An Ordinary Life escrita por JhullyChan


Capítulo 4
Capítulo 4 - Rotina.


Notas iniciais do capítulo

#TGIF



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LEGENDA:

Itálico - pensamentos

Negrito - sonhos/lembranças

By Li Syaoran

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Saí do meu prédio e segui para o prédio onde Sakura tinha aula. Naquele dia, Eriol teria consulta no oftalmologista e eu almoçaria com as garotas. Iríamos almoçar em um restaurante indiano no centro de Kyoto.

Assim que cheguei ao local combinado de buscar Sakura, a vi se despedindo de outras garotas. Antes de eu me aproximar por completo elas já haviam ido embora.

— Vamos? – Perguntei assim que parei ao lado dela.

— Ei Li, tudo bom? – Ela me perguntou com um belo sorriso.

— Tudo. Como foi a prova? – Passamos a caminhar rumo ao local combinado para buscarmos Tomoyo.

— Difícil, mas acho que fui bem.

— De nada. - Falei de forma bem implicante e ela mostrou a língua para mim.

Sakura não era o tipo de garota preguiçosa, mas precisava de alguns empurrões para estudar, e na semana antes da prova, eu peguei muito no pé dela. Motivo pelo qual me sinto no direito de receber agradecimento.

Rapidamente encontramos Tomoyo e seguimos para os apartamentos, para deixarmos as coisas e pegarmos o carro.

— Hoje o coordenador do nosso curso foi lá na sala e falou sobre o cronograma geral novamente. – Sakura comentou durante o percurso. – Confesso que ainda estou um tanto quanto perdida.

— Todo mundo fica confuso no início, Sakura-chan. Não se preocupe, com o tempo você aprende. – Tomoyo tentou acalmar a colega de apartamento.

O restante do caminho elas foram conversando. Eu participei da conversa algumas vezes, só quando necessário. Chegamos à recepção dos apartamentos e fomos recepcionados por Matsumoto-san. A despistamos, subimos cada qual para o seu andar e minutos depois já estávamos a caminho do restaurante.

...

Os dias passavam rápidos e eu não podia parar de pensar no sorriso dela, era lindo. Mas é claro que eu nunca vou dizer isso para ela, e nem para ninguém! Tenho que parar de pensar nisso, mal a conheço.

Sempre quando podíamos, quando não havia monitoria ou treino de futebol, nós nos encontrávamos na biblioteca para estudar. Bom, pelo menos eu estudava. Eriol e Tomoyo quando não tinham nada para estudar ou não queriam, sumiam e só voltavam quando estávamos indo embora. Com isso, eu passava algumas horas com Sakura e suas constantes reclamações que a biblioteca era chata e a deixava com sono. Mas eu não deixava de insistir no quanto ela precisava estudar. Chato eu? Com certeza.

Criamos o hábito de passarmos as noites livres no apartamento das garotas, além das sextas, o que gerava conflitos entre Sakura e eu, e muito namoro entre Tomoyo e Eriol. Mas já estávamos começando a nos acostumar. As nossas trocas de ‘elogios’ são constantes, porém conseguimos nos manter no mesmo ambiente. O que é um avanço.

— Alguém vai assistir ao jornal? – Perguntou Tomoyo enquanto sentava no sofá de três lugares, juntamente com Eriol.

— Para mim tanto faz. Cansada do jeito que estou, durmo em menos de cinco minutos. – Disse Sakura se sentando no sofá de dois lugares, ao meu lado, e me entregou um copo de suco. Porque tem que sentar tão perto de mim? Ela colocou as pernas dobradas em cima do sofá, inclinando-as para o lado, apoiando os joelhos no braço do sofá e escorando os pés em mim.

— Se o seu cansaço é tanto, vá dormir. – Disse para implicar com ela.

— Não me enche, Li. Você não tem nada a ver com isso... – Disse Sakura friamente.

Quando eu ia dar uma boa resposta para ela, Eriol se colocou no meio da conversa.

— Ok. Calma aí vocês dois. – A voz dele estava calma, porém autoritária, como se ele estivesse falando com duas crianças. – Podem ir parando, estou querendo ver o jornal.

...

Mesmo com os constantes atrasos de Sakura, nós passamos a ir todos juntos, andando. O meu prédio era o mais longe, logo eu entregava e buscava todos. Tomoyo até passou a me chamar de 'papai'! Dai-me paciência! Mas já era automático. Quando acontecia algum atraso, todos eram avisados.

