Sonhos de uma noite de verão escrita por Maria


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Hello People.

Espero que gostem desse capítulo.
Eu amei escrever, e atender a um pedido de algumas leitoras que queriam um momento Bex/Gina.

Xoxo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725938/chapter/31

Narrado pela autora

                Regina estacionou o carro na primeira vaga que encontrou na rua da delegacia. Teria que andar uns bons metros de salto, mas não se importava. Suas pernas ainda tremiam e ela não sabia explicar como conseguira chegar até ali, mas precisava se acalmar. Ela não queria ter esperanças, ela não queria fazer daquele amor que sentira um dia por Emma um farol para o futuro, mas parecia que o destino queria lembrá-la a todo o momento que isso era uma possibilidade, e céus, contra todas as probabilidades de quem ela havia se tornado ela queria muito acreditar nele.

                Criando coragem saiu do carro e acionou o paquímetro, antes de pensar romanticamente em Emma ela tinha que ajudá-la judicialmente. O prédio da NYPD não era decrépito, mas desanimador para se dizer o mínimo, os tijolinhos cor de terra eram completamente sem graça e as imensas portas antigas com o estilo vai e vem mal permaneciam fechadas visto que saiam e entravam pessoas a todo instante. Ajeitando o Tailleur Regina adentrou o prédio.

                Do lado de dentro a balburdia era imensa. Policiais de rua, oficiais, pessoas com distintivos, bêbados detidos, crianças sozinhas e adolescentes que resolveram dar problemas aos pais, todos falavam ao mesmo tempo. Regina captava vagamente algumas histórias gritadas aos quatro ventos. Apitos soavam a abertura dos portões que davam aos andares superiores. Pessoas subiam e desciam. O cheiro de café e suor impregnava todo o ambiente, era impossível para Regina não torcer o nariz.

                Atrás do balcão da recepção uma mulher sacudia a impressora que parecia ter agarrado o papel e não longe dali um homem esmurrava a máquina de salgadinhos que havia engolido seu dinheiro, mas não lhe entregava o pacote escolhido. Quando o brilho que a máquina exibia apagou o homem saiu praguejando barbaridades. Regina havia parado no meio do saguão espantada com a agitação, que parecia não incomodar ninguém, somente ela mesma.

                Sem ter muita opção dirigiu-se até o balcão, a placa gasta em cima do mármore escuro de tanto se apoiarem nele dizia que o nome da pessoa que atendia era Wilson, Oficial Wilson gritava com dois policias para voltarem aos seus postos na Barcley Street na viatura 54 o que não havia sido bem recebido pelos policiais. A camisa social do Oficial aparentava estar bem larga para ele, provavelmente os anos atrás do balcão estavam sugando sua vitalidade da mesma forma que sugaram a cor de seus cabelos.

                Não parecia haver gente suficiente para que ele dirigisse sua voz grossa, todo mundo dava um discreto pulo quando ele a soltava a para repreender alguém. Demorou um considerável tempo até o Oficial reparar em Regina a sua frente.

                _Hoje não é o dia de visitas da irmandade. – o homem disse para a morena checando discretamente um horário pendurado na tela do computador abaixo de si para confirmar a informação. – Você tem que vir com seus adolescentes no dia certo – David – gritou o  homem – se você colar outro chiclete em baixo dessa cadeira vou fazer você arrancar os chicletes de todas as cadeiras desse prédio com os dentes. – o jovem jogou a goma de mascar no lixo sabendo que o policial realmente poderia fazer isso com ele. Satisfeito ele olhou pra Regina de novo estranhando o fato da mulher ainda se encontrar ali. – Eu não já disse que o dia de visitas não é hoje?

                _Eu não sou de irmandade nenhuma senhor. Estou aqui para falar com o departamento responsável pelos casos de abuso a mulheres. – Disse paciente.

                _E você seria? – perguntou ríspida.

                _Regina, Regina Mills.

                _Não quero saber seu nome. Quero saber por que está aqui. É uma vítima buscando ajuda? Parente de uma? 

