Les Marcheé escrita por Marurishi


Capítulo 10
A estação




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A estação de trem estava lotada e Lorde Shaido se sentia observado. Partiu para Boandis com urgência desejando chegar a tempo para as despedidas e últimas homenagens ao seu avô. Era doloroso pensar que não o veria nunca mais.

Daria início nos processos para assumir o cargo de governador para o qual sempre fora preparado. Desejava que seu avô estivesse ao seu lado para lhe dar sábios conselhos. Era a hora de, finalmente, fazer algo útil e mostrar o quanto podia oferecer ao seu povo. Agora não era mais um garotinho cheio de dúvidas e sentimentos controversos, não se sentia mais um inútil e tinha plena ciência das suas capacidades. Quando pensava nos sentimentos que tinha quando adolescente sobre isso, via que as coisas, realmente, mudaram com o tempo.

Lorde Shaido tinha grande influência no Coirlem, por isso, seus pedidos nunca eram negados. Por partir no mesmo dia, não recebeu a carta do seu avô, que só chegou em Imperah no dia seguinte. Quando ele chegasse em Boandis, três dias depois, nada saberia sobre o pedido de Lorde Levi em relação ao casamento com Lady Mclin.

A viagem de três dias pareceu a mais longa de sua vida. O trem tinha algumas paradas em cidades específicas, onde embarcavam e desembarcavam passageiros. A cabine de Lorde Shaido era privada, o que lhe dava maior conforto e privacidade, no entanto, tornava a viagem mais solitária e lhe dava tempo para pensar em muitas coisas desnecessárias.

Carregava alguns livros para leitura, mas seu humor não era para ler, pensar na perda do seu avô, no sofrimento da sua família, na maldição de Boandis, no futuro que lhe aguardava e as responsabilidades como governador... Estava sobrecarregado, triste e sozinho.

Pensou em muitas pessoas, pela primeira vez, reencontrou seus amigos de infância Codhe e Khei, era um péssimo momento para reencontros e ainda não havia conseguido perdoá-los por romper a amizade que para ele era tão importante. Nunca questionou o porquê, mas se sentia desprezado e isso o magoava cada vez que lembrava.

Pensou em seu avô e como estaria sua avó, Lady Levi. Com certeza muito abatida, já era idosa e ele temeu perdê-la também, caso ela não suportasse a falta do esposo. Pensou em sua mãe e como ela fora uma mulher forte ao seguir sozinha. Shaido tinha apenas três anos de idade quando seu pai faleceu, por isso, só o conhecia por retratos e por tudo quanto sua mãe e avós contavam. Seu pai foi um homem nobre e bom, viveu pouco, não teve a oportunidade de fazer muito, era o filho favorito do governador e quando Shaido nasceu, se tornou o neto favorito.

Pensou em Lady Mclin, como seria essa dama que todos falavam e cujos poderes mágicos eram tão diferentes a ponto de lhe atribuírem o título de bruxa? Lorde Shaido sempre pensou que bruxas fossem más, porém, ao que todos diziam, Lady Mclin era a bondade em pessoa, ajudava a todos sem pedir nada em troca. Mesmo assim, recebia presentes em retribuição pela sua benevolência e parecia estar acumulado uma fortuna em pouco tempo.

Lorde Shaido queria saber além de toda essa bondade, principalmente, o motivo de não ter sido capaz de curar seu avô. Será mesmo que sendo uma bruxa era de todo boa? E pensando em bruxas, lembrou-se de Loren, como ela estaria? Não havia mais tido notícias dela, era compreensível, já que ela não fazia muita diferença na vida de ninguém.

Lembrava-se do quanto ela se empenhava em buscar a magia mas, como nunca teve notícias de que ela algum dia tivesse tido sucesso, acabou esquecendo e não se preocupando com ela.

