Sweet Desires escrita por Anna Miranda


Capítulo 7
Coockies part 2


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou, dessa vez eu nem demorei né ? Espero que gostem !



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Em sua visão periférica ela podia vê-lo se fizesse um pouco de esforço, no entanto, após ser invadida por aquele sentimento estranho que ela se quer conseguia nomear, ela havia optado deliberada por ignora-lo.

Após a escolha dos outros cinco participantes que formariam sua equipe naquela prova, Regina teve a árdua missão de escolher o líder da equipe adversaria. Na semana anterior, os participantes tiveram bastante tempo livre, o que possibilitou que eles se conhecessem bem, assim como também se habituassem ao ambiente, as câmeras e todo o resto, no entanto, a timidez da morena não permitiu que ela desse grandes passos.

Ela conversava com os outros participantes durante as refeições que faziam juntos, ela ria das histórias contadas por Elizabeth uma encantadora senhora que havia se apresentado como Vó Lizzie, mesmo que as pessoas não acreditassem de forma alguma que ela já havia passado dos sessenta. A morena até mesmo cozinhou com o grupo em uma noite especialmente quente, enquanto bebia cerveja e se permitia relaxar, esquecendo por apenas alguns segundos onde estava e o motivo que a levara até ali.

Porém, grande parte dos seus momentos livres foram gastos explorando a propriedade, ou observando com uma grande nostalgia Aurora, a garota que havia conhecido no primeiro dia, montar Twilight. Vez ou outra Daniel se juntava a ela e foi assim que ela começou a perceber o quanto eles tinham em comum e também a se abrir com ele, permitindo-se conhece-lo. Uma semana foi tempo suficiente para que ela percebesse que ele seria um grande amigo.

Por isso, enquanto os jurados esperavam dela uma resposta, a morena passou por todos os momentos vividos na ultima semana em sua cabeça querendo tomar a decisão certa ao escolher o líder da outra equipe.  Regina lembrou-se de como Jefferson havia demonstrado certa dificuldade em dar ordens quando o grupo estava cozinhando e as tarefas haviam sido divididas, então antes que pudesse pensar duas vezes, ela disse o nome dele alto, indicando aos jurados sua decisão. Parecia errado escolher uma pessoa que ela acreditava não ser boa em liderança, para esse objetivo, mas ela estava em um jogo e por mais que seu coração se sentisse apertado sua mente arrumava mil e uma desculpas para tentar acalma-la.

“Bom, agora que temos as duas equipes, vamos à prova!” Giuseppe disse com um sorriso.

“Aproveitando que o tema da prova individual foi coockies, a prova em grupo será sobre biscoitos. Você vão ter uma hora e meia para montar duas estruturas de oitenta centímetros de altura para nós com biscoitos e nada além disso, o tema é livre, portanto, usem a imaginação e surpreenda-nos.”

“Ah! Não se esqueçam, vocês precisam fazer todos os biscoitos que vão ser usados nas estruturas, e obviamente elas precisam estar de pé e saborosas ao final da prova. E o tempo começa a correr a partir de AGORA!”

Como da primeira vez, o ambiente mudou de um segundo ao outro do perfeito silencio para o delicioso caos. O grupo de Regina se organizou em uma pequena roda ao redor dela, enquanto ela expunha suas ideias, e ouvia as ideias dos colegas para então decidir qual seria o projeto final.

Esse tipo de prova exigia biscoitos amanteigados, apesar de ser uma massa simples, essa massa é extremamente quebradiça, um passo em falso poderia comprometer toda prova, por isso eles precisavam ser cuidadosos ao máximo.

A primeira decisão do grupo era qual estrutura montar, comumente se via casas e arvores de natal montadas com esse tipo de biscoito, mas a morena não queria ir pelo caminho mais fácil, sabia que provavelmente esse seria o caminho pelo qual o outro grupo iria, mas arriscar demais significa naquela altura do campeonato colocar não só ela, mas todo o grupo um passo mais próximo à eliminação.

“Ok, se tirarmos a opção da Árvore e da casinha, o que podemos montar com biscoitos? Lembrando que precisamos de uma estrutura de até oitenta sentimentos de altura.” A morena perguntou.

“Nós podemos montar uma estante, é simples, atinge a altura desejada e a gente pode enfeitar de uma forma bem diferente com os livros.”  Disse Ruby, uma linda jovem de cabelos longos que era um completo mistério para Regina. Apesar de terem conversado pouquíssimo, Regina havia percebido na jovem uma doçura  e uma sensibilidade incrível, no entanto, em cada oportunidade que tinha Ruby tentava prova para as pessoas que estavam ao seu redor exatamente o contrario. E Regina se questionava o porquê dessa atitude.

