An Ordinary Life escrita por JhullyChan


Capítulo 8
Capítulo 8 - Algumas das mulheres da minha vida.


Notas iniciais do capítulo

:x



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LEGENDA:

Itálico - pensamentos

Negrito - sonhos/lembranças

By Li Syaoran

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Odeio hospitais. Simples assim. O cheiro, o excesso de luminosidade, os sons, tudo me faz odiar o local. E odeio estar por motivos realmente necessários.

Fiquei por 4 dias naquele lugar. Mesmo com minha mãe e minhas irmãs constantemente lá, a sensação que eu tinha era que deveria sair dali o mais rápido que podia. Não que eu tivesse medo ou pavor, era apenas desconforto por estar em um local não muito agradável.

Hoje, meu primeiro dia em casa, tenho que voltar a me acostumar com a constante vigilância de minha mãe e as confusões de minhas irmãs e prima.

Tomoyo, Eriol e Sakura ainda não apareceram. Mas período de provas é assim mesmo, não posso culpá-los.

...

É oficial. Eu quero matar as minhas irmãs, principalmente Shiefa. Fechei os olhos, frustrado com as conclusões precipitadas que ela tirava.

— Você deveria me agradecer. Do jeito que você é lerdo, nunca vai conquistá-la.

— E quem disse que eu quero isso?

— Suas ações, suas trocas de olhares e o fato de vocês sempre estarem um do lado do outro. Sempre. – Ela frisou enquanto enumerava nos dedos.

Parei. Como assim 'sempre estarem um do lado do outro'? Não me lembro de estar sempre sentado ao lado dela ou coisa parecida. 

Fechei mais a cara e troquei de canal. Fazia mais de uma semana que não treinava e o meu corpo pedia por exercício. Eu precisava gastar energia, sentir a endorfina e ter o tempo que eu tinha para ficar sozinho e pensar. Coisa que era impossível com tanta mulher junta em uma casa 'pequena'. Isso se você considerar uma casa com 2 suítes, 1 quarto, sala de estar e de jantar, cozinha, área de serviço e um quintal grande como ‘pequena’. Se bem que, comparada à mansão, essa casa é pequena.

— Ô maracujá de gaveta – Shiefa pulou no sofá onde eu estava sentado –, ainda bravo comigo? – Ignorei-a e continuei observando a televisão. – Syaoran. – Ela me chamou novamente e eu continuei ignorando, até que ela me beliscou.

— O que você quer?

— Que você pare de agir como um velho rabugento.

— Então pare de me encher o saco.

— Não estou fazendo isso. Estou tentando fazer com que você perceba o quanto você gosta da Sakura, é diferente.

— Para mim dá no mesmo.

— Vocês são muito teimosos. – Ela falou baixo, depois bufou e cruzou os braços.

— Como se vocês fossem diferentes. – Ralhei.

— Como?

— Quantas vezes nós conversamos sobre você e Quiang? – Ela ficou vermelha e me empurrou. – O quê?

— Não me lembre dele. – Ela continuou vermelha e eu comecei a rir.

— Você está com saudades dele!

— Claro! Qualquer namorada normal sente saudades do namorado. – Ela voltou a cruzar os braços. Ri de sua cara emburrada e passei meu braço bom por cima dos ombros dela, em uma espécie de abraço.

— Sei que está tentando ajudar no seu ponto de vista, mas Sakura não funciona assim.

— Então confessa que gosta dela?

— Tenho um carinho e proteção por ela, que pode ser facilmente confundido com outra coisa, dependendo do observador e de seu intuito.

— Chato! – Ela me empurrou com o corpo enquanto cruzava os braços. – Você nunca foi de ter amigas mulheres.

— Agora tenho duas.

— Você não age da mesma forma com Tomoyo.

— Porque ela tem namorado, e por mais que Eriol seja meu amigo, homens são territorialistas. Você sabe disso.

— Não me convenceu. – Ela se levantou. – Vou conversar com ela. – Me mexi rápido demais e minha perna doeu pelo movimento brusco.