Pensou em Belle e esse era o único pensamento que lhe acalmava e preenchia seu coração. Lembrar-se de Belle, envolta na magia azul era como mergulhar em um mar calmo e tranquilo, um acalento de respostas e certezas, uma sensação de que tudo seria resolvido. Belle era o semblante da positividade, era bom pensar nela e lembrar-se da sua presença. Fechava os olhos e se concentrava unicamente nela, como se ela estivesse ao seu lado, lhe encorajando. Imaginava ela lhe sorrindo, lhe estendendo a mão, lhe abraçando e lhe confortando.

O azul de Belle combinava com o azul do mar de Boandis, ela lhe seria uma boa esposa e juntos poderiam governar sabiamente. Sentia que poderia alcançar seu coração, só precisava saber a forma correta de conquistá-la e fazê-la sorrir tão natural e gentil como ela sorriu naquela noite para Lorde Meyne.

Quando se deu conta de estar lembrando do sorriso de Belle para Lorde Meyne, aquela sensação agradável se desfez. Era hora de focar seus pensamentos em qualquer outra coisa, porque era inadmissível gastar um segundo sequer do seu tempo para se lembrar de alguém tão insuportável e arrogante quanto aquele Lorde Albino. Fatalmente, Lorde Shaido havia detestado aquele lorde de porcelana e poderia citar inúmeros motivos para sua antipatia.

Ele descobriu durante a viagem que muitas pessoas em Imperah e de outras regiões já sabiam do falecimento de Lorde Levi. Ficou surpreso pela popularidade do seu avô em outras regiões até mais distantes. A cada parada que o trem fazia mais pessoas embarcavam.

Naturalmente, muitos estavam indo a Boandis prestar auxílio, fosse para o povo temeroso sobre a maldição ou por condolências à família enlutada. Isso fazia sentido na mente de Shaido, por isso, seu coração estava um pouco mais confortado sabendo que havia muitas pessoas em Les Marcheé preocupadas com os últimos acontecimentos.

O que ele não esperava descobrir era que a maioria dessas pessoas eram seus seguidores anônimos, cheios de amor e devoção por ele. Empenhavam-se como podiam para apoiá-lo, mesmo quando ele sequer tinha noção sobre esse fato. Havia uma legião de homens que o tinham em grande estima, como exemplo de liderança, força e convicção. Mulheres o idolatravam por seu caráter, força e perfeição; eram nobres de alta estirpe até humildes de vilarejos.

Ele não tinha ideia do quanto ganhara fama em Imperah e por muitas outras regiões por onde seu nome era citado como exemplo. Ele tinha uma noção sobre sua influência e destaque na capital, mas não imaginava sobre o restante de Les Marcheé. Ao se deparar com esses fatos, viu a dimensão que seu poder havia alcançado e certo orgulho cresceu em seu coração, motivando-o a se tornar um excelente governador, para não decepcionar todos aqueles que lhe creditavam como o melhor dos melhores.

Na cidade de Boandis, dava-se início às homenagens de despedidas ao príncipe Lorde Thon Levi. Era tradição que as homenagens durassem vários dias quando se tratava de alguém importante.

Lorde Shaido era muito esperado, se não fosse o motivo de sua volta uma tragédia, teriam-lhe recebido com festa e grande euforia. Contudo, no momento não era tal recepção apropriada, tendo em vista que ninguém ali estava feliz ou esperançoso; afinal, perderam seu grande líder após uma grande catástrofe sem explicação.

Por essas coisas que aconteceram tão rapidamente sem que ninguém pudesse impedir, nem mesmo Lady Mclin, o povo silenciosamente se revoltou e imediatamente ela foi desacreditada. Porque o povo de Boandis, em sua simplicidade de pensamento, consideravam ela de poder igual dos nobres de Bellephorte, evidentemente, isso não era verdade.

Quando ela se mostrou incapaz de salvar Boandis da maldição e a seguir, não foi capaz de curar Lorde Levi deixando-o morrer, o povo teve certeza absoluta que Lady Mclin não era tão boa e honesta como esperavam.

Ouviram-se murmúrios de injúrias, acusações de que ela seria a causadora daquela maldição, para subjugar o povo sob seu poder e que deixara Lorde Levi morrer propositalmente, para roubar-lhe o governo e ainda, que ela própria havia colocado nele o mal mortal.

