An Ordinary Life escrita por JhullyChan


Capítulo 2
Capítulo 2 - Uma garota irritante, teimosa e geniosa.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. ^^
Voltei o o/ o//
Mais um capítulo ♥ E falando nele, vou explicar um detalhe: os capítulos ímpares serão narrados por Sakura e os pares pelo Syaoran. ;) #FicaDica
Sem mais delongas, boa leitura ^^



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LEGENDA:

Itálico - pensamentos

Negrito - sonhos/lembranças

By Li Syaoran

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Aquele parecia ser um dia normal, e como todos os outros dias, acordei cedo. Corri pela extensão da Universidade e parei na área do pessoal de educação física. Entrei no prédio, cumprimentei as pessoas presentes e fui para a área destinada aos exercícios físicos, uma espécie de academia, reservada apenas para alunos e funcionários da Universidade.

Todos me cumprimentaram dando bom dia. Quem me visse hoje acharia que eu estava de bom humor, mas não, estava apenas sendo educado. Talvez essa fama de ‘coração de gelo’ esteja indo longe demais.

Acho que não me apresentei ainda. Meu nome é Li Syaoran, tenho 21 anos, moro aqui na Kyodai faz seis meses e estou no 2° período de administração. Não que eu não goste da minha opção, porém faço mais por obrigação. Logo quando voltar à Hong Kong administrarei os negócios da família. Parece até algo banal, mas não é. Minha família é uma das mais influentes e sua história provém de várias gerações de líderes bem sucedidos e respeitados. E eu espero estar entre esses nomes daqui a alguns anos.

Desde sempre me sinto obrigado a ser o melhor no que faço e aqui não foi diferente. Sou o monitor da turma, o melhor aluno, o capitão do time de futebol masculino do meu curso e um ótimo filho. Relacionamento pessoal? Fora de cogitação. Não me arrisco mais nesse tipo de coisa. Sentimentos são para pessoas facilmente iludidas, coisa que já fui um dia. Curiosos? Continuarão. Oportunidades de ter qualquer mulher aos meus pés não me faltam, desde alunas até professoras, nunca nenhuma resistiu. Convencido? Não, apenas estou repetindo o que elas sempre diziam. Finalmente cheguei ao andar correspondente à academia.

Como havia corrido por uma hora, resolvi fazer exercícios próprios para alongamento e resistência. Algum tempo depois, percebi que já estava pronto para fazer o que realmente me levava a aquele lugar, treinar Kung Fu.

Desde pequeno fui instigado a treinar, no início era apenas para que eu tivesse resistência e saúde, mas com o passar do tempo se tornou um hábito e um gosto pra mim. Fazia todos os dias não porque me sentia obrigado, mas sim porque gostava. Me sentia livre para ser eu mesmo, sem ninguém me regulando ou me observando.

Deveria ser umas sete da manhã ainda. Não havia ninguém na sala onde me encontrava, e é assim que prefiro: o completo silêncio que me permite perceber se estou fazendo cada movimento com precisão e perfeição, sem ninguém para me atrapalhar. Não que eu seja antissocial, mas qualquer um tem os seus momentos de isolamento, não é? Então, esse é o meu. Meu treinamento matutino.

Olhei para o relógio e percebi que havia exagerado no treinamento, pois já eram 08:30. Normalmente costumo terminar às 8, ir para o apartamento, tomar um bom banho, acordar o preguiçoso do Eriol e fazer o café da manhã quando é o meu dia.

Meu companheiro de quarto é uma figura interessante. Tem um sono pesado, mas o despertador funciona muito bem com ele. Eriol é organizado, sociável, observador e um ótimo amigo. Só me estressa nos finais de semana, quando é a vez dele de preparar o café e ele acaba dormindo mais do que a cama.

Deixei o prédio e voltei para o apartamento. Quero só ver a cara do Eriol quando eu chegar. Se ele ainda estiver dormindo e a Tomoyo reclamar que ele não ligou para ela dando o tradicional ‘Bom dia’ pelo telefone. Sorri ironicamente. Vai ser engraçado.

