Rosa dos Ventos – Draco & Hermione escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 15
Capitulo 15: E então o brilho se apagou


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal... como estão?
Então, é com esse capitulo que venho me despedir e agradecer imensamente por todo o apoio e carinho...
Muito obrigada por acompanharem!!!



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POV DRACO

— Draco... já estou indo!  – Harry apareceu na porta, estava tão distraído olhando para a foto de Hermione, que nem vi ele chegar.

— Tudo bem... como foi com ela?

— Foi difícil no começo, você estava certo, ela tinha regredido, foi tão difícil vê-la daquela maneira, nem parece mais a Hermione que conheci. Mesmo ela tentando ao máximo me afastar, fiz ela me ouvir, contei sobre Rodolfo, sobre os tios e principalmente tentei faze-la acreditar que ela não estava sozinha, nunca estaria. Espero que ela fique bem logo. Sinto tanta falta dela... Bom... preciso ir... até mais Draco.

— Ate mais... - Foi em direção a porta, mas não saiu, so virou e me disse...

— Deveria contar a ela, conte a ela o que sente. Não é porque, talvez não conheça o amor, que ele não exista dentro de você. – O encarei assustado – Não se preocupe, eu olho do mesmo jeito para Gina, como você esta olhando para a foto da Hermione. Vocês são tão iguais, que nem fazem ideia. Pense nisso. Ate mais... – e saiu

Nunca mais tive pesadelos com ela, não sei exatamente quando comecei a olha-la com outros olhos, talvez toda a preocupação que sempre senti e ainda sinto, tenha despertado algo em mim, como se eu precisasse protegê-la pelo resto da vida.

Fiquei pensando no que a minha mãe me contou, talvez Harry tivesse razão, eu preciso conversar com ela, preciso entrar no mundo dela, mesmo que seja doloroso. Não sei quanto tempo fiquei no escritório, mas quando dei por mim, já era noite e estava chovendo. Peguei a foto e o colar e subi em direção ao quarto de Hermione.

~*~

Bati na porta uma, duas, três, quatro vezes e nada, nenhuma resposta, foi então que decidi entrar. A encontrei do mesmo jeito que encontrava todas as vezes que entrava naquele quarto, estava sentada encolhida olhando a janela.

— Estava no escritório, Harry já foi embora. Ele me contou que conversaram você esta bem? – ela apenas assentiu, mas não me olhou. – depois que ele saiu, fiquei pensando em algumas coisas e nem percebi que tinha começado a chover. – nenhuma resposta. Alguns minutos depois...

— Não gosto muito de chuva, ela não me trás boas sensações. Pode parecer infantil, mas tenho medo dela.

— não é infantil, eu também tenho os meus medos.... A chuva te faz lembrar?

— Sim... – desviou o olhar para o chão.

— Preciso te fazer uma pergunta e quero que seja sincera comigo. É verdade que se fere? – ela me encarou assustada – Dobby viu você no banheiro hoje de manhã, disse que estava chorando e ficava se machucando, porque? – Eu estava serio, mas não com raiva, ou que fosse julga-la, mas preocupado – Me responde Hermione, é verdade?

— QUER SABER MESMO A VERDADE? – Ela estava com os olhos cheios de lagrimas, lutava ao máximo para não derrama-las. Havia tanta dor neles – É VERDADE, DOBBY ESTA CERTO...

Fui me aproximando dela aos poucos, eu queria ver a gravidade de seus machucados e entender o que se passava com ela. Por mais doloroso que fosse para ela, eu precisava saber o que sentia. Quando estávamos frente a frente, peguei com cuidado o seu braço e fui levantando a manga, ele estava vermelho e com marcas de arranhão. – não acha que isso, não seja nenhum pouco inteligente?... Desculpe se estou sendo invasivo, Hermione, mas eu preciso saber – Procurava passar calma para ela, tranquilidade, ela tinha que se sentir a vontade comigo, ela tinha que confiar em mim. Não me importava se ela iria gritar ou me bater, mas queria que ela colocasse para fora, tudo que a sufocava, queria que ela desabafasse. – O que foi que colocaram na sua cabeça? 