Nada disso era verdade, Lady Mclin era tão inocente e triste quanto qualquer outro cidadão de Boandis. No entanto, os boatos logo se espalharam chegando ao seu conhecimento. Ela carregava um fardo grande nos últimos dias, além da tristeza do momento. Pensava que não suportaria ser acusada injustamente, na verdade, jamais esperou por isso.

Desde quando recebeu o dom daquela magia estranha, ela decidiu usar somente para o bem, de forma justa e benéfica. Sempre ajudou de coração amplo e aberto, procurando fazer o certo, honrado e verdadeiro. Nunca cobrou nada em troca, mas aceitava com amor e gratidão tudo o que lhe era oferecido de bom grado.

Tinha cuidado até mesmo com suas palavras, para nunca ofender ou magoar alguém. Amava todos daquela cidade, cada ser vivo que ali estava, pessoas, animais e plantas. Nem mesmo ousava chutar uma pedra, porque, talvez, ela tivesse alguma emoção e fosse se magoar. Por isso, ao saber dos rumores ao seu respeito, foi o pior choque que teve em sua vida. Não imaginava que, do dia para a noite, tudo o que havia feito de bom fosse ignorado.

Surpreendeu-se em ver como o coração das pessoas são facilmente tomados por qualquer tipo de comoção sem nem ao menos verificar se é verdade ou não. Naquele momento, Lady Mclin entendeu muito do que Lorde Shaido lhe dizia na infância, sobre a magia ser apenas para os nobres, não nobres de posses e riquezas, porque Boandis era rica e próspera tendo muitos nobres desse tipo; mas nobres de coração e sabedoria.

Realmente, não era possível nem justo ou benéfico, que pessoas sem senso ou juízo algum dominassem a magia, era muito perigoso. Ela finalmente entendeu porque a magia era escassa em Boandis, levando em consideração o pensamento coletivo do povo.

Lady Mclin sentiu pena deles e pensou, talvez, não merecessem seu auxílio, já que tudo o que fez de bom durante os últimos anos, não havia representado muito. Quem sabe fosse melhor nunca ter feito nada de bom e usado seus poderes para benefício próprio, como faziam as bruxas do passado.

 

 

Em Bellephorte, todos comentavam sobre a maldição no litoral e agora, também, sobre o falecimento do governador. Todos sabiam quem era o sucessor ao governo de Boandis e a maioria ficou feliz por Lorde Shaido, afinal, ele era muito influente e bem visto,  todos tinham alta estima por ele e lhe desejavam um futuro próspero como governador.

Apesar da seriedade com que tratava a todos, ganhava a simpatia da maioria, com exceção de alguns que por algum motivo lhe viravam a face, fosse por inveja ou ignorância. Porém, entre os que não tinham Lorde Shaido como exemplo, estava Lorde Meyne, que o julgava arrogante e prepotente, além de mal educado e aproveitador.

O Lorde Mago do Gelo havia se encontrado com ele o suficiente para não simpatizar. Não que Lorde Shaido fosse uma má pessoa ou alguém para se desconfiar, mas sim, tinha o tipo de personalidade que desagrava a Lorde Meyne.

No entanto, o albino não se preocupava com o outro, ficou relativamente feliz em saber que este voltaria para Boandis e assumiria o governo do litoral. Assim, não o veria tão cedo em Imperah, talvez, não o visse nunca mais; esse fato lhe agradava.

Lorde Meyne estava sentado em uma cadeira defronte a janela de sua ampla sala. Olhava preocupado para o céu, imaginando figuras nas nuvens que lhe trouxessem alguma resposta para o motivo da "Maldição de Boandis". Pensava em como estaria a cidade depois de tantas tragédias juntas e na tristeza daquele povo. Pensava se havia algo que pudesse fazer para ajudar a amenizar a situação.

Seus pensamentos foram desviados com uma voz bem conhecida que lhe agredia os ouvidos.

