Os Trinta Colares de Pedra escrita por Claraneko


Capítulo 12
Kidokawa Seishuu - Parte 2




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— Com uma condição - Kishibe fala olhando para os dois jogadores da Raimon. - Me contem tudo o que sabem sobre esse colar - era justo. Desde o dia anterior queria saber sobre o misterioso colar.

Minamisawa parecia impaciente em dar explicações. Ele mesmo só sabia fazia poucas horas. Mas Shindou conhecia e confiava em Kishibe e começou a contar-lhe tudo.

— Enquanto isso pode ter alguém precisando do poder do meu colar!!! - Minamisawa murmurou, contrariado. Antes de receber a ligação de Shindou andava muito ocupado procurando um namorado pelos arredores da Gassan Kunimitsu. Bufou e saiu de fininho dali, a procura de algum lugar onde de fato tivesse ação. Pensou em ir à Hakuren, lá devia estar divertido.

~~

— Mas o que esse colar faz? - Yoshihiko fala com curiosidade, sem dar bola para o irmão irritante ao seu lado.

— Bem, ele… faz você poder controlar um elemento - Mitsuyoshi disse enquanto se abaixava para ficar a altura do pequeno. Incerto se deveria ou não explicar o que o colar podia fazer, pois, pelo o que constava no pergaminho do velho, Taki Yoshihiko possuía um colar com um elemento muito destrutivo. E se acabasse criando um monstro? Não, pensou de novo, o pequeno parecia ser uma boa pessoa, se lembrou de quando o viu pela televisão se opondo ao futebol do quinto setor, era um menino corajoso. Só esperava que ele entendesse.

— Sério? Posso tentar? - ele exclamou.

— Não - Mitsuyoshi se alarmou, sem perceber que aumentara a voz e assustando o outro. - Pode ser perigoso - falou se acalmando.

— Pode é… - Yoshihiko parecia tentar compreender ainda o que estava acontecendo.

— Papo furado - Sousuke se meteu, puxando o irmão e o afastando do outro garoto. - Não o reconhece? É um seed da Mannouzaka. Vai ver que é mais um plano terríveis deles para acabar com o futebol.

Yoshihiko arregala os olhos, assustado, e se afasta mais ainda do garoto de cabelos violeta.

—  É verdade? - o pequeno pergunta.

Mitsuyoshi suspira e olha torto para Sousuke, que retribui o olhar. Outro dia ele estava perseguindo o irmão por causa de um bolinho e agora de repente o reconhece? Vai ver que no outro dia ele estava de cabeça nas nuvens por causa de quem fez o doce. Entendeu. Se volta para o pequeno, tinha que voltar a missão.

— Não, não é. Só preciso que me dê o colar, sei de onde ele vem. Acredite, ele pode trazer problemas.

Yoshihiko o encara, sem saber o que falar. Mitsuyoshi torcia mentalmente para o pequeno não cair na ladainha do irmão mais velho.

— Você é o problema - Sousuke toma a palavra, aproveitando o silêncio do irmão. - Você e o seu time de encrenqueiros. Dê logo o fora da nossa escola, Mannouzaka.

Mitsuyoshi se levanta.

— Você não tem direito…

— De falar sobre seu time? - Zombou Sousuke, com as mãos na cintura. - Todos sabem o mal que já fizeram. Machucaram um monte de gente. E ainda trapaceiam. Ao menos a gente joga limpo.

— Você não tem direito de falar sobre mim - Grita Mitsuyoshi, exaltado, já esquecendo da sua missão de pegar o colar. Hoje mais cedo, quando viu que os três portadores de colares estavam se separando, os cinco membros da equipe resolveram se separar. Mitsuyoshi se ofereceu para ir sozinho e Shindou consentiu. Apesar de tudo o que passara, Mitsuyoshi ainda se envergonhava de seu passado junto ao time, por isso viu que não conseguiria lutar lado a lado com a Raimon. E agora novamente essa ferida estava sendo tocada. Custava a sarar. Por um momento havia achado que já tinha passado, e agora  o atacante da Kidokawa Seishuu lembrava-o do que queria esquecer. - Você não me conhece.