— Merda! – Reclamei. – Não se atreva, Shiefa. – Falei enquanto xingava mentalmente.

— Por quê? – Sabia que ela estava sorrindo mesmo sem olhar diretamente para ela. – Medo de ela não gostar de você da forma que você gosta dela?

— Não seja louca. Já falei que não gosto dela dessa forma, peste! – Falei com um pouco de raiva enquanto me ajeitava.

— Que linguajar é esse, Xiao Lang? – Gelei ao ouvir a voz de minha mãe.

— Shiefa está me enchendo a paciência, porque quer bancar a cupido e juntar Sakura e eu. – Não me virei para olhar para minha mãe, outro movimento forçado e eu teria mais dor.

— Aquela garota que estava com você no acidente? A de cabelo cobre? – Minha mãe perguntou.

— Essa mesma mãe. – Fuutie entrou no cômodo e respondeu. – Ela não é uma gracinha? E os dois combinam demais! E na verdade o cabelo dela é castanho claro, levemente avermelhado.

— Se preocupe com o seu casamento, Fuutie, e deixe minha vida em paz. – Reclamei.

— Grosso. – Ela me respondeu. – Pelo visto você estava certa Shiefa, ele realmente gosta dela.

— Bem disse. – Minha irmã gêmea balançou a cabeça orgulhosa de si mesma.

— Kami-Sama. – Afundei no sofá e joguei a cabeça para trás.

— Parem de chatear o seu irmão. – Minha mãe me defendeu. – Ele está preocupado com as aulas que está perdendo e descontando a frustração em vocês. Vão caçar algo de produtivo para fazer e o deixem descansar.

Elas bufaram e reclamaram, mas obedeceram. Senti que minha mãe ainda continuava na sala, me esforcei para olhar para ela, e ela logo se sentou ao meu lado.

— Sabe que se continuar agindo dessa forma elas vão continuar implicando. – Ela disse enquanto se ajeitava no sofá ao meu lado.

— Sei disso, mas não posso deixar Shiefa fazer isso. Mulheres são complicadas. Se Sakura entender errado, pode parar de falar comigo e ficaria um clima chato entre nós quatro.

— Te entendo meu filho, e vou conversar com Shiefa, mas não seja tão duro com elas. Estamos a quase 5 meses sem nos vermos, tente aproveitar nossa companhia.

Concordei, mas foi apenas para que ela me deixasse quieto. Passei boa parte da minha vida na companhia delas, e por mais que as amasse, ser independente delas era o que queria.

— Senhora Li – Wei chamou minha mãe –, o almoço já está pronto. Posso servir?

— Sim, Wei, por favor. Vou chamar as meninas. – Ela se levantou. – Quer ajuda para ir para a mesa?

— Não, mãe, obrigado. – Observei ela saindo do cômodo, juntamente com Wei, e comecei a tentar me levantar. Se Shiefa aprontar algo, ela vai se ver comigo.

...

— Obrigado, Hitashi. Se não fosse por você, cara, eu estaria ferrado. – Agradeci. 

— Não há de que, Li. Você é do grupo, cara, temos que nos ajudar. – Hitashi se despediu e saiu. Ele vinha quase todos os dias me atualizando com as matérias e me ajudando quando tinha alguma dúvida.

A casa está silenciosa demais. Segui para a cozinha e me lembrei que Wei havia saído para fazer compras. Mamãe deve estar em alguma reunião, mas... E as garotas? Ouvi a campainha tocar e me esforcei para ir atender.

— Sakura? – Me surpreendi em vê-la ali.

— Olá, Syaoran. – Ela continuou parada na porta. – Tomoyo e eu vamos levar as suas irmãs para conhecer a Kyodai.

— Entre. – Me afastei da porta. Ela parou ao meu lado, me deu um beijo no rosto e seguiu para dentro, andando no meu ritmo. – Acho que elas não estão, pois a casa está silenciosa demais.