— Por que essa cara feia, meu querido! Está com saudades da sua linda esposa? — Lady Hestea se aproximou com um sorriso debochado e apoiando-se no encosto da cadeira, abraçou o esposo.

— Saia — foi a resposta curta e seca dele.

— Podia ao menos fingir alguma emoção. — Lady Hestea desfaz o abraço e se afastou esboçando seu descontentamento.

— A única coisa falsa aqui é você. Tem feito um ótimo trabalho.

— Não acha que está sendo exagerado? Toda vez que estamos a sós, você aproveita para me ofender abertamente, não lhe dei esse direito!

— A única coisa que você me dá é desgosto — disse levantando-se e encarando-a. — Por que não controla sua língua? Por que precisou espalhar boatos sobre uma maldição que não tem certeza que realmente existe?

— Por que me acusa? — fingiu indignação e soltou um riso sem graça. — Eu não sou assim! Não falei nada sobre a maldição, fiquei sabendo como todos os outros!

Lorde Meyne se aproximou encarando com um sorriso de canto, como se avaliando o teatro da esposa. Ambos permanecem assim por alguns segundos, até ele falar calmo e pausadamente.

— Na verdade, você me deu algumas coisas boas. Apenas duas, que você nunca terá noção do quão são valiosas e importantes — permitiu-se sorrir abertamente e estendeu a mão para tocar a face da esposa. Porém, ela foi mais rápida e segurou-lhe o pulso.

— Espero que não perca essas coisas tão importantes pra você. Seria muito triste, não? — empurrou-o.

Forçando-o a sair da sua frente, Lady Hestea saiu com grande estardalhaço, derrubando propositalmente tudo o que estava no seu caminho, batendo a porta com violência.

Estava furiosa. Já havia algum tempo que Lorde Meyne a tratava assim, como se finalmente, tivesse descoberto quem ela era de verdade. Já não conseguia mais enganá-lo, sequer ele lhe dava chance de se defender. Por mais que se esforçasse para continuar sendo a "esposa perfeita", Lorde Meyne a rejeitava e fazia questão de deixar claro saber tudo o que ela fazia. Até mesmo, as coisas que ela fazia em segredo, ele descobria e lhe cobrava.

Ela estava ficando perplexa, acreditando que agora seu esposo tinha o poder de ler mentes e isso a deixava apavorada. No entanto, isso só ocorria quando estavam a sós, pois diante de todo o resto do reino, mantinham as aparências. Não que parecessem um casal feliz e em harmonia, porque Lorde Meyne não se esforçava para ser falso, apenas não reagia negativamente e evitava falar. Toda a parte teatral partia dela, que se empenhava muito para disfarçar seu verdadeiro caráter e a situação do seu casamento.

Lady Hestea, mesmo não o amando, não negava que fisicamente sentia-se atraída por ele, mas ultimamente a relação havia mudado tanto que ela começou a pensar que, provavelmente, ele estivesse tendo um caso com outra mulher. Essa ideia de ser traída, abandonada ou substituída lhe deixava furiosa.

Sabia o quanto seu esposo era desejado pelas mulheres e até mesmo por alguns homens. Sabia que era invejada por muitos, que não escondiam o quanto a detestavam devido a sua posição de esposa. Seu temor com essa possível hipótese lhe tirava o sono, pois se algo que jamais aceitaria, era traição e abandono. Sua mente, dia após dia, se envenenava com o ciúme e a desconfiança.

A própria Imperatriz Lady Beriune, não deixara de notar o quanto Lorde Meyne era bonito. Sua beleza a atraia mais do que deveria e esse era o seu maior segredo. Quando finalmente o jovem rapaz dominou o selo Tione, ela sentiu um enorme prazer em trazê-lo para a Tríade, em segredo comemorava mais do que o convencional.

No entanto, tinha em seu coração lugar somente para amar ao Imperador, jamais lhe deixaria de ser fiel em todo e qualquer momento. Nunca, em hipótese alguma, se imaginou envolvida em algum romance com outro homem. Lorde Thwar era sua primeira paixão e o único amor da sua vida, por isso, evitava qualquer tipo de pensamento ou imaginação libidinosa que não fosse direcionada ao seu esposo.