— QUER MESMO SABER DRACO? PORQUE FAÇO ISSO? – Fiquei estático, a olhando. Deixei-a gritar, pelo menos assim ela estava tendo coragem de se abrir. – PORQUE EU ME SINTO SUJA. ME MACHUCO PORQUE É HORRIVEL AINDA TER A SENSAÇÃO DAQUELES TOQUES. NÃO GOSTO DE CHUVA, PORQUE ME LEMBRO DAS TORTURAS E DELE ME TOCANDO... – Hermione agauchou no chão e desabou – É MUITO DIFICIL. TODA VEZ QUE ME OLHO NO ESPELHO, SINTO NOJO DE MIM. TODO MUNDO DIZ QUE SOU MUITO INTELIGENTE, A GAROTA MAIS INTELIGENTE DA MINHA GERAÇÃO, MAS NÃO FUI INTELIGENTE O BASTANTE PARA CONSEGUI SALVAR A MINHA FAMILIA. NÃO FUI INTELIGENTE O BASTANTE PARA RECUPERAR OS MEUS PAIS E AGORA ELES ESTÃO MORTOS, NUNCA MAIS IRÃO SABER DA MINHA EXISTENCIA E MUITO MENOS SABER O QUANTO EU SENTI FALTA DELES. NÃO FUI INTELIGENTE O BASTANTE PARA EVITAR QUE MEUS TIOS SOFRESSEM E NÃO FUI INTELIGENTE O BASTANTE PARA EVITAR QUE ELE ME TOCASSE – suspirou tentando se acalmar – Ele estava certo, eu não sou digna do amor de ninguém.

Num ato de impulso por suas palavras, fui em direção a ela e agachei para ficar na sua altura, segurei seu rosto molhado pelas lagrimas, a fazendo me olhar nos olhos – Olha pra mim, isso não é verdade. Não é, esta me ouvindo? ... Você é digna sim de todo o amor do mundo... Sabe por quê?... Porque você tem um grande coração Hermione. Você é uma boa pessoa. – Eu estava tão nervoso com tudo que ela disse. Era tão errado o que ela estava pensando dela mesma. – Sempre esteve do lado do Harry, independente de sua fama ou destino, enquanto eu so tentei me aproximar dele no inicio, por puro interesse, porque para mim era importante saberem que eu estava andando com alguém conhecido aos olhos da sociedade. Esteve do lado do Weasley pela pessoa que ele é, enquanto eu nem me dava o trabalho que conhece-lo de verdade, por sua condição financeira. Eu sempre tive inveja da amizade de vocês. Como eu queria ter tido a oportunidade de desfrutar de uma amizade verdadeira e não so jogo de interesses... como era com Crabbe e Goyle. – suspirei - Salvou dois seres inocentes de serem mortos, lembra?... Harry me contou uma vez como os salvaram. Ainda me lembro do soco que me deu. – dei uma leve risada – Sempre ajudava o Nivelle nas aulas do Snape, mesmo podendo passar por cima dele com toda a sua inteligência, como eu faria. Venceu uma guerra com honra, sem fraquejar, independente do que poderia acontecer, enquanto eu não tive a coragem de enfrentar a minha família, preferi vestir uma mascara e deixar o meu sangue correr o mais frio que eu conseguia. Tudo porque eu simplesmente não tive coragem. Tomou a decisão mais difícil, para salvar os seus pais de todo o risco que eles poderiam correr, enquanto eu nunca soube o que é me doer por alguém. Esta lutando pelos direitos dos Elfos domésticos, para trazer uma melhor qualidade de vida para eles, enquanto eu sempre os tratei mal, porque achava que eles não eram seres dignos o bastante para viver com conforto, assim como... – não consegui terminar a frase.

— Como sangues- ruins – completou sussurrando, enquanto nos olhávamos. – Assenti, sentindo os meus olhos arderem.

— Como sangues- ruins – repeti também num sussurro. Como sentia vergonha daquele termo. – Acha mesmo que não é digna de amor Hermione? – Tirei minhas mãos de seu rosto e peguei a foto a colocando no seu colo. Ela olhou para a foto um pouco confusa. -  Você continua sendo essa garota da foto e sempre vai ser. Sempre será a sabe-tudo, a mandona, a certinha, a pessoa que tem o sorriso mais sincero e lindo que eu poderia conhecer. Você se tornou uma mulher maravilhosa. Quero que lute por ela, Hermione, do mesmo jeito que estou tentando lutar por você.

—  Porque se importa tanto comigo? – seus olhos transmitiam um pouco de confusão e surpresa por tudo o que eu disse. Respirei fundo, adquirindo pela primeira vez toda a coragem que existia dentro de mim e finalmente coloquei para fora o que estava escondido por tanto tempo...

