriso divertido que irrita ainda mais Rachel. 

— Quero mesmo é bater-te neste momento. - responde a morena frustrada. Quinn percebe de imediato que ela está a falar a sério e sente todas as emoções a subir-lhe à boca. Rachel olha para ela fixamente e ela devolve-lhe o olhar.

—Amanhã treinamos de novo. - A frustração nasce em Rachel e Quinn solta uma gargalhada sonora antes de agarrar com força e segurança. Mas por muito frustrada que pudesse sentir-se, a morena deixa que Quinn a guie em direcção ao quarto com a intenção de lhe curar aquele sentimento. 

 

—x-

 

 

No dia seguinte Rachel saiu da peça em direcção à paragem de taxi pela porta traseira do teatro. Estava a descer as escadas quando viu Quinn encostada à parede ao lado da escada a olhar para ela. Rachel estranhou a surpresa, mas aproximou-se muito contente. 

— O que estás aqui a fazer? - perguntou enquanto a abraçava com força. 

— Vim buscar-te. - a morena estranhou, e ainda mais quando Quinn abriu os braços para lhe indicar que andasse à sua frente, guiando-a em direcção a um mercedes preto com motorista. Rachel surpreendeu-se muito e olhou para ela confusa. 

— O que é isto? Onde vamos?

— Ainda não sei. - diz a loira descontraída. Rachel entra no carro, e Quinn também. - Contratei um motorista para nos levar a passear pelas ruas de NY. - Rachel sorri, mas continua tao intrigada que não consegue titrar os olhos de Quinn. 

 

Estão há coisa de 40 minutos às voltas pela cidade e Quinn só consegue olhar para o exterior do carro. 

— Onde vamos?

— Não sei. 

— O que se passa Quinn? - pergunta Rachel impaciente. 

— Quando quiseres que o carro pare, pede ao motorista. -  e volta a olhar para o exterior nervosa. Rachel continua sem perceber nada, mas pede ao motorista que pare no Times Square, porque lhe apetece ir ver as luzes. Quinn  sorri e quando o motorista para, abre a porta com rapidez e ajuda Rachel a sair. A morena não percebe nada e deixa-se guiar até ao centro da praça. Quando olha para o carro que ficou estacionado, param mais 5 atrás dele e saem de lá 24 pessoas com cartolinas nas mãos. Rachel não reconheceu nenhuma, mas percebeu que iam na sua direcção. Todas se posicionaram ao lado umas das outras e levataram as cartolinas em branco. 

Quinn abraçou Rachel pelas costas e pousou o queixo no ombro dela a olhar para as pessoas. 

— O que é isto?

— Queres deixar de ser minha amiga? - Rachel estranhou muito a pergunta e ficou nervosa, mas antes de responder as cartolinas viraram e tinham escrito "queres casar comigo?". A morena sentiu o coração parar e Quinn percebeu que o dela estava a ponto de sofrer do mesmo. Com toda a sua força para segurar as lágrimas, Rachel deu a volta para se posicionar de frente para Quinn. 

— Isto é um treino? 

— Nunca achei possível dar-me na cabeça para casar, mas se algum dia o fizer, não pode ser com mais ninguém. - Rachel deixou que duas lágrimas lhe caíssem pelo rosto, e quando a arquitecta ia levar as mãos à sua face para as limpar, Rachel agarrou nas mãos e continuou a conversa. 

— O que é que se passa com a vida que levas e que dizes ser tão feliz?

— Eu sou feliz agora. Esperei por ti a vida toda, e achei que nunca ia ter a oportunidade. Realmente sinto que estou a perder tempo em ser tua amiga, ainda que esta relação, de amizade, tenha cada vez menos. - Rachel sorri com emoção, e aperta as mãos de Quinn que ainda estão em contacto com as suas. - Rachel, foi sempre amor. A minha mãe tem razão, e quando ela disse aquilo só me fez perceber que eu levava a vida que levava porque não podia olhar para mais ninguém desta forma. Tinha a certeza que a vida não me daria a oportunidade de te compensar por tudo o que te fiz passar no ensino médio, mesmo sabendo que a única coisa que sentia por ti era amor. Era de mim que eu tinha raiva. - Rachel fez a tentativa de a beijar, mas Quinn preferiu concluir. - Mas afinal essa oportunidade chegou e eu tenho medo do destino, tenho medo que nos separe de novo. 