                _Advogada. – respondeu Regina entre dentes, se o homem queria essa informação bastasse perguntar direito. O oficial olhou para a morena de forma totalmente indiscreta, seu rosto demonstrando claramente que os Advogados que frequentavam aquele lugar não se pareciam em nada com Regina. O olhar do homem se demorou no decote da morena e Mills balançava os pés impaciente imaginando como uma mulher entrava naquele lugar para relatar qualquer abuso se ela era basicamente hostilizada já na recepção.

                _Hum... – o homem finalmente disse – aquela escada ali. Suba, vá até o final do salão, é a direita.

                Regina agradeceu com um aceno de cabeça caminhando para a escada que lhe foi apontada. Esperou soar o sinal que destravava o portão e subiu. O andar de cima era mais uma confusão. Um enorme salão dividido em baias que se ligavam a salas de vidro. Quadros com fotos e nomes se estendiam para todos os lugares. Ninguém reparava em Regina que marchava em meio a toda aquela loucura. Não foi difícil achar o lugar que ela queria. Cada cadeira daquela baia possuía uma mulher sentada e outras esperavam em uma longarina de três lugares.

                As mulheres retorciam suas mãos e olhavam para todos os lugares, menos para o rosto uma das outras pessoas. Algumas choravam discretamente e duas delas, Regina reparou na marca roxa de seus braços, saíram antes de serem chamadas. A porta de vidro abriu e uma mulher saiu de lá com o rosto inchado, mas sorrindo. Logo atrás dela uma senhora com feições ríspidas apareceu no batente olhando diretamente para Regina.

                _Você é a advogada? – Regina somente acenou recebendo um aceno para que se dirigisse até a sala. Depois de entrar a porta foi fechada atrás de si e a capitã, a morena percebeu o título em sua lapela, lhe ofereceu a cadeira para sentar. – Em que posso ajudá-la?

                _Eu procurava umas pessoas especificamente – começou a retirar os papeis da bolsa – é sobre um caso ocorrido há mais ou menos uns cinco anos.

                _Eu nem sei ainda quem são, mas já posso adiantar que já não mais estão aqui. O departamento foi reformado há dois anos. Todos aqui são novos. – a capitã informou à Regina.

                _Eu procurava pelo detetive Esposito e pelo Comandante Salvior.  – Regina viu a mulher torcer a cara e seu semblante escurecer.

                _Qual caso que quer saber? – Regina deu o nome de Emma e a mulher parecia pesquisar pelo computador. – tem certeza que é esse o nome? Não consigo achar nada.

                _É exatamente esse o problema. É como se o caso tivesse desaparecido, e eu tenho certeza absoluta que a pessoa entrou com uma representação e inclusive foi encontrada uma compatibilidade para o agressor. Mas assim como poeira, o caso desvaneceu no ar.

                _Olha... – a capitã parecia refletir sobre o que dizer -  eu não posso te ajudar. O comandante está aposentado e Esposito é da divisão de tráfico de drogas agora, latino cabelo baixinho. Terceiro andar. É tudo que posso fazer. – estava claro para Regina que não conseguiria nada ali. O caso não constava nos registros e pela cara da mulher que a atendeu ela sabia que algo estava errado. Agradeceu e saiu resignada. Subiu mais dois lances de escada e se surpreendeu quando viu que a divisão de tráfico era um lugar imenso, mas achar Esposito foi muito fácil, ele não era só mais um detetive em meio a multidão, não, ele parecia ser o comandante da divisão.

                Regina se dirigiu aquele quadrado de vidro no meio do salão e bateu a porta não esperando por um convite ou uma negativa e já foi logo se sentando. O homem sentado na poltrona de couro a olhou com curiosidade e desligou o telefone para se dirigir a ela.

                _Oi, bom dia, quem é você e em que posso ajudá-la? – Esposito perguntou educadamente, mas a morena se perguntou se ela tivesse outro aspecto essa educação toda lhe seria dirigida. Regina retirou seu cartão do bolso colocando em cima da mesa de mogno – Dra Mills em que lhe posso ser útil?

                _Eu quero saber sobre o caso dessa garota aqui – colocou a foto em cima da mesa – segundo a própria vítima e sua amiga foi você que a interrogou no hospital. – O homem olhou a foto rapidamente, mas ele não precisava se demorar. O rosto da menina loira o assombrara dia e noite por muito tempo. Detetive Esposito saiu da periferia do Brooklin depois que viu todo tipo de atrocidade, incluindo seu pai que morreu porque não possuía dois dólares para dar a um assaltante. Quando entrou para a academia de policia seu desejo era de fato servir e proteger. Proteger aquelas pessoas que sozinhas não possuíam os meios necessários para fazê-lo.

