Quando chegamos a casa do senhor Tazuna, Naruto, Sasuke e o próprio dono da casa estavam praticamente morrendo de cansaço. Claro, haviam vindo carregando Kakashi. Eu tive dó das expressões deles quase pedindo misericórdia. Me perguntei se Kakashi era mesmo tão pesado assim?

     Ah mamãe, o que a senhora vai pensar quando souber que enfrentamos um ninja de alto nível? Provavelmente vai ficar louca de preocupação e vai ordenar que eu nunca vá em missões fora da Aldeia novamente. Mas eu espero que ela se orgulhe quando souber que nós conseguimos bolar uma estratégia. Interrompi meus pensamentos para analisar a casa à nossa frente. Era simples; toda de madeira, com poucas janelas e se não me engano uma varanda atrás. Devia ter vista para o mar. De repente, fiquei ansiosa para poder ver as coisas lá de cima, mas calma agora, Kakashi é prioridade.

— Hey! Vocês poderiam abrir a porta? — perguntou o senhor Tazuna. Sakura assentiu e foi abrir a porta.

Quando entramos, tiramos as sandálias e nos encontramos com uma moça de cabelos pretos azulados e olhos castanhos, era bonita. Devia ser a filha do senhor Tazuna.

— Pai! O que é isso? — ela perguntou assustada ao ver o pai carregando um corpo.

— Tsunami, explico depois. Me ajude a leva-lo lá para cima.

Ela assentiu e foi ajuda-lo liberando Naruto e Sasuke, que se ajoelharam tentando recobrar o fôlego. Andei até eles. 

— V-vocês estão bem? — perguntei.

— Bem? Tá brincando? Tivemos que carregar aquele obeso até aqui! — Naruto gritou. Eu ri.

— Sinto muito Naruto.

Ele riu coçando o pescoço.

— Ah tudo bem! Mas da próxima vez que ele desmaiar, você e Sakura carregam!

C-carregar o Kakashi?

— AH SEU IDIOTA! — Sakura gritou dando um soco em Naruto. Eu estava sentindo meu rosto corado. Ai meu Deus! Agora essa cena não vai sair da minha cabeça!

— Ei Emi! Tudo bem? Você está com febre?  — disse Naruto pondo a mão na minha testa. Engoli seco e tentei me recompor.

— E-estou bem, Naruto.

Sakura olhou pra mim analisando por um segundo e depois sorriu maliciosamente.

— Uhum! É Emi! — ela falou. Aquele sorriso me assustou.

— O-o que foi? — perguntei confusa.

— Já sei porque você ta com febre espertinha!

Arfei. Meu Kami! 

— Epa! Do que é que vocês estão falando hein?

Nos viramos vendo Naruto confuso e Sasuke me observando com olhar analítico. Por que todo mundo ta me olhando assim? É sério, estou ficando com medo. Ficamos naquele clima tenso por uns minutos até o senhor Tazuna e a senhora Tsunami descerem. Agradeci mentalmente à eles. Me salvaram do constrangimento e nem sabem disso.

— Colocamos seu sensei lá em cima, pra descansar no quarto — disse o senhor Tazuna se sentando na mesa.

— Então o que é que está acontecendo? — perguntou a senhora Tsunami. Sakura tomou a palavra.

— Somos o time 7. Fomos encarregados de proteger o senhor Tazuna, mas… houveram imprevistos no caminho, e nosso sensei desmaiou por falta de Chakra depois de uma luta.

— Uma luta? E vocês estão bem?

— Estão sim! Esses pirralhos foram bem inteligentes! — riu o senhor Tazuna. Ouvi Naruto rosnar. Ah não! Mas uma briga não!

Pûs a mão em seu ombro, ele me olhou e eu balancei a cabeça negativamente na esperança de que ele entendesse e ignorasse isso. Ele assentiu. Suspirei, do nada meus pensamentos voltaram-se para aquele garoto de máscara, o rastreador….por que eu não consigo aceitar que ele morreu? Algo está errado. Só não consigo entender. ..ele apareceu, matou o Zabuza e foi embora levando seu corpo. Forcei minha mente a se lembrar dos ensinamentos de Iruka-sensei na academia, os rastreadores não agem desse modo. Não podem. Logo aquela aula apareceu na minha mente.
 
