Stolen Moments escrita por STatic


Capítulo 2
Cuffed


Notas iniciais do capítulo

Olaá novamente!
Eu preciso dizer que estou amando demais escrever Johanna Beckett. Ela é uma versão mais solta da Kate, que ama implicar com a filha, mas tem os melhores conselhos e eu a amo, então fico feliz que vocês também gostaram dessa minha versão!

Muuito obrigada pelos comentários, sugestões e quem favoritou (nyah ta com uma coisa de não me deixar ver quem são, mas obrigada!!).

O capítulo de hoje é bem curtinho e é sobre cuffed e gente, aquele final é maravilhoso demais, mas não resisti! Espero que gostem, boa leitura!



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Kate POV

Tentei ao máximo esconder meu divertimento enquanto ele se enrolava com as palavras, tentando explicar – ou talvez consertar um deslize – enquanto me ajudava a colocar o casaco. Tentei ignorar também o quão familiar aquilo parecia, simples. A maneira natural com que agíamos agora.

Bom, se anos de convivência não faziam aquilo, uma tarde algemados evitando ser devorados por um tigre certamente o faria.

Ajeitei o cabelo e virei-me para ele, decidindo que era hora de tirá-lo de sua miséria.

— Tudo bem, Castle, eu entendi o que quis dizer. – Eu disse enquanto ainda arrumava minhas coisas, sem olhar para ele. – Se vale alguma coisa, se eu tivesse que passar mais uma noite algemada a alguém, eu não me importaria se fosse com você.

Disse isso e rapidamente desviei minha atenção dele, tentando ignorar que mesmo tentando ser corajosa, eu ainda era uma bela covarde. Ainda assim, eu podia imaginar como estava seu rosto. Congelado no lugar, surpreso com minha então ousadia.

— Sério? – ele perguntou e eu segurei o sorriso. Coloquei-me então totalmente em sua frente, olhando em cheio para seu rosto antes de dizer as palavras que eu sabia bem o significado. Ele também notaria, eu podia apostar.

— Na próxima vez, vamos fazer isso sem o tigre.

O sorriso leve ainda brincava no canto dos seus lábios – eu quase podia ouvir seu cérebro trabalhando em desvendar minhas palavras – quando me preparei para passar por ele, deixa-lo pensar. Entretanto, para o meu completo pavor, uma voz conhecida demais perguntou atrás de mim, ao mesmo tempo que Castle finalmente juntou as peças:

— Fazer o que sem o tigre? – Minha mãe perguntou casualmente.

— Próxima vez?

Opa. Certo, aquilo não estava nos meus planos. Não que insinuar certas coisas e sair andando inocentemente consistisse como um plano, mas aquilo não estava certo. O que aconteceu com a saída dramática?

Olhei para Castle, que parecia petrificado e me virei nos calcanhares, encarando a mulher a minha frente com o habitual sorriso nos lábios. Aquele sorrisinho que ela guardava especialmente para quando via Castle e eu juntos. Ou para quando eu falava de Castle. Ou para quando ela falava de Castle. Basicamente, era o sorriso malicioso de Castle.

— Mãe! – disse alto demais, sorrindo exageradamente. – Oi.

— Olá. – ela respondeu, inclinando o corpo um pouco afim de ver Castle. – Castle!

Seu nome sendo chamado pareceu ser o suficiente para tirá-lo de seu transe, porque ele logo sorriu para minha mãe.

— Johanna! Oi. – tentou parecer calmo, mas era claro que estava inquieto. Uma gota de suor começava a brotar em sua testa, sua expressão ainda em choque.

Eu entendia o sentimento. Não era exatamente divertido ter minha mãe parada atrás de mim enquanto eu fazia sugestões sexuais e aliás, há quanto tempo ela estava ali?

— Você está bem? – ela passou por mim e se dirigiu a Castle. – Você parece meio pálido.

A pergunta apenas pareceu deixa-lo mais nervoso.

— Eu, hm... é. Bem. – olhou para mim por cima do ombro da minha mãe e eu sacudi a cabeça. – Longo caso. Certo, Kate?

Traidor. Ela havia esquecido de mim ali.

— O mais longo. – olhei para ele acusadoramente antes de virar para minha mãe. – Então, o que te traz aqui?

Ela fez um sinal de desdenho com as mãos. – Estava só passando. Uma reunião foi mais demorada do que eu imaginei e você não atendia o telefone, então pensei que estaria aqui. E olhe só, eu estava certa!

