O tempo foi passando e eu sabia que estava cada vez mais próximo o dia da verdade. De encontrar meus pais. E ajeitar as confusões que criei.

Edward já havia marcado um jantar com eles. Mal sabiam eles, a surpresa que teriam. Para meus pais eu contaria toda a verdade e encararia de frente a situação. Para a polícia e demais cidadãos, havíamos inventado uma história plausível, que não nos metesse em confusão.

Iria dizer que eu não me recordava do acidente e que uma senhora havia me acolhido e eu passei a viver onde vivo. A casa pertencia a uma viúva, sem família, que já faleceu. Ela era a pessoa que me acolheu e me deu um lar. Edward me encontrou em uma de suas andanças e desde lá vem me contando sobre minha família. E que eu aceitei vê-los após recuperar a memória. Nesse processo acabamos nós apaixonando. E como a casa onde estamos realmente pertencia a uma viúva e na escola onde leciono, não me apresentei por meu nome, ninguém por aqui sabe que me chamo Isabella. Todos me conhecem por Sophia, ou como as crianças dizem, Sophi.

Eu estava a cada dia mais nervosa. Pois eu sabia que teria que encarar tudo isso de frente e agora tinha noção do estrago que havia causado. Finalmente eu começara a entender o quão paciente e compreensivo ele fora comigo. Que eu tinha muita sorte por ele me amar como me amava.

O jantar seria na semana que vem e eu ainda não sabia como iria contar tudo e me explicar. Eu queria entrar lado a lado com Edward e já encarar minha família de frente. Ele já achava que era melhor ele entrar primeiro e depois eu aparecer, para pelo menos preparar o terreno com meus pais, para que nenhum deles passasse mal. Achava que ele poderia ter razão, mas ansiosa como eu estava já queria acabar com isso de uma vez. Eu sei que para quem fugiu eu estava sendo muito apressada. Eu estava muito inquieta e naquele momento tudo que eu queria era acabar logo com essa tortura. Desatar esse nó. Edward como sempre tinha razão. Nada como estar com o passado limpo sem pedras e amarras para poder ser feliz plenamente. E eu queria muito ser feliz plenamente. E eu iria ser.

Com todas essas pendencias resolvidas eu iria também poder conhecer a família dele. Sei que estava sendo muito difícil não poder contar ao seu pais, sabia que eles eram muito unidos. Mais esse fardo que deixei nas costas deles. Porém agora as coisas seriam diferentes, e aos poucos tudo vai ficar nos conformes, como deveria ter sido desde o início. Eu também estava curiosa para conhecer sua família, mas principalmente minha sogra. Edward amava a mãe e falava tantas coisas e aprendizados que teve com ela que eu já estava ansiosa para conhecer. Fora que dizem que os pães deles são os melhores. Então comer a comida deles, é algo que eu também queria experimentar. E agora que eu cozinho, poderia até aprender algumas receitas com eles.

Posso estar sendo muito otimista, mas quando a gente está apaixonada e no meu caso, muito apaixonada, enxergamos o mundo em cor de rosa. Não consigo visualizar a possibilidade de não dar certo. Então tenho a confiança no fundo do peito que as coisas vão se ajeitar. Talvez aja alguns tropeços, mas que tudo irá ficar bem. E pensar assim me deixa um pouco mais em paz, mesmo eu estando ansiosa. É meio difícil de explicar esse sentimento. Eu sei que tudo vai dar certo e ficar bem, mas ao mesmo tempo estou um pouco nervosa e ansiosa, pelos acontecimentos. Meu estômago chega a ser revirar em alguns momentos, mas ainda assim, sei que no final tu vai acabar bem. Posso parecer meia doida, mas é assim que me sinto nesse momento.

Assim o tempo vai passando e minha cabeça parece que vai entrar em curto circuito. Mas acho que vou acabar seguindo a ideia dele e deixar ele dar uma acalmada nos meus pais e aí eu aparecer em cena. Vai ser triste, mas ao mesmo tempo emocionante.