Destinada a viver escrita por Little Dreamer


Capítulo 2
Não me esquece não!




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Faziam 2 meses que não via o Rick e o estranho era que o Jory não se importava com isso. Eu realmente achei que meu irmão tinha um melhor amigo, mas ele não se importava.

Cansada de tanto esperar, fui perguntar ao Jory se ele tinha notícias do Rick:

—Jory, você não acha estranho o Rick ter sumido do nada?

—Não.

—Como assim não? Ele é seu amigo não é?

—É.

—Então...não está preocupado?

—Não.

Affe, odeio as respostas curtas do Jory, será que ele não se importa nada com o amigo?

—Você devia cuidar melhor dos amigos que tem, Jory!-falei

—E você parece estar mais preocupada do que eu, maninha.

—Eu não estou preocupada, só acho estranho esse "desaparecimento repentino" dele.

—Olha, a única coisa que eu estou achando estranho aqui, é essa sua obsessão pelo Rick. Você não está gostando dele né Bruna?-falou Jory com um sorriso malicioso.

Fiquei vermelha na hora, não sabia o que dizer.

—C-Claro que não. Me poupe Jory! Já disse, só achei estranho esse desaparecimento. Mas já que você não se importa, porque eu me importaria?-disse isso enquanto saía.

—Ei, relaxa tá legal? Em breve ele aparece.

Será que o Jory tinha razão? Eu estava começando a gostar do Rick? Seria essa minha primeira paixão, o amigo do meu irmão? Fui dormir com essas dúvidas na cabeça.

No meio da noite, eu acordei repentinamente, e por mais estranho que pareça eu jurava que tinha visto o Rick, no meu quarto, em frente à minha cama, olhando para mim. Então, liguei meu abajur, o mais rápido possível e para variar, não havia ninguém lá! Minha mente estava me pregando peças.

No dia seguinte, acordei com os gritos da minha mãe, vindos do andar de baixo. Corri mais que depressa, para descobrir o que era e me deparei com a cena mais hilária de toda a minha vida: Minha mãe em cima de uma cadeira, aos berros, enquanto Jory tentava esmagar um rato com a vassoura. Acho que nunca ri tanto como aquele dia. O final dessa história, resume-se na minha mãe traumatizada com o rato, o Jory cansado de tanto caça-lo e o rato escapando por uma rachadura na parede.

—Está decidido, vamos mudar de casa!-disse minha mãe, passado o susto.

—Para de ser paranoica mãe! É só um ratinho-eu falei.

—É! Um rato, nojento, asqueroso e cheio de doenças.

—Exagerada...

—Não sou exagerada Bruna, eu já estava pensando em mudar de casa, essa nossa já está caindo aos pedaços.

—Eu só acho que é meio desnecessário a mudança. Até onde sei nós só iríamos nos mudar depois que o Bill...quer dizer, depois que aquele seu amigo fizesse contato-disse Jory.

Percebi que minha mãe fez uma cara de brava para o Jory.

—Eu sou a mãe e eu decido as coisas. Se eu falei que vamos nos mudar, nós vamos nos mudar! Ponto Final!

Porque de repente, tudo ficou estranho? Eu sei que minha vida nunca foi normal, mas naqueles dias, tava confuso até demais.

A semana seguiu normalmente, a não ser pela minha mãe todo santo jantar, falar sobre suas pesquisas a respeito da nova casa. Segundo ela, nos mudaríamos no próximo mês.

Foi quando algo inesperado aconteceu.

Numa manhã, eu estava em casa, jogando videogame com o Jory (e eu estava vencendo, é claro), quando a campainha tocou. Era o Rick.

—Oi, eu viu passar meu último tempo com vocês!

—Último tempo? Como assim último tempo?-eu gritei de onde estava.

—Bom, é que vou me mudar com a minha avó.

—Sério, que legal!-disse o Jory.

—Como você pode achar legal o seu melhor amigo estar se mudando?-eu disse extremamente brava com o Jory.

—Bom, porque até onde sei, nós vamos se mudar também, né Bruna?!

—Ah é, verdade. Tinha me esquecido desse detalhe-disfarcei. Será que ele percebeu que eu dei uma crise?

—Poxa, que legal! Fico triste que a gente tenha que se separar! Vou sentir falta de vocês, principalmente da Bruna e suas crises.

Putz, ele reparou!

—Bom, quer jogar videogame Rick?-disse Jory

—Ok.

Passamos um bom tempo nos divertindo. Quem sabe quando seria a próxima vez que eu veria o Rick? Foi quando eu me dei conta que aquela seria a minha chance! Então, mais que depressa, pedi para o Rick me acompanhar até o andar de cima mas ainda pude ouvir a provocação do Jory:

—Cuidado, para não cair nos encantos de Cinderela, viu Rick?!

—O que foi Bruna? – disse Rick ignorando a provocação do Jory.

—Bem, é que...

—O quê?

—Eu acho que gosto de você! Pronto falei!

—Você? Gosta de mim?

—Bem, eu acho que sim, né? – respondi a pergunta com um sorriso.

—Bem Bruna, sinto muito mas... - faltou-lhe a voz por um momento- eu não sinto o mesmo por você!!

Meu mundo caiu! Eu estava sem chão! Minha primeira paixonite, seguido de uma desilusão!

—Não, tudo bem haha, esquece isso!

—Bruh, desculpa tá?

—Ah esquece, tá de boas.

Ele deve ter percebido que eu não fiquei bem, porque ele também não ficou. O resto da tarde seguiu em um clima chato. 

 

Ao entardecer Rick estava no portão de casa, acenando. Confesso que estava triste.Nunca havia sentido aquilo por alguém. Mas aquele seria talvez um adeus ou somente um talvez? Bem, isso só poderia ser decidido com o tempo e na hora certa!   

Pouco antes de me deitar, percebi que havia uma nota ao lado do meu abajur:

"Não me esquece não, um dia eu volto-R"

 

 


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