Beside You Anytime escrita por Rocker


Capítulo 1
Capítulo Único




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Beside You Anytime

Capítulo Único

Written by Rocker

 

Eu estava incrivelmente entediada. Depois que descobri que meu melhor amigo era o Homem Aranha, as coisas começaram a se complicar. As Quartas da Pizza na minha casa foram canceladas – e minha mãe achou isso bastante suspeito, vale ressaltar – e as sessões de filmes no sábado na casa dele também quase foram pelo mesmo caminho. Peter não queria preocupar sua tia, então nesses dias a maratona sempre acabava mais cedo e eu ficava de encobri-lo quando surgia alguma emergência.

Eu ainda tinha certa resistência a isso tudo, mas eu sabia que haviam pessoas que precisavam dele mais do que eu e não podia me permitir ser egoísta dessa forma.

— Filha, você está bem? – minha mãe perguntou, arrancando-me violentamente de meus pensamentos, e percebi que eu mal toquei na comida à minha frente.

— S-sim... eu estou bem... – respondi, soltando o garfo e respirando fundo. – Eu vou subir, mãe, preciso descansar.

Ela trocou olhares com minha irmã mais nova e eu sabia que elas desconfiavam do meu distanciamento, mas eu não me importava mais. Como eu sabia que Peter estaria no centro de Manhattan lutando contra não sei o que, eu me escondi em meu quarto. Peguei meus livros, mesmo sabendo que, com tanta coisa cabeça, as chances de eu realmente estudar eram improváveis. Eu pensava em Peter o tempo todo e não saber o que acontecia me deixava nervosa.

Depois de algumas horas lendo e relendo a matéria inutilmente, ouvi um barulho na minha janela. Fiquei assustada de início, mas então vi Peter do outro lado, na escada de incêndio, chamando meu nome. Corri até a janela, abrindo-a e depositando um beijo nos lábios dele, já que estava sem a máscara.

— Urgh... – ele gemeu sobre meus lábios e eu logo me afastei para analisá-lo.

— Peter! – exclamei ao ver seu estado.

Havia um corte em seu supercílio e sua bochecha começava a ficar roxa. O que mais me procurou, porém, foi o grande corte em seu peito, que ele tentava tampar com o braço por cima.

— Entre, Peter, precisamos cuidar disso.

Ajudei-o a entrar, tomando cuidado para não o machucar ainda mais. Guiei-o até minha cama e pedi que tirasse o traje enquanto buscava a caixa de primeiros socorros que eu sempre deixava preparada. Quando retornei, senti minhas bochechas queimando ao vê-lo, apenas em suas cuecas e me esforcei ao máximo para não deixar isso me afetar enquanto tratava de suas feridas. Além disso, eu estava furiosa com ele. Odiava saber que ele sempre se arriscava enquanto eu ficava para trás, sem saber o que podia acontecer a ele.

— Triz, ei. – ele tentou falar comigo, mas eu fiz questão de desviar o rosto. – Por quê você está assim?

Deixei de passar o algodão sobre a ferida do pescoço dele e joguei na cama, bufando de frustração.

— Está ficando mais difícil, Pete! Era isso que queria ouvir?! Você some por dias quase me matando preocupação e quando aparece está sempre todo arrebentado!

Nesse momento eu já havia me levantado e andava de um canto ao outro no quarto, nervosa. Eu teria continuado a reclamar, mas quando me dei conta, ele já havia segurado meus ombros e me beijado. Não consegui resistir a seus lábios macios que tanto me faziam falta e o abracei pela cintura, puxando-o ainda mais para mim, como se isso fosse possível. Suas mãos enluvadas se enrolaram em meus cachos e inclinaram minha cabeça para aprofundar o beijo à medida que ele invadia minha boca com a língua.