— Não vai. - respondeu Rachel com segurança mas a rir-se enquanto as lágrimas de felicidade lhe caiam pela cara. 

— Eu sei que pouca gente tem a sorte de conhecer o amor desta maneira, e ontem, eu estava a falar a sério, mas o meu tom descontraído era porque tinha medo da tua reacção. Nunca pensei sentir esperança por uma resposta positiva da tua parte. - E Rachel não esperou mais e beijou-a com paixão. Aquele beijo respondia à pergunta, mas a morena não ia perder a oportunidade de deixar tudo bastante claro. 

— Sim à primeira, sim à segunda, sim à terceira e sim agora a esta última. A todas as vezes que pediste e a todas as que possas pedir. - Quinn abraçou-a com força, e agora com a emoção em descompressão e deu-lhe outro beijo apaixonado.  

— Eu amo-te Rachel. - disse ela com intensidade. - Mas não vai ser fácil. - Rachel sorriu e respondeu exactamente o mesmo. 

— Eu amo-te Quinn. Mas nao vai ser fácil. -  Ambas riram e beijaram-se de novo. 

 

—x-

 

 

E casaram. E fizeram-no em Lima por petição de Quinn, onde todos pudessem estar presentes, e onde pudessem fechar um ciclo que abriu lá. Não queria lá voltar, mas queria cumprir o ciclo. 

Olivia e Rosa foram as madrinhas de Quinn, e Santana e Kurt os de Rachel. Todos foram convidados, a festa foi bonita, numa quinta que alugaram para a cerimonia e o copo de água. Judy e Russell não foram convidados, mas souberam da cerimónia e escreveram-lhe uma carta a desejar-lhe todas as felicidades do mundo. Quinn sentiu alivio de que eles não tivessem ido, e Rachel percebeu que aquele momento era uma vez na vida, porque a vida delas não era ali. Uns anos mais tarde Rachel conseguiu fazer com que Quinn os aceitasse na vida delas, mas sempre com a devida distância de segurança.

 

Estão ambas sentadas na relva do jardim exterior, enquanto todos cantam, bebem, comem e dançam.

— Percebo o que dizes de Lima. Aqui já não é a minha casa. 

— A minha casa é onde tu estiveres. - responde Quinn com muito amor. - Mas confesso que gosto que te sintas em casa em NY. - e Rachel solta uma gargalhada divertida.

— Se me der na cabeça que quero ir viver para perto deles para LA, ias comigo?

— Vamos? - perguntou Quinn entusiasmada. Rachel ficou surpreendida. 

— A sério?

— Porque não? Se tu tiraste as férias ilimitadas da Broadway... 

— E o teu trabalho meu amor?

— Se fosse para Lima era mais dificil, em LA nós temos escritórios. - o olhar de Rachel iluminou-se. - Pode ser que daqui a um par de anos tenhas vontade de voltar à Broadway. 

— Vamos ser felizes para sempre? - perguntou a morena antes de lhe dar um beijo molhado. 

— Sabes que isso não vai acontecer, os caminhos são feitos de altos e baixos. - Rachel sorri e concorda. 

— Pergunta antes se te vou amar para sempre e se vamos sempre superar os momentos menos felizes... 

— Vamos?

— Vamos! 

— Pensar que isto começou com um slushie e eu nem sabia. 

— Não me lembres disso. - diz Quinn corada. 

— Lembro hoje e sempre, porque essa é a nossa história, e é assim que é perfeita. 

 

A perfeição habita no realismo, não na ilusão. 

 

Fim


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Notas finais do capítulo

Obrigada de coração. Gosto muito de vocês todos! :)
Talvez volte um dia destes... mas sem promessas.
Beijo!*