Foi policial de rua por seis anos antes de entrar na divisão de Salvior. Seu talento o destacou. De cara percebeu que os anos na policia tornaram seu comandante um homem que só queria se aposentar. Por isso se esforçava ao máximo para fazer o atendimento ele mesmo, Salvior não possuía um pingo de empatia pelas pessoas, principalmente pelas mulheres chorosas e assustadas que sentavam a sua frente. Rapidamente percebeu que caráter também não era seu forte. Coisas estranhas aconteciam, coisas que passavam pela sua cabeça, mas que não podia de nenhuma forma provar.

Até Emma Swan. 

                Ele era um detetive Junior quando foi ver Emma Swan no hospital. A garota estava bem machucada e mesmo depois de tratada e medicada tremia como um filhotinho acuado. Ele mesmo havia recebido o kit estupro e levado ao laboratório. Era um caso simples porque a digital encontrada tinha uma combinação e o DNA também.  A menina teria a justiça merecida. Esposito havia recebido os parabéns do comandante, mas dois dias depois quando lhe apresentou o mandato de prisão lhe foi informado que tudo havia sido resolvido e que aquele caso estava encerrado. Tentou trazer o assunto à baila no dia seguinte, mas fora informado que era para ir à central de provas buscar todos os arquivos, arquivos estes que foram entregues a secretária que os destruiu. O caso não passava de tiras de papel numa máquina, lixo biológico num vaso sanitário.

Dois dias depois fora transferido de departamento com uma pequena ameaça, caso não esquecesse o assunto ele poderia esquecer a carreia policial se abrisse a boca. Ainda se lembrava da Senhora, muito parecida com esta que agora sentava na sua frente.

Seis meses depois, quando o comandante aposentou, Esposito se sentiu no direito de esquecer. Até aquele dia. Emma Swan estava ali para assombrá-lo. Seu único erro veio lhe cobrar as consequências.

                _Desculpe senhorita, mas não me recordo. É algo sobre tráfico? -  sua voz saiu um pouco mais baixo do que pretendia.

                _Não senhor. É um caso de estupro que milagrosamente sumiu dos registros da polícia depois que esse homem veio aqui. – Regina disse tentando manter a calma mostrando a foto de Gold.  

                _Lamento, mas se não há registros pode ser que o caso nem tenha chegado aqui. Não tenha sido formalmente registrado. – Regina olhava dentro dos olhos do policial avaliando suas respostas. Ela tinha estado ao lado de Cora por muito tempo para saber como uma resposta ensaiada se parecia. E as dele eram totalmente ensaiadas.

                _Essas medalhas são suas? – perguntou inocentemente e o homem piscou pela troca abrupta de assunto.

                _Sim.

                _Honra e bravura. – a morena disse mais para ela mesma – honra. Uma palavra interessante não é? – ela não esperou por uma resposta – É sua família? – Apontou para uma foto onde o comandante estava rodeado de três mulheres. Uma adulta e duas crianças. Ele somente acenou que sim. – O Senhor realmente não vai me contar o que aconteceu?

                _Eu não sei o que lhe dizer. Não conheço essa garota, não lembro desse caso, se, ele ocorreu. Mas sem registro não tem nada. – Regina recolheu seus papeis e os colocou novamente na bolsa calmamente. Ele estava certo, sem registro ela não tinha muita coisa. Era a palavra dela contra a dele.

                _Sabe senhor Esposito eu já vi muitos homens covardes agirem com bravura e merecerem essa medalha que o senhor carrega, mas eu não esperava ver aqui homens que se dizem honrados mentirem tão descaradamente. Eu vou embora. Mas saiba que essa mulher aqui está sendo processada pelo estuprador dela, homem que pagou seu comandante à época do acontecido para que esse processo sumisse. Eu vou acreditar que você não sabe de nada e espero encarecidamente que essas pessoas aqui da foto nunca tenham que subir essas escadas e dar de cara com gente feito o senhor, covardes que se escondem atrás de medalhas de honra.