— Bom, posso esperar. – Ela sorriu. – Você está bem? – Ela me perguntou assim que me ajudou a sentar no sofá.

— Estou. Me recuperando aos poucos, mas estou sendo tão controlado que vou estar bom rapidamente. – Tentei soar o mais convincente possível.

— Pelo que parece, você não gosta de tantos cuidados.

— Não gosto de ter babás. – Ela soltou uma curta risada.

— Entendi, entendi. – Ela olhou para os cantos da sala e parou quando viu a mesa cheia de cadernos.

— Hitashi estava aqui agora a pouco. – Expliquei para ela. – Ele vem quase todos os dias depois da aula para me ajudar.

— Peço desculpas por não ter vindo antes. – Ela ficou um pouco corada.

— Não se preocupe, final de período é sempre correria.

— Você chegou! – Shiefa chegou da rua e correu para o sofá, se jogando sobre Sakura, rindo feito criança.

— Li Shiefa. – Ouvi minha mãe. – Não faça isso, vai assustar a senhorita Kinomoto.

— Tudo bem. – Sakura conseguiu dizer depois de recuperar o fôlego. – Acho que já estou me acostumando com o jeito delas.

— Viu, mamãe. – Fuutie sentou do outro lado de Sakura e apertou suas bochechas. – Ela é muito fofa! Vamos adota-la como cunhada.

— O QUÊ?! – Tanto eu quanto Sakura falamos ao mesmo tempo.

— Já estão até sincronizados. Que lindo! – Fuutie tentou apertar minhas bochechas, porém consegui me afastar.

— Parem com essas besteiras, vocês duas. – Avisei.

— Ele está com medo de você não gostar dele. – Shiefa cochichou para Sakura, porém alto o suficiente para que todos ouvissem. Fechei os olhos e contei mentalmente até 100, depois fui aumentando para 500 e por fim desisti porque aquilo não estava me ajudando.

...

Alguns dias haviam se passado, e tanto Shiefa quanto Fuutie, não desistiam da ideia de juntar Sakura e eu. Primeiro, elas fizeram com que ficássemos sozinhos quase que durante todas as visitas que Sakura me fazia e agora, elas haviam inventado um desafio infantil para que o primeiro passo fosse dado.

Naquela noite, uma das últimas antes de minha mãe e irmãs voltarem para Hong Kong, Fuutie e Shiefa trouxeram Meiling, Tomoyo e Sakura para uma festa do pijama. Não pude ficar muito tempo com elas, porque fui enxotado com a desculpa de que elas teriam uma briga de travesseiros e eu estava debilitado demais para isso. Mas eu conhecia Shiefa, e se tinha uma coisa que ela não abria mão em suas festas com as amigas, era jogar ‘verdade ou desafio’.

Estranhei quando Sakura bateu na porta do meu quarto tarde da noite. De início não acreditei que ela havia topado, mas sabia que minhas irmãs eram bem convincentes quando queriam. Meu desafio é ficar com você. Mais especificadamente, aparecer com um chupão no pescoço feito por você. Lembrei de suas palavras. Aparecermos, cada um, com um chupão feito pelo outro... Kami-Sama. Minhas irmãs são capazes de pensar em coisas bem infantis quando querem. 

A convenci, do meu jeito, a desistir da ideia. Por mais que fosse tentador, Sakura demonstrou estar assustada e confusa, sendo assim, aquele não era o melhor momento para qualquer interação romântica. Sakura acabou dormindo na cama, ao meu lado. Ela estava de costas para mim. A cobri melhor e voltei a olhar para o teto.

Respirei fundo. Ainda não havia conseguido pegar no sono e cada vez mais que minha mente dava voltas sobre o ocorrido, mais percebia que meu corpo pedia por descanso. Fechei os olhos, me concentrando na respiração da garota ao meu lado e o cansaço acabou me vencendo.

...

Depois de tanto pensar sobre o assunto realmente acabei dormindo e hoje pela manhã acordei com o peito comprimido, não no sentido figurado, mas no literal. Sakura estava deitada em meu peito, tranquila, com o rosto sereno. Tirei uma mecha de cabelo de seu rosto e ela nem se mexeu. Fiquei ali por um tempo, até que por fim ela acordou.

