Redemption escrita por Marimachan, Ginko13, Fujisaki D Nina


Capítulo 32
XXX - Dangerous Walk




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O vento levemente gelado a arrepiou ao ultrapassar a barreira de sua fina manga comprida de tule. Era verão, mas o tempo parecia estar querendo mudar. Pelo que ouvira das previsões meteorológicas, vinha vindo uma frente fria com chuva por aqueles dias. Seus¹ cabelos negros em channel esvoaçaram, e por isso ela levou a mão direita livre até eles para arrumá-los. Os olhos castanhos escuros se irritaram um pouco com o contato dos fios que conseguiram adentrar os óculos, o que a fez ver tudo embaçado pelas lágrimas que os marejaram. O que viu em meio ao embaço, porém, a fez parar sua caminhada pela rua deserta.

Piscou, clareando sua visão, e a imagem que focou-se à sua frente fez com que sua mente fosse tomada por preocupação.

Não estava tarde, ainda iria dar 7 da noite, mas por ser uma rua mais afastada da avenida principal costumava ser muito tranquila, praticamente deserta, mesmo que àquela hora. Sendo assim, ter um homem trajado com uma espada à cintura, sem qualquer uniforme, parado no meio de um lugar aonde só existia ela, parecendo esperá-la, sem dúvidas a deixava temerosa.

Olhou em volta, à procura de mais alguma companhia além do desconhecido à alguns metros e sentiu seu corpo tencionar ainda mais. Não havia ninguém ali. Vendo que não tinha outra saída, resolveu dar meia-volta e ir até seu objetivo pela avenida principal, era mais longe, mas muito mais seguro.

Ao tentar virar-se para voltar, porém, foi surpreendida por dois braços fortes a agarrando por trás, imobilizando-a. A pasta sob seu braço esquerdo caiu ao chão e ela tentou gritar, mas outras mãos tamparam sua boca, enquanto uma espada era colocada em seu pescoço.

— Nem pensar, garota. — A voz fria e repugnante soou do homem à sua frente, o qual tampava sua boca. — Vai ficar quietinha enquanto nos ouve.

Seus olhos arderam em lágrimas. Eram três homens armados contra uma garota sem qualquer chance de se defender. Naquele momento arrependeu-se amargamente de não ter se dedicado mais à oferta de seu noivo para ensiná-la defesa pessoal.

— Não tem com o quê se preocupar, princesa. — Dessa vez o criminoso que a segurava e mantinha a espada era o dono da voz cheia de malícia. — Não vai acontecer nada com você, desde que nos dê a informação que queremos.

— Você é a secretária do Comandante, não é? — O terceiro desconhecido finalmente se pronunciou também ao se aproximar.

Era o homem que a esperava antes.

Ele pegou a pasta jogada ao chão, juntando as folhas que escaparam dela com impacto. O estranho sorriu ao ler as informações que elas traziam, mas esse sorriso irônico não escondia a fúria em seus olhos.

— O que é isso, Hino? — O que tapava sua boca questionou curioso.

— Apenas a prova do quão filho da puta esse maldito é, Hokaru — respondeu com desprezo. — O desgraçado tem todas essas crianças sob seu controle, não é? Para fazer todas as merdas que ele quiser.

— Não se atreva a gritar, belezura. Se tentar, irá ganhar passagem VIP pro inferno — o tal Hokaru alertou à ela antes de tirar sua mão dos lábios agora molhados pelas lágrimas que escorriam por seu rosto. — Deixa eu ver isso — pediu ao pegar a pasta das mãos do companheiro. Sua expressão se retorceu num sorriso estranho. — O maldito tem acesso a cada mísera informação das crianças que alicia.

— Não fale dessa maneira! — Mesmo que o medo e o pranto por ele a tomassem, ela não admitiria ouvir tamanhos insultos. — Vocês é que são os criminosos hediondos aqui! Limpem a boca antes de falar do Comandante!

Não conseguiu falar mais nada, contudo, pois um forte tapa ardeu em seu rosto. O homem que se chamava Hino fora o autor, e agora segurava-a por suas bochechas com força. Mais algumas lágrimas caíram por baixo de suas lentes, mas essas agora carregavam muito mais raiva do que temor.

— Então você é uma das vadiazinhas dele? — Seu tom era raivoso, mas frio e perigoso. — Quer dizer que além da capitã ex-gladiadora ele também fode a secretária? Que clichê. — Ele curvou os lábios em um sorriso repleto de deboche e malícia.