— Você sempre está. – revirei os olhos.

— E não se esqueça disso. – me falou e seus olhos estavam cheio de significado antes de adquirirem aquela curiosidade inicial. – E aí, o que tem o tigre?

Castle, que a esse ponto parecia muito mais calmo voltou a se inquietar e eu tive que segurar o riso dessa vez. Ele parecia um adolescente sendo pego pelos pais dando uns amassos no sofá. Eu me sentira um pouco assim, mas pelo amor de Deus, aquilo era ridículo. Sem mencionar hilário.

— Levou um tiro! – Respondeu minha mãe em uma voz apressada, repetindo o que Esposito havia dito e se embolando novamente com as palavras. – Ou foi para um santuário.... Provavelmente vai para o zoológico?

Sua resposta acabou em um tom de pergunta e ele me olhou como se eu pudesse salvar sua vida. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, entretanto, Johanna entrou em ação novamente, parecendo ainda mais confusa.

— Certo, isso não ajudou em nada. – ela olhou para ele com os olhos semicerrados e por algum motivo, eu sabia que ele quebraria logo. Eu podia culpá-lo? Foram necessários anos até que eu me tornasse minimamente imune aos olhares da minha mãe, e ainda assim, foi apenas o suficiente para sobreviver. 

— Nós fomos sequestrados! – Castle soltou novamente e eu joguei a cabeça para trás. Aquilo havia sido rápido. Deus, ele seria um péssimo filho de Johanna Beckett se não conseguia resistir por dez segundos! Eu não planejava contar aquilo para ela, de jeito nenhum.

Bom...

— O quê? – ela perguntou, seus olhos estavam em mim e os meus estavam em Castle, semicerrados e gritando acusações que eu não podia. Ele arregalou os olhos, movendo os lábios em um “desculpe” silencioso.

Eu tentava evitar aquele tipo de conversa com veemência. O principal motivo era que ela iria se preocupar ainda mais todos os segundos do dia, e ninguém precisava de pesadelos. Não era justo que ela sofresse com minhas escolhas.

— Nós estamos bem! – adiantei. – Foi um caso complicado.

— Eu notei isso! O que aconteceu dessa vez?

— Nós quase fomos devorados por um tigre. – Castle informou e dessa vez eu dei um passo a frente, meus dedos desejando loucamente torcer sua orelha.

— Okay, nós temos que ir, já é tarde! Não é, Castle? – perguntei.

Ele me encarou por um longo segundo antes de falar.

— Sim! Hm, Alexis... Casa. Já é tarde. – sacudiu a cabeça e sorriu para nós duas. – Então, boa noite.

— Boa noite! – minha mãe sorriu e então completou. – Eu acho que qualquer coisa é melhor sem um tigre, Castle, definitivamente.

— Certo. – O sorriso de Castle congelou e após um segundo ele se inclinou em minha direção, sussurrando bem perto do meu ouvido e eu tive que segurar o tremor do meu corpo. – Desculpe, ela tem esse olhar... Tipo o seu!

Eu ri. – Eu sei! – sussurrei de volta e depois falei mais alto. – Até amanhã.

— Até amanhã. - ele deu aquele sorriso mais doce do mundo e se virou. 

Observei enquanto ele se afastava, incapaz de não sorrir. Castle era inacreditável, de uma maneira maravilhosa. Quando me voltei novamente para minha mãe, o sorriso ainda devia estar ali por que ela disse:

— Vocês deviam se beijar. É doloroso assistir.

Eu revirei os olhos.

— Não tem nada para assistir. – menti enquanto pegava minha bolsa.

— Até parece! – Caminhamos em silencio até sairmos do prédio, pegando um taxi. Aparentemente, eu ia para casa dela essa noite. – E então, você vai me contar o que aconteceu agora ou depois do interrogatório?

Suspirei. Nós estávamos parando em frente a casa agora e eu sabia que era inevitável. Aquilo podia ser fácil ou difícil. No final, de um jeito ou de outro, eu estaria contando tudo o que havia acontecido durante o dia.

Decidi que o jeito fácil seria melhor, então assim que entramos eu comecei a falar. Contei sobre a velha na jaula, as marcas de agulha, o tigre. Tudo de relevante e ela pareceu gostar da história, excluindo a parte em que havia ficado apavorada e me abraçado como se não fosse me ver novamente.

Entretanto, passado o susto inicial, ela obviamente escolheria um tópico de maior interesse.