— Bom dia. – A saudei. Minha voz estava rouca devido não uso dela e eu agradecia a Kami-Sama por não ter acordado com ereção matutina, pois seria bem constrangedor.

— Bom dia. – Ela me respondeu enquanto se aconchegava mais me mim.

— Gostou do travesseiro?

— Uhum. – Ela balançou a cabeça sorrindo. Ri de suas expressões matutinas e ela abriu os olhos.

— Cabelos bagunçados, olhos grudentos, mau hálito... – Comecei a enumerar. Ela escondeu o rosto de mim e eu voltei a rir. – Não é para tanto, Sakura. Todas as pessoas na face da Terra são assim quando acordam. – Segurei seu queixo e ela continuou com os olhos fechados. Beijei sua testa, tentando fazer graça, e só consegui fazê-la sorrir.

Senti quando ela levantou a cabeça e encostou seu nariz em meu maxilar. Não sei explicar o que aconteceu depois disso. Eu entrei no piloto automático e apenas segui o fluxo das coisas. Movi minha cabeça, encostando meus lábios em seu nariz. Ela continuava com os olhos fechados, com as bochechas levemente levantadas, indicando que estava sorrindo. Beijei seu nariz, fazendo com que ela emitisse uma curta risada, daquelas de apenas um segundo.

Mas não me contive, e em um momento de não raciocínio lógico, a beijei. Foi apenas um selinho, mas foi o suficiente para fazer com que percebesse o quão macia aquela boca era e a vontade que eu tinha de explorar cada canto.

Me afastei dela e encarei aqueles olhos esmeralda.

— Quer apostar que elas vão achar que nós dormimos juntos? – Sakura levantou a sobrancelha enquanto dizia.

— Essa era a consequência de ficar aqui. – Falei enquanto mexia os ombros. Ela se afastou de mim, sentou e passou a amarrar os cabelos em um coque.

— Sim, me lembro das opções que você me deu. – Ela terminou e mexer nos cabelos e apoiou as mãos no colchão.

— Não dá mais para se arrepender. – Me sentei, com cuidado para não doer mais do que já estava. – Além do mais, não fizemos nada. Não há o que esconder.

Sakura respirou fundo e olhou para mim com as bochechas coradas.

— Isso. – Apontei para ela.

— O quê? – Ela inclinou a cabeça e franziu a testa.

— Se você disser a verdade, vermelha do jeito que está, elas vão acreditar. – Sakura rolou os olhos e saiu do quarto, depois de fazer uma careta para mim.

...

Por mais que minhas irmãs pudessem se esforçar em colocar seus planos em ação, a grande maioria deles não dava certo. Talvez por falta de sorte delas, ou por Sakura ser tão ingênua que não percebia – ou disfarçava muito bem ­— o duplo sentido de algumas frases ditas por elas. Não tive oportunidade de conversar com Sakura sobre o ocorrido daquela manhã, e cada vez que o tempo passava, menos havia a ser dito.

Minhas irmãs e minha mãe estavam, nesse momento, arrumando as coisas para partirem.

— E então, Xiao Lang, vai sentir falta delas? – Ouvi Meiling perguntar, mas continuei prestando atenção no jogo que jogávamos. Xadrez.

— Uhum. – Respondi automaticamente, sem levantar os olhos ou deixar de me concentrar em minhas estratégias.

— Mentiroso.

— Se sabia qual era a minha resposta, por que perguntou?

— Porque queria te distrair. – Ela moveu o bispo de forma precipitada, deixando seu cavalo desprotegido, e me dando a oportunidade de retira-lo do jogo.

— Não funcionou. – Sorri enquanto retirava a peça dela do tabuleiro.

— Então vamos falar sobre Sakura. – Meu sorriso morreu e o dela aumentou, se transformando em pura implicância e sarcasmo, sabia simplesmente pelo modo como ela falava.