Naquela sexta nós resolvemos assistir filme, foi meio de surpresa, porque já era 23:00. O filme escolhido da vez foi 'As branquelas'. Ok, o filme é velho, mas é um dos melhores.

Nós estávamos todos na sala, Eriol e Tomoyo juntos no sofá de três, eu no chão e Sakura estava deitada no sofá de dois lugares. Kami-sama, por que ela tinha que estar com esse vestido? Com ela em pé ele batia perto do joelho, mas quando ela deitava, ele subia até a metade das coxas.

Eu estava com uma camisa preta com as bordas das mangas brancas, atrás da camisa haviam asas parecidas com as de anjo. Ótima camisa que mamãe me deu, argh! Pensei carrancudo. A única vantagem é que ela é fresca. Também vestia uma calça jeans e um Adidas surrado.

Quando foi na metade do filme, apesar das risadas minhas e de Sakura, Eriol e Tomoyo acabaram dormindo abraçados. Com as pausas para pegar uns lanches e para ir ao banheiro, fomos terminar de assistir o filme 2 horas da manhã. Os créditos começaram a passar, fechei os olhos e apoiei minha cabeça no sofá atrás de mim. Só de imaginar ter que subir todas aquelas escadas já me deixava desanimado. Ouvi os aparelhos sendo desligados. Aposto que Sakura não dormiu. Abri os olhos. Realmente era ela quem estava desligando. Voltei a fecha-los. Logo depois, senti alguém me sacudindo, mas me recusei a abri-los.

— Li... Li... – Sakura continuava me sacudindo e me chamando. – Anda Li, acorda. – Ela cutucou levemente no meu rosto.

Insisti em ficar ali até que ela parou. Deve ter desistido.

— Syaoran acorda. – A ouvi sussurrar bem próximo a minha orelha. Abri os olhos e a vi sentada ao meu lado, o braço esquerdo apoiado no chão e o direito no sofá atrás de mim, o rosto a milímetros do meu.

— O que foi? – Consegui dizer com uma voz controlada. Ela está perto demais.

— Estava tentando te acordar faz um tempo. – Ela virou um pouco. Senti seu nariz quase encostar em minha bochecha, mas ela continuou na mesma posição. Acho que ela ainda não se deu conta. – Você tem um sono meio pesadinho.

— Estava apenas descansando. Só de pensar em ter que subir escadas, já me deixa desanimado.

— Preguiçoso! – Segundos depois ela arregalou os olhos. – Me desculpe! Me apoiei para te acordar e por aqui fiquei. – Enquanto falava, ela se afastou e se levantou. – Está muito tarde para você voltar para o seu apartamento e acordar os pombinhos ali – apontou para Eriol e Tomoyo –, com certeza não é uma boa ideia. Se você quiser, pode dormir na cama da Tomoyo, ela não vai reclamar. – Antes de sair, ela falou: – É a cama da esquerda de que quem entra.

Sakura pegou as coisas que usamos e foi para a cozinha. Levantei-me e fui para o quarto, depois de pensar se deveria ou não ir para lá. Cheguei lá e vi duas camas, uma com colcha amarela com detalhes em roxo e outra com fundo rosa e desenhos coloridos. Bom, ela falou: 'à esquerda de quem entra', então é a amarela. Como não consigo dormir de camisa, tirei a mesma e o tênis. Deitei na cama, em cima da colcha mesmo, metade das minhas costas apoiadas na parede e metade apoiada nas almofadas em cima da cama. Cruzei os braços e fechei os olhos tentando dormir.

Um tempo depois ouvi a porta sendo aberta. Como o quarto estava escuro, abri os olhos e vi Sakura entrando Ela já estava vestida com sua roupa de dormir. Era um vestido que batia na metade da coxa. Parece camisola de criança.

Ela arrumou sua cama e quando iria se virar para mim, fechei os olhos. Senti quando ela me cobriu, mexeu no meu cabelo, e fez uma coisa que eu não esperava: deu um beijo em minha testa. Depois de sussurrar um 'boa noite', ela voltou para a sua cama e se deitou. Continuei com os olhos fechados e acabei dormindo.

...

— Ei vocês dois! – Ouvi a voz de Meiling e rolei os olhos. Senti quando levei um tapa de leve. – Podem parar de namorar por alguns minutos, por favor? 

— Ande logo Meiling. Meu voo sai em 6 horas, preciso me despedir adequadamente de minha noiva. – Disse enquanto abraçava aquele corpo pequeno e sentia mais uma vez o cheiro de peônia que exalava dos cabelos curtos e sedosos que tanto amava.

