A matadora de dragões escrita por Ayrthwil


Capítulo 1
O retorno do Dragonborn


Notas iniciais do capítulo

Olá. Essa é a minha primeira fanfic, espero que gostem. Não esqueçam de opinar sobre o que acharam. O universo de skyrim teve algumas modificações para se encaixar melhor com a história, ele será apresentado com o tempo.



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Não podia reclamar realmente da minha vida. Estava em uma universidade razoável, tinha uma família compreensiva e podia passar meu tempo livre me divertindo com jogos entre outras coisas. Meu quarto como sempre estava uma zona, roupas espalhadas pelo chão do quarto, além de móveis entupidos de porcarias e adivinha, mais roupas. Haviam alguns livros dispostos em minha estante, livros dos quais eu não me lembrava mais das histórias, outros não havia tido tempo sequer para fazer uma leitura devido ao cansaço que a faculdade me causava. Era difícil entrar nesta fase de vida "quase" adulta, é assustador saber que tenho tantas responsabilidades. Mas é claro, não se deve reclamar do que tem, já que aqueles que reclamam costumam receber uma visita da "desgraça".

Fazia os últimos resumos para minha prova de toxicologia, sonhava em me tornar especialista em venenos e quem sabe trabalhar na área forense. A matéria estava difícil e já havia passado de minha hora de dormir, teria que compensar o sono perdido com muito café e energéticos para manter-me acordada durante as aulas e o estágio. Conversava com minha amiga Dana enquanto tentava revisar alguns compostos importantes. "Detesto essa professora, ela acha que só temos que estudar para as provas dela!" Enviei rapidamente para Dana. "Totalmente." Concordou ela. Suspirei. Estava em um estado que não conseguiria mais absorver nada. Levantei de minha mesinha de estudos e me despedi de Dana.  –Se eu dormir agora, devo conseguir descansar por mais três horas. – Deixei que minha própria voz quebrasse o silêncio enquanto me ajeitava na cama para dormir.

Ajeitei meu despertador para que tocasse cinco e meia da manha. Como morava longe da faculdade, precisava acordar bem cedo para conseguir chegar a tempo. O transporte público em minha cidade não era assim tão bom quanto eu desejava. Fechei meus olhos e logo adormeci tranquilamente.

...

Meus sonhos estavam bastante agitados, e o clarão que vez ou outra parecia atingir meus olhos não facilitavam meu descanso. Acabei por abrir os olhos e dar de cara com o despertador, me informando que ainda faltavam aproximadamente cinquenta minutos para que eu tivesse que levantar. Tampei meu rosto com o travesseiro resmungando pelo infeliz azar de despertar tão próximo a hora que precisava acordar. O clarão em meu quarto ainda me incomodava. Parecia uma luz que piscava a todo o momento. Sentei em minha cama e bocejei antes de olhar em direção a janela. O clarão não parecia vir de lá, e sim do banheiro. Provavelmente eu havia deixado a luz acessa e ela estava começando a queimar, ou algum prédio vizinho estava dando uma festa e a luz estava entrando justamente para lá.

No intuito de fechar a porta, me levantei pesadamente e segui até a porta, vendo que a luz que estava me incomodando antes, não estava vindo de lá. –Ué? – Cocei a cabeça na dúvida. Eu devia estar enlouquecendo e não sabia. Aproveitei para lavar o rosto e me olhar no espelho alguns segundos. –Parece até que estou doente. – Mordi o lábio inferior. Meus olhos estavam fundos e cansados. Minha pele que já era branca, parecia estar ainda mais pálida. E meus cabelos vermelhos pareciam desgrenhados demais até para mim. –Preciso dormir. – Afirmei para o espelho. Enxuguei o rosto e me virei em direção ao meu quarto para voltar a dormir.