— Bem, pelo menos vemos que ele tem bom gosto, não é? — O que estava por trás dela debochou.

E ela tinha certeza de que se não tivesse aquela espada em sua garganta, naquele momento, o ódio que a abrasou a daria forças o suficiente para se livrar do aperto que a mantinha imóvel.

— Uma pena é que uma mulher tão atraente como a Kouzuki seja tão descaradamente traída com as subordinadas do marido, não acha? — Hino voltou a comentar distraidamente, enquanto abria a bolsa dela e procurava por algo.

O dono da espada riu brevemente.

— Eu já vi aquela mulher dançar como uma stripper profissional, Hino-san. Deve ser tão vadia quanto essa aq-

Algo o impediu de continuar a fala, porém. Ela sentiu seu corpo ser libertado e os outros dois homens afastarem-se alguns passos, com os olhos surpresos e aterrorizados. Agora livre, virou-se para descobrir o que estava acontecendo e a visão que teve a trouxe alívio instantâneo.

Limpando com um lenço a lâmina da espada, a qual tinha acabado de cravar nas costas do criminoso sem vida ao chão, estava Miyamoto Kasai. Ex-comandante da organização à qual agora ele continuava a servir como instrutor.

— Kasai-sensei... — Sua voz estava falha, mas o choro que a envolveu era sem dúvidas de alívio.

— Recomendo a pararem de insultar a esposa do Comandante pela cidade. Se fosse ele ao invés de mim, os três já estariam no inferno agora — pronunciou-se calmamente, guardando o lenço sujo no bolso interno de sua túnica.

Ele passou pelo cadáver e se colocou entre ela e os dois sujeitos, que ainda permaneciam paralisados com o choque. Ela sorriu com maldade, sem um pingo de ressentimento, ao enxergar o terror nos olhos dos criminosos. Eles sabiam que estavam encurralados e que não importava o quanto tentassem fugir naquele momento, Kasai os alcançaria. Essa era a fama que aquele homem tinha por todo o feudo: o homem que jamais deixou um criminoso escapar de suas mãos.

— Agora, — Deu continuidade à sua fala de forma calma. — vocês têm duas opções. Digam-me o que querem com nossa recepcionista antes que os soldados cheguem para levá-los em custódia, pois não demorarão a chegar, ou aguardem para contar ao próprio Comandante amanhã, quando ele os interrogar.

Ela viu o corpo dos dois estremecer com a ideia e os desprezou mais ainda. Eram três idiotas que se comportavam como se fossem os grandes donos do crime, mas que estremeciam com a mera menção de um encontro com seu chefe.

— Vai se ferrar — Hino finalmente pronunciou-se. — Não vão arrancar nada de nós.

— Talvez não sejam tão desprovidos de coragem assim — pensou consigo mesmo.

Kasai não pareceu se afetar, todavia. Com uma velocidade assombrosa, aproximou-se do homem insolente e enquanto todos se atreveram a piscar já jorrava uma imensa quantidade de sangue do braço direito de Hino. O mentor  da Shinikayou pegou o caderno pequeno que foi parar ao chão, o que a fez arregalar os olhos.

 Era isso que estavam procurando na bolsa?!

Seu sangue gelou ao pensar no que poderia acontecer caso Kasai não tivesse chegado.

Naquela agenda estavam todos os compromissos de seu comandante; sua agenda completa dos próximos dois meses, alguns deles até mais distantes. Estavam também todos os contatos dele e da família, bem como de homens extremamente importantes com quem ele se reunia, os endereços, informações pessoais... informações que nas mãos erradas poderiam causar tantos problemas que ela não se atrevia a pensar sobre tal coisa.

— O que vocês pretendiam, seus bastardos?

Ao mesmo tempo em que Kasai dera alguns passos até alcançar o homem ainda de pé, cinco soldados da Shinikayou chegavam ao local, imediatamente apontando suas armas brancas para Hino, caído no chão tentando conter a hemorragia em seu membro superior. Colocando a espada no pescoço de Hokaru, o ex-comandante questionou mais uma vez, agora com a voz fria e perigosa.

— O que pretendiam fazer com essas informações?

— Vai se ferrar! — ele também xingou. — Pode nos matar se quiser! Não falaremos nada a vocês, seus desgraçados fardados!

Em um gesto rápido com a mão livre, Kasai levantou a manga do kimono que o bandido usava. Junto dele, ela enxergou ali o símbolo que a fez sentir um desespero maior ainda ao conscientizar-se de que aquelas pessoas poderiam ter conseguido a agenda.

