Eu acordei num sobressalto, havia passado a noite toda sonhando com Sesshoumaru, mesmo que não tivesse mais visto o Lorde do Oeste desde a visita de Jaken ontem, enquanto tentava me distrair com as crianças, que aparentemente não trazia boas notícias, pois enquanto conversavam, eu via de longe o semblante de Sesshoumaru se tornando ameaçador e logo depois disso, partiram.

A tarde de ontem se passou tranquila, eu brinquei com as crianças o máximo que pude, tinha que aproveitar o tempo que tinha com elas, voltando para a aldeia apenas quando o sol começou a se pôr.

Agora, estou indo em direção a uma cachoeira próxima a aldeia, ainda é de madrugada, então todos ainda dormiam quando sai, colocando minha bolsa em uma pedra próxima, tirei a roupa que estava usando e pulei dentro da água, sem poder conter os gritinhos de frio.

Quando terminei o banho, vesti a calcinha e o sutiã, passando um óleo de rosas que minha mãe havia me dado de presente do meu aniversário que havia sido a umas três semanas atrás. Vesti um quimono de miko parecido com o de Kaede e Kikyou, sentando em uma pedra mais alta para observar os primeiros raios do sol invadindo e desmanchando o anil do céu noturno.

Olhei para o relógio de pulso que fica guardado dentro da bolsa, a única lembrança que tenho do meu pai.

— Seis e meia, acho que eles já devem estar acordando a essa hora, é melhor eu ir! — Peguei as minhas coisas, indo para a cabana de Kaede.

Por todo o caminho de volta, fui pegando algumas ervas e frutas, mas antes de entrar na aldeia, uma mão me puxou de forma brusca derrubando o que eu tinha pego.

— Você está louco? Qual é o seu problema, Inu Yasha? — Eu falei puxando o meu braço com toda força que eu tinha, mas ao invés de me afastar, como ele é bem mais forte acabei foi indo em sua direção, Inu Yasha, que enlaçou minha cintura — Me solta!

— Kagome... Não vai embora, por favor! — Ele falou com seu rosto de aproximando lentamente do meu para o aumento do meu desespero, me debati disparando contra ele pequenas descargar do meu poder de miko, o que o fez me soltar e se afastar.

— Nunca mais tente fazer isso! — Eu falei me afastando — O que você está pensando?

— Eu sei que você me ama, fique comigo! — Eu acho que eu fiquei em choque naquele momento.

— Você ficou louco, só pode! Eu não te amo mais, se é que um dia eu te amei! Se eu já tive algum sentimento por você, ele morreu pelo seu descaso, pelas inúmeras vezes que você mostrou que Kikyou era infinitamente mais importante! Quantas vezes você disse que a amava, que sempre a amou! Não me venha com isso agora! — Eu respirei fundo tentando me acalmar — Você é meu amigo, então te peço, não faça mais isso!

Juntei tudo que havia caído e fui para a aldeia deixando para trás um Inu Yasha imóvel.

— Era só o que me faltava! — Falei, sabendo que ele me escutaria — Osuwari!

Olhei para frente e encontrei uma Kikyou furiosa, me encarando. Dei um suspiro e desviei dela sem dizer uma palavra e entrei na cabana de Kaede. Levantei as mãos aos céus, quando vi que ela não me seguiu, ou seja, a encrenca dela não era comigo.

Pov. Kikyou

—O que significa tudo isso? — Falei com o hanyou que ainda estava de cara no chão — Inu Yasha!

— A quanto tempo você estava ai? — Ele perguntou se levantando, acredito que não fosse esse corpo de barro eu estaria chorando agora.

— Você não respondeu o que eu perguntei! — Falei e ele me encarou de forma indiferente, perdido em pensamentos.

Suspirei. Precisava sair dali, poderia culpar a menina que veio do futuro, mas não faria sentido, afinal agora eu via que ela havia sofrido bastante com seu amor não correspondido e seguido em frente. Ele falou:

— Ela não me ama mais, você deveria ficar feliz! — Dei um tapa no rosto de Inu Yasha que pareceu chocado.

— Eu não me importo se ela te ama ou não! — Eu evoquei meu familiar que ficou voando ao meu redor — Mas e você, você me ama? Por que eu te amo!