“Ótima ideia Ruby! Mas Regina, eu acho que mesmo que seja mais do mesmo nós devemos optar pela casinha como segunda estrutura, arriscar demais em uma prova como essa não parece uma decisão sábia.” Daniel disse.

A morena deliberou por alguns segundos, afinal não tinham tempo visto que o relógio estava rodando e eles haviam perdido alguns poucos minutos com aquela conversa, e decidiu ir pelo caminho seguro. A decisão foi tomada fariam a estante e a casinha.

—x-

Como precisavam otimizar o tempo, o grupo resolveu se dividir em tarefas, Lizzie e Ruby ficaram responsáveis por fazer a massa dos biscoitos, enquanto Daniel com a ajuda delas, ficaria responsáveis por moldar os biscoitos para então leva-los para assar. Cole ficou responsável por fazer os glaces coloridos que  decorariam os biscoitos, Regina ficou por conta do glace real, uma das partes mais importantes visto que o glace seria o responsável por ‘colar’ todos os biscoitos e fazê-los parecer uma unidade. Os outros dois integrantes da equipe ficaram por conta de montar o cenário e as superfícies que receberiam os biscoitos.

Totalmente focada em sua tarefa, Regina raramente desviava sua atenção, e quando fazia isso era apenas para conferir se os outros integrantes do seu grupo estavam desenvolvendo bem suas tarefas ou se precisavam de sua ajuda, foi por isso que ela se quer percebeu a aproximação dele.

“Olá Regina!” A voz marcante de Robin invadiu seu sistema e fez com que de repente toda a sua atenção focasse nele.

“Chefe.” Ela respondeu quase em um sussurro ao perceber que as obres verdes estavam a pouca distancia.

“O que o seu grupo está preparando?”

“Resolvemos sair um pouco do lugar comum, e optamos por fazer uma estante de livro. No entanto, nossa segunda estrutura é a tradicional casinha.”

“Vocês pensaram bem a estrutura ou só quiseram fazer algo diferente e optaram pela ideia da estante? Quero dizer, um dos pontos mais importantes dessa prova é que as estruturas que vocês fizerem fiquem de pé.”

“Sim chefe.” De repente a morena já não se sentia tão confiante assim, e sem que pudesse se conter ela deixou o olhar percorrer o ambiente onde sua equipe trabalhava e se questionou se sua decisão havia sido correta.

Robin sentiu que a confiança da morena havia sido abalada por causa do seu comentário, mas tudo o que havia dito era para ajuda-la. Quando percebeu que as câmeras que o seguiam se deslocaram em direção ao outro grupo, ele fez algo que se tivesse pensado uma segunda vez não teria feito. Em uma atitude completamente impulsiva, ele deixou que sua mão tocasse a de Regina e que seu polegar deslizasse rapidamente sob a mão dela em um carinho tão sutil que se ela não tivesse sentido todos os pelos do seu corpo arrepiar poderia se questionar se realmente havia acontecido.

Na mesma velocidade que veio, o gesto sumiu. Robin começou a se afastar como se nada tivesse acontecido dizendo apenas que confiava nela para tomar a decisão certa.

—x-

“Dez segundos!” A voz de Paula invadiu o ambiente e os participantes agitados pareciam estar a ponto de sofrer um colapso nervoso.

Em voz alta Paula fez a contagem regressiva, e quando finalmente disse que a prova havia chegado ao fim os participantes levantaram as mãos e suspiraram de alivio. Alguns se abraçaram e outros tentavam inutilmente limpar as lagrimas que escorriam pelo rosto.

A vida é uma eterna lei de Murphy, então enquanto Regina sentia o coração bater descompassado no peito e assistia os jurados se aproximarem da bancada deles, ela assistiu quase que em câmera lenta as duas ultimas prateleiras da estante cederem não sustentando o peso. A morena fechou os olhos e pediu aos céus que a ajudasse naquele momento e que nada mais desmoronasse.

Daniel foi o responsável por apresentar o que tinha feito naquela prova,  e enquanto observava os jurados degustarem e avaliarem os biscoitos, Regina pedia silenciosamente que Robin a olhasse, ele era muito transparente quando não gostava de algo, e um olhar dele seria capaz de selar o destino do grupo. Mas infelizmente, ele não olhou em direção a ela, não até o momento que ele disse o que achava.

“Vários pontos estão sendo analisados na prova de hoje e um deles era saber se vocês conseguiriam nos entregar as estruturas inteiras não aos pedaços Regina, eu esperava mais de você.”  Robin disse fitando-a, e não passou despercebido que ele havia dito você no singular, de maneira que ela entendia que ele estava culpando-a pelo desastre.

“As ideias foram boas, e eu aprecio que vocês tenham tentado inovar, no entanto, os biscoitos da casinha não estão em uma estrutura muito boa, eles garram no céu da boca. Quem fez a massa ?”