— Parece que só falarão sob pressão real, não é mesmo? — Sorriu sem humor. — Revolucionário-san. — Abaixando a manga novamente, golpeou a nuca do sujeito rendido, que imediatamente desmaiou aos seus pés. — Levem-nos para a sede — ordenou aos soldados enquanto embainhava sua espada. — Amanhã provavelmente terão um encontro pessoal com o Comandante.

Por mais que já não fossem mais subordinados do homem que deu as ordens, os soldados presentes obedeceram sem questionar. Afinal de contas, o próprio Gintoki deixava claro que o deveriam fazer quando ele ou Kornors estivessem ausentes na situação.

— Você está bem, Aya-san? — chamou-a, ajudando-a a recolher os papeis da pasta que antes carregava, agora espalhados pelo asfalto.

— Sim. Graças ao senhor. — Sorriu tímida, embora grata. Levantou-se já com a pasta segura contra seu peito e então curvou-se num ângulo de 45°. — Muito obrigada, Kasai-sensei.

— Não há o que agradecer — respondeu simples. — Sorte nossa eu estar indo para o castelo.

— É verdade, esse também é um atalho para o castelo — lembrou-se da informação apenas naquele momento.

— Peço desculpas pelo atrevimento, mas sei que não mora para esse lado — observou educadamente. — Aonde pretendia chegar, Aya-san?

— À casa do Comandante — declarou ao pegar de volta a agenda que ele a oferecia para guardar em sua bolsa novamente. — Eu pretendia entregar a pasta que o senhor me pediu para entregá-lo. — Apontou o objeto em suas mãos. — Queria ter entregado ainda no trabalho, mas foi um dia corrido e quando percebi meu turno já havia acabado e não tinha conseguido. Amanhã chegarei apenas depois do almoço na sede, porque acompanharei minha mãe em uma consulta, então quis entregar hoje ainda — explicou tudo de forma resumida, suspirando logo em seguida.

Mimari Aya era a recepcionista da sede da Tenshouin Shinikayou, e uma espécie de secretária de Gintoki, que, na verdade, ficava responsável apenas por sua agenda cheia e algumas outras funções de comunicação do chefe. Ela ainda iria completar 25 anos e trabalhava com eles há menos de um ano. Conseguira o emprego por meio de seu noivo, que era um dos soldados da sede, quando a senhora que desempenhava seu papel se aposentou. Tinha orgulho em dizer que fazia seu trabalho com excelência e que Gintoki confiava plenamente em suas capacidades. Era por esse e outros motivos que desejava finalizar aquela tarefa antes de ir para casa.

— Entendo — Kasai concordou. — Prefere levar ou prefere que eu mesmo entregue a pasta? Assim te acompanharia até sua casa e depois finalizaria a tarefa por você.

Ela negou com a cabeça, envergonhada.

— Foi o senhor que me pediu para entregar, não poderia permitir que fizesse isso no meu lugar.

Ele sorriu brevemente, o que a pegou de surpresa. O quão raro era ver aquele homem sorrir?

— Nesse caso, te acompanharei então — declarou cortês, indicando para que seguissem caminho. — Estamos seguindo a mesma direção de qualquer forma.

Ela hesitou um pouco com a ideia, não querendo incomodar ainda mais o homem. Mas ao ver que não faria sentido negar, apenas acompanhou-o.

Não demorou mais que 15 minutos para alcançarem a bifurcação que os separaria. Ao invés de virar à esquerda, porém, Kasai a acompanhou pela direita, até que chegassem ao primeiro portão que levava à mansão de seu chefe.

— Não há necessidade de que me acompanhe, Kasai-sensei — ela pronunciou-se após cumprimentarem os soldados apostos, ao mesmo tempo em que ele utilizava sua digital para abrir o portão. — A partir daqui creio que estou segura.

— Provavelmente — ele concordou já atravessando o portal. — No entanto, é melhor não darmos chance ao azar. Além do mais, se não estou enganado, por uma coincidência feliz, seu noivo está fazendo a segurança de Souichirou-sama, que eu sei que veio até aqui para falar com o Comandante — informou enquanto caminhavam lado a lado pela estrada ladrilhada.

— Mesmo? — impressionou-se pela coincidência, de fato, feliz.

Ele acenou positivamente.

— Dessa maneira, você poderá entregar a pasta e ele poderá te acompanhar até em casa, já que posso voltar com Souichirou-sama para o castelo — expressou o “plano” que tinha, fazendo-a concordar.