Não houve resposta, montei em meu familiar e sai voando, para o mais longe que eu pudesse.

Pov. Inu Yasha

— Ela não me ama mais, você deveria ficar feliz! — Falei, recebendo de Kikyou um tapa forte no rosto, não imaginava que ela fizesse algo assim, olhei para o seu rosto e ela falou:

— Eu não me importo se ela te ama ou não! — Eu olhava aqueles olhos geralmente inexpressivos e ali eu via dor, uma dor que eu mesmo havia provocado — Mas e você, você me ama? Por que eu te amo!

Não respondi, apenas a vi ir embora e foi como se a realidade me desse outro tapa.

— Kikyou! — Gritei por ela “Que merda que eu fiz?”

Pov. Kagome

Eu e Sango conversávamos dentro da cabana, quando escutamos o grito de Inu Yasha e vimos de longe Kikyou partir.

— Parece que brigaram! — Disse Sango já sabendo o que havia acontecido — Esse Inu Yasha é um idiota!

— Teremos que ir atrás dela, não é? — Falou Miroku chegando.

— Não, creio que dessa vez... Inu Yasha deve fazer isso sozinho! — Sango falou, não pretendia ajudar Inu Yasha depois do que ele fez. Todos sabíamos que Inu Yasha estava perto — Está na hora de crescer!

— Vá atrás dela, Inu Yasha! — Eu disse — Antes que seja tarde demais!

— Obrigado, Kagome! — Escutei sua voz, mas não cheguei a vê-lo, sorri para o nada e entrei novamente na cabana.

A tarde se passou e nem Inu Yasha, nem Kikyou deram sinal de vida, estávamos todos preocupados, mas nada poderia ser feito.

Shippou e Rin brincavam alheios a tudo com as outras crianças da aldeia, enquanto eu me ocupava ajudando Kaede em suas atividades.

Depois de tudo feito, fui em direção a cachoeira, dessa vez na companhia de Sango e Rin, banhamos e nos divertimos, eu lavei o cabelo de Rin com o meu shampoo, o desembaraçando, o que foi quase uma missão impossível, mesmo com a ajuda de Sango. Quando saímos nos enxugamos e nos vestimos, as meninas com quimonos, eu com as roupas da minha Era, um vestido amarelo com um laço preto na frente e uma rasteirinha, olhando para o quimono que Rin havia trago, era novo, presente de Sesshoumaru e novamente eu pensava no Inuyoukai.

Pov. Sesshoumaru

Cheguei as minhas terras ao anoitecer, irritado com tamanha ousadia com a qual fui “convocado” de volta, entrei encontrando a Lady das terras do Sul, Satori-hime me esperava sentada tranquilamente em minha varanda tomando um chá.

— Pensei que tinha se esquecido de suas obrigações! — Ela disse sem me olhar, o que não me importaria se ela estivesse nas terras dela, mas deixei passar — Sua noiva está esperando que você vá desposá-la!

— Ela morrerá esperando então — Falei simplesmente — Tenho assuntos mais importantes agora, como um kumayoukai que acha que pode me derrotar e tomar meu território!

— Esse casamento deixaria seu reino mais forte!

— Como seu casamento com Inu Taishou? — Falei me esquivando de seu leque — Não me casarei obrigado e não se esqueça que está nas minhas terras!

— Continua tão insolente quanto seu pai, meu filhote!

— Vindo de você é um elogio, minha mãe!

Sai dali algumas horas depois, estava sem paciência para aquele ser insignificante que me desafiava, o kuma era apenas um servo, o que me irritou ainda mais.

— Essa luta não é sua! — Falei sacando a bakusaiga — Esse tipo de duelo é obrigação de seu senhor!

— Lorde Katazawa não me deu escolha! — Disse o Kuma sacando duas kodachis negras — Ele está com a minha consorte e filhotes, se minha morte os salvar, não me importarei!

— Não tentou nem mentir, como os outros!

— Espero apenas não desonrar minha casa! — Ele disse e a luta começou, ele era rápido e realmente muito forte, mas não teve o devido treinamento, as duas kodachis lançavam raios em minha direção. Corri em sua direção desviando de vários de seus ataques, um golpe na sua nuca e a luta tinha acabado.