“Eu chefe!” Disse Ruby.

“Hmm.”

Sem dizer mais nada eles caminharam até o outro grupo para experimentar os biscoitos deles. Regina optou por bloquear o mundo a sua volta, e se quer prestou atenção nos comentários feitos ao outro grupo. Pouco tempo depois os jurados se retiraram da tenda para pode deliberar e chegar ao resultado final. 

“A prova foi bem simples, e eu preciso dizer que esperava mais de ambos os grupos, mesmo tendo entregado o que nós pedimos vocês cometeram erros muito simples, erros que não poderiam ter sido cometidos. Foi difícil tomar uma decisão, mas um dos grupos ouso mais e por isso nós iremos salvá-los e esse grupo foi o grupo liderado pela Regina.”

Regina deixou escapar a respiração que prendia inconsciente, o grupo agradeceu a oportunidade e voltou para casa principal, onde deveriam esperar o retorno do grupo perdedor sem a pessoa eliminada. Pouco tempo mais tarde o grupo retornou, e o eliminado havia sido Jeff, por não ter feito uma boa liderança, levando assim o grupo a ter um desempenho ruim.

—x-

 O vento frio que entrava pela janela aberta acordou a morena que rapidamente levantou-se para fechar a janela e que amaldiçoou por não ter conferido isso antes de ir se deitar. De volta a cama, Regina tentou dormir, mas sua mente de repente resolveu que ela não faria isso, como em um estalar de dedos, todas as lembranças do dia invadiram sua mente,  e ela começou a repassar repetidas vezes todo os momentos de interação com Robin naquele dia. Procurava no silencio da noite algo que ela não sabia o que era, mas que ela tinha certeza que estava lá.

Depois de rolar varias vezes sem encontrar uma posição na qual conseguisse dormir, a morena decidiu ir até a cozinha, talvez um xicara de chá ou  um copo de leite com mel acalmasse seu corpo e ela conseguisse voltar a dormir.

Silenciosamente ela entrou na cozinha e resolveu que seria um copo de leite com mel o que tomaria, enquanto esquentava o leite ela deixou os olhos caírem sob o relógio e constatou que eram quase duas da manhã.

“Insônia?” A voz rouca de Robin destoou do silencio no qual a cozinha estava.

“MEU DEUS!” A morena disse colocando as mãos sob o coração que nessa altura batia loucamente devido ao susto.

“Desculpe, eu não quis te assustar!”

“Tudo bem, eu só estava totalmente concentrada no que eu estava fazendo e esta tão tarde que eu não imaginei que alguém pudesse vir até aqui.”

“Eu estava com sede.” Ele disse caminhando em direção à geladeira.

Em silencio Robin encheu o copo de água e sentou-se à mesa que tinha na cozinha, após preparar seu leite Regina caminhou em direção a onde ele estava e sentou-se a sua frente.

“Minha mãe costumava preparar leite com mel para mim quando eu tinha dias difíceis na infância.” Robin disse.

“Eu tive um desses em todas as noites até os meus onze anos.”

“Porque até os onze? Você sentiu que era velha demais em seguida para obter um?

“Não é por que foi nessa idade que eu perdi minha mãe, e então eu não quis que meu pai continuasse com essa tradição, eu sentia que era como se fosse algo meu e dela, e parecia estranho ter minha mãe fazendo isso.”

“Eu sinto muito Regina, eu não sabia.”

“Esta tudo bem, é bom falar sobre ela de vez em quando.” A morena disse dando a ele um sorriso tímido numa tentativa de reforçar que estava realmente tudo bem.

Os dois caíram em uma conversa confortável, e Regina partilhou com Robin mais algumas histórias de sua infância, em alguns momentos ele olhava totalmente concentrado para ela e em outros deixava algumas gargalhadas lhe escaparem.  Estavam tão absortos, que a morena se assustou quando olhou para o relógio e percebeu que quase quarenta minutos haviam se passado.

“Esta tarde.”  A morena disse, e Robin não podia decidir se pelo tom dela se essa frase era uma indicação de que ela estava farta da conversa deles, ou se ela apenas não havia notado como ele o tempo passar de tanto que estava gostando da conversa.

“Eu nem percebi o tempo passar.”

“Eu sei, o mesmo para mim. No entanto, amanhã será um longo dia,  e eu acho que eu preciso ir me deitar.” Ela disse se levantando, e Robin repetiu seu movimento.

“Boa noite Regina” Ele disse se aproximando dela e então ele deixou os lábios tocarem a bochecha dela.

“Boa noite Robin” Ela disse beijando a bochecha dele também e sentiu uma queimação que começou nos lábios se espalharem por todo o seu corpo, e ela podia jurar que as bochechas estavam vermelhas. Robin a perturbava de uma maneira que ela tinha medo de descobrir como.

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