Stark escrita por Rocker


Capítulo 1
Capítulo Único




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Stark

Capítulo Único

Written by Rocker

 

— Lizzie, amor, você não vai subir? – a voz de Peter arrancou-me dos meus projetos.

— Hm? – perguntei, meio atordoada, desviando meu olhar do chip que eu estava trabalhando junto com F.R.I.D.A.Y.

Peter suspirou e eu percebi que ele estava vestido à gala. Ele se aproximou e eu deixei a ferramenta em minha mão de lado quando ele chegou por trás de mim, abraçando-me e apoiando o queixo no topo da minha cabeça.

— Em que tanto você trabalha? – ele murmurou contra meu cabelo depois de depositar um beijo ali.

— Em nada. – respondi rapidamente. – Por que não está na festa do papai?

— Porque ela já acabou. – Peter respondeu, massageando levemente meus ombros sobre o jaleco. – Senhor Stark pediu para que eu viesse te chamar, agora que estamos apenas os Vingadores.

— Você precisa mesmo parar de chamar meu pai de senhor Stark. – eu comentei, levantando-me e deixando o jaleco no gancho ao lado da porta. – Isso fica estranho até para mim.

Peter apenas riu, sem realmente responder ao meu comentário. Segui-o até o elevador de vidro.

Onde desejam ir?— F.R.I.D.A.Y. perguntou pelos autofalantes.

— Nos leve até o senhor Stark, por favor. – ele respondeu, fazendo-me revirar os olhos, enquanto envolvia minha cintura com um braço.

Segundos depois e eu estava cercada pelos maiores heróis do planeta e fora dele. Todos os Vingadores estavam reunidos na torre depois de uma grande festa que meu pai havia organizado de fim de ano. Eu costumava discutir com ele, principalmente porque mesmo sendo uma Stark, eu não gostava muito de festas. Mas depois de toda a confusão gerada pelos acordos de Sokovia e a divisão do time, todos mereciam um descanso. E tínhamos novas aquisições e elas ainda não sabiam o quão loucas eram as festas do meu pai.

Então, apesar de ter passado boa parte da festa escondida no laboratório alguns andares abaixo, eu estava com meu pai, Steve, Natasha, Clint, Wanda, Visão, Bruce, Sam, Rhodes e aqueles chamados para a batalha na Alemanha de última hora, Scott e Peter. Até mesmo Thor viera de Asgard, então eu não tinha porque ser a única a ficar de fora. Mesmo não tendo nada que me comparasse a eles, meu pai e meu namorado ainda faziam questão que eu estivesse entre eles.

Principalmente quando estavam todos fazendo papel de idiotas.

— Vocês não vão conseguir levantar isso. – avisei, vendo os homens na sala comentando sobre Mjölnir, que estava na mesinha de centro.

— Não que eles não vão tentar. – comentou Wanda, que estava sentada ao meu lado.

— “Aquele que tem o poder irá levantá-lo.” – zombou Clint, sentado aos pés de Natasha no sofá ao lado. – Isso é um truque!

— Podemos? – perguntou Sam a Thor, que estava de frente para mim.

— Fique à vontade. – ofereceu ele, mencionando o martelo.

— Eles são sempre assim? – perguntou Peter do meu outro lado, sussurrando ao meu ouvido.

Tentei ignorar o arrepio que isso me causou antes de respondê-lo.

— Pior do que você imagina.

— Sua semana foi difícil, ninguém vai te zoar se não conseguir levantar. – comentei para Sam, tirando sarro dele.

Sam tentou levantar com uma mão apenas, mas Mjölnir não mexeu nem mesmo um centímetro. Ele até mesmo gemeu tentando levantar o martelo.

— Está sentindo o cheiro da zoação? – perguntou papai quando Clint tentou a sorte, embaralhando as cartas que estava jogando com Steve e Rhodes.

— Stark, por favor, faça as honras. – desafiou ele.

Papai se levantou ajeitando o paletó.

— Eu nunca fugi de um desafio justo. – se gabou ao se aproximar do martelo.

Todos em volta resmungaram, acostumados com seu ego inflado.

— Tem certeza que ele é seu pai? – perguntou Scott, sentado aos meus pés.

— Me pergunto a mesma coisa várias vezes ao dia.

Papai, que havia ouvido nossa rápida conversa, logo se intrometeu.

— Seu QI nunca mente seu parentesco, querida. – ele se gabou mais uma vez. – Isso é pura física. Posso governar Asgard se levantar o martelinho? – ele perguntou diretamente a Thor.

— Ah, é claro. – o deus respondeu, não dando a mínima aos comentários. Ele sabia que não daria certo.

— Minhas leis serão muito divertidas. – continuou papai, colocando um pé sobre a mesinha de centro e falhando miseravelmente ao tentar levantar Mjölnir.

Minha risada deve ter sido a mais alta na sala.