  “Alguns membros da Divisão de Assassinato da Anbu trabalham como rastreadores. Isso é mais comum na Aldeia da Névoa. Quando ninjas tornam-se desonestos, um rastreador é enviado para mata-lo. Sua maior tarefa é impedir que os segredos de sua Aldeia sejam revelados. Tem todo um processo com o corpo da vítima, eles precisam confirmar que cumpriram mesmo seu dever, então a maioria leva alguma parte do corpo de seu alvo. Eles agem rápido, atacam na primeira tentativa”

Não pode ser. ….. de acordo com meus pensamentos, tem chances de Zabuza estar vivo. Aquilo foi muito estranho pra ser trabalho de um verdadeiro rastreador. Mas … por Kami, tomara que eu só esteja pensando demais. Só a idéia de estar perto daquele homem novamente me da arrepios.
Entretanto, meus pensamentos foram interrompidos pela senhora Tsunami nos chamando.

— Seu sensei acordou!

Senti aquela básica disparada no coração. Ele estava bem, graças à Deus! Mas espera! Quanto tempo eu fiquei perdida em pensamentos? Quando olhei ao redor, Naruto, Sasuke e Sakura estavam sentados na mesa. Naruto e Sakura discutindo sobre algo e Sasuke quieto como sempre. Credo! Eu preciso aprender a controlar meus pensamentos, isso me causa constrangimento.

Me levantei assim como os outros e subimos as escadas. Kakashi estava no primeiro quarto do corredor. Fiquei surpresa com o tamanho aquele cômodo, dava pra todos nós dormimos ali.
   O Kakashi estava numa cama no chão, ou melhor, Futon, ai! Eu nunca me lembrava o nome daquilo! Deve ser porque nós não temos uma dessas lá em casa.

— Kakashi-sensei! — exclamou Naruto.

— Oi — ele respondeu meio fraco. Fiquei meio mal de vê-lo naquele estado. 

— Kakashi-sensei, seu Sharingan é incrível, mas… gasta muito o seu Chakra! — disse Sakura.

— Sinto muito.

— Bom, mas nós derrotamos aquele ninja! Estamos seguros agora! — disse o senhor Tazuna.  Eu nem havia reparado que ele também estava ali até agora. 

— Mas então… aquele cara. .. — começou Sakura

     — Pela máscara dele, é do esquadrão de assassinos da Névoa. São os apagadores de corpos, — Kakashi parou por um segundo pensando — mas…. normalmente eles se livram do corpo na hora. Se lembram do que ele fez?

Tinha algo errado e Kakashi sabia disso.

— Não sabemos. Ele levou embora — respondeu Sakura. 

— Então, eles só precisam confirmar que cumpriram mesmo a missão. Por que não levou apenas uma parte do corpo? E qual foi a arma que ele usou? 

— Foram agulhas — disse Sasuke. 

— É. Só pode ser isso.

— Do que é que você está falando? — perguntou o senhor Tazuna confuso.

Me preparei para a seguinte frase.

— Zabuza ainda está vivo — Kakashi respondeu.

— O QUE? — gritaram Naruto, Sakura e o senhor Tazuna.

— Como assim? — Naruto perguntou incrédulo.

— Kakashi-sensei você checou a pulsação e disse. …

— Eu sei. Mas ele devia estar em um tipo de morte temporária. No mundo ninja, chamamos aquelas agulhas de Senbon, é muito usada, mas raramente letal. É mais usada para acupuntura, os rastreadores recebem aula sobre anatomia, baixar o metabolismo é uma tarefa fácil para eles. Primeiro, ele levou o corpo de Zabuza e segundo, usou uma arma leve. Acho que queria salvar Zabuza e não matar.

Agora que temos a confirmação, me vem a dúvida: Como vamos conseguir lutar com ele novamente? Ralamos para soltar o Kakashi, só pra que depois um garoto da nossa idade o coloque em uma morte temporária com apenas agulhas! Se esse for mesmo parceiro de Zabuza, ele vai ajuda-lo, e como ficamos?