Minha prima rolou os olhos e fez barulhos de desgosto com a garganta.

— Grude. – Ela resmungou. – Enfim, só gostaria de lembra-los que os dois irem fazer intercâmbio ao mesmo tempo é totalmente injusto.

— Não se preocupe Meiling. – Midori se soltou de mim e se aproximou de Meiling, lhe dando um doce e delicado abraço. – Estarei de volta em seis meses. – Ambas se viraram para mim e me encararam. – Não posso dizer o mesmo do chato do seu primo que só volta em dois anos.

Rolei os olhos e cruzei os braços. E eu achando que elas haviam finalmente aceitado.

— Já conversamos sobre isso. – Puxei Midori de volta para os meus braços e a apertei levemente. – Além do mais, o tempo vai passar voando, vocês vão ver. E outra coisa: vocês podem me visitar nas férias.

— O lado bom é que vamos ter um tempo só nosso quando você voltar Abe. – Meiling sorriu de orelha a orelha.

— Sim, espero que você cuide bem dela enquanto estiver fora Meiling. Estou contando com isso. – Sorri e olhei diretamente para os olhos daquela que era dona do meu coração.

Acordei e encarei o teto. Por que sonhei com essa lembrança? Me senti triste e amargurado. Não gostava de me lembrar dela. Isso também acontecia quando tinha lembranças com o meu pai.

Olhei para outra cama. Sakura estava dormindo, com os braços para fora do edredom e aparentando estar com frio. Me levantei e fui até ela.

Me sentei na cama e tirei alguns fios de cabelo que caiam em seu rosto e ombros. Ela estava virada para parede, quando se virou para mim. Ainda dormia. Nem parece aquela garota irritante e implicante de sempre. Me levantei. As duas são bem diferentes. Abe era doce e delicada o tempo todo, tranquila e contida. Em nada se parecem. Fui até a cozinha e tomei um copo com água ainda pensando nas duas. Pare de compara-las! Me reprimi. Retornei para o quarto e voltei a dormir.

...

Abri os olhos lentamente, estranhando o local onde estava. O quarto das garotas. Lembrei. Peguei o celular e percebi que já passavam das 8 da manhã. Droga! Esqueci de ir treinar. Merda! Levantei praguejando contra mim mesmo. Olhei em direção a Sakura e novamente ela estava com os braços para fora. De novo? A cobri novamente e sai do quarto colocando minha camisa. Já na sala, Eriol e Tomoyo ainda estavam dormindo abraçados. Haviam mudado um pouco de posição, mas continuavam abraçados.

Fui até o banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes. Desde o período passado havíamos deixado reservas de escova de dente nossas por aqui. Fui para a cozinha. Peguei nos armários o que usaria para preparar o desjejum e assim que comecei, ouvi um barulho. Olhei em direção do corredor e a vi. Tenho que rir mesmo. Sakura, que havia acabado de acordar, estava indo para o banheiro, se arrastando, com roupas na mão.

Sorri. Voltei a fazer o café e pouco tempo depois senti como se alguém estivesse me observando.

— Com essa blusa e fazendo o café, você realmente está parecendo um anjo. – Disse Sakura encostada no batente da cozinha. Ela estava com um short jeans, uma blusa verde e os cabelos amarrados em duas 'marias-chiquinhas'.

— E com esse cabelo, você está parecendo mais criança do que já é.

— Ai, Godzila! O que é isso? Eu te elogiei, sabia?

— Oras nanica, eu também... Tanta gente por ai querendo voltar a ser criança e você reclamando. – Ela soltou o ar de forma rápida, soando com um 'hunft'.

— É verdade. E você dormiu bem? – Disse enquanto se sentava.

— Sim, a cama da Tomoyo deve ser ortopédica, porque eu acordei bem disposto hoje. – Continuei de costas para ela, pois ainda estava cozinhando.

— Mas a cama dela é ortopédica. E ela faz milagres. – Ela sussurrou de forma divertida.

— Como assim? – Parei e olhei para ela.

— Olhe para você! Acordou de bom humor e disposto. – Ela piscou enquanto sorria. – Isso é um milagre.

— Muito engraçada a senhorita. – Estreitei os olhos e disse com sarcasmo.

— Ok, ok. Vou parar por aqui. – Ela levantou as mãos, em forma de rendição. – Caso contrário, você se irritará e voltará a ser carrancudo como sempre.