Ao presenciar o que havia no meu quarto, senti uma mistura esquisita de desespero e curiosidade. A luz que outrora havia me acordado não vinha de prédios ao meu redor, mas sim do meu quarto. Uma luz estranha estava próxima a minha cama brilhando para mim. –Mas que porr.... – Pisquei várias vezes tentando entender o que acontecia. –Eu devo estar realmente muito cansada, ou sonhando. – Mantive meus olhos na luz que piscava cada vez mais rápido. Me aproximei com cuidado da mesma a fim de abrir a porta do meu quarto e sair correndo. Quanto mais próxima eu ficava, mais intensa e brilhante ela parecia ficar. Estiquei minha mão em direção a maçaneta quando senti um puxão no umbigo e então tudo começou a girar. Gritei pedindo socorro para minha mãe ou qualquer um que pudesse me ouvir, mas eu estava longe, bem longe, caindo em uma imensidão de vazio e cores brilhantes.

O frio na barriga era real. Enquanto sentia a sensação de queda por uma imensidão indistinta de coisas, rezava para acordar em minha cama. Aquilo estava ficando assustador demais para continuar de olhos abertos. Devo ter ficado de olhos fechados por um bom tempo, pois só tornei a abri-los quando alguém me cutucou. –Você está bem? – A voz me dizia parecendo tão assustada quanto eu. Antes de responde-la eu olhei ao redor ficando claramente surpresa com o que estava vendo. –Isso é pegadinha né? – Perguntei atônita ao perceber onde me encontrava. Sentada em uma espécie de carroça com outras pessoas tão preocupadas quanto eu, notei estranhamente a familiaridade das coisas. –Porque diabos esse lugar parece Skyrim? – Perguntei para o dono da voz que parecia ser o único com capacidade para falar algo.

—Queria saber te responder, mas estou tão confuso quanto você. – O vi suspirar. –Eu fui abduzido por uma espécie de luz e agora eu estou em um maldito jogo. – Dava pra ver que o pessoal da carroça estava surtando assim como eu. Virei para o garoto que havia se intrometido na conversa. –Achei que eu estivesse sonhando quando essa luz apareceu no meu quarto, eu só quero saber o que inferno está acontecendo aqui. – Comecei a fazer respirações profundas para tentar me acalmar. –Silêncio ai atrás! – Ouvi um dos imperiais gritar conosco. –Existe alguma possibilidade de todos nós estarmos sonhando? – Perguntei baixinho. Eles negaram com a cabeça. Se aquele lugar era realmente Skyrim, eu provavelmente estava perdida, pois estávamos sendo levados justamente para o carrasco. Engoli em seco e olhei para trás. Notei que haviam mais carroças do que o normal e ambos possuíam pessoas tão confusas quanto as que estavam ali comigo.

Tudo que queria era acordar. Com as mãos presas, tentei me beliscar, mas por mais que doesse, eu não conseguia despertar. –Eu não quero morrer aqui! – Senti lágrimas encherem meus olhos. Ninguém fez nada, nem mesmo disse. Todos pareciam estar em um estado de panico já que sabiam exatamente para onde iriamos quando chegássemos a Helgan. –Inferno. – Falei nervosa ao avistar a entrada da cidade. Minha respiração estava irregular quando a carroça estacionou e o imperial pediu para que descêssemos. Ficamos todos em silencio ao meio de uma multidão aparentemente tão confusa quanto eu. Todos em fila indiana sendo chamadas um a um. Mesmo aqueles que não haviam cometido delitos algum, como eu seriam enviados para o carrasco. Presenciei a mesma cena do ladrão de cavalos sendo assassinado ao tentar fugir. Tentei não olhar, tudo aquilo realmente parecia real, meu sonho estava chegando a pontos que eu realmente não esperava ser capaz.

Sussurros eram feitos atrás de mim e ao meu lado, pessoas perguntando o que estava acontecendo enquanto outras diziam não querer morrer. Até mesmo Ulfric se fazia presente no meio de toda aquela gente desconhecida. Hadvar chamou meu nome, ou melhor, o nome que eu costumava usar em jogos, Vênus. Sem muito o que fazer, andei até ele, deixando-o confuso por ter que me mandar morrer sem cometer sequer um crime. –Eu não sei o que está acontecendo. – Falei para ele na esperança de que algo mudasse, ou que eu acordasse. Mas ele apenas disse que devolveria o que sobrasse de mim para Valenwood. A fila demorou mais que o normal para terminar, já que muitas pessoas "novas" estavam ali.