— Porque eu te amo Hermione. Eu te amo. – parecia que eu tinha perdido o ar – Nunca soube exatamente como funcionava esse tipo de sentimento. Por muito tempo acreditei, que se eu o tivesse dentro de mim, so a minha mãe poderia recebê-lo. Muitas vezes a encontrava chorando depois de uma briga com o meu pai e eu lhe perguntava por que ela ainda continuava do lado dele... Ela apenas dizia que o amava, eu achava aquilo tão estranho. Mas uma noite, tive um pesadelo com você, foi aquele que te contei no Ministério – ela assentiu – mas não foi so naquele dia... esteve nos meus pesadelos todas as noites, o ultimo foi no dia em que te resgatei, por isso te pedi desculpas por ter demorado. Foi então que me dei conta do que sentia. Descobrir finalmente o que tanto a minha mãe sentia pelo meu pai.  A angustia por não saber se ele voltaria vivo depois de uma reunião com Voldemort, o medo de nunca mais sentir os abraços dele, por mais frio que ele fosse, ela não queria perde-lo independente de quem ele fosse. Não faz ideia de como me sinto quando se fecha para mundo Hermione, tenho medo de te perder... eu preciso da sua força, porque eu também sei o que é conviver com fantasmas. 

Então, ela me beijou. Seu beijo era delicado e salgado devido as lagrimas. De inicio estava na duvida se deveria corresponder ou não, porque não sabia se aquele beijo era por impulso por causa da sua vulnerabilidade, estava tão surpreso, mas correspondi. Correspondi transmitindo o máximo de carinho e cuidado que eu conseguia. A puxei para mais perto de mim, sem interrompe- lo, a segurava pela cintura, envolvendo-a em meus braços, enquanto ela acariciava meus cabelos. Como eu desejava senti-la daquela maneira. Não existia mais ninguém, ninguém importava naquele momento.

— Draco... – Me chamou baixinho interrompendo o beijo.

— Oi... – respondi na mesma intensidade. – Esta tudo bem? – passei a mão no seu rosto para limpar as lagrimar que ainda insistiam em cair – ela balançou a cabeça negando – Desculpa, eu não devia ter correspondido...

— Não é isso... – a olhei confuso – me faça sua? – não tive reação, apenas fiquei olhando em seus olhos, para ter a certeza de que aquele pedido era real. – Por favor...

— não é que eu não queira Hermione... – suspirei – eu quero e quero muito, mas não quero fazer algo que possa se arrepender depois, não quero cogitar a possibilidade de achar que eu possa estar me aproveitando do seu momento de fragilidade. Eu te amo muito para correr o risco de você não querer mais olha para a minha cara amanhã.

 - Isso não vai acontecer.

— Como pode ter certeza Hermione?

— Sabe... Algumas noites em que não conseguia dormir passava horas cogitando uma maneira de tirar a minha vida. – a olhei incrédulo – Pensava em mil possibilidades que fossem menos dolorosas, mas no fundo, por mais irônico que fosse, eu não tinha coragem. Alguma coisa me impedia e eu não estava conseguindo compreender o que era. As palavras do Lestrange martelavam na minha cabeça a todo instante. – suspirou – Para ele, eu não tinha mais ninguém e que nunca um homem iria me amar por eu ter permitido que ele me tocasse. Eu não passava de uma vadia – dava para perceber o nos em sua garganta – Era sufocante. – lhe dei um beijo na testa e depois em seus lábios, como uma forma de conforto. Como eu queria ter mata-lo quando tive a oportunidade. – Agora eu entendo, porque eu não conseguia, não tinha coragem, porque na verdade ele estava errado. Como o Harry me disse, eu ainda tenho uma família, uma grande família que estão me esperando de braços abertos – eu concordei com a cabeça – e agora tenho você, a pessoa que mais me surpreendeu, por tudo de ruim que viveu. Eu sempre acreditei que no fundo você era uma boa pessoa, Draco. – Acariciou o meu rosto. – não sei exatamente tudo o que passa dentro de você, mas eu quero descobrir, mas pra isso, eu preciso me sentir viva de novo. Eu quero lutar pela Hermione da foto, quero voltar a ser apenas a Hermione, como você diz, a sabe- tudo, a mandona, a certinha – sorriu secando as lagrimas – Estou te pedindo, Draco, estou de pedindo para voltar a viver. Não tenha medo, porque eu não vou ter a coragem de virar a cara para o homem que esta me trazendo de volta a vida.  

