Mason era um bom rapaz. Nunca havia se envolvido em nenhum problema. Na verdade, a problemática sempre fui eu. Pobre Mason, tentando me acompanhar, se metia em altas tretas.
Mas sem mim, ele era apenas um garoto de 17 anos como qualquer outro.
Portanto eu não entendia o que esse sequestrador poderia querer com ele.
No último telefonema, ele não havia me deixado falar com Mason. Apenas disse que ele estava bem, e que eu precisava agir rapidamente caso quisesse ver meu amigo de  novo.
Não haviam provas de que ele realmente estava com Mason. Eu cheguei a duvidar. Pedi para Dimitri ligar no orfanato e perguntar por ele. E a resposta me surpreendeu.
Me disseram que ele estava desaparecido a cindo dias.
Eu estava decidida descobrir o que estava acontecendo, e enquanto minha mente se negava a acreditar que ele havia sido levado, tentei de todas as formas buscar uma resposta para o que estava acontecendo.
E descobri. Ele realmente havia sido sequestrado. Sua voz ao telefone na quinta ligação que recebi do sequestrador era a prova que precisava.
Então, estava na hora de ir resgatar meu amigo. Eu estava decidida.
Porém haviam regras na academia que eu devia seguir. Estúpidas regras que me impediam de resgatar meu amigo.
Alberta chefe dos guardiões havia proibido minha saída da academia sem a companhia de um guardião. E como Dimitri era meu instrutor, ele não quis me acompanhar, e nem me autorizou a sair.

"Rose você não pode ir..." Dimitri me encarava, com firmeza, parecia bem decidido quanto ao fato de uma missão de resgate para Mason. 

"Eu tenho que ir camarada, ele é meu amigo, e já que você não vai me ajudar, eu dou um jeito sozinha." Eu disse dando socos no saco de pancadas enquanto ele observava meus movimentos, analisando minha postura.
Nossos treinos haviam ficado cada vez mais intensos. Porém, eu sentia Dimitri distante, como se evitasse contato comigo. Ele parecia evitar cada oportunidade que eu tinha de toca-lo e fingir que era sem querer.

"Rose entenda, existem riscos nessa sua..."Ele fez sinal de aspas com os dedos.-" Missão salvadora" Depois do telefonema suspeito do sequestrador de Mason, eu tentei de todas formas convencer Dimitri que precisava ir e resgatar meu amigo, mas ele se negava a me ajudar.
Eu gostava de pensar que ele queria me proteger. Mas no fundo eu sabia que ele não me achava capaz.

"Olha camarada, eu..." Ele me interrompe, vira as costas e começa a andar pelo ginásio, tão lindo e majestoso como sempre. Ah ele era de tirar o fôlego.

"Primeiro, você não tem ideia de onde ele está; segundo, você nem sabe quem é; terceiro, você não sabe lutar..."

"Ei... eu quase te acertei um soco lembra!?"

Ele arqueou uma sobrancelha, e sorriu, me fazendo por um momento esquecer Mason e apenas me focar naquele sorriso lindo.

"Rose convenhamos, dizer que quase me acertou é muito otimismo da sua parte, não acha!?"

Ele estava certo, eu não só errei feio, como também cometi o deslize de cair em cima dele, foi bom, na verdade ótimo, mas se ele fosse um strigoi, isso teria sido fatal.

"Certo, certo camarada! Mas eu ainda vou me redimir..."

Assim que ele se vira, eu corri em sua direção e alcancei suas costas desprotegidas, e com um golpe totalmente desajeitado, tentei segura-lo com as pernas enquanto minhas mãos prendem seu lindo rosto.

