BabyDoll escrita por NightMist


Capítulo 1
Capítulo I - O primeiro encontro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725334/chapter/1

Pov’s Sean

 

Aperto o botão do elevador novamente, estou cansado, olho para o meu relógio – 22h40min – acabei de sair de mais uma reunião que parecia não ter fim, nosso negociador não está nada feliz com as mudanças feitas por mim e o meu sócio, bufo, em plena sexta-feira ele decide nos segurar até mais tarde, a porta do elevador se abre e eu entro, descendo para o estacionamento.

— Sr. Becker – O porteiro me cumprimenta quando passo com o carro ao seu lado, aceno para ele ao sair do prédio.

Estou dirigindo a caminho da minha casa, a rua está praticamente deserta, pois além de já estar tarde, também estava chovendo. Ia devagar por causa da chuva, prestando atenção no que acontecia a minha volta.

Ao parar em um farol olho para minha direita vendo uma cafeteria alguns metros à frente, mas o meu olhar acaba se voltando a uma garota sentada em uma escadinha tomando café debaixo da chuva a poucos metros do meu carro.

Apoio meus pulsos no volante a olhando, ela aparenta ter 14 anos, franzo o cenho, por que uma garota de 14 anos está embaixo dessa chuva a essa hora? “Ela deve estar com os pais ou amigos talvez?” Penso, mas minha conclusão é desfeita quando ela se levanta de onde está e começa a andar para longe, noto uma mochila em suas costas.

O carro atrás do meu buzina, o que me faz notar que o farol está aberto, sigo a garota e quando o carro está ao seu lado abaixo a janela.

— Ei garota – Chamo, ela para e me olha – Quer uma carona?

Ela olha a sua volta, de volta para mim e aponta para si mesma. Rio e assinto.

— Não, obrigada – Diz e volta a andar, continuo a seguindo com o carro.

— Tem certeza? Está a maior chuva, você vai acabar resfriada, se já não estiver – Ela para novamente e olha para o céu, a chuva escorre pelo seu rosto ainda mais, e depois para mim, puxo a maçaneta e abro a porta a empurrando um pouco, ela puxa entrando no carro a fechando logo em seguida.

Volto a dirigir, olhando-a de vez em quando.

— Qual seu nome? – Pergunta.

— Becker – Digo e ela me encarra.

— Sem sobrenome? – Ela estranha e eu olho para ela procurando um sinal de brincadeira, mas não encontro nenhum.

— Sean Becker – Falo levantando uma sobrancelha, ela me olha como se tentasse lembrar – Você não sabe quem eu sou?

— Não – Fala demoradamente.

— Você é nova aqui, não é? – Pergunto a olhando pelo canto do olho.

— Como você sabe? – Ela pergunta de volta, estaciono o carro e me viro para ela.

— Está vendo aquele edifício ali? – Aponto para um prédio alto e espelhado pela janela ao seu lado, ela assente – Ele me pertence, Sr. Becker, dono, executivo, parceiro de crime com o meu sócio. Prazer – Pisco para ela que ri.

— Uau – Ela continua o admirando.

— E qual o nome da mocinha?

— Melanie Foster – Ela responde sorrindo, mas logo o sorriso desaparece, quando começa a espirrar.

— Vista isso – Falo entregando uma jaqueta que estava no banco de trás.

— Obrigada – Agradece e espirra mais uma vez.

— Você não deveria ter ficado embaixo dessa chuva – Ligo o aquecedor do carro – Para onde quer que eu te leve?

— Eu não sei – Ela diz baixo.

— Você está perdida?

— Sim.

— Qual o endereço da sua casa?

— Eu não moro aqui.

— Ok, está ficando na casa de algum familiar? – Ela nega – Amigo? – Nega – Hotel? – Nega novamente.

— Eu não estou ficando em nenhum lugar, cheguei aqui há... – Ela contou nos dedos – Três dias.

— Você está sozinha? – Ela assente – Como você veio para cá?

— Eu peguei um avião – Ela responde olhando para o copo em suas mãos – Solto o ar e volto a dirigir – Para onde você está me levando? – Pergunta assustada olhando para mim.

— Para minha casa.

— O que? Não – Ela diz em um tom alto e começa a puxar a maçaneta tentando abrir a porta.

— Dá para parar – Digo irritado, “Irritado não, cansado” penso, e ela se encolhe no banco – Presta atenção, eu não vou fazer mal nenhum a você, estou te levando para minha casa porque você está ensopada, resfriada e não tem onde ficar. Lá você pode tomar um banho, botar roupas secas, comer alguma e passar a noite, e amanhã você resolve o que quer fazer. Tudo bem?

— Sim – Ela responde baixinho.

Continuo a dirigir, o caminho inteiro em silêncio, por exceção ás varias vezes em que Melanie espirrava continuamente. A chuva parou aos poucos.

— Chegamos – Falo ao estacionar o carro na rampa da minha garagem. Melanie levou seu rosto até a janela do carro, observando a casa.

— Você mora aqui? – Ela pergunta se virando para mim.

