Dressing Like Feelings escrita por Natur Elv


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Bleh a sinopse! Gente, como eu odeio. Ok.

Eu tô muito feliz por ter finalmente escrito isso! Eu queria muito muito muito escrever algo do tipo há um tempão já, então tá aqui! Espero que vocês gostem do jeito que eu gostei, porque na real eu amei, ahsudhad ♥

Boa leitura e não deixem de comentar, me deixem saber o que acharam da fic ♥ e também me avisem sobre qualquer erro, por favor!

*Spoilerzinho do cap(?), lol: meio que todas as roupas do Yuuri (menos o segundo figurino) são roupas minhas, hahahah.



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Yuuri estava procurando por algo. Eu conheço muito bem seu olhar, já o vi incontáveis vezes em meu silêncio e admiração, quando procura por alguma coisa. Seus olhos brilham e seus sentidos parecem aguçar, porque, de repente, e arrisco dizer: sem ele sequer se dar conta, Yuuri começa a olhar atentamente aqui e ali, como se farejasse por algo que sabe muito bem o que é, mas não faz muita ideia de onde está. Eu gostava de observá-lo daquele jeito, sempre ficava na expectativa sobre o que estaria por vir. 

Com a memória da troca de nossos anéis de noivado em Barcelona na cabeça, senti minha mão ser apertada pela sua e meu foco voltou ao rosto a tempo de vê-lo comprimir os lábios, transformando-os em finas linhas, e juntar as sobrancelhas quase completamente escondidas pela franja que por pouco não cobria toda sua testa. Atentei-me para o modo como seu pomo de adão moveu-se quando Yuuri engoliu a saliva e eu até queria seguir seu olhar para descobrir o que ele encarava, o que era aquilo que estivera procurando, mas eu queria muito mais saber através dele, com suas palavras e gestos e expressões, ou então que ele me puxasse até aquilo que seus olhos tanto miravam. 

“Vi... Victor,” Sua voz finalmente juntou-se a nós, mas seus olhos permaneceram como estavam. “V-vamos passar naquela loja.” Ele apontou na direção, finalmente olhando para mim, e eu segui seu dedo para descobrir que uma loja de roupas seria nosso próximo destino. Mas não tive tempo de dizer qualquer coisa, ou sequer de voltar a encará-lo, porque ele já me puxava em direção ao lugar. 

Se era isso que Yuuri queria, comprar roupas, por que parecia tão nervoso? De fato, eram muito raras as ocasiões em que Yuuri decidia dar um pouco mais de vida para seu guarda-roupa e muitas vezes o fazia comprando pela internet. Parando melhor para pensar, consigo contar nos dedos de uma única mão quantas vezes saí com Yuuri para comprar roupas para ele. Será que era por isso que ele estava tão nervoso, então? 

Apertei sua mão, que suava um pouco contra a minha, ao pararmos na entrada da loja. Yuuri parecia hesitante e prestes e desistir da ideia de entrar. Descansei meu braço em seus ombros e o trouxe para um abraço, beijando seus cabelos. 

Recebi seu olhar e o retribuí com um sorriso, o mais confortante que eu sempre iria oferecê-lo, e o pequeno sorriso em seu rosto e brilho em seus olhos denunciavam que não entrar na loja não era mais uma opção. Então logo fomos acolhidos pelo ar condicionado bem regulado do interior do lugar, que era tão espaçoso quanto organizado. 

Uma atendente veio até nós e nos cumprimentou com um “bem vindos”, sorridente. 

“Vamos só dar uma olhada.” Yuuri falou, sua voz baixa e tímida, era claro que ainda estava nervoso, mas aquilo não mais significava que estava disposto a desistir. Eu me orgulhava muito disso. 

A atendente sorriu e falou para ficarmos à vontade antes de se afastar. A mão de Yuuri ainda suava quando ele voltou a me puxar, explorando o início da loja com o olhar. Passamos de casacos para calças, analisando peças em araras e Yuuri continuava a procurar por algo que eu não fazia ideia do que seria, mas estava morrendo de curiosidade para finalmente descobrir. E no momento em que eu abri a boca para perguntar a Yuuri o que tanto procurava, ele falou: 

“Victor, você não tinha comentado que precisava comprar gravatas novas?” Olhei-o interrogativo. “É que... você poderia dar uma olhada nelas enquanto eu continuo por aqui. Assim apressamos as coisas.” 

“Mas eu quero estar junto quando você experimentar o que quer que esteja procurando.” Choraminguei. 

Yuuri me ofereceu um sorriso forçado e nervoso e a leve coloração que tomou suas bochechas adoráveis não passou despercebida por mim. 

“Eu te mando uma mensagem se acabar indo aos provadores, tudo bem?” Ele sugeriu. 