Para minha surpresa, ele riu, e não foi um riso simples ao qual ele sempre dava, basicamente tentando evitar desfazer sua cara carrancuda, foi um riso singelo , gostoso ao ouvido. Um riso que me fez perder a concentração.
E então tão rápido quanto fui para ataca lo, ele se virou e me dominou com as mãos, se posicionando em cima de mim.
Suas mãos estavam nas minhas, seus olhos nos meus, e todo o ar em nossa volta era pesado, quente.
Eu me esqueci de Mason, Lissa, tudo de ruim e estranho que estava acontecendo em minha vida. Naquele momento, só eu e Dimitri importava.
Meu coração imediatamente acelerou, dando pancadas na caixa torácica com tanta força, que pensei que ele fosse saltar pela minha boca. Eu não conseguia pensar direto, só conseguia me ficar naqueles olhos, naquele sorriso.
Mesmo não sendo um moroi, ou Strigoi, Dimitri conseguia me hipnotizar.
Quando ele me olhava tudo em minha volta desaparecia, e meu único objetivo era sentir o poder de seu olhar.
Ele sorriu para mim, e em seus olhos estava escrito o que sabia que seu coração desejava.
Ele queria me beijar.
Eu também queria. Oh, como eu queria Beja lo. Cada célula do meu corpo gritava e implorava para que ele se aproximasse mais de mim, me beijasse, me tocasse. Eu precisava que ele fizesse isso.
Seu rosto foi se aproximando do meu, sua boca a centímetros da minha, minhas palpitações vacilando.
Ele ia me beijar, eu sentia isso. E então ele parou. Seu olhar ficou pesado, e sua boa tremeu. Era como se uma dor  profunda tomasse conta de seu coração. E eu sabia o que era a causa dessa dor. Tasha.
Ele continuou olhando em meus olhos, me segurando com suas mãos.

" Rose, não podemos, isso não é certo..." Sua voz era trêmula e dava pra ver que não era isso que ele queria dizer.

" Dimitri, não existe um certo..." Eu respondi sorrindo, e com esperança de que ele retomasse de onde paramos.
Mas ele não o faz.
Me soltando e se levantando, ele se virou, e sem nem olhar para trás disse.

" Certo ou não, eu não posso fazer isso...Nos não podemos."

Ele se dirige em direção a arquibancada, e pega sua mala com suas roupas de treino.

"Nosso treino acaba aqui. E..."  Ele começou. "Olha sei o quanto seu amigo é importante para você. Mas você ainda não está pronta para enfrentar seja lá o que for. Não se preocupe, eu vou te ajudar. Apenas confie em mim, e não faça nada."

Não fazer nada? Com quem ele pensava que estava falando? Eu era Rose Hathaway, a rainha dos truques na manga, nunca ficaria sem fazer nada, ainda mais se tratando de Mason.

"Dimitri eu não posso ficar sem fazer nada. Ele precisa de mim!"

" Mas você vai! Sou seu instrutor, e você tem que obedecer. Eu vou te ajudar. Mas prometa que não vai fazer nada de estúpido..." Ele me olhou com firmeza,mudando totalmente de feição.

"Está bem!" Menti. "Eu confio em você."
Eu confiava em Dimitri. Até porque ele havia me salvado duas vezes. Mas como eu disse. Rose Hathaway nunca fica parada.

Depois do treino tenso com Dimitri. Eu tentei bolar uma ideia para conseguir resgatar meu amigo.
A ajuda dos guardiões já havia sido negada por Alberta, porque já que Mason não era um Moroi, nem sequer um dhampir, isso não era responsabilidades da academia. Me deixando apenas com a boa vontade de Dimitri.
Indo  direção ao meu quarto,uma ideia me sobreveio.
Lissa possuía muito dinheiro. Com a fortuna deixada de herança por seus pais, ela poderia conseguir  um ou dois guardas fora da academia.  Assim eu não precisaria depender das boa vontade de ninguém.
Mason era meu amigo, e eu iria ajuda lo, custasse o que for.

Realmente convencer Lissa a sair da academia para me ajudar a resgatar Mason, foi uma tarefa mais complicada do que eu previa.
Fiz uma cara de coitada, o máximo que consegui,  eu estava desesperada, mas minha face se negava a ceder e demonstrar fraqueza...droga de orgulho!

"Liss, você tem que me ajudar, não posso deixar Mason sozinho, é minha culpa  ele estar lá."- Ela me olhou, e eu senti que no fundo tudo o que ela mais queria era me ajudar, porém, Dimitri assim como à mim, também à proibiu de sair, ou tentar uma missão suicida de resgatar meu melhor amigo.