— Sim – Respondo sorrindo.

— Nessa mansão? – Ela olha para a casa novamente de boca aberta, rio do seu exagero.

— Ela não é tão grande assim – Digo saindo do carro, dou a volta e abro a porta para ela.

Começamos a andar na direção da porta da frente, quando Melanie tropeça, a seguro pela cintura antes que ela caia no chão.

— Tudo bem? – Pergunto a soltando.

— Sim, obrigada – Ela diz e abaixa o rosto que está vermelho.

Continuamos a andar, destranco a porta e dou passagem para Melanie, que entra observando tudo que seus olhos conseguem ver, os olhos dela brilham. Rio.

— Venha, vou te mostrar o quarto em que você poderá ficar – Digo subindo as escadas, ela me segue. Entro no corredor da direita e abro a segunda porta – Espero que se sinta confortável, a porta branca te levará ao banheiro, a preta é o closet, ele contém toalhas limpas, e cobertores. No armário do banheiro tem escova de dente fechada se você precisar.

— Tá, obrigada – Ela sorri olhando o quarto.

— Vou estar lá embaixo se precisar de mim – Digo e saio encostando a porta de seu quarto, me dirigindo para o meu em seguida, localizado no corredor da esquerda, ao entrar vou para o closet pegando uma roupa leve e sigo para o banheiro, ligo o chuveiro, me dispo enquanto a água esquenta e logo entro embaixo dela.

Depois de tomar uma ducha rápida, me visto e desço para a cozinha, avisto um bilhete preso na geladeira por um imã e vou até ele.

 

Sr. Becker,

O jantar já está pronto dentro do forno, esquente por 15 minutos e ele estará pronto para comer.

Beijos, Marilyn.

 

Marilyn é a governanta daqui de casa, olho para o forno e dentro dele tem uma travessa de vidro com filé a parmegiana, meu favorito, sorrio e ligo o forno.

Arrumo a mesa, agora só falta os guardanapos, me ajoelho na frente do armário no qual eles devem estar e começo a procura-los ali, coloco minha cabeça dentro do armário para tentar enxergar alguma coisa.

— Sean – Uma voz soa na cozinha, me assustando me fazendo bater a cabeça na madeira do armário.

— Porra – Exclamo tirando a cabeça do armário.

— Desculpa, desculpa – Melanie fala desesperada se ajoelhando na minha frente – Tá doendo muito? Tá sagrando? – Ela dispara e tenta passar a mão na parte de trás da minha cabeça, mas eu seguro sua mão.

— Eu estou bem, só foi uma batida – Acalmo-a.

— Tem certeza? – Ela pergunta com uma carinha triste.

— Sim, eu tenho, vem vamos comer – Levanto e a ajudo a levantar. Ela está vestida com uma calça moletom escura, uma camiseta vermelha e descalça, com cabelo castanho preso em uma trança de lado caída no ombro esquerdo.

Tiro a travessa do forno e a coloco na mesa, pegando em seguida a salada que estava pronta no balcão. Nós dois nos sentamos, eu nos sirvo e começo a comer, quando olho para Melanie, percebo que ela ainda não tinha comido nada, estava apenas cutucando com o garfo.

— Algum problema? – Pergunto e ela me olha.

— Não, e que eu só não estou com fome – Fala largando o garfo.

— Coma pelo menos a salada – Digo tomando um pouco do suco. Ela olha para a salada e faz uma careta.

— Não, obrigada – Fala e empurra o prato para longe dela. Rio.

— Não gosta?

— Nunca comi e não parece ser bom – Ela responde encarrando a salada no prato.

— Experimente, não é tão ruim quanto parece – Empurro o prato de volta. Ela pega o garfo e começa a cutucar a salada, vejo que ela vai largar o garfo – Experimente – Digo e ela me olha – Por mim.

Ela respira fundo, pega um pedaço de alface e tomate com o garfo e leva rapidamente a boca, fechando os olhos com força no mesmo momento e fica mastigando por um bom tempo de olhos fechados.

— Sabe você tem que engolir, para dizer que comeu – Falo rindo, ela engole fazendo muito esforço e depois abre os olhos e faz uma cara estranha.

— Isso é horrível – Resmunga.

Assim que termino de comer coloco as coisas na pia e subo com a Melanie até o seu quarto. Ela entra primeiro e se senta na cama, vou até o closet atrás de alguma coberta para ela e assim que acho uma que considero confortável, volto até a cama. Entrego a coberta para ela que agradece.

— Quantos anos você tem? – Pergunto para ela que já se encontra deitada e tentando arrumar a coberta.

— 16, mas as pessoas sempre me acham mais nova – Ela fala e continua tentando arrumar a coberta inutilmente – E você?

— Tenho 21 – Arrumo a coberta para ela.

— Obrigada.

— Bom, descanse e amanhã conversamos – Digo.

— Tá, boa noite Sean – Ela fala sorrindo.

— Boa noite Melanie – Falo apagando a luz do quarto e saindo em seguida com um sorriso no rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "BabyDoll" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.