                Regina não esperou por uma resposta do homem a sua frente, saiu batendo a porta com raiva, mas de queixo em pé. Ela não deixaria ninguém ver o quanto ela estava derrotada por dentro. Antes, porém de chegar ao saguão, já havia tido outra ideia.

—-**--

                Ela havia observado a mulher passar por entre as baias se dirigindo ao departamento de violência contra a mulher. Se ela não fosse muito parecida com uma outra, um tanto quanto menos assustadora, mas ainda assim muito parecida, e igualmente arrumada ela não se incomodaria com esse fato. Centenas pessoas passavam ali diariamente.

                Não fora muita surpresa logo ver a mulher de volta. Verônica largou todos os papeis em sua mesa quando viu que a mulher ao invés de descer, subiu as escadas. Seguia de longe, acompanhou a conversa dos dois. A morena não parecia nada satisfeita ao passar por Verônica sem a enxergar. Menos satisfeito ainda ficara Esposito que derrubou vários papéis de sua mesa.

                Verônica precisava ter certeza, então ela iria lá conferir com o chefe do tráfico o que aquela mulher viera fazer no departamento de polícia. Acertando a blusa por cima da calça apertada na cintura ela caminhou e nada no mundo poderia convencê-la ao contrario quando viu a cara que o detetive fazia para ela, tinha a certeza que poderia enfim fazer justiça.

—-**--

                Rebbeca mal havia esperado Robin entrar na escola para pilotar sua moto até um lugar que ela não chegava nem perto nos últimos dez anos. À medida que as casas foram ficando mais espaçadas uma das outras ela sabia que estava chegando à parte mais rica de Nova York depois do Upper East Side. Os ricaços que queriam tranquilidade e sossego procuravam essas áreas mais afastadas do centro da cidade que nunca dorme para construir seus castelos e viverem como os reis de seu próprio mundo.

                O portão de ferro preto foi a primeira coisa que ela viu. Rezava para sua mãe não estar em casa. Obviamente fora barrada na portaria, mas quando Regina chegou os portões deslizaram liberando a entrada. Ela só conseguira fazer a morena vir dois dias depois. Algo sobre delegacia e hospitais a impediram de vir antes.

                No dia que havia conversado com Emma tivera um sonho com seu pai. Ele lia uma historia na beira de sua cama. O livro grosso de capa dura pendia de suas mãos enquanto o homem a olhava carinhosamente. Ela sabia que era uma edição de colecionador de Razão e Sensibilidade que seu pai amava. Mas esse não era o ponto alto do sonho, ou o que fizera Rebbeca entrar naquela casa de novo. Seu pai, havia lhe informado com muita veemência que aquele livro continha algo de muito importante e que a filha deveria sempre se lembrar disso.

                 _Espero que você tenha realmente um bom motivo para me trazer a essa casa de novo Rebbeca. – Regina reclamou no segundo que colocou o pé dentro do hall de entrada.  

                _Larga de ser chata, acho mesmo que depois do trabalho que tive para sair daqui eu iria voltar por nada menos que algo muito importante? – Regina fez uma careta antes de perguntar novamente.

                _Tudo bem, mas o que temos que procurar aqui? -  Antes que a irmã pudesse responder um estrondo foi ouvido e as mulheres viraram assustadas para a direção do som.

                _Menina Zelena? – A senhora que deixara cair alguma coisa não identificável no chão parecia pálida como um fantasma – é você mesmo?

                _Euzinha. Em carne, osso e cabelos ruivos.

                _Meu Deus! – exclamou – Você voltou? Quer que eu arrume seu quarto? Faça alguma coisa?

                _Bata na madeira mulher. – Rebbeca cainhou até ela a abraçando. – Nós viemos aqui numa missão.

                _Há não. – ela olhou para Regina – Vocês não vão me fazer abrir o escritório novamente. – Regina já ia retrucar quando Bex a interrompeu.

                _Não temos nada com o escritório, vamos a biblioteca querida Nena. Somos duas mocinhas inofensivas, só viemos buscar um livro que tem muito apreço para nós duas.

                _Sei. E Regina, como você está? Você sumiu. Ariel veio aqui ontem e disse que não tem te visto também. Esta tudo bem filha? – Regina que havia retesado as costas ao ouvir o nome de sua ex melhor amiga suavizou sua expressão ao tentar lembrar que aquela senhora não tinha culpa das atitudes da filha.