— Você não está pensando demais? — perguntou o senhor Tazuna, ainda sem crer que aquilo era verdade.

— Espero que sim. Mas ainda sim, vamos nos preparar antes que seja tarde.

Sakura ficou incrédula.

— Como você vai nos treinar? Mal pode se mover!

“ Eu é que não vou duvidar do Kakashi” pensei.

— Eu ainda posso treinar vocês — ele respondeu.

— Mas espera! Como um treinamento normal pode nos ajudar a derrotar Zabuza? Ele quase conseguiu te derrotar! — Sakura insistiu. 

— Sakura, como você acha que eu consegui derrotar Zabuza? Foi porque vocês me ajudaram. Vocês cresceram, principalmente você Naruto. Foi o que mais cresceu — Naruto sorriu. 

— É! Você notou Kakashi-sensei! As coisas vão melhorar! Acredite!

— Eu não acredito, e nada vai melhorar! — ouvi uma voz infantil dizer. Me virei vendo um garoto pequeno. Tinha cabelos e olhos pretos.

— Inari! Venha aqui dar um abraço no seu avô! — o menino foi correndo abraçar o avô.

— Bem vindo vovô!

— Inari que grosseiro! Esses ninjas ajudaram seu avô à chegar bem a casa — repreendeu a senhora Tsunami. Inari a olhou.

— Ah tudo bem! Eu também fui grosseiro com eles! — disse o senhor Tazuna. Concordo totalmente. 

— Você não entende mamãe! Essas pessoas vão morrer! Ninguém consegue enfrentar o Gatou!

Nossa! O que será que fizeram com esse pequeno?

— O que é que você disse? — começou Naruto, visivelmente irritado — Escuta aqui pirralho, eu sou um grande ninja que um dia vai se tornar Hokage! Esse tal de Gatou não é nada!

— Grande ninja? Pare com isso! Você só sabe dizer coisas estúpidas! É melhor irem embora se quiserem viver! — disse e andou até a porta.

— Inari! Aonde você vai? — gritou o senhor Tazuna.

— Pro meu quarto, eu quero ver o mar.

E se foi. Essa criança. …. tão pequena e carrega tanta mágoa. É algo que me dói o coração.

— Descupem por isso — disse o senhor Tazuna saindo também. Ficamos por um silêncio estranho por alguns minutos até que Naruto se levantou e saiu pisando duro. 

Oh não! Ele provavelmente foi atrás de Inari! O que é Naruto tem na cabeça pra confrontar um garoto daquela idade?
    Me levantei também e sai do quarto ignorando a pergunta de Sakura sobre onde é que eu ia. Me senti mal por isso, mas ela ia entender. Fora do quarto, vi Naruto no fim do corredor e corri até ele. 

— Naruto! Não faça isso! — exclamei o assustando, mas ele continuou andando.

— Emi! Esse garoto merece uma lição — como é?! Me coloquei em sua frente o parando.

— Naruto, ele é só uma criança — falei tentando parecer o mais calma o possível.

Quando o loiro ia me responder, ouvimos um soluço vindo da porta do nosso lado. Naruto me olhou confuso e abriu uma fresta. Vimos Inari de costas chorando. Parecia estar segurando um porta-retrato. Aquela cena me fez sentir um aperto no coração. Quis entrar lá e o consolar por seja lá o que for. Mas tive medo de sua reação e achei melhor deixa-lo sozinho. Puxei Naruto pelo braço o tirando dali.

Quando descemos a escada. Eu ainda estava pensativa. Não tive coragem de perguntar ao senhor Tazuna o que tanto deixava Inari triste, e acabei de notar que havia uma fotografia rasgada no canto da sala.

— Emi, foi mal. Eu não sei o que deu em mim — Naruto disse olhando pro chão. Sorri.

— Tudo bem Naruto. Mas que isso não se repita.

Ele riu.

— Pode deixar.

Ouvi um pigarreio atrás de nós, quando me virei me deparei com Sasuke. Há quanto tem será que ele estava ali? Será que o Kakashi tinha voltado a descansar?

— Você não vai tratar esses ferimentos? — ele me perguntou.