Após mais alguns minutos caminhando, finalmente alcançaram o segundo portão e então adentraram à propriedade do Sakata primogênito. Ela já estivera ali algumas vezes, mas sempre se admirava com a beleza daqueles jardins. Sorrindo, seguiu o mais velho até a porta lateral, que era também a entrada principal da imensa construção. Surpreendeu-se ao entrar no hall, após a governanta admiti-los, e dar de cara com uma cena um tanto inusitada.

O líder do clã Sakata e seu filho primeiro pareciam discutir algo, enquanto seu noivo se mantinha recolhido no hall, e um grupo relativamente grande se encontrava na sala de estar, mais afastado, observando a cena com certa curiosidade.

— Eles são aliados importantes, Gintoki. — Viu o governador da cidade declarar com firmeza, parecia conter a impaciência que o tomava.

— E isso não muda nada — o mais novo rebateu expressando as mesmas emoções.

Os dois albinos não tinham as vozes exaltadas, mas era óbvio que não entravam em consenso sobre o assunto que debatiam.

— O que está fazendo aqui? — Ouviu seu noivo sussurrar após aproximar-se com surpresa em seus olhos verdes.

— Depois explico — sussurrou de volta, porque era óbvio que ninguém se atrevia a interromper a discussão.

Naquele momento, Gintoki se controlava firmemente para não mandar seu progenitor à merda. Não bastava toda a porcaria que já tinha na cabeça, ainda tinha mais aquela? Ele amaldiçoou-se amargamente por ter ficado feliz ao pensar que teria uma segunda-feira tranquila. Tivera um dia de paz em seu trabalho, ou a paz mais possível para seu cargo, e acreditou inocentemente que poderia chegar em casa cedo, rir das idiotices de seus filhos e talvez ter um fim de noite maravilhoso em seu imenso ofurô, com sua esposa o acompanhando de preferência.

Ledo engano.

Como se descobrir que talvez estivesse hospedando dois idiotas que estavam se envolvendo com quem não deviam já não fosse suficiente, Souichirou aparecera ali, abordando-o enquanto ainda estacionava o carro, dizendo que precisavam conversar.

— Eu não irei paralisar uma investigação que pode me dizer que um idiota está metido com a facção que venho arduamente perseguindo, só porque esse idiota é filho de um dos seus aliados, Souichirou. — O olhou firme. — Isso está fora de questão.

— Eu não estou lhe pedindo para paralisar qualquer investigação, Gintoki — contrariou com fervor, ainda que sem altear a voz. — Você melhor que ninguém sabe que não admito corrupção dentro do meu clã e menos ainda de meus aliados — declarou enérgico, talvez um pouco indignado pelo insulto velado. — Mas o Clã Yasuie é um aliado importantíssimo e eu considero muito seu líder. Inclusive duvido que saiba sobre as ações de seu filho, caso esse realmente esteja envolvido com a Tenkuro.

— Então o que quer que eu faça? — questionou finalmente demonstrando sua impaciência. — Acabou de me pedir que não exponha o idiota!

— Faça isso de forma sigilosa! — O líder inspirou profundamente, fechando os olhos e controlando a própria irritação. Quando abriu-os, permaneceu encarando-o firme.

— Você sabe que manter sigilo exige um esforço muito maior, Souichirou. — Pensar sobre o trabalho que aquilo daria apenas o irritou mais. — Dificulta a investigação em vários níveis e dará muito mais trabalho para chegar às verdades que precisamos descobrir.

— Mas obterão os mesmos resultados ao fim de tudo — contestou aborrecido. — Se esse garoto estiver realmente relacionado à Tenkuro, que seja punido como deve ser, e tenho certeza de que o pai dele concordará com isso. Mas até isso ser provado não devemos expô-los. Tudo o que estou lhe pedindo é que não manche o nome de um clã tão tradicional do feudo, Gintoki. — O albino mais novo bufou em resposta, o que fez enfim Souichirou mudar sua postura. — Aliás, não estou lhe pedindo mais coisa alguma — declarou com seriedade. Gintoki atentou-se a mudança. — Estou lhe ordenando que mantenha essa investigação em sigilo. —O olhar de desagrado de Gintoki o fez manter seu tom rígido, embora calmamente frio. — Na última década confiei a Shinikayou em suas mãos, completamente aos seus cuidados, sem impor qualquer de minhas opiniões sobre a suas decisões, porque me mostrou que era capaz de comandar a organização com excelência. Mas não faça eu me arrepender de ter te dado toda essa liberdade, Gintoki. Você ainda me deve obediência, assim como jurou pela sua vida. Não vou admitir desmandos — concluiu firme.