Olhei para os lados em meio a mais e mais sussurros de panico das pessoas que estavam ali comigo. Pensei na faculdade, na prova que eu nunca faria se aquilo fosse realmente real. Pensei na minha família e em como eu queria fazer outras milhares de coisas, mas que provavelmente não faria se aquilo fosse real. Mas como um jogo poderia ser real? Eu queria profundamente que se tratasse apenas de um sonho coletivo. Vi o primeiro stormcloak ser mandado para o carrasco e ter sua cabeça arrancada fora e senti uma pontada terrível em meu coração. Eu era jovem demais para morrer, mas sabia que se tentasse fugir, os arqueiros acabariam comigo. –Eu... Eu não fiz nada de errado, por favor, eu não quero morrer. – Pedi desesperada, mas tudo que ganhei foi um belo empurrão direto para o chão.

Prendi a respiração várias vezes ao ver o carrasco preparar seu machado. "O que acontece agora? O que vai acontecer?" Era o que se passava em minha mente naquele momento. Não conseguia me lembrar do que acontecia realmente no jogo, quantas pessoas morriam antes do dragão? Será que teria um dragão? Olhei para os céus esperando ver qualquer coisa. Eu podia escutar pessoas chorando e tão desesperadas quanto eu. Fechei os olhos esperando sentir a machadada, se é que alguém sente isso quando morre. O silêncio se instalou no lugar até que o chão tremeu. Abri os olhos bem a tempo de ver Alduin sobrevoar os céus bem próximo de onde estávamos e em seguida ouvi os arqueiros gritarem "dragão". Com um tremor, o carrasco perdeu o equilibro e eu bati de cara no chão conseguindo ver Alduin por apenas mais alguns segundos até ouvir uma voz me chamar. Eu não o conhecia, mas ele parecia querer me tirar dali o quanto antes. –Vem, precisamos fugir de Helgan. – A voz do garoto entrou em meus ouvidos de maneira confusa. Me sentia tonta e incapaz de entender muito do que acontecia, provavelmente por culpa da cabeçada que havia dado no chão.

O olhei ainda sem foco e ele pareceu entender o que estava acontecendo. Senti seus braços me erguerem do chão e me ajudarem a chegar na torre mais próxima. Coloquei a mão na cabeça ao sentir um líquido viscoso escorrer de minha testa. A pancada havia me rendido um corte aparentemente superficial. –Hey! Garota, olha pra mim. – Ele segurou meu rosto fazendo com que eu fosse obrigada a olha-lo. Pisquei algumas vezes até que a imagem de seu rosto estivesse relativamente focada. –Precisamos sair daqui, Helgan vai ser destruída em breve. – Sua voz ainda se fazia meio confusa, mas eu concordei com ele. –Eu estou meio tonta, desculpa. – Falei como uma retardada. Ele já parecia ter percebido isso, mas mesmo assim me puxou até as escadarias que nos levariam para uma enorme rachadura feita pelo dragão. –Temos que pular, você se lembra, né? – Assenti a sua pergunta. –Você primeiro. – Não pude deixar de engolir em seco, O que aconteceria se eu caísse no chão ao invés da casa destruída? Seria o meu fim? –Estamos ficando sem tempo. – Ele me apressou. Respirei fundo e engoli em seco, tomei distancia e saltei.

Me estabaquei no chão da casa, mas ao menos havia conseguido cair no lugar certo. Ele veio logo depois de mim, junto com mais algumas pessoas. Descemos para o primeiro andar da casa destruída e por fim chegamos ao chão. Corremos mais um pouco perto de corpos queimados e casas destruídas até alcançarmos Hadvar, o NPC de início que era responsável por uma das fugas de Helgan, mas com a quantidade de pessoas que havia por lá, não saberia dizer como funcionaria o esquema de saídas. Hadvar falou conosco por um tempo, em meio a rasantes que o dragão fazia mas foi capaz de nos levar até a porta que daria acesso ao nosso "primeiro" calabouço. Ali era considerado uma zona segura, ao menos contra o dragão. –Vem, vou cuidar do seu sangramento. – O garoto que havia me ajudado a chegar até ali me puxou. Com alguns panos encontrados nas camas daquela primeira parte da masmorra, ele conseguiu estancar o sangramento da minha testa, que por sinal, doía muito.