Contentava-se apenas em admirar aquela beleza única, de personalidade cativante e que parecia sempre estar transbordando em amor e graça. Sim, graça em muitos sentidos, pois o Lorde Mago do Gelo, muitas vezes, era engraçado quando brincava com suas filhas. Naturalmente distraído, já havia sido flagrado tropeçando em degraus ou enganchando suas roupas pelos batentes das portas, além daquela dificuldade enorme em manter os longos cabelos brancos bem arrumados.

O lorde albino não sorria com frequência e tinha uma postura sempre séria, esse contraste com sua desatenção e estabano fazia uma pessoa única e adorável. Não havia em Imperah alguém que não simpatizasse com ele. Como líder da Tríade Imperial, estava sempre ao lado da Imperatriz e tornou-se o seu braço direito, por dois motivos claros, o primeiro, por seu poder e supremacia e o segundo, de conhecimento único da Imperatriz, a admiração que ela lhe dedicava em segredo.

Essa admiração se dava por conhecê-lo há muito tempo, bem mais do que todos poderiam imaginar. Havia um misterioso segredo que os ligava, mesmo inconsciente para o Lorde Mago, Lady Beriune nunca se esqueceu e o estimava pelo passado vivenciado juntos.

A Imperatriz sentia desgosto por Lorde Meyne ter sido obrigado a casar-se com a prima, de personalidade tão horrível. Pensava em como ele suportava tão bem o peso que lhe foi imposto e o admirava por isso. Por sorte, havia duas grandes bênçãos dadas por essa união e a Imperatriz sabia disso, Ahiel e Allegra, as filhas que davam toda a força e amor que ele necessitava. Ambas eram, também, muito amadas pela Imperatriz, que fazia questão de dedicar algum tempo às meninas.

Ahiel, aos três anos de idade deixou de falar e sorrir. Todos diziam que era trauma pelos maus tratos da mãe, mas Lady Beriune descobriu algo interessante sobre Ahiel, ela falava e sorria sim, somente para poucas pessoas, através de sua mente e coração.

O dom especial que as Musas presentearam Ahiel era a visão da verdade, o silêncio era sua forma de ouvir o mundo, de ver a realidade que ninguém via, de saber das coisas que ninguém sabia, porém, ninguém podia lhe ouvir. Ela não tinha voz para contar das coisas que estavam em sua mente e a maioria nem mesmo ela entendia, porque ainda era criança.

Assim, a Imperatriz queria ficar o mais próximo de Ahiel, porque era criança de grande valor e muito carente de uma proteção feminina, mesmo tendo a tia Lady Reiea ao seu lado, ainda sim, não era o mesmo que ter o amor de uma mãe. Para isso, Lady Beriune tornou as filhas de Lorde Meyne suas protegidas, o que só aumentou o ódio de Lady Hestea, cuja situação era semelhante a perda da guarda de suas filhas, sendo terminantemente impedida de ter contatos com elas, a não ser, que fosse em público ou na presença de duas ou mais pessoas. Isso ocasionou um abalo maior ainda no seu casamento, tendo em vista que, a única coisa que sustentava essa união era as duas filhas.

Lady Hestea não poderia desistir de suas filhas. Perdê-las poderia acabar de vez com seu casamento, assim tentou tornar-se uma mãe mais presente. Suas tentativas de demonstrar afeto vinham com exibições públicas de riqueza e ostentação, com vestidos bonitos e enfeites caros, tentava agradá-las levando-as para passeios ao ar livre ou comprando doces e brinquedos.

Todavia, aquela nuvem de ciúme e incertezas pairava sobre sua mente, e seus pensamentos estavam focados em alcançar uma magia que lhe proporcionasse um poder de domínio capaz de submeter todos ao seu controle, para que ficasse segura e não sofresse nenhuma traição, abandono ou substituição.


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Notas finais do capítulo

Obrigada e até breve!



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