Por um minuto, o samurai se permitiu encarar os olhos do mais velho e era visível que mesmo depois de onze anos e de toda a relação que eles construíram, inclusive de confiança mútua, existia uma imensa distância entre eles. Riu-se interiormente da própria desgraça. Distância que provavelmente existiria pelo resto de suas miseráveis vidas. Não importava quanto tempo passasse ou o quanto seus filhos acabassem por aproximar os dois, jamais passariam da barreira invisível que existia entre eles.

— Como quiser que seja, Souichirou-sama. — Deu-se por vencido, mas não sem acrescentar o tom irônico ao pronome de tratamento.

— Estamos de acordo então. — Sem mais palavras, virou-se para o hall, com intenção de deixar a casa.

No entanto, surpreendeu-se ao encontrar ali mais duas pessoas além do soldado que fazia sua segurança. Gintoki também parecia ter se dado conta da presença apenas naquele instante.

— Aya? — Olhou confuso para a jovem, que corou levemente ao ser “flagrada” ali.

— Boa noite, Comandante, Souichirou-sama... — cumprimentou sem jeito, curvando-se respeitosamente.

— Achei que fosse direto para o castelo, Kasai — Souichirou dirigiu-se ao conselheiro após responder ao cumprimento.

— E era minha intenção — concordou tranquilamente, não parecia muito afetado pela cena que acabara de presenciar. — Até que encontrei Aya-san rendida por três criminosos enquanto tentava chegar aqui.

No mesmo instante todos os olhares se voltaram pra recepcionista.

— Você está bem? Fizeram alguma coisa com você? — O noivo da jovem a segurou pelos ombros, passando os olhos por todo seu corpo à procura de possíveis feridas.

— Estou bem, Raiden. — Sorriu tranquilizando-o. — Kasai-sensei chegou à tempo de impedir que fizessem qualquer coisa.

O jovem imediatamente curvou-se ante o instrutor, fazendo com que os cabelos azulados escuros caíssem sobre os olhos, agradecendo-o por ter salvado sua noiva. Mais uma vez Kasai disse que não havia o que agradecer, e então Aya se pôs a contar o que acontecera para os presentes; coisa que aumentou em alguns níveis a perturbação mental de Gintoki.

Àquela altura, Mayah e os hóspedes da casa já haviam se aproximado, compadecendo-se com a situação que a secretária passara.

— Raiden — ele pronunciou-se ao fim da história. — A partir de agora, quando não estiverem na sede, você será segurança pessoal da Aya. Essa será sua principal função na Shinikayou. Garantir que ela esteja à salvo. — O casal olhou-o com leve surpresa. — Já que são noivos, acho que não vai ser muito difícil garantir que ela esteja segura o tempo todo.

— Obrigada por se preocupar com isso, Comandante. Daria minha vida para protegê-la em qualquer circunstância, tenha certeza de que sua ordem apenas torna isso oficial — declarou curvando-se em agradecimento e respeito, indicando que sem dúvidas obedeceria.

Gintoki sorriu brevemente, não demorando a liberá-los para que pudessem ir embora. Foi confirmado que Seiji levaria a noiva para casa e Kasai faria a segurança de Souichirou enquanto voltavam para o castelo.

Mayah até tentou fazer Souichirou e Kasai ficarem pra jantar, mas desistiu após o líder negar educadamente. Ela detestava quando ele e Gintoki discutiam, mas não tinha muito o que fazer naquela situação. Sendo assim, alguns minutos depois os visitantes já haviam partido e os hóspedes começavam a dirigir-se ao centro da sala de estar novamente, para esperarem o jantar ser servido.

Antes que todos o fizessem, porém, Gintoki respirou fundo, ignorando a enxaqueca que começava a dar as caras, e virou-se para os próximos alvos de sua atenção.

— Vocês dois — direcionou-se à Shinpachi e Kagura com uma feição séria, que atenderam ao chamado. — Pro escritório — disse em tom de ordem, apontando a porta próxima com a cabeça. Os dois jovens o encararam confusos. — Agora.

Não disse mais nada antes de juntar a pasta entregue por Aya à que ele abandonara sobre o balcão do hall de entrada e seguir ele mesmo para o cômodo.

Iria tirar aquela história a limpo de uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

1 - Aya: https://i.imgur.com/WGU7NSY.jpg



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