Nossa é mesmo! Com tudo que aconteceu, até me esqueci dos machucados. Toquei meu rosto, não senti nada. Provavelmente o sangue já estava seco. Sorri para ele. 

— É mesmo! Eu tinha me esquecido disso. Já volto.

Tornei a subir as escadas. Quando estava procurando por Naruto, eu tinha visto o banheiro. Sei que está por aqui. Tentei andar o mais silenciosamente possível, pode parecer idiota, mas eu queria manter o silêncio. Parecia que não estava em um lugar calmo à anos, e não ouvir nenhuma voz me fazia bem. Depois de tanta gritaria de Naruto e Sakura, o choro de Inari, eu só queria sossego por um tempo.  Mas sei que isso não será possível, eu não vou conseguir ficar bem até que Kakashi derrote Zabuza. Por um minuto, senti falta de estar em casa com mamãe. Eu cozinhando e ela tricotando na sala, na maior calmaria do mundo. Agora vai ser diferente, e vou ter que me acostumar.
    Finalmente consegui achar o banheiro! Achei que tinha me perdido naquela casa. O banheiro deles era bem simples, por um momento me lembrei do banheiro da casa de Ino e seus peixinhos, sorri com esse pensamento. Me senti meio intrusa por isso, mas ainda sim abri o armarinho na parede. Suspirei aliviada, tinha bolinhas de algodão. Peguei algumas e molhei na pia.

Isso vai doer.

Passei a bola de algodão molhada no corte sentindo a ardência começar e ficar cada vez mais forte. Mordi o lábio na tentativa de diminuir a dor, mas claro que não diminuiu. Devo ter passado umas três bolinhas no corte até limpa-lo totalmente, depois lavei o rosto pra tirar o sangue seco da cara. Vi a pia que antes estava branca e limpinha, agora manchada numa mistura de sangue, água e sujeira. Tenho que limpar isso. Liguei a torneira novamente para limpar aquilo, desliguei quando terminei e olhei para o espelho. 
    Meus cabelos estavam um pouco sujos, assim como minhas roupas. E ainda tinham os machucados do corpo. Desviei o olhar, eu estava horrível. Não quero me ver assim. Queria tomar um banho e descansar, mas o que adianta se ainda vamos treinar depois? Melhor deixar para noite mesmo. 

— Ô EMI! VEM ALMOÇAR! — ouvi Naruto gritar.

— Já vou! — gritei de volta estragando o silêncio.

Sai do banheiro encontrando Tsunami no topo da escada, parecia estar segurando algo. Eram muletas? Porq.. ah! Pro Kakashi! Fui até ela. 

— Deixe-me ajudar — falei pegando-as. Tsunami sorriu pra mim. 

— Ah obrigada er….. — ela fez uma careta tentando lembrar. Eu ri.

— Emi. É um prazer conhece-la — falei estendendo a mão. Ela apertou.

— Igualmente, você é um amor e é tão bonita. — senti meu rosto corar. Ela riu — Se não for incômodo, poderia levar isso para o seu sensei? — Oh Kami! Lá vem — É que eu tenho que servir o almoço. .

— Tudo bem. Deixa comigo! — forcei um sorriso.

— Obrigada de novo — ela disse descendo as escadas.

Ah raios! Por que sempre me empurram pra cima dele? O que eu fiz para merecer isso?

“Toma jeito garota! Ele é seu sensei, respeite isso! Você tem a obrigação de ajudar os outros! ” briguei comigo mesma. Eu devo ser louca, mas é o único jeito que eu encontro para tomar coragem pra fazer as coisas.

Cheguei em frente ao quarto já controlando a respiração. Abri a porta. Ele basicamente nem notou, típico, Emi sendo invisível. 

— Ah… Kakashi-sensei… — falei chamando sua atenção. Ele estava sentado com os dedos entrelaçados em frente ao queixo — a senhora Tsunami me mandou te entregar isso. 

Deixei as muletas do seu lado.

— Obrigado Emi. — seu olhar ainda estava longe — Quem diria, o ninja copiador andando de muletas — falou suspirando.

Dei de ombros.

— Pra tudo tem uma primeira vez — falei sem pensar, o que me gerou um olhar dele, só que eu não conseguia desvendar seu olhar. Isso me confundia a mente.