Cheguei ao prédio, cumprimentei Matsumoto-san, peguei o elevador e subi. Será que todos os dias serão assim? Monótonos? Bem que algo de interessante poderia acontecer. Algo novo, diferente, alguém diferente. Mas acho um pouco difícil. Se houvesse algum morador novo, Matsumoto-san teria nos avisado.

O elevador parou e logo entrei no apartamento que dividia com Eriol, no qual sabia que ainda estava no sétimo sono. Apenas para confirmar minhas suspeitas, fui ao quarto e o encontrei todo esparramando pela cama. Com certeza não se parecia nem um pouco com o que ele normalmente é.

— Ô Bela Adormecida, acorda. – Ele simplesmente me ignorou e voltou a dormir. Então, como sempre, fui para a segunda opção: afogamento. Fui até a cozinha, enchi um copo com água, voltei ao quarto e joguei nele. – Já são quase nove da manhã, levanta logo!

A cena seguinte com certeza ficaria guardada na memória, para poder zoar ele quando necessário. Só sei que quando terminei de acordá-lo, ele deu um pulo da cama, e gastou sua lista de palavrões por ter jogado água nele. Saí, deixando para trás um Eriol bravo. Quem manda dormir demais?

O restante do dia ocorreu normalmente. Fiz minhas tarefas diárias e logo no começo da noite Tomoyo nos ligou. Foi Eriol quem atendeu, então só sei o que ele me disse. O assunto principal é o seguinte: nessa tarde uma nova aluna chegou e está dividindo o apartamento com a Tomoyo. As duas passaram a tarde arrumando as coisas dela, elas pediram uma pizza e nos chamaram para irmos lá. Eriol disse que sim, obviamente.

Nos arrumamos e eu fiquei sendo o encarregado de ligar avisando que iríamos para lá, enquanto um namorado apaixonado se arrumava impecavelmente. Kami-Sama, como isso é insuportável!

Disquei o número do apartamento dela, chamou umas duas vezes e logo ouvi uma voz desconhecida.

— Alô.

— Oi. Tomoyo? – Resolvi arriscar, quem sabe eu estou enganado e é mesmo ela.

— Não, Kinomoto Sakura falando.

— Ah sim, a nova colega de quarto de Tomoyo. Avisa para ela que nós já estamos saindo daqui e que dentro de alguns minutos estaremos aí, ok? Tchau. – Não consegui dizer mais nada e não ser aquelas palavras. Não sei o porquê, mas alguma coisa me chamou atenção na voz dela. Era diferente, daquelas que você não esquece. Só um instante... Da onde eu tirei isso? Vai que ela é feia pra caramba, daquelas em que a única coisa que presta é a voz?

Fui ao quarto e apressei o Eriol, dizendo que já tinha ligado e que Tomoyo não gostava de atrasos. Já repararam que eu sempre uso o nome da Tomoyo para chantageá-lo? É que o nome dela é a única coisa que realmente funciona com ele, quando seu perfeccionismo inglês não está resolvendo.

— Ainda tenho alguns minutos, caro amigo. Pela pressa, deduzo que alguém está ansioso para conhecer a caloura.

— Eu? Com pressa? Ah Eriol, faça-me o favor! E não, não estou com a mínima vontade de conhecer mais uma nerdzinha que passa horas na frente dos livros ou do computador. Aposto até que ela é feia.

— Meça suas palavras. É melhor não falar nada. Nunca se sabe o que pode acontecer e você sabe que se ela for totalmente diferente do que você descreveu, eu vou te lembrar disso e te zoar tanto, que você vai se arrepender de ter falado isso da garota.

— Escreve o que eu estou te dizendo, aposto que ela é igual a leva de calouras que entraram nos outros cursos nesse período.

— Aposta é? Gostei dessa. Então eu aposto que ela é totalmente o oposto do que você diz.

— Aposta aceita. E qual será o prêmio?

— Não sei, o ganhador escolhe.

— Tudo bem. Meu caro amigo, prepare-se para perder. – Ele não me respondeu, apenas sorriu.

Saímos do apartamento e fomos em direção ao elevador conversando banalidades. Entramos nele e apertei o botão do térreo, saímos, cumprimentamos Matsumoto-san e ela, como sempre, perguntou aonde iríamos. Respondemos que iríamos sair para lanchar, o que não deixava de ser a mais pura verdade.