— Não temos nada para falar a respeito dela.

— Sei. – Ela tornou a usar da ironia tão característica dos Li. – Tem certeza? Porque Shiefa e Fuutie tem se empenhado bastante para fazê-la sua namorada.

— Elas não têm esse tipo de influência sobre a minha vida. Eu decido quem eu quero ou não nela e se você continuar conversando, e não prestando atenção no jogo, logo não verei motivo de estarmos jogando já que vou ganhar em poucos movimentos.

— É, realmente, falar sobre Sakura quando você está de mau humor não dá certo.

— Xeque-mate. – Cruzei os braços e dei o assunto por encerrado. Ela bufou.

— Odeio jogar xadrez com você.

...

— Não tenho irmãos, então não sei qual seria a minha reação caso eles fizessem isso comigo, mas acho que Sakura está mais acostumada com essas implicâncias do que você imagina.

— Assim espero. – Respirei fundo enquanto me ajeitava melhor no banco do carona. Eriol havia me tirado de casa para irmos assistir futebol americano no mesmo bar que sempre íamos. – Caso contrário, seria muito desconfortável para todos.

— Sim, seria. – Ele estacionou e nós seguimos para encontrar com Yamazaki. – Mas não acho que isso ocorra. Dá para perceber que elas estão fazendo isso por conta própria, não por influência sua. – Concordei. Nos sentamos em uma das mesas próximas ao televisor e logo o terceiro integrante da mesa chegou.

— Boa noite. – Ele fez uma pequena reverência. – Vocês chegaram cedo ou eu me atrasei? – Ele conferiu o relógio.

— Chegamos mais cedo para pegar um bom lugar. – Yamazaki respirou aliviado e passamos o restante da noite fazendo o que sabemos fazer de melhor nessas ocasiões: nos juntar ao restante do bar e acompanhar calorosamente o jogo, tomando cerveja e comendo petiscos.

...

Confesso que chegar em casa um pouco bêbado não foi a coisa mais sábia que fiz, principalmente porque ninguém estava me esperando – já que minha mãe e minhas irmãs já haviam partido e Wei estava dormindo. Mesmo com as sessões de fisioterapia e a considerável melhora não sendo necessário o uso das duas muletas, apenas uma, não consegui chegar muito bem ao meu quarto.

Tropecei algumas vezes, caí uma ou duas outras, ignorei o banheiro – mesmo sabendo que deveria tomar uma ducha – e fui direto para a cama.

Me amaldiçoei algumas vezes, ao acordar, mesmo com uma enxaqueca leve, sendo assim uma ressaca tranquila. Estava esperando a liberação do fisioterapeuta para poder voltar para o apartamento. Sentia falta do idiota do Eriol e das constantes visitas das garotas. Eles até vinham, porém não tanto quanto costume.

Tomei uma ducha, desci e iria tomar meu desjejum tranquilamente, pois era domingo. Eles viriam para cá hoje, iríamos fazer alguma coisa já que finalmente o período de provas havia acabado e somente quem havia ficado de prova final estava agarrado nas aulas ainda.

— Bom dia, Sr. Li.

— Bom dia, Wei.

— Irá tomar seu desjejum agora?

— Sim, por favor.

...

Assim como combinado, eles chegaram pouco depois do almoço e já agitaram a casa.

— E então, o que vamos fazer? – Tomoyo estava ansiosa e queria sair.

— Podemos ir ao cinema e depois lanchar. Ou assistimos filme por aqui mesmo. – Sakura sugeriu.

— Tem karaokê também, faz tempo que não vamos. – Eriol comentou, o que não nos ajudava a chegar a lugar algum.

— Temos que decidir primeiro se vamos sair ou ficar por aqui. – Decretei.

— Eu voto por sairmos. – Tomoyo levantou a mão direita.

— Também acho melhor sairmos. – Eriol concordou com a namorada.

— Eu preferia ficar, mas não ligo de sairmos. – Sakura, que estava sentada ao meu lado, recostou no encosto do sofá.

— Eu prefiro sair. Fiquei muito tempo aqui dentro. – Falei.

Dito e feito. Fomos direto para o cinema, o que foi bem interessante. Assistimos ao único filme disponível naquele horário, um drama de época onde um detetive investigava assassinatos de mulheres, sendo que sua própria esposa estava na mira do serial killer.

Tomoyo amou o figurino, a locação, os costumes da época e a forma como eles falavam. Cada cena externa era um comentário admirado por parte dela. Eriol elogiava a parte técnica. Fotografia, iluminação, trilha sonora e efeitos especiais. Que eram poucos. Sakura se encantou com a história e sempre se escondia quando algum assassinato ocorria. Mas a parte mais inusitada era que ela virava o rosto para o meu lado, enquanto sussurrava ‘ai, ai, ai’. Era engraçado. Eriol estava em uma ponta e eu na outra, com as garotas no meio, o que fazia com que ela sempre se virasse para mim.

— Calma, nanica, é só um filme. – Brinquei com ela, quando o assassinato mais sangrento acontecia. Ela me fuzilou com os olhos e voltou a fechá-los com força. Ri mais uma vez, e por impulso, passei meu braço direito sobre ela, fazendo com que ela se escondesse em mim. Ela ficou ali até que toda a cena tivesse acabado e pareceu meio sem graça quando se afastou de mim.

— Gostei do filme. – Eriol comentou assim que saímos da sala de cinema.

— Que cenário lindo! E as roupas então? Lindas, lindas! – Tomoyo ficou encantada e não parava de falar sobre.

— Não sei como vocês não se assustaram com as mortes. – Sakura fez muxoxo e cruzou os braços.

— Porque era somente um filme, Sakura. – Impliquei com ela.

— Mas mesmo assim. Eram muito realistas. – Ela continuou emburrada, e todos rimos dela.

— Vamos comer o que? – Eu já estava com fome.

— Comida mexicana. – Os três sugeriram ao mesmo tempo, porém com diferentes níveis de animação.

— Tudo bem, tudo bem, vamos! – Guiei eles até o melhor restaurante que havia próximo ao cinema.

...

— Por que vocês não namoram? – Aquela pergunta feita sem motivo algum por Tomoyo, me pegou de surpresa.

— Oi? – Sakura, que estava com o garfo a caminho da boca, se assustou também e pode expressar sua surpresa, ao contrário de mim que estava mastigando.

— Tomoyo. – Eriol disse em tom de advertência.

— O quê? – Ela se fez de desentendida.

— Deixe-os. Você sabe que Syaoran não gosta de pressão e Sakura parece estar desconfortável, então não toque nesse assunto, ok?

Agradeci mentalmente por Eriol tê-la feito parar. Sakura mexia a comida do prato, de um lado para o outro, e não parecia recuperada ainda. O silêncio que se seguiu não foi muito confortável, então Sakura resolveu mudar de assunto perguntando sobre a família de cada um.

...

Percebi certa inquietação vinda de Sakura, mas continuei quieto no meu lado do banco. Estávamos voltando para casa, eles me deixariam em casa e seguiriam para o alojamento.

— Quando você volta para o apartamento? – Ela me perguntou.

— Assim que o fisioterapeuta liberar. – Respondi. – Por quê? Saudades? – Impliquei com ela.

— Não das suas implicâncias, mas sim porque não estou aguentando mais ficar de vela sozinha. – Ela desligou o celular e voltou sua atenção para mim.

— Disso eu não posso duvidar. – Vi que o celular dela apitou novamente e ela voltou a mexer nele. Me concentrei em observar a rua, nas poucas pessoas que estavam andando ainda e no quão agitado aquela parte da cidade era mesmo naquele horário.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoas.

Mais um >< Espero que gostem ♥

Agradecimentos especiais para:
Vivianne, thatycarter, Pandinha e Suzzane *--------* Obrigada pelos comentários, meninas! #LoveYouAll

#Beijos



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