Foi a minha vez de beija-la. A beijei com tanta intensidade, com tanto carinho. Levantei do chão com ela em meus braços a guiando até a cama, não interrompi o nosso beijo uma vez se quer. Assim que a coloquei na cama, desci o beijo para o seu pescoço, enquanto ela puxava levemente os meus cabelos e acariciava a minha nuca.

Fui levantando devagar a sua blusa, assim que a tirei por completo, fique um tempo, admirando aquela mulher, ela era tão linda.

— Eu também tenho medo de chuva – confessei sussurrando no seu ouvido

— Obrigada por me contar, alias obrigada por tudo. Vamos deixar que a chuva leve todas as magoas que há dentro de nos, dando espaço apenas para as coisas boas, como por exemplo, esse momento. – sussurrou, acariciando o meu rosto. Entre beijos e caricias nos entregamos um ou outro naquela noite chuvosa.

~*~

Na manhã seguinte, acordei com o sol batendo no meu rosto, assim que abrir os olhos,  a primeira coisa que vi, com muita dificuldade, foram os grandes olhos amarelos do Bichento me encarando em cima do criado mudo. Me perguntei porque não podiam ser os olhos da Hermione. Ao olhar para o lado a vi dormindo, senti a felicidade me invadir como nunca. Eu me sentia completo, leve, como se todos os meus medos e fantasmas não existissem mais dentro de mim. Foi ai que olhei a Rosa dos Ventos em cima do criado mudo do outro lado da cama. O seu brilho tinha finalmente se apagado.

Durante anos, vinha buscando pelo meu próprio perdão, busquei de todas as formas me redimir por tudo que causei antes e durante a guerra, mas de alguma maneira, nunca achava que era o bastante. Era tanto remorso dentro de mim. – Com cuidado para não acordar Hermione, peguei o colar e fiquei olhando. - e tudo se encaixou.

A Rosa esteve me guiando todo esse tempo até Hermione, porque ela era a única pessoa que podia me salvar, me salvar da pessoa que eu fui. O preconceituoso, por achar que eu estava acima de todos por ser um sangue puro e um Malfoy. Da pessoa  fria, que não estava nem ai para o que os outros sentiam ou pensavam. Do radical, por acreditar cegamente nos ideias de Voldemort, mesmo que no fundo eu sentisse medo. E do assassino... - comecei a chorar baixinho, segurando o colar com toda a força que eu tinha. – Ela era a única pessoa que representava por inteiro tudo o que aprendi a odiar. No entanto, somos mais iguais do que poderíamos imaginar. Carregamos marcas tão profundas em nossos braços e dentro de nos.

— Muito obrigado meu amor – falei baixo, beijando a sua cabeça. Eu ainda chorava.

— Hey... Bom dia!! – Disse despertando – esta tudo bem? – perguntou quando viu que eu estava chorando – Porque esta chorando, o que aconteceu? Que colar é esse? – perguntou quando olhou para a minha mão.

— Esta tudo bem... Só estou feliz. – Dei um sorriso, a puxando para ficar mais próximo de mim.

— O que aconteceu Draco? – Passou a mão no meu rosto para secar as minhas lagrimas.

— Esse colar me trouxe algo que eu tanto desejava.

— E o que era? – Tinha um olhar curioso, mas ao mesmo tempo preocupado.

— Uma segunda chance. Eu consegui finalmente me perdoar Hermione. – Ela sorrio, era o mesmo sorriso da foto, aquele sorriso lindo e sincero. Foi então que percebi não foi so ela que voltou a viver naquela noite, eu também. 


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Notas finais do capítulo

Não sei se vocês esperavam que a fic fosse mais longa, mas não via outro jeito de termina-la a não ser esse. Não sei se chegou a perfeição como eu tanto almejava, mas estou satisfeita com o resultado. (=
Espero que gostem e não esqueçam de comentar, hien?? amo ver os comentários de vocês!!!!
Eu so tenho a agradecer, por todo o carinho e apoio que tive de todos. Sempre desejei escrever uma historia que pudesse de certa forma, tocar alguém. Por mais simples que ela seja, espero de coração que eu tenha conseguido kkkk
Beijão a todos e muito obrigada mais uma vez S2



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