Quando terminamos de nos despedir de Matsumoto-san, vi uma garota, muito bonita por sinal, segundo pizzas e refrigerantes. Ela tinha cabelo castanho claro que batia no meio das costas, estavam de lado a deixando com um ar ingênuo. Seus olhos eram de um verde esplêndido. Sua pele era clara, porém havia um vestígio dourado, como se tivesse ido à praia há pouco tempo. Exibia um corpo simples, mas tudo estava em seu devido lugar, na medida certa. Nada exagerado, nada faltando.

Reparei que havia me perdido em meus pensamentos, enquanto isso ela também nos olhava. Sua expressão dava a entender que ela pensava em algo. Parecia bem curiosa e pensativa. Logo Eriol me chamou e eu parei de observa-la.

Nunca a vi por aqui, será que ela está visitando alguém? Seguimos nosso caminho em direção aos fundos do prédio com cuidado para que ninguém nos visse. Subimos as escadas e entramos na janela do 602. Lá encontramos Tomoyo assistindo televisão tranquilamente, mas assim que nos viu, deu um pulo e logo Eriol e ela estavam abraçados. Rolei os olhos. Como isso é meloso.

Assim que os pombinhos terminaram de se cumprimentar, Tomoyo veio me dar um abraço.

— Boa noite, Syaoran, tudo bem?

— Tudo e com você?

— Estou ótima.

— Me parece bem para quem acabou de receber uma nova companheira. – Disse enquanto me sentava no chão, ao lado do sofá de dois lugares. Sim, eu sempre gostei de sentar no chão, às vezes nas almofadas.

— E por que não estaria? Sakura é uma ótima pessoa. Muito gentil, simpática e simples. Gostei do jeito dela. – Disse Tomoyo enquanto se sentava, juntamente com Eriol, no sofá de três lugares.

— Não julgue um livro pela capa mocinha. Na primeira vez é tudo ‘mil maravilhas’, mas vamos esperar vir a pressão dos professores, provas, trabalhos e outros, para vermos até onde essa gentileza vai. – Disse enquanto tentava descobrir se ela estava no apartamento.

— Ou siga a sua intuição, meu bem. Você é ótima nisso. – Disse Eriol.

— Vocês dois são totalmente opostos e se dão tão bem! É engraçado isso. – Observou Tomoyo enquanto ria. Olhei para ela como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— E a caloura, onde está? – Perguntei, tentando mudar um pouco de assunto.

Após terminar minha frase, percebi que alguém havia aberto a porta e estava parada nos olhando. Encarei a garota. Fala sério! É ela? Os mesmos olhos verdes que vi na recepção, eram os que nos encaravam. Como eu não percebi antes? Ela estava segurando pizzas e refrigerantes, como não seria ela? Como pude ser tão idiota?

Ela nos olhava assustada. Aposto que estava pensando coisas parecidas com as que passavam em minha mente. Foi quando Tomoyo resolveu falar, pois ninguém havia falado nada.

— Bom, eu sei que já falei dela, mas mesmo assim, vou fazer as apresentações. – Ela se levantou, mas continuou ao lado de Eriol. – Sakura, este é o Hiiragizawa Eriol, meu namorado. – Disse enquanto apontava para o rapaz que continuava sentado ao lado dela. – E esse sentado aí – apontou para mim –, é Li Syaoran, o colega de quarto de Eriol.

Enquanto nos apresentava, eu observava cada reação dela, que por sua vez olhou para Eriol e depois para mim. Quando aqueles olhos verdes se encontraram com os meus, não sei dizer, mas vi que ela estava incomodada e ao mesmo tempo assustada, como se estivesse tentando acreditar em algo.

Logo depois de fazer as apresentações, Eriol se levantou. Ele e Tomoyo foram em direção à garota, pegaram os refrigerantes, e depois que Eriol a cumprimentou com uma reverência, seguiram para a cozinha. Depois disso ela olhou para mim, como se esperasse algo, eu apenas balancei a cabeça em forma de cumprimento e continuei sentado, não iria me levantar. Ela pode muito bem levar a pizza para a cozinha.

Acho que ela percebeu que eu não iria mover um dedo para ajuda-la, pois bufou e saiu pisando duro e com uma expressão irritada. Essa é boa. Agora ela está parecendo uma criança fazendo pirraça. Sorri internamente. Essa aí vai ser legal de implicar... Se irrita fácil! Vai ser mais engraçado do que eu imaginei.