Sorri largamente para ele, compreendendo que queria fazer aquilo – aquela misteriosa busca – sozinho. “Okay, Yuuri!” Envolvi seu pescoço num abraço e ele deu uma risadinha baixa e breve, abraçando minha cintura. “É proibido esquecer de me enviar a mensagem.” Fingi um bico antes de voltar a sorrir para ele. Trocamos um selinho e então eu segui para o segundo andar, onde ficavam mais peças e também acessórios. 

— 

Wow,” murmurei para mim mesmo ao segurar mais uma gravata, surpreso pelo bom gosto da loja. Então meu celular vibrou no meu bolso e eu não levei nem um segundo a mais para pegá-lo e esquecer a gravata. Yuuri dizia que estava no provador e queria que eu opinasse sobre o que havia escolhido. 

Procurei pelas escadas rolantes e logo estava de volta ao andar de baixo. Os provadores ficavam ao fundo da loja, naquele andar, e eu chamei por Yuuri ao entrar no lugar também espaçoso. 

“V-Victor, estou aqui.” Sua voz veio detrás de uma das cortinas de cor rosa bebê, igual as paredes. “Saio em um segundo.” 

Havia um sofá redondo no centro do provador, era grande e num tom mais escuro de rosa, mas sem destoar muito das paredes e cortinas. Sente-me lá, virando-me para o grande espelho que ia do chão ao teto em um dos extremos da sala, e aproveitei para dar uma olhada em meu cabelo e cachecol, arrumando-os melhor. 

“Victor?” A voz de Yuuri voltou. 

“Estou aqui, Yuuri!” Encarei a cortina de onde vinha sua voz. 

“Eu...” Esperei que ele continuasse, mas nada veio. Invés disso, ele puxou a cortina e eu jamais esperei pelo que estava em frente aos meus olhos, arregalados em mais pura surpresa e encanto, uma mistura de sentimentos em minha cabeça, o som alto de meu sangue pulsando em meus ouvidos e a sensação das batidas contra meu peito. Eu poderia dizer honestamente que queria chorar. 

“O que... achou?” A voz de Yuuri mal fez seu caminho até meus ouvidos, baixa e tímida enquanto seus olhos fugiam dos meus. Seu rosto estava tingido de um rosa vívido e absolutamente adorável. Yuuri era tão lindo, eu queria gritar! 

Naquele momento, encarando Yuuri vestido numa saia godê à altura de seus joelhos, uma camisa de botões e de colarinho arredondado num corte fofo, e um cardigã – sem mencionar seus cabelos bagunçadinhos, devido à troca de roupas, acredito –, sentia meu cérebro dar loops e me perguntava como pude ter tanta sorte? 

“C-como eu pensei... não ficou bom... não é? Está ridículo.” Yuuri forçou uma risadinha, deixando todo seu nervosismo escorrer por sua voz ao assumir algo absolutamente errado, e antes que eu notasse, minhas mãos seguravam seus braços e eu o encarava como se de repente seus olhos tivessem ganhado uma nova cor. "Vi-" 

"Yuuri, você é a coisa mais linda que eu já vi em toda minha vida!" 

Yuuri pareceu confuso por um segundo e abriu a boca para dizer algo, mas segurei seu rosto em minhas mãos e pressionei meus lábios contra os seus. "Eu te amo tanto, Yuuri!" O trouxe para um abraço apertado e o ouvi resmungar. "Wow! Você sempre me surpreende, não é mesmo?" Voltei a segurar seus braços e afastei nossos corpos para poder olhá-lo de baixo a cima. "Wow, Yuuri, você está tão lindo." 

"Você... realmente acha?" Seu rosto não poderia estar mais vermelho. 

"Como eu poderia não achar?" 

Ele sorriu, sem jeito, e falou: "Estou feliz por isso." Yuuri deu uma olhada rápida nas roupas que usava. "Há algum tempo eu tenho pensado nisso... Desde que você me deu Eros para patinar, muita coisa aconteceu na minha cabeça, em relação a como eu me sinto comigo mesmo. Estou realmente feliz por isso." Ele levou uma mão ao peito e fechou os olhos ao suspirar, como se tivesse segurado a respiração por muito tempo. "Foram descobertas muito positivas. E libertadoras, eu acho." O sorriso pequeno que Yuuri me oferecia fazia eu me apaixonar por ele de novo e de novo a cada novo segundo que vinha e eu adorava a sensação toda vez. 

"Yuuri, eu estou tão feliz!" Voltei a abraçá-lo, porque eu simplesmente não poderia não fazê-lo. Sua risada abafada vibrou em meu peito. "Estou tão feliz e orgulhoso, Yuuri, eu acho que vou chorar." E meus olhos estavam realmente marejados. Saber que Yuuri se sentia daquela forma e estava fazendo aquilo para e por si mesmo, enchia-me de uma felicidade imensa e esmagadora da forma mais bonita possível. 

"V-Victor!" Ele afastou-me o necessário apenas para olhar em meus olhos. "Victor, não precisa chorar." 