                _Eu tenho andado ocupada Nena, mas está tudo bem.

                _Eu vou fazer um lanche...

                _Não se incomode – Regina a cortou – não vamos demorar. Vamos? – virou para Rebbeca. A ruiva assentiu dando um beijo na bochecha da mais velha e seguindo a irmã logo em seguida. - O que procuramos nessa biblioteca Bex? – perguntou amorena assim que fechou a porta.

                _Meu romance preferido.

                _Jane Austen?

                _Razão e sensibilidade mais precisamente. Aquela edição que era preferida de papai.

                _Só era a preferida dele porque era a sua preferida.

                _Ciúmes querida?

                _Que você era a preferida do papai e tem esses olhos azuis intimidadores? Jamais. – a morena disse fingindo pouco caso fazendo a irmã gargalhar alto e ganhar uma cotovelada. – Você era a preferida dele.

                _Porque eu era mais parecida com seu jeito. Mas você era o bebê do papai.

                _Cala a boca.

                _Ficou bravinha bebê do papai?

                _Vamos pegar esse livro e ir logo embora?

                _Claro bebê. – Regina revirou os olhos antes de percorrer as estantes abarrotadas de clássicos mundiais.

                A sala era bem ampla repleta de estantes de mogno. Os livros seguiam uma ordem que Regina não fora capaz de compreender. As pesadas cortinas de veludo vermelho estavam abertas deixando a luz penetrar pelos enormes vitrais que compunham a arquitetura rica, porém clássica do local. Enquanto a morena olhava as estantes por baixo, Rebbeca subia as escadas que levavam as prateleiras superiores.

                _E se o livro não estiver aqui Bex? – Rebbeca sorriu para o apelido que a irmã a chamara deixando uma pequena chama aquecer seu coração.

                _Tem que estar. Essa desarrumação toda não é à toa. Papai sabia o que estava fazendo e a importância daquele livro. Ele não queria que ninguém além de nós o achássemos.

                _Você está doida. Eu estou aqui nessa empreitada porque uma maluca sonhou coisas estranhas com livros e eu entrei nessa de cabeça. Devo estar muito desesperada mesmo. – a morena colocou mais um livro no lugar ao constatar que não era aquele que queria.

                _Você sempre foi insuportável assim ou foi aperfeiçoando ao longo dos anos? – Rebeca nem olhou para a irmã e não viu a careta indignada dela nem o esforço que ela fez para buscar as palavras para retrucar antes de falar de novo – Eu não estou doida. Eu sei que está... aqui! – Ela gritou puxando um livro de lombada antiga da prateleira com tanto entusiasmo que quase caiu da escada. Regina parou o que estava fazendo e foi ao encontro da irmã. A ruiva segurava o exemplar como se estivesse segurando um tesouro.

                _Parece um livro comum para mim. – Regina olhava para as mãos da irmã.

                _Esse elástico não pertencia a ele. – Bex se referia a um elástico já gasto que fazia volta em torno do livro, da mesma cor da capa quase invisível a olhos que não estivesses procurando com afinco.

                _Você está esperando o que para abrir? – Regina perguntou depois de alguns minutos de inquieta observação.

                _Não acho que devemos abrir aqui. Ou ficar mais tempo aqui. Já nos demoramos demais. – Bex disse e já começou a ir para a saída.

                _Você realmente acha que tem algo de importante nesse livro.

                _Você também acha. Do contrário não estaria aqui. – o olhar de Rebbeca penetrava o da irmã. Regina não tinha como discutir. – Vamos. Acho que precisaremos de uma bebida para o que vamos encontrar aqui. – mostrou o livro.

                _Se você me servir uísque de quinta categoria de novo, coloco fogo naquele bar de gosto duvidoso. – A morena disse sem hesitar ao seguir os passos da irmã mais velha.

                _Ah, aquele era para a irmã malvada que magoou minha amiga.

                _Não acredito. – Regina soltou um protesto indignado. A outra deu de ombros, mas um sorriso travesso cruzara seus lábios.

                _Eu tenho bebidas especiais para momentos que podem mudar uma vida. Ou várias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sonhos de uma noite de verão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.