— Deus me livre. Conhecer vocês, não quero morrer ainda - Sousuke continuou, rindo da situação. Porém, logo sua expressão mudou. - Repito, saia da nossa escola. Lixo, vai acabar sujando-a  - falou friamente.

Mitsuyoshi deu um passo para trás, desconcertado.

— Sousuke - Yoshihiko puxou a camisa do irmão, percebendo que esse já estava passando dos limites. O pequeno sabia que o irmão detestava os Mannouzakas por causa da rivalidade dos dois capitões. Kishibe não se dava bem com Isozaki. Mas isso não era razão para descontar nos outros integrantes do time. Mas o Taki mais velho o ignorou, concentrado em importunar o garoto menor.

— Não te devo satisfações, - Mitsuyoshi resolveu contra atacar. - que eu me lembre, você também estava do lado do quinto setor, tanto que se virou contra seu time - arregalou os olhos, perplexo, ao perceber que fizera o mesmo para com seu time.

Sousuke continuou atacando com palavras enquanto Mitsuyoshi parara de se mover, só escutava. Abaixou a cabeça, voltando sua atenção para si, sabia que as palavras do maior não eram verdade, ao menos não mais, então... por que se sentia tão mal? Não conseguiu responder, preferiu calar-se, por que soube que se falasse, poderia chorar, e nunca chorava na frente dos outros, definitivamente não choraria.

Yoshihiko tentava inutilmente convencer o irmão para irem embora, até o maior empurrar o pequeno para trás. Yoshihiko irritou-se. Viu que o Mannouzaka não parecia estar muito bem, os cabelos lilases escondiam sombriamente os olhos e o seu corpo parecia estar tremendo. Seria raiva? Tristeza? Não, lembrava-se que o irmão também tinha ficado assim no jogo contra a Raimon. Era culpa, reconheceu. Yoshihiko decidiu agir.

— CHEGA IRMÃO - gritou, pondo-se entre os dois atacantes. - Chega de machucar as pessoas. Isso não é legal.

Sousuke e Mitsuyoshi imediatamente se afastaram do pequeno, percebendo algo diferente e… perigoso.

— Yoshihiko, o que você tem? - Sousuke perguntou, assustado.

— Não toque em nada - Disse Mitsuyoshi, receoso do que pudesse acontecer.

— O que? - Yoshihiko mirou as próprias mãos, perplexo. Delas saíam tipo de pó negro que giravam em círculos pelo seu punho.

“A corrosão é um elemento formado por terra e trevas, como ele mesmo diz: corrói e destrói tudo o que toca” Havia dito Aoi no dia anterior.

Yoshihiko se aproximou de uma árvore , sua mão a tocou e ela imediatamente começou a envelhecer de forma anormal. Yoshihiko pulou de susto.

— Tire o colar - Mitsuyoshi disse, recriminando-se por ter começado a discutir com o atacante ao invés de concentrar-se na missão. Agora era tarde demais, não podia se aproximar do pequeno.

Yoshihiko não pareceu entender o que devia fazer. Não conseguia controlar o elemento que começou a se espalhar livremente pelo corpo, corroindo o que queria em volta dele: plantas, grama, terra... Yoshihiko correu, temeroso em machucá-los. Os dois o seguiram, deixando de lado as diferenças de outrora.

Nessa corrida angustiante, os três passaram por Shindou e Kishibe que conversavam. Mitsuyoshi foi até eles, chegou sem fôlego e apoiou-se nos joelhos.

— O el… elemento dele… está des… descontrolado - falou com dificuldade, enquanto a respiração voltava ao seu normal. - Sinto muito, Shindou, não consegui impedir.

— Tudo bem, isso acontece - Shindou colocou a mão no ombro do menor, confortando-o. - Entende agora, Kishibe? - virou-se para o outro. - As pedras precisam ser recolhidas, esse poder não pode ficar na mão de pessoas normais.

Kishibe respirou fundo, pensativo, enfim suspirou.

— Entendi, Shindou. O colar de fogo negro que carrego também é muito perigoso. Não há coisa boa a fazer com isso. Concordo em devolvê-lo assim que salvar meu colega.

Shindou sorriu para o amigo e em seguida avaliou a situação do garoto com o elemento corrosão. Ele havia parado de correr, mas estava assustado, não podiam chegar perto. Os três se aproximaram do pequeno, permanecendo em uma distância segura.