Aquele lugar se parecia muito com um quartel da guarda, e talvez realmente fosse um, mas nunca havia prestado atenção o suficiente para saber disso. Hadvar estava dando instruções pra nós dois. –Eu sou o Stark. – Minha atenção se voltou ao garoto que estava ali comigo. —Vênus. – Falei meio constrangida já que aquele era um nick bem "prepotente" da minha parte. –Eu ouvi quando te chamaram pro carrasco. –Desviei meus olhos para outro lugar. Algo que só então havia reparado é que ali havia uma espécie de espelho, coisa que não havia realmente no jogo. Com um pouco de medo, aproximei-me do espelho. Não que eu me preocupasse realmente com minha aparência, seria mentira dizer que não era uma garota bonita, ou pelo menos, possuía características consideradas pela maioria algo extraordinário.

Meus cabelos continuavam ruivos como sempre, mas estavam bastante longos, algo que havia notado desde que tinha chego até ali. Orelhas de elfo substituíam minhas orelhas comuns, já que segundo o próprio Hadvar, eu era uma elfa da floresta. Minha pele parecia mais branca do que o normal em meu mundo, meus olhos continuavam do mesmo tom musgo de sempre. Nada parecia realmente ter tido uma mudança considerável, o que de certa forma era bom. Hadvar nesse momento veio até mim e cortou minhas amarras. Talvez aquilo fosse realmente um sonho, mas eu ainda desejava acordar. Stark e eu começamos a procurar suprimentos, não havia sobrado muito, já que outras pessoas haviam conseguido fugir dali antes de nós. Havíamos encontrado apenas algumas moedas e uma adaga, que fiz questão de guardar comigo. Por mais gentil que o Stark havia sido, ainda não confiava nele a ponto de deixa-lo armado e permanecer indefesa.

—Precisamos ir depressa. – O NPC nos chamou enquanto abria o portão. O seguimos por um caminho deveras curto, até chegar em uma sala que estava fechada. —É aqui que encontramos stormcloak? – Perguntei meio nervosa para Stark e ele assentiu. E se tivesse gente inocente daquele lado? O que seria feito? Engoli em seco quando a porta se abriu e demos de cara com mais quatro garotos. Nenhum deles parecia se tratar de npc's, então fizemos questão de tentar dialogar. –Vocês também estão tentando dar o fora daqui? – Observei com temor enquanto Stark parecia querer ser sociável. –Isso ai. Vocês também não sabem o que está acontecendo? – Um dos garotos nos questionou e apenas neguei com a cabeça. —Certo, é melhor conversarmos depois, não sei se isso vai ser seguro por muito tempo. — Foi minha vez de dizer. –Calma gracinha, estou aqui pra proteger você. – Um dos garotos se aproximou de mim, fazendo com que eu recuasse. –Não encosta. — Pedi e ele recuou contrariado. –Steve, para com isso cara. A propósito, Eu sou Drake, esse aqui é o Ian e o loiro aqui é o John. – O mais alto deles se apresentou.

—Vênus e Stark. – Dei de ombros para a apresentação. Não me sentia nada confortável com eles ali. Drake era o mais alto de nós, seus olhos e cabelos castanhos davam a ele um tom sério e comum. Ele parecia agir como o líder do grupinho e eu tinha a sensação esquisita de que eles se conheciam. Ian por outro lado não era tão alto, possuía a pele morena e cabelos bem escuros. Seus olhos castanho claro realçavam muito em relação a sua pele. Ele parecia estar relativamente tranquilo, já que esboçava sorrisos de tempos em tempos. John era gordinho e baixo, mas olhava tudo ao seu redor com seus pequenos olhos mel. –Vênus? Devemos continuar. – A voz de Stark me acordou. Estava prestando tanta atenção nos novos "integrantes" que tinha parado de andar. —Me desculpe, eu me distrai, isso é tão maluco. — Falei e ele apenas concordou. — Temos que alcançar os outros. — Stark concordou.

