Breathless escrita por AlyHatake


Capítulo 28
Irmãos da Névoa


Notas iniciais do capítulo

Preparar... Go!
Boa Leitura!



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Deu ruim. Kaede estava certo, não era atoa que estavam nos encarando daquele jeito antes da prova começar.

 

— Não bastava ficar olhando para a minha beleza, tinham que me perseguir também! – disse Haruo.

 

   Agora posso analisar direito a equipe deles. Eles pareciam ser irmãos, todos pálidos com cabelo castanho escuro e os mesmos olhos cinzentos, mas o pior, todos tinham cara de mau. Como se fossem avançar para cima da gente a qualquer momento. Tentei me acalmar relembrando que a segurança do nosso pergaminho estava por minha conta.

 

— Mas que engraçadinho estúpido! – ela riu pulando da arvore seguida dos outros – Qual pergaminho vocês têm? Espero que seja da terra.

 

   Ah não! Eles tinham o do céu, o que a gente precisava! Será que os meninos estavam pensando em toma-lo?

 

— Ah que pena. A gente só tem um do céu – mentiu Kaede. Por que mentiu? Suspeito que ele queira mesmo tomar o deles, e que planeja fazer isso com eles desprevenidos.

 

  A menina deu um sorriso assustador acompanhada de sua equipe.

 

— Sem problemas, faz tempo que a gente não da uma surra em alguém mesmo – seu parceiro falou tirando um pergaminho enorme que ele carregava nas costas. Preparei-me, sabia que uma hora ou outra teríamos que lutar, mas não sabia que seria tão cedo assim.

 

— É com você Koji. – ela deu o sinal. O menino abriu o pergaminho no chão e fez um selo. De repente o chão começou a tremer e espinhos de terra gigantes foram se formando em direção a nós.

 

   Embora estivesse chocada, reagi pulando para o galho de uma arvore próxima, assim como Kaede e Haruo. Poxa vida! O solo estava cheio de espinhos e se alguém cair com toda a certeza será empalado. Para fazer um estrago dessa magnitude esse tal de Koji deve ter muito chakra.

 

— Droga, eles já nos ferraram – disse Haruo baixinho