"Mas eu quero..." Choraminguei, arrastando as palavras. "Você é tão lindo, Yuuri, meu amor." E eu o amava imensuravelmente por tudo, por fazer com que eu me sentisse daquela forma tão verdadeiramente plena enquanto o observava realizar algo tão, tão, tão importante para si mesmo. 

"Eu..." Yuuri começou a dizer. "Eu estou orgulhoso de mim mesmo, também." Por mais embaraçado que ele pudesse estar, seus olhos não deixaram os meus. 

Segurei suas mãos suadas e beijei os nós de seus dedos, aproveitando para beijar a aliança dourada, também. "Você é a pessoa mais incrível que eu já tive o privilégio e o prazer de conhecer, Yuuri. Obrigado por me ensinar tanto." Segurei seu rosto com uma mão e beijei seus cabelos charmosamente bagunçados, então sua têmpora, e nos encaramos enquanto sorríamos um para o outro. 

"Eu peguei mais... roupas." 

"Really?" A surpresa e excitação em minha voz eram claras, bem como a satisfação em meus olhos. 

Yuuri fez que sim com a cabeça. "Q-quero que você me diga o que acha." 

"Eu acho que está tudo perfeito!" Apressei-me em dizer. 

"Victor!" Ele deu uma risadinha, fazendo meu coração derreter. "Victor, espere até eu experimentá-las para poder dizer." 

"É claro que eu quero ver," e como eu queria! "mas já sei que ficarão lindas em você, confie em seu técnico." Sorri para ele e recebi uma nova risada. 

"Ok, técnico." Yuuri acariciou meus dedos com seus polegares e descansou um beijo rápido em minha boca. "Obrigado." Sua voz era baixa e sua expressão cheia de sentimentos sinceros, então ele voltou a se esconder atrás das cortinas e eu acomodei-me no sofá redondo novamente. 

"Sabe que não precisa fechar a cortina para se trocar, Yuuri, eu poderia ve-" 

"Victor!" Yuuri repreendeu-me antes que eu pudesse terminar de falar e não pude evitar o bico que se formou em meus lábios. Poucos minutos depois, Yuuri afastou a cortina de novo e desta vez ele usava uma saia curta, de camurça, à altura de suas coxas, e um suéter, cuja barra estava escondido dentro do cós da saia. 

Escondi minha boca com as mãos, porque era tudo que eu conseguia fazer naquele exato momento, e Yuuri disse: "O q-que você achou?" 

Era tudo tão simples e tão absolutamente adorável! "Yuuri, por favor, seja meu namorado!" A pergunta – que na verdade não parecia tanto com uma – saiu de minha boca honesta e mais desesperada do que eu imaginei que o faria. 

"Victor, nós estamos noivos." Yuuri franziu as sobrancelhas, mas a coloração em suas bochechas não cessou, e eu choraminguei, sofrendo da maneira mais positiva que eu não fazia ideia ser possível. 

A roupa seguinte foi um vestido godê, também à altura de seus joelhos, era azul muito claro, com detalhes em rosa e lilás, tinha mangas longas, feitas com musseline lisa, e marcava sua cintura antes de vir o volume da saia. Eu queria tirar fotos, mas Yuuri não deixou. 

O próximo também foi um vestido, mais simples dessa vez: era inteiramente cinza, à altura de suas coxas, as mangas eram curtas e a gola alta, a meio caminho de seu pescoço, sua cintura também ficava marcada. 

"É gostoso usar saias. Ou vestidos." Yuuri comentou, encarando o grande espelho na parede. "Dá uma sensação de liberdade." Ele sorriu sem graça e seus olhos castanhos e sorridentes descansaram em mim. 

Uma calça larga preta, estampada em prata, de cintura alta, acompanhada de um cropped folgado (os ombros e parte do abdômen de Yuuri à mostra) e azul royal, foram as próximas peças. 

Das roupas que experimentou – não foram muitas –, algumas ele não quis levar, como, por exemplo, uma saia lápis. Disse não ser muito confortável para andar. Mas ele havia ficado lindo nela, de qualquer forma. Yuuri ficava lindo em qualquer coisa – ainda que pudesse ter mau gosto para uma ou outra, como gravatas. 

Quando fomos aos caixas, seus olhos brilhavam, mas ele não me encarava, não encarava algo sólido. Yuuri parecia tão feliz, e era como se eu pudesse sentir tudo aquilo através dele, como sempre acontecia. 

Ofereci-me para pagar, mas Yuuri insistiu em fazê-lo e eu concordei sem qualquer objeção. Era importante, era tão importante para ele, fazer aquilo. Seu nervosismo estava estampado em seu rosto enquanto a moça atrás do balcão passava as peças de roupa, seus dedos tremiam ao entregar o cartão de crédito e eu segurei sua mão e sorri para ele. 

Deixamos a loja com sacolas nos braços, as bochechas de Yuuri ainda rosadas. 

"Como você está se sentindo?" Perguntei, acariciando sua mão. 

"Ótimo." Yuuri respondeu, sorrindo


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