Foi naquele momento que Regina decidiu se abrir com o ladrão e contou tudo que havia acontecido, falou sobre Storybrooke, sobre como eles tinham se apaixonado a primeira vista e depois ele havia se sacrificado por ela. O que Regina achava mais surpreendente era que ele realmente confiava e acreditava nela.

— Amor é isso afinal, o que você sentia era recíproco? – ele questionou a morena se aproximando dela.

— Eu não sei dizer, era como se você fosse a pessoa certa – suspirou.

— Você morreria por mim? – perguntou tentando conter sua curiosidade.

— Naquela realidade eu tenho um filho adotivo, o Henry, não poderia deixa-lo – disse com um nó na garganta.

— Você morreria por alguém além dele?

— Eu queria poder te dizer que não mas – respirou fundo – Tem alguém por quem eu morreria e isso é tão surpreendente pra mim porém eu não tenho medo do quão sério isso parece – lembrou se de todas as vezes onde ela e Emma se ajudaram – Se eu precisasse tomar uma decisão que garantisse minha vida ou a desse alguém... Eu não tenho dúvidas do que faria, não me sinto capaz de estar num mundo sem poder amar.

— Bom, então você deveria dizer a esse homem sortudo como se sente – ele forçou um sorriso – Tenho certeza que deve ser recíproco.

— Preciso – levantou-se tentando imaginar onde Emma estaria – Você pode me ajudar a caminhar por aqui?

— Será um prazer, rainha.

***

Emma e August estavam andando pela floresta buscando a árvore que possuía a madeira que o pai de August havia usado para construir o primeiro armário. Ficaram felizes ao encontra-la e começaram a fazer planos sobre como fariam aquilo até que foram bruscamente interrompidos.

— Ei vocês – Robin gritava com o arco na direção de August – Larguem já essas coisas!

— Você de novo não – Emma respirou fundo sentindo a raiva invadir todo seu corpo.

— Achei que seria importante para princesa saber que seus pais capturaram a rainha má e estão em seu castelo a torturando – disse dando de ombros – Mas se não...

— O que? – Emma perguntou desesperada, sentiu o corpo congelar – O que eles estão fazendo no castelo dela? Como isso aconteceu? – a loira mal terminou de formular suas perguntas e sumiu em uma fumaça branca chegando até o castelo.

***

Emma achava extremamente difícil compreender Regina na maioria das vezes, a morena transbordava intensidade em tudo que fazia, a loira sabia que tinha que ter muita paciência ao lidar com ela. Mas apesar de toda intensidade, Emma se lembrava do quanto era suave quando Regina tocava seu rosto, seus lábios, suas mãos e ela era transportada como mágica para o abrigo mais aconchegante que alguém poderia chegar. Excessos era a palavra que seria perfeita para definir a morena, excesso de atenção, excesso de carinhos, excessos de abraços, mas como Emma voltaria e encararia todo aquele caos sem aqueles excessos? Quando as coisas ficarem difíceis, quem seria seu porto seguro? Em que peito ela se aconchegaria quando a noite fria chegasse e ela se sentisse confusa e perdida?

— Regina – ela gritava desesperadamente procurando pela morena em cada parte do castelo, sentia o peito apertar só em imaginar que algo poderia ter acontecido, se arrependia de ter sido tão fria na última vez que elas conversaram – Regina, onde você está? – abriu a porta do grande salão, tudo estava escuro mas quando ela deu os primeiros passos para dentro dele algumas velas se acenderam mostrando toda decoração do ambiente, a loira ficou surpresa... Parecia coisas dos filmes que ela assistia antes mesmo dela conhecer Henry.
Tudo estava decorado perfeitamente, haviam pétalas de rosas por todo salão, se perguntava o que estava acontecendo.

— Emma – Regina disse surgindo atrás dela.

— Regina você está bem? – ela perguntou desesperada – Me disseram que você estava machucada, me perdoa por mais cedo eu não queria, eu só tava com muito ciúme, eu sou um monstro eu não devia...

— Emma, se acalme – a morena segurou em suas mãos e tocou o rosto da loira encontrando seu olhar – Eu preciso falar com você e por favor, você precisa escutar, certo? – a loira assentiu sem dizer uma palavra – Você se lembra de quando nos conhecemos?

— Como esquecer? – Emma perguntou revirando os olhos – Você era a pessoa mais difícil de lidar existente na terra.

— Talvez ainda seja – a morena concordou – Mas isso não vem ao caso. Você se lembra da pessoa que eu era? Eu era uma má pessoa, cheia de trevas e escuridão, depois que você surgiu cortando minha macieira, me desafiando, cuidando do MEU filho – ela sorriu ao ver a loira se controlando para não corrigi-la – Você me iluminou. Quando todas as pessoas me julgavam e diziam que eu era má, você fez eu me sentir como se fosse boa o suficiente.

— Porque você é, Regina – a loira não aguentava mais ficar em silêncio – Você é mais que boa, você é maravilhosa, você é tudo... Eu não sabia que estava pronta para me apaixonar, eu nunca tinha me sentido segura o suficiente pra isso até que você sorriu e olhou pra mim – Emma puxou a morena para mais perto levando as mãos até sua cintura e acariciando suavemente.

— Eu já sabia que te amava, Emma, mas você nunca percebeu – suspirou – Quando encontrei Robin naquele dia eu achei que a vida estava me pregando mais uma peça, me mostrando que você era boa demais pra mim e eu deveria me contentar com menos, quando ele foi embora e eu aparentava estar calma, no fundo estava morrendo de medo de perder você – confessou afundando a cabeça no peito da loira, Emma levantou a cabeça de Regina e encaixou seus lábios sem pressa, de uma forma delicada, suave. De certa forma seus beijos sempre eram assim, não tinha pressa ou desespero, suas bocas se encaixavam, não tinha briga por dominância, elas se completavam, por mais que estivessem grudadas, Regina sentia vontade apertar mais ainda o corpo da loira contra o seu.

— Eu quero ir embora com você, Regina – disse dando um beijo na ponta do nariz da morena que deu um sorriso gigantesco – Quero poder acordar ao seu lado, te levar café na cama e te dar um beijo na testa pra começar bem meu dia. Dança comigo? – a loira perguntou fazendo com que surgisse música no ambiente

— Como eu conseguiria negar? – a morena disse segurando a mão da loira enquanto elas começavam a dançar pelo salão.

— Você está linda, sabia? – a loira perguntou em seu ouvido fazendo Regina se arrepiar – A cada dia você fica mais linda – Emma fez com que a morena girasse e voltasse a seus braços – Eu estou completamente apaixonada por você, Regina e espero que você saiba disso. Através de todos esses anos nosso relacionamento evoluiu muito, nós aprendemos muito, conseguimos nos encaixar e respeitar nossas diferenças, quero ficar com você até envelhecermos e você estiver com todos os cabelos brancos.

— Eu vou te amar até meus pulmões pararem – disse em meio as lágrimas que escorriam por seu rosto – Até que a morte nos separe, Emma.

— Talvez até mesmo além disso – a loira encaixou seus lábios novamente com mais vontade que antes.

— Só diga que não vai embora – Regina pediu baixinho entre os beijos.

— Nunca.

***