— Então... Algemas! – Ela disse pela milésima vez e eu sequer estava surpresa com a fixação.

Eu havia descoberto que provocar a mim e Castle era um dos hobbies preferidos da minha mãe.

— É.

— Caramba.

— Sabe de uma coisa, não tem nada demais então você pode tirar esse tom da voz. – Eu não estava tão impressionada quanto ela.

— O quê? – Se fingiu chocada. – Eu só estou dizendo! Algemas... é uma grande coisa, um longo passo, é como um novo nível de relacionamento.

— Mãe! – Disse e ela riu.

— Mas é!

— Nada disso.

— É sim! Algemas só entram em cena quando as coisas estão realmente, realmente, sólidas. Um marco.

Olhei diretamente em seu rosto, tentando ler o que estava acontecendo ali. Esperei que ela me olhasse também antes de voltar a falar.

— Você não ouviu a parte em que nós fomos sequestrados? Sequestrados, do tipo presos contra nossa vontade? E que tal a velha louca e o tigre? Você deve ter escutado ao menos a parte do tigre! Eu sei que escutou na delegacia.

Meu pequeno discurso não adiantou em nada.

— Ah, mas é claro! Um tigre... Isso não é algo que se vê todo dia. Bem exótico.

— Você é impossível. – Sacudi a cabeça e ela gargalhou.

— Eu só estou brincando com você. Você torna tão fácil!

— Certo.

— De verdade. Eu estou feliz que esteja bem, já fiz toda a parte dos abraços e lágrimas e com certeza já passei da fase de pedir que mude de profissão, e eu provavelmente jamais irei a um zoológico novamente, mas que oportunidade! – Minha mãe fez uma pausa para respirar, e então continuou: - De novo: vocês acordaram algemados juntos em uma cama?

— Um colchão, não uma cama. – A corrigi, desistindo da minha luta anterior de manter os detalhes para mim mesma.

— Tudo bem... E como foi que vocês dois sobreviveram?

— Espo e Ryan apareceram a tempo.

— Ah, claro, esses garotos! Mas o que eu quero dizer é: Você e Castle presos um ao outro e confinados em um quarto... Parece uma receita - já que não para aquele passo - para o desastre. Vocês tem um gênio forte.

Eu pensei sobre isso. Era absolutamente verdade. O fato de que Castle e eu fomos capaz de simplesmente fazermos aquilo dar certo dizia muita coisa.

— Foi difícil no começo, Castle é muito irritante.

— E você é teimosa. - me interrompeu e eu a ignorei. Eu não havia puxado a teimosia do meu pai, afinal de contas. 

— Mas nós encontramos um ritmo. Ficou tudo bem, no final. - terminei com um sorriso, lembrando de tudo o que havia acontecido ali.

Eu não admitiria agora, mas não havia sido tão ruim. Castle estava lá, e eu estava lá. Nós dois podíamos lidar com aquele cenário. Eu devo ter ficado perdida nos meus pensamentos por tempo demais e a pergunta da minha mãe me tirou dos devaneios.

— Você tem certeza que foi um sequestro? As vezes coisas acontecem quando bebemos.

A olhei, cética.

— Eu não acho que Castle e eu beberíamos ao ponto de nos algemarmos e roubarmos um tigre.

— Ele roubou um cavalo. – ela lembrou. – Mas você está certa, não seria comum.

— Não mesmo.

Ficamos em silencio por um tempo e quando avancei para o telefone afim de pedir algo para comermos – de jeito nenhum uma de nós cozinharia hoje –, ela voltou a falar.

— Espera! Então é isso que você quis dizer com o “fazer sem o tigre”, não é?

Senti meu rosto ficar mais quente e tentei esconde-lo com o cabelo. Decidi não dizer nada, apenas foquei minha atenção em lembrar o número de algum restaurante.

— Eu sinto saudades da minha doce e inocente Katie. - ela brincou e eu segurei o riso, tentando não me entregar ainda mais. 

Ela se levantou e eu arrisquei uma olhada para o seu rosto, nada surpresa com o brilho que havia ali, sua expressão pensativa. Ela passou por mim, se encaminhando para a geladeira.

— Nesse caso, é melhor mesmo sem o tigre. – murmurou para si mesma. 


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Notas finais do capítulo

Eu amo Johanna Beckett e irei protege-la jashlkhaulj

Me contem o que acharam?
Beijão!



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