"Rose, eu..."

"Lissa ele é minha única família!"- antes que eu pudesse evitar, as palavras saíram da minha boca. Lissa perdeu sua família, e eu era tudo o que ela tinha, me ouvir dizer que Mason era importante pra mim, a deixou magoada, ela sentia que que nunca chegaria a ocupar um lugar especial em meu coração assim como Mason.

Eu me aproximei dela, seu rosto estava corado, sua pele extremamente branca deixava óbvio seus sentimentos. Ela se lembrou que eu podia saber o que seus pensamentos diziam. Dando a um abraço apertado, eu à solto.

"Lissa, eu te amo, você é minha irmã, nunca vou te abandonar, nem te trocar por ninguém. Você já era minha família antes mesmo de eu te conhecer. Mason e eu crescemos juntos, quando eu mais precisava, ele sempre esteve ao meu lado, sem nem pensar me ajudava em qualquer situação. Então assim como eu faria por você, e sei que você por mim...por favor me ajude."

Ela me encarou, com afinidade, alívio e afeição, e com um sorriso me abraçou, me passando segurança. Ela tinha esse dom, não havia como evitar, Lissa me passava calma, com ela era como se eu tivesse uma família de verdade, onde alguém me amava, e logo eu teria as duas pessoas que mais amava juntas, Lissa e Mason.

"Estamos juntas nessa Rose." Suas palavras me passaram confiança, eu sabia que ela atravessaria o oceano para me ajudar se fosse preciso. Eu era a família dela.
Passamos aquela noite planejando tudo, desde a fuga, à como encontrar Mason.
Não seria fácil, tudo o que eu tinha era a dica de que o lugar cheirava a peixe, e era escuro. Mason parecia seguro, ele não era do tipo de cara que demonstrava fraqueza, mas ainda assim dava para ver em sua voz que ele parecia claramente assustado.
"Você tem a chave Rose, ele quer a chav..."
Foram suas últimas palavras ao telefone. Mas o que ele queria dizer com chave ? Eu tinha a chave, mas que chave era essa?
Estava tudo confuso. Lissa foi dormir, porém eu ainda fiquei acordada por um bom tempo. Não só pensando em Mason, como também em Dimitri e o que havia acontecido no ginásio.
Eu não o entendia. Ora ele parecia que sentia o mesmo que eu, me dava esperanças, me olhava como se eu fosse tudo o que ele mais desejasse. Outrora me evitava, como se eu fosse um vírus incurável.
Por mais que eu tentasse tira lo da minha cabeça, eu não conseguia. Dimitri era a causa da minha insônia, e eu não achava isso ruim. Ao contrário, pensar nele, me dava ânimo para continuar sorrindo em meio a tanta angústia.

Adormeço sem nem perceber. Num segundo eu estava olhando para o teto, imaginando o rosto de Dimitri, e no outro eu estava de novo naquele jardim, lugar onde conheci Lissa pela primeira vez.
Tudo era como antes. As flores, o lago, pássaros cantando.
Não entendi de imediato. Lissa me levando para mais um de seus sonhos? Bem se ela queria falar comigo, então OK, estava pronta para conversar. Talvez ela achasse mais seguro planejar nossa missão em um sonho de espírito, para que assim ninguém nos perturbasse.
Caminhei ao longo do jardim a sua procura. Ela não estava lá. Não estava em lugar nenhum.

"Olá Rose."
Me virei surpresa, aquela voz não era de Lissa, era uma voz masculina, uma voz  suave, extremamente familiar. " Bom te ver. Achei que você não fosse dormir hoje."

"Quem é você...E como sabe meu nome?" Perguntei confusa. Eu conhecia aquela voz, mas certamente nunca havia visto aquele homem antes.
Ele era um Moroi, porém nem tão alto quanto um. Possuía cabelos castanhos, e lindos olhos verdes esmeraldas. Aparentava ter quase quarenta anos, e ser bem sábio para sua idade.
Algo que notei, é que ele estava em meu sonho, deixando claro que era um usuário do espírito.