Estávamos agora perto da cozinha, ou ao menos na sala de armazenamento de alimentos. Nós lembrávamos dos soldados stormcloak que estariam nos esperando. Hadvar por algum motivo havia sumido. Talvez tivesse voltado para ajudar as outras pessoas que ainda não tinham conseguido sair de Helgan. A única coisa estranha naquilo tudo é que a única coisa que parecia ter respawn eram os inimigos. Mas não podíamos reclamar. Ao menos estávamos no meio do caminho. Uma discussão acalorada rolava entre Drake e Steve a algum tempo, o que me deixava ainda mais tensa. –Como faremos pra matar os caras? – Meus olhos focaram em John. —Eu me lembro que existem três soldados naquela sala. — Tentei contribuir com alguma informação. –Pode deixar que eu resolvo o problema, se o Drake me entregar essa espada, é claro. –Steve parecia assustador enquanto falava. Sem muita resistência, Drake o fez.

Steve era bem forte e alto, parecia muito com uma muralha. Sua aparência dava medo, mas não por ter um rosto feio, o problema era o olhar esquisito que ele lançava de tempos em tempos para nós. —Eu não sei se é uma boa ideia. – Sussurrei de forma que apenas Stark escutasse e ele concordou. O garoto era realmente maluco, pois demorou apenas alguns segundos para que o mesmo saísse correndo em direção os soldados e começasse a ataca-los. Ele não era exatamente rápido, mas parecia ter bastante força com aquela espada. Ele basicamente exterminou os soldados em poucos minutos. Confesso que aquilo me apavorava. Mesmo que fossem apenas NPC's, vê-los mortos no chão com todo aquele sangue parecia realmente algo cruel.

Ninguém parecia capaz de dar nenhum passo em direção a Steve e aos soldados mortos, devido ao olhar que o rapaz fazia. Parecia vazio e deveras assustador. Dar uma arma para ele não havia sido uma boa ideia. –Porque estão ai parados? – Ele perguntava, ainda com a arma empunhada. –Abaixa isso, Steve. – Drake pediu, mas foi ignorado. –Eu quero a garota. – Ele apontou a arma na minha direção. —Pode esquecer. – Falei com firmeza. Se ninguém me defendesse, eu mesma me defenderia. –Eu quero ela. – Ninguém se mexeu. –Abaixa isso. – Pediram os garotos. Ninguém teve tempo de reagir quando Steve veio pra cima parecendo um maníaco. A nossa sorte é que em meio a confusão, ele se esqueceu de tentar nos acertar com a espada, fazendo apenas com que caíssemos no chão.

Os garotos não pareciam querer me entregar, mas também não pareciam querer contraria-lo. Com a força usada por ele, eu tinha acabado com a bunda no chão. –Para com isso cara, todos nós queremos sair daqui. – A voz de Drake parecia quase um sussurro, mas ele permanecia tentando acalmar o rapaz. Steve não parecia estar ouvido, já que foi para cima de Drake com tudo, o atingindo um murro no olho com tanta força, que ele pareceu perder a consciência por alguns instantes, e se sentar no chão meio tonto. Se eu já estava apavorada antes, agora eu simplesmente estava em panico e não sabia o que fazer. Se aquilo era realmente real, eu provavelmente seria assassinada por um troglodita. John correu em direção a Drake, tentando se comunicar com ele.