— Eu volto já. – ele teimou, como se não tivesse acabado de se humilhar.

Mesmo trazendo a mão da armadura do Homem de Ferro, o martelo não cedeu e isso se tornou ainda mais divertido. Até a ajuda de Rhodes com a mão do Máquina de Combate não mudou um centímetro do martelo. Quase todos tentaram. Bruce tentou, Steve tentou, Scott tentou, Thor deixou até mesmo Peter tentar, mesmo com papai dizendo que se ele não conseguiu, não seria o pirralho que conseguiria. Claro que Visão foi proibido de tentar – todos já sabiam que ele conseguiria. Papai e Steve ainda tentavam criar uma teoria do porquê ele era o único além do dono a levantar aquilo. Wanda e Nat se recusaram a se humilhar daquele jeito, mas papai falou tanto no meu ouvido que eu decidi dar o gostinho a ele de que eu não conseguiria.

— Vocês sabem que não vou conseguir. – comentei, esticando os braços para me preparar para pegar o cabo de Mjölnir.

Depois de alguns segundos quase tendo meu braço sendo arrancado fora, pensei ter ouvido um barulho mínimo do metal sendo arrastado. Mas eu tinha certeza que foi minha imaginação quando nada mais aconteceu. Ouvindo as zoações dos homens que também não tinham conseguido nada, eu desisti. Quando Clint tentou ir de novo, eu decidi escapar dali. Eu sabia que não conseguiria. Eu não tinha a força de Steve ou Bruce, nem nenhuma máquina que me transformava numa heroína como papai, Sam, Scott e Rhodes, nem poderes estranhos como Peter, Wanda e Visão e nem habilidades incríveis como Clint e Natasha. Eu adorava passar meu tempo com eles, mas a cada segundo eu pensava o quanto não era nada como eles.

Em horas assim, eu só voltava para o laboratório, tentando construir armaduras parecidas com a de papai. Simplesmente porque eu queria fazer a diferença como ele. Queria usar minha inteligência para ajudar os outros como ele tinha feito anos atrás. E foi exatamente o que fiz. Voltei ao laboratório de onde Peter tinha me tirado e voltei a trabalhar no chip que era para conectar F.R.I.D.A.Y. ao traje que eu ainda construiria.

— Lizzie, o que está fazendo aqui? Por que está chorando?

Ouvir a voz preocupada de Peter me fez voltar à realidade e perceber que eu estava realmente chorando. Eu tentei esconder meu rosto dele, mas em questão de segundos ele já estava à minha frente, limpando meu rosto das lágrimas e me analisando com aqueles orbes amarronzados e preocupados.

— Lizzie, fala comigo.

— E-eu só queria ser como vocês. – murmurei, e senti como se um peso tivesse saído do meu coração. – Eu só queria servir para alguma coisa, ser uma heroína como você.

— Lizzie... – Peter disse com tanto carinho enquanto acariciava minha bochecha que quase foi capaz de derreter minha angústia. – Você não precisa disso. Você é mais inteligente que todos nós juntos. Você já é quase mais inteligente que seu próprio pai.

— Não quero ser inteligente, quero ser forte. – murmurei.

— Você não precisa disso. – ele continuou dizendo, com o tom de voz tão suave quanto antes. – Sua inteligência, tudo o que faz, é tudo o que faz de você quem você é. Eu não mudaria nada em você. Elizabeth Stark, você já é perfeita do jeito que é. E você quase conseguiu levantar o martelo de Thor. Ele percebeu isso, eu percebi isso. Você foi a que chegou mais perto disso e isso quer dizer alguma coisa. Lizzie, você já é alguma coisa.

Eu sorri entre as lágrimas, finalmente capaz de deixar esse meu desejo passar. Peter sorriu também, beijando meus lábios e não ligando para que o beijo estivesse salgado por causa das lágrimas. Ele me beijou com carinho e paixão e eu me senti muito mais leve.

— Liz. – a voz de meu pai soou em meus ouvidos e interrompemos o beijo. – Eu não sabia que pensava assim. – ele se aproximou e Peter se afastou um pouco, mas não saiu do laboratório.

— Eu comecei a pensar assim quando houve a luta no aeroporto e você não me deixou ir. – eu disse, abaixando a cabeça.

— Mesmo que você estivesse em uma armadura ou tivesse poderes, eu não deixaria você ir. – franzi o cenho diante das suas palavras. – Você é minha menininha, eu não podia deixar você se meter em algo tão perigoso.

— Peter tem minha idade e você o recrutou mesmo assim.

— Peter não é minha menininha, você é.

Eu ri, ouvindo Peter gritando um “hey!” ao fundo enquanto eu abraçava meu pai o mais apertado possível. Olhei por cima do ombro dele para meu namorado, que mandou uma piscadela para mim quando mandei-lhe um beijo no ar.

E eu não conseguia parar de sorrir.

 


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