Until It Hurts escrita por Lady Mataresio


Capítulo 1
Prologue — Beautiful Lies.


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo, galerê!
Eu confesso que não sei se essa ideia vai dar certo, mas eu quis muito escrever. Eu amo crossovers e essa ideia me cativou a ponto de querer postar. Espero que gostem do que vão ler! Comentários são bem-vindos.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725282/chapter/1

 

Prologue — Beautiful Lies.

[...] Não existe mentira bela, Matt...

* * *

 Alguém havia lhe dito algo sobre as mentiras uma vez. Mentiras são poderosas, Matthew. Quanto mais você conta, quanto mais você omite, mais poder tem nas mãos. Ele se lembrou de questionar "Que tipo de poder algo tão ruim pode oferecer?". O poder de destruir alguém por inteiro. É isso o que as mentiras fazem, elas tiram de você os que você mais ama — e a culpa é sua. Não há mentira bela, Matt... Nas diversas vezes em que o enganaram, ele se lembrou disso e de como se sentia vazio.

O problema foi quando, ao invés de sofrer com a insuportável dor das mentiras, ele passou a provocá-la naqueles que mais amava. E uma a uma, essas pessoas foram tiradas dele.

Foggy Nelson havia sido o primeiro o qual Matthew Michael Murdock ferira gravemente. O vigilante ainda podia se lembrar da dor que consumiu sua alma ao sentir o seu melhor amigo se esvaindo por suas mãos como grãos de areia, e nada podia ser feito — afinal, era ele quem tinha provocado tamanha angústia ao ex-sócio. Quando isso aconteceu, ele jurou para si mesmo que jamais mentiria para alguém daquela forma e achou ter aprendido com o próprio erro.

Então ele cometeu o mesmo erro, da mesma maneira, com Karen Page. Em seu interior, Matt sabia o quão filho da mãe havia sido com a mulher que tanto o amou e ajudou; ela dera seu coração por inteiro para ele e, como recompensa, teve-o esmagado e estraçalhado em míseros pedaços. Murdock havia pisado nela com todas as forças e só se dera conta do feito quando ouviu seu choro: chocada por fora e destruída por dentro. E, por mais que tivesse recuperado um pouco da confiança a qual Karen Page sempre dera de graça para ele, sabia que as coisas jamais voltariam a ser as mesmas. Novamente, ele jurou que jamais cometeria esse erro.

Até que ele conheceu Lydia Camille-Grace Martin — um anjo sem asas, trajando roupas caras e sempre andando ao lado de uma de suas Prada's.

Desde o momento em que escutara a graciosa voz da garota ecoando em seu escritório, o chamando pelo seu nome, ele se encantou. A suavidade de seus passos, o modo de falar e, principalmente, o som de sua risada. Ah, a risada de Lydia Martin... A cada vez em que eles estavam juntos, Matt Murdock sentia-se livre para ser ele mesmo; a cada vez em que ela saia pela porta, ele desabava.

Se afastar dela era impossível. Mas ficar perto dela, era condená-la a maldição do demônio de Hell's Kitchen. Mentir para proteger. Ao vestir seu traje pela primeira vez, ele soube que jamais o conseguiria tirar. E que, se contasse sobre quem era, condenaria a todos aqueles os quais amava ao perigo que vivia todas as noites. Foi o que ele fez com Foggy, com Karen e, agora, fazia com Lydia.

Mas naquele momento, ouvindo as duras palavras da garota ao mesmo tempo em que ela se debulhava em lágrimas, ele quis estar a sete palmos de terra. Ele não podia ver, mas sabia que a mulher estava com o dedo apontado para ele. As palavras dela continuavam ecoando no pátio, além do choro dos outros ali presentes — além do choro do próprio Matt Murdock.

— Você mentiu para mim! — ela fungou. — Você me transformou na idiota que é a última a saber de tudo e olha no que resultou: uma pessoa morreu essa noite! O seu problema, Matthew, é que você não nos deixa entrar. Você não deixa ninguém entrar, não me deixa entrar! — ele então se lembrou de quando Elektra Natchios morreu em seus braços há dois anos atrás.

Você. Eu deixei você entrar.

Essa era a segunda parte da maldição de Murdock; aqueles que entravam, aqueles que ele deixava entrar, morriam. Como ele poderia deixar Lydia Martin, a mulher que havia roubado todas as partes do seu coração, entrar? Como ele poderia deixar mais alguém entrar?

— Se você tivesse deixado o Peter ajudar, o Frank ajudar... Se tivesse me deixado te ajudar... — ela estava em prantos. — Uma pessoa morreu essa noite... e a culpa foi sua!

Lydia acabava de enfiar mais uma faca na alma dele. E depois outra, e outra, e outra, até que ela decidiu dar o golpe fatal.

— Eu te odeio. — a Martin soluçou. — Eu te odeio tanto.

Depois disso, ele só conseguiu escutar os pés descalços dela tocando o chão gelado e indo na direção da saída — passos que começaram lentos e aumentaram até se tornar uma corrida desesperada. Foi ao ouvir o último passo que sua audição podia alcançar, que ele entendeu.

Ele não havia perdido uma pessoa naquela noite. Ele havia perdido duas.

Matt Murdock tentou esconder quem era durante a noite para proteger os que amava a todo o momento; e ele não acreditava estar errado em esconder o mal daqueles que ama... Até aquele instante. Esconder ser o Demolidor não trouxe proteção para ninguém.

Trouxe morte e destruição.

Era como Claire Temple havia lhe dito uma vez, e a própria Lydia Martin repetira, em uma ironia do destino: Não há mentira bonita, Matt...

Só mentira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero ver vocês nos comentários e nos próximos capítulos ♥