"Oh claro. Você não sabe quem eu sou..." Seu tom era de claramente deboche. "Me chamo Robert Doru." Ele faz uma reverência.  "Prazer em finalmente te conhecer. Mason disse que você era linda, mas suas palavras não fazem jus a sua beleza..."

"Mason..." Eu parei, e por um segundo raciocinei. "Você é quem está com Mason!" Acusei e corri em sua direção, esperando soca lo e obriga lo a me dizer onde meu amigo estava. Mas assim que me aproximo, uma parece invisível cresce em sua frente, fazendo com que eu me xique com força e caia no chão confusa.

"Não ,não, não. Sem violência minha cara."

"O que você quer? Porque está com Mason?" Perguntei com raiva e desesperada.

"Apenas estou garantindo que você fará o que eu pedir." Ele sorriu. " E eu sei que por ele você fará!"

"Me diz então, o que você quer que eu faça?"

"Ora, não é nada tão difícil. Você tem a chave... Eu à quero... Você sabe como encontrar, então vai me ajudar a achar."

"E para que precisa de Mason para isso? Deixe o ir, que eu te ajudo! Eu te dou a chave, te ajudo a achar seja lá o que procura!" Ofereço.

"Aí é que está!" Ele diz apontando para mim e franzindo a testa. "No começo ele era só um incentivo,já que me disseram que você faria tudo por ele...Que ele é sua única família... Mas então, eu descobri que o pobre coitado faz parte do quebra cabeça..."

"Do que você está falando...Quebra cabeça? Mason é um garoto!" Disse confusa.

"Um garoto que possui um passado que nem tem conhecimento... Mas eu vou facilitar para você. Me traga o que quero sábado às três horas, me ajude a encontrar o que procuro, e seu amigo será libertado. Do contrário...Bom acho que nem preciso dizer..." Seu tom era tranquilo, mas eu podia identificar a ameaça em sua voz.
Eu realmente não entendia o que Mason tinha a ver com toda essa loucura de Vampiros.
Desde concordei em viver na academia, evitei de fotos modo dizer a Mason onde estava, e porque havia desaparecido. E ninguém lá fora sabia da minha localização.

"Farei o que você quer..." Eu aceito por fim. " Só prometa que não machucará Mason." Eu peço.

" Sou um homem de palavra Rose." Ele faz um gesto de comprometimento. " E para provar isso..." Ele se vira para o lago, fechando os olhos, suspira.
Sem entender nada, eu parei e assisti a imagem de Mason se materializar na beira do lago.
Sem nem pensar eu corro em sua direção, e mesmo sabendo que poderia não ser real, eu pulo em seus braços, e o abraço forte e apertado.

"Mason, ah Mason." Lágrimas rolaram em meu rosto.

"Ahn Rose?" Ele pergunta confuso. " Onde estou? Isso é um sonho?"

"Vocês tem dois minutos" Murmura Robert atrás de nós.

"Mason, escuta, vai ficar tudo bem ok, eu vou te ajudar, vou te buscar."

"Mas Rose...O que está acontecendo? Como eu cheguei aqui?"

"Xiii..." Eu coloquei as mãos em seu rosto. "Isso é um sonho sim,mas nada impede que seja real. Só quero que confie em mim! Prometa que confia em mim..."

"Eu confio em você Hathaway."

Eu dei em Mason um último abraço apertado, e sorrindo assisti enquanto ele desaparecia sorrindo.
No fundo do sonho, quando estava prestes a acordar, pude ouvir a voz de Robert.
" Até sábado Rose..."

Quando dou por mim, já estou no quarto da academia. Tudo era quieto. Lissa dormia em sua cama ao lado da minha. Estava escuro lá fora, mostrando que já havia anoitecido, isso é, amanhecido para os morois.

Robert Doru. Quem era ele? E o que Mason e eu tínhamos para o eferecer.
Nada fazia sentido. Mas uma coisa era certa. Eu precisava ir resgatar Mason.
E eu faria isso. Independente do que encontraria no caminho.