Separamo-nos pela falta de ar, e eu tive me segurar a seu corpo para que não caísse pela falta de força em minhas pernas depois desse beijo intenso. Peter beijou minha testa ternamente, com uma mão ainda em meu pescoço enquanto seu outro braço me abraçava forte pela cintura.

— Eu sinto muito que fique sempre tão preocupada comigo. – ele sussurrou com os lábios ainda contra minha testa. – Não é de propósito.

— Sei que não. – murmurei e respirei fundo, inalando seu perfume, mesmo que camuflado por sujeira e um pouco de sangue. A vontade de chorar ao pensar que a qualquer momento seria a última vez que sentisse aquele cheiro fazia meus olhos lacrimejarem. – Mas eu não consigo deixar de me preocupar. Você está sempre pensando em cuidar de todo mundo e salvar todo mundo, mas antes disso você precisa cuidar de si mesmo.

Peter se afastou um pouco para olhar em meus olhos com uma intensidade no olhar que eu só reconheci como puro amor.

— Para isso eu tenho você, Triz. Você sempre cuida de mim.

Eu não conseguia ficar com raiva dele. Não conseguia quando éramos apenas melhores amigos e não consigo agora que ele era meu namorado super-herói. Não resisti e me inclinei novamente até que meus lábios estivessem contra os dele e estivéssemos envolvidos em mais um beijo. Eu não sabia até onde realmente nós iríamos com isso, mas eu realmente não me importava. Eu iria até o fim, se não fosse por Peter me soltando repentinamente segundos antes da minha mãe abrir a porta do meu quarto.

— Filha, está tudo bem?

Virei-me para ela, tentando consertar meu visual atrapalhado devido aos amassos com Peter. Arregalei os olhos quando vi que ele estava pendurado ao teto logo atrás da porta, mas logo desviei o olhar para que minha mãe não desconfiasse que houvesse algo errado.

— Sim, mãe, eu só não estava me sentindo bem. Acho que devo estar perto do meu período. – respondi-a, mas tive que segurar a risada quando Peter pareceu envergonhado diante das minhas palavras. – Eu só vou ficar aqui no quarto mesmo e ver algum filme até pegar no sono.

O rosto tenso da minha mãe relaxou e seus olhos mostraram carinho e alívio.

— Tudo bem, querida, qualquer coisa sabe que pode me chamar.

— Não se preocupe, mãe, eu chamo sim. – garanti-lhe.

Segundos depois que ela fechou a porta, Peter desceu do teto e veio até mim, abraçando-me pela cintura.

— Essa foi por pouco.

Ele tentou me beijar, mas eu desviei e seus lábios beijaram minha bochecha.

— Por pouco mesmo, além de ela quase te pegar no meu quarto, você ainda está com a roupa de Homem Aranha. – respondi, apontando para seu peito. – Que tal você trocar esse uniforme praticamente arruinado por uma calça de motelom que você sempre deixa aqui, eu termino de limpar suas feridas e nós simplesmente deitamos abraçados na minha cama enquanto vimos Star Wars?

Os olhos de Peter pareceram se iluminar como lâmpadas de Natal.

— Eu já disse que te amo? – ele perguntou, depositando um beijo casto em meus lábios antes que eu pudesse reagir.

— Não hoje, bonitão. – brinquei, fugindo de seu abraço para ajeitar o filme no meu notebook enquanto ele trocava de roupa.

Depois de apenas alguns segundos de silêncio que em meus pensamentos pareceram horas.

— Peter. – chamei sua atenção. Quando olhei em sua direção, ele estava terminando de colocar a calça de moletom. – Por favor, não suma mais desse jeito e não volte tão arrebentado. – ele estava para argumentar quando eu continuei. – Se não for por você, faça isso por mim e tia May. Você sabe que ficaríamos arrasadas se algo mais sério acontecesse.

Dessa vez ele não discutiu. Simplesmente se aproximou de mim e me abraçou o mais forte possível contra seu corpo.

— Não se preocupe. Não vou decepcionar minha garota.

 


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