Enquanto eu prestava atenção nos garotos, Steve veio com tudo em minha direção e me segurou pela cintura me puxando com ele. —Pelo amor de Deus me solta! – Gritei me debatendo. Talvez por medo do pior acontecer, Ian e Stark avançaram em direção a ele, mas ambos foram facilmente nocauteados. John parecia assustado demais para fazer algo a respeito. Respirei fundo e dei uma dentada no braço de Steve, fazendo com que ele assustasse o suficiente para me soltar no chão. Tentei me levantar e correr mas ele foi mais rápido e agarrou meus cabelos, me puxando pra perto dele e batendo minha cabeça na parede. Tudo ao meu redor girava, eu já não conseguia mais entender o que acontecia. Apenas via uma luta intensa entre os rapazes e o brutamontes, mas não conseguia ver com exatidão o que acontecia. Levei minha mão até a cabeça e senti um pouco de sangue escorrer, juntamente com um tufo de cabelos solto. A dor era terrível, mas estava em um estado de confusão muito grande, capaz de disfarçar um pouco a dor.

Me levantei cambaleando e fui pra cima de Steve antes que ele acertasse a espada em alguém. Isso me rendeu um belo corte na perna, mas ao menos ninguém parecia estar morto, não ainda. —Para com isso Steve! — Gritei ao ver que ele vinha em minha direção. –Se eu não posso te levar comigo, ninguém mais pode. – Ele parecia sério enquanto vinha com a espada até mim. Steve planejava me matar, na frente de todo mundo, em um jogo idiota, por causa de algo ainda mais idiota. —Se afasta. – Tentei recuar, mas rastejar não era algo tão rápido assim. Steve segurou meus cabelos e me ergueu até que eu ficasse cara a cara com ele. –Suas últimas palavras. – Ele bradou preparando para perfurar minha garganta com a lamina da espada. Naquele momento de desespero, me lembrei da adaga que tinha guardado comigo e não pensei nem mais um segundo. A peguei de dentro do meu "inventário" e enfiei com toda a minha força em sua testa.

Ele sequer pareceu ver o que o atingiu. A espada caiu de sua mão no mesmo instante que ele me acertou. Seus olhos vidrados não tiveram tempo de esboçar nem surpresa e nem terror. Steve caiu morto ao meu lado. Meus olhos se arregalaram numa mistura de pavor e terror. Eu havia acabado de matar um homem. Definitivamente eu estava entrando em choque. Permaneci estática olhando seu corpo morto enquanto lágrimas de desespero caiam de meu rosto. O que eu ia fazer? Eu havia acabado de matar um homem. Eu havia matado alguém!

Ninguém dizia nada, todos pareciam ter se surpreendido com o rumo que aquilo havia levado. O primeiro a se mexer foi Stark, que caminhou até mim. Nesse momento eu já estava encolhida chorando como uma criança. –Vênus... – Ele não parecia encontrar palavras. Sua voz tremia. –Precisamos sair daqui. – Stark prosseguiu. –Eu sei o quão horrível isso está parecendo agora, mas você salvou todo mundo. – Não me permiti olhar ninguém. Drake retirou uma pequena poção de vida de seu "bolso" e deu alguns goles antes de distribuir para cada um de nós. A quantidade não seria suficiente para nos curar, mas ajudaria a resistirmos até que saíssemos dali. Stark caminhou até o corpo e retirou a adaga que ainda perfurava o crânio de Steve. Nesse momento, o corpo dele tornou-se pó e simplesmente desapareceu.

Ninguém tinha coragem de dizer nada. –Sua perna não tá muito legal. – John falou pra mim. –Você vai conseguir andar com ela assim? – Foi a vez de Ian perguntar. Mordi o lábio inferior ainda em meio a soluços e lágrimas e observei o estado em que me encontrava. Mesmo que tivesse força para caminhar, eu duvidava que daria conta de me mexer devido ao grande estresse emocional que estava passando. –Eu vou levar você, por favor, não tente me atacar. – Stark parecia com medo, mas mesmo assim se aproximou de mim e me ajudou a subir em suas costas. –Precisamos ir logo, ou todos nós iremos morrer. – Foi a última coisa que ouvi Drake dizer.


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Notas finais do capítulo

Por favor, caso leiam, não esqueçam de me dizer o que devo melhorar. Gosto de críticas construtivas. Espero vê-los no próximo capítulo!



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