— Syaoran. – Ouvi a voz de Tomoyo. – Vem ajudar a pegar as coisas aqui... Anda logo! – Agora ela está brava.

Fui até a cozinha. Vi Eriol colocar um dos refrigerantes na geladeira, Tomoyo cortar a pizza em uma vasilha própria para isso e uma terceira pessoa tentar pegar os copos que ficavam na segunda prateleira de um dos armários embutidos. Ela estava na ponta dos pés, com o corpo totalmente esticado, tentando alcança-los inutilmente. Cheguei perto dela o suficiente a ponto de sentir o cheiro floral exalando dela. Simplesmente peguei dois copos e olhei para ela como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Só agora percebi que ela bate na altura do meu nariz.

— Você não é alta o bastante para pegar esses copos. Faça que nem as crianças: pegue uma cadeira, suba e os pegue, em vez de ficar se esticando toda à toa. – Disse enquanto lhe entregava os copos. É impressão minha ou ela está corada? Será de vergonha ou raiva?

— São quatro.

— Como?

— São quatro copos e não dois.

— Você quer que eu pegue?

— Oras você não é o ‘senhor alto’ e pegou dois copos? Então, pode simplesmente esticar o braço e pegar mais dois.

— Você é muito esperta, sabia? – Disse enquanto pegava os outros recipientes.

— Sim. Já me falaram isso. – Ela rebateu enquanto saía da cozinha segurando os dois copos e os pratos.

Só então percebi que estávamos sozinhos na cozinha. Aposto que Eriol e Tomoyo viram a pequena discussão e saíram fora. Ah, mas eles me pagam!

Voltei para a sala e vi Eriol selecionar o filme, Tomoyo colocar os pedaços de pizza nos pratos e Kinomoto colocar refrigerante nos copos. Coloquei o restante dos copos na mesa de centro e me sentei no chão novamente. Kinomoto saiu da sala, rumo à cozinha e segundos antes do filme realmente começar, ela voltou com um copo cheio de suco. Me surpreendi. É a primeira vez que eu vejo alguém da minha idade, além de Shiefa, a trocar refrigerante por suco.

— Ei, nanica – chamei a atenção de Kinomoto –, você prefere suco ao invés de refrigerante?

— Sim, Godzila, prefiro. É mais saudável.

— Li, Li Syaoran e não Godzila.

— Você me chamou de nanica, então eu tenho todo o direito de te chamar de Godzila. Estamos quites. – Ela mexeu os ombros. – E o meu nome é Kinomoto, Kinomoto Sakura.

A encarei ainda surpreso pela atitude dela. Nunca nenhuma mulher tinha me desafiado ou me enfrentado. A não ser minhas irmãs e mãe, mas mesmo assim, como ela pôde? Não acredito. Percebi que Eriol e Tomoyo estavam segurando o riso. Eles acham isso engraçado, não é? Rolei os olhos. Porque não são eles que estão discutindo com uma criança geniosa em forma de mulher.

O decorrer do filme foi tranquilo, isso se ignorarmos algumas brigas entre essa nanica teimosa e eu. Tudo que eu falava, ela teimava que estava errado, dava o palpite dela e se metia aonde não era chamada. Ela já está me irritando! Enquanto isso, Eriol e Tomoyo intercalavam entre namorar e assistir à briga de camarote.

...

Os primeiros dias do semestre foram tranquilos. Nós íamos todos os dias para a biblioteca estudar, mas não deixávamos de assistir filme no apartamento das garotas todas as sextas. Era nossa tradição.

Em uma dessas sextas, quando o filme acabou, me levantei e fui até a área de serviço. Precisava esfriar a cabeça. Essa nanica ainda vai me enlouquecer. Havia acabado de pensar e escutei um barulho na cozinha. Olhei na direção do cômodo e vi Kinomoto, guardando as coisas restantes e começando a lavar a louça suja. Como ela pode ser desse jeito? Agitada em certos momentos e do nada se transformar em uma pessoa calma? Ela é tão, ou mais, complicada que Shiefa!

Voltei a prestar atenção à vista, e depois de uns minutos sem escutar barulho algum, deduzi que ela havia acabado e voltado para a sala. Doce engano. Logo escutei passos rápidos em direção ao lugar onde eu estava e uma exclamação de surpresa.

— Deu para me perseguir agora? – Ela bufou e parou ao meu lado.

— Não, não estou te perseguindo. Além do mais, achei que você estivesse no banheiro ou já tivesse ido embora. – Ela mexeu os ombros. – Estou apenas fugindo de ser vela ou até mesmo um candelabro lá na sala. – Vi, pela visão periférica, que ela virou o rosto na minha direção. – Você sempre aguentou isso?

— Nem sempre. No começo eu reclamava, saía de perto ou nem saía com eles, mas agora já estou acostumado.

— Quando o meu irmão saía com a namorada e resolvia me arrastar junto, eu sempre inventava uma desculpa ou alguém para ir comigo. Se ela fosse lá em casa, eu sempre ficava perto do meu pai. Se ele saísse, eu também saía.

— Eles ainda namoram?

— Não. Se casaram faz seis anos.

— Nossa! – Confesso que fiquei um pouco espantado. – Namoraram quanto tempo? Um ano?

— Na verdade, cinco anos. Eu tinha oito anos quando eles começaram a namorar e se casaram antes de eu completar treze.

— Minhas irmãs foram mais apressadas. – Sorri de forma simples. – Duas delas namoraram por um ano e depois casaram. Sorte a delas que estão felizes até hoje. – Coloquei as mãos nos bolsos da calça. – Fizeram suas escolhas de forma rápida e certeira.

— Você tem quantas irmãs?

— Quatro. Todas mais velhas. Mas, por enquanto, só duas se casaram.

— Quatro! Uau! Então você e o seu pai são os homens da casa!

Fiquei em silêncio. Não gostava de tocar em assuntos relacionados ao meu pai. Virei-me e segui para a sala, deixando uma garota confusa para trás. Cheguei perto da janela, olhei para trás com um olhar que avisava que estava indo embora e saí.

Desci as escadas lentamente, pensando na frase que ela disse. Ok, ela não tem culpa de nada, só que eu não consigo! Não consigo tocar no assunto sobre o meu pai. Cheguei na entrada do prédio, Matsumoto-san estava ocupada demais dando bronca em um rapaz para perceber minha presença. Alcancei o elevador antes deste se fechar, entrei e apertei o botão com o número sete.

Estava me sentindo mal por ter saído sem explicar tudo para Kinomoto, mas não iria dar o braço a torcer. Sempre fui desse jeito com todos, então por que não consigo parar de pensar no que aconteceu agora a pouco? E não consigo pensar nela como uma pessoa qualquer ao ponto de querer voltar lá e me desculpar?

Entrei no apartamento, fui para o banheiro e tomei um banho rápido. Tive uma surpresa quando saí. Kinomoto estava sentada no sofá observando a lua pela janela. Como ela chegou aqui? Como ela não percebeu que eu estou aqui? Tudo bem que eu tenho o costume de tomar banho com a luz apagada, mas mesmo assim, nem o barulho da porta se abrindo?

— Como chegou aqui e por que veio? – Perguntei encostado na parede que dividia o corredor da sala. Estava com uma calça cinza de moletom, sem camisa e cabelos úmidos por causa do banho.

Ela tomou um susto e me encarou. Agora percebi que ela estava com uma blusa de frio preta grande por cima, quase a cobrindo como um vestido. Mesmo no escuro, eu conseguia vê-la, porque ela estava sob a luz da lua e meus olhos já estavam acostumados com a escuridão.

— Você vai me responder ou vou ter que perguntar novamente? – Não recebi resposta. Ela continuava me encarando. Aos poucos discerni confusão, raiva e mágoa em seu olhar. – Eu sei que você não é surda.

De modo rápido, ela se levantou e foi em direção à janela. Ah, mas não vai mesmo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *------* #EsperoQueSim
Agradecimentos especiais para Vivianne por ter sido a primeira a comentar ♥ Muito obrigada, Flor *--*
#Beijos pra vocês e até semana que vem ^^
P.s.: Aquele 'p.s.' maroto só pra não perder o costume kkkk :D



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