— Pois é, acho sim — falou ainda me olhando. Ok, isso tá ficando estranho, estou sentindo meu rosto arder e. …..por que eu ainda tô aqui mesmo?

— É-é. .eu já vou.

Basicamente. …corri pra porta, mas quando ia abri-la para sair sua voz me fez parar. 

— Você melhorou? — eu não entendo. Por que ele fica perguntando isso?

— S-sim.. eu nem me machuquei! — me virei tentando sorrir.  Tentativa frustrada.

— Sei. Arais são casca grossa, não é mesmo?

— N-não sensei! Não sou! — cobri meu rosto tentando me livrar da vergonha. Ouvi sua risada. Que coisa! — M-mas você esta bem mesmo sensei? 

Não pude evitar a pergunta né?

— Tô, não se preocupe.

"Não me preocupar com você?  É simplesmente impossível pra mim"

— Tá. Eu já vou — vi ele assentir. Me encaminhei para a porta e sai do quarto. 

   Do lado de fora, me encostei na porta e respirei fundo fechando os olhos. Controle-se, controle-se! Meu Kami, eu gosto mesmo dele. Papai me perdoe por isso. Mas não consigo evitar. Sei lá, isso nunca vai acontecer, eu tenho certeza. Mas sou adolescente, é só por isso. Vai passar. Eu acho, espero.
Desci as escadas ainda meio no mundo da lua. Por que será que ele usa aquela máscara? E por que fui pensar logo nisso? Não sei. Do nada comecei a imaginar como seria seu rosto sem aquilo. Ah meu Deus! Me perdoe, sou uma pervertida! Como isso foi acontecer? Estou sentindo meu rosto corada. Cheguei a sala tentando esquecer esses pensamentos e me sentei do lado esquerdo de Sasuke, na ponta da mesa.

— Por que demorou Emi? — perguntou Sakura sorrindo — Com febre de novo é?

Senti a ardência nas bochechas aumentar. Sakura, por que você me odeia tanto?

— Ca-cade a senhora Tsunami? — perguntei tentando mudar de assunto. Sakura pareceu perceber isso porque seu sorriso se alargou.

— Esta terminando a comida, tô ansioso pelo rango! — disse Naruto. Talvez ela precise de ajuda.

Me levantei indo para trás do balcão, onde a senhora Tsunami estava cozinhando algo. Não sei de onde veio isso, só sei que quando uma pessoa está trabalhando, me dá uma vontade enorme de ajuda-la.

— Senhora Tsunami, precisa de ajuda? — perguntei a vendo sorrir pra mim em agradecimento. 

— Ah claro. Obrigada pela terceira vez!

— Tudo bem.

Então comecei a cortar alguns legumes enquanto ela cozinhava arroz. Depois, terminei de cortar e resolvi adiantar o molho. 

— Não sabia que você cozinhava Emi — ela falou.

— Minha mãe me ensinou quando eu era menor, desde então eu sempre ajudo ela — respondi provando o molho. Faltava um pouco de sal. Aff! Eu sempre errava nessa parte! Coloquei uma pitada e provei novamente. Há! Agora sim!

Quando terminamos, eu olhei para a mesa e Kakashi já estava lá. Eu nem notei quando ele desceu. Como ele conseguiu descer a escada de muletas sem ajuda? Realmente, ele era um grande Jounin. Começamos a por os pratos deles. Quando fui colocar o do Kakashi, adivinha? Corei.  Que novidade!

Terminei de por os pratos, pus o meu, me sentei e comecei a comer em silêncio.

— Hum! Esse molho tá ótimo senhora Tsunami! — Naruto disse de boca aberta.

— Ah mas quem fez o molho foi a Emi.

Vish! Por que ela tinha que dizer isso?

— Mandou bem Emi!

— Obrigada Naruto — sorri tentando acreditar. Se bem que eu podia ter colocado um pouquinho mais de sal, ou talvez uma pitada à mais de pimenta.

Então notei o olhar e Kakashi sobre mim e desviei rapidamente o olhar.

"Eu hein! Que estranho pensei!" pensei sem poder conter um mínimo sorriso.