— Sousuke, se afaste dele - Kishibe ordenou, ao ver que o outro estava perto demais.

— Mas… - Sousuke quis intervir, afinal era o seu irmão, mas o olhar de seu capitão o fez mudar de ideia, não conseguia contrariá-lo. Afastou-se lentamente do pequeno.

— Tente controlar, Yoshihiko - Kishibe ordenou.

— Não consigo - o pequeno falou assustado, olhando suas mãos.

— Tire o colar - Shindou deu um passo à frente.

Yoshihiko ouviu dessa vez e tentou fazer o que o outro pediu, mas ao levantar as mãos para tirar o colar, uma rajada negra foi na direção de Sousuke que se esquivou por pouco.

— Eiii - o Taki mais velho bufou.

— Desculpa - Yoshihiko falou. Seu elemento agiu por conta própria novamente e disparou para direções aleatórias, fazendo os jogadores se esquivarem sem parar, para não serem acertados pelo elemento corrosão.

Mitsuyoshi se vê encurralado quando duas rajadas vem ao mesmo tempo em sua direção. Escapou facilmente da primeira, mas a segunda raspou em seu ombro esquerdo. Como estava mais afastado, os outros três não perceberam.

— TIRE ESSE MALDITO COLAR AGORA - Sousuke gritou, furioso. Yoshihiko estremeceu e imediatamente fez o ordenado, como se um choque o fizesse colocar a cabeça no lugar. Tirou o colar e o jogou longe e só aí pode respirar aliviado novamente.

Shindou foi até o colar que caíra no chão e o pegou. Kishibe foi até ele para entregar o seu, sabendo que seu elemento de fogo negro poderia igualmente trazer destruição.

— Obrigado por entender - Shindou agradeceu e Kishibe acenou com a cabeça.

Um grito distante se fez ouvir.

— Kariya - Shindou reconheceu a voz e começou a correr na direção do grito, acompanhado por Kishibe.

— Veio do campo de futebol que estávamos treinando - Kishibe lembrou.

— Mitsuyoshi - Yoshihiko chamou, meio acanhado. O garoto de cabelos roxos o olhou curioso. - Meu irmão tem algo pra te falar.

Sousuke franziu o cenho.

— O que? Eu não tenho nada… - Sousuke começou a falar grosso e logo recebeu um olhar repreendedor do irmão mais novo. - Não tenho nada a dizer. Ponto - se recusa a ceder e cruza os braços. Até receber o sorriso magoado se um doce Mitsuyoshi, muito diferente daqueles que havia visto na televisão na Holy Road. Sousuke engoliu seco, percebendo a burrada que tinha feito ao menor. - Tá… tá bom. Me desculpa. Eu… não devia ter falado aquelas coisas.

— Você não estava totalmente errado - Mitsuyoshi fita o chão por um momento, mas logo ergue o olhar e fala com firmeza. - Fiz coisas horríveis. Mas estou tentando mudar, é sério - nessa última frase, olhou para ele com uma convicção que surpreendeu os dois Taki. Mitsuyoshi dá as costas a eles e segue Shindou e Kishibe na direção do grito.

— Nesse momento - Sousuke fala para o irmão quando começaram a correr também. - Ele pareceu até o Tenma falando. Engraçado.

Yoshihiko confirma com um aceno de cabeça, pensando o mesmo.

Quando chegaram no lugar dos gritos se depararam com uma cena perigosa: Hyoudou e Kariya cercados por cacos de vidro pontiagudos, controlados por um desestabilizado garoto de cabelos prateados.

— Izumi - gritou Kishibe.

Mitsuyoshi arquejou, sentindo arder o ferimento que um dos golpes da corrosão de Yoshihiko fizera em seu ombro.


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Notas finais do capítulo

* Hyoudou é o goleiro da Gassan Kunimitsu, golega do Minamisawa.
Ai, ai. É nessas horas que me pergunto: Por que raios eu fui fazer 30 colares de pedra? Por que não 15 ou 10? Já que tá assim, fazer o que, né? As vezes vai sair um pouco do casal principal MitsuIso, mas a parte principal deles vai ser lá no final :)



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