— O quê? Eu? Carrancudo? Ficou maluca garota? – Disse com uma cara de raiva, mas dava para perceber que eu estava brincando. Entreguei uma caneca de café para ela. Depois de tomar um gole, ela colocou as pernas dobradas em cima da cadeira enquanto ria. Eu gosto de quando ela ri assim, com sinceridade. Sorri de volta.

— Acho que nunca vou me acostumar com você me olhando desse jeito.

— Como assim? Que jeito? – Perguntei. Ela riu.

— Do mesmo jeito que você olha para Tomoyo e para o Eriol.

— Eles se tornaram pessoas importantes para mim. Os admiro e o período que passou não seria o mesmo se eles não estivessem comigo. – Ela abaixou os olhos. – O que houve? Falei alguma coisa de errado?

— Não, não. Não falou nada de errado.

— Então, porque você fez essa cara? – Ela sorriu tristemente.

— Nunca fui uma criança com muitos amigos e a única amiga que tive, morreu há alguns meses atrás.

— Eu sinto muito.

— Não tem problema, você não sabia.

Foi quando escutei vozes atrás de mim.

— Ai, que bonitinho! Eles estão de bem! E se dando bem! – Disse uma Tomoyo com os olhos brilhando. Revirei os olhos.

— Pode ir parando por aí Tomoyo. Também não exagera. Tenho uma reputação para manter. Se você espalhar para todo mundo, aonde vai ficar a minha moral? – Disse com uma cara de deboche. Todos estavam rindo. É tão bom vê-los assim, felizes.

O restante do dia passou rápido. Decidimos almoçar no nosso apartamento e as garotas foram para lá no horário combinado. Após o almoço, resolvemos passear um pouco e fomos a um parque próximo ao Campus.

Só se via crianças para todos os lados. Eriol e Tomoyo, como sempre, sumiram. Ficamos só Sakura e eu, mas não por muito tempo. Logo uma galera da minha turma de administração chegou por lá. Apresentei Sakura e revezamos entre conversar e jogar vôlei.

Na hora marcada, Eriol e Tomoyo apareceram. Caminhamos para o estacionamento e lá encontramos Naoko, Takashi e Chiharu passando por perto. Resolvemos marcar de sair todos juntos para lanchar a noite em uma lanchonete que era uma das mais frequentadas entre os universitários. Ficou marcado para as 20:00 lá na porta.

— Fiquei curiosa, confesso. – Sakura comentou, já dentro do carro, depois que saímos do estacionamento do parque à caminho dos apartamentos. – De onde vocês conhecem aqueles três?

— Você fala a garota de óculos grande, o rapaz que parece que está sempre com os olhos fechados e a garota de longas e grossas tranças? – Perguntei. Ela confirmou balançando a cabeça. – Tomoyo que nos apresentou. – Respondi mexendo os ombros.

— Não fale assim deles, Syaoran! – Tomoyo me repreendeu. Ela odiava quando tentava fazer graça com as características físicas das pessoas. Aposto que já fizeram algum tipo de brincadeira com ela. — Os conheci em uma festa para calouros no início do período passado. – Ela respondeu do banco traseiro. – Aparentemente eles são amigos de infância, mas conseguiram vir juntos para cá.

Chegamos ao prédio era por volta das 16:00, então, cada dupla foi para o seu apartamento descansar um pouco. Estava levemente ansioso mas não sabia explicar o porquê. E foi pensando nisso que eu acabei adormecendo no sofá da sala. Acordei por volta das 18:30 e fui me arrumar. Não demorei muito, mas sabe como são as mulheres não é, demoram que é uma beleza! Ficamos esperando até que elas nos avisaram que estavam prontas.

Descemos e esperamos uns dois minutos mais ou menos. Foi quando eu as vi saindo do elevador. Sakura estava linda.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoas ^^
Como foi o feriado? Deu pra descansar ou cansou mais ainda? kkkk
Bom, mais um capítulo on e, mesmo que um pouco 'parado', tivemos um clima de leve entre os protagonistas e descobertas sobre pessoas importantes do passado de Sakura e Syaoran. #Hunnnn

Agradecimentos especiais para:
— thatycarter por ter comentado ♥ Obrigada, Flor! o/ Vou responder por lá ^^
— lilianbertolini e Vivianne por terem favoritado a fanfic ♥ #TksGirls
— CecíliaPinheiro por estar acompanhando ~.~ #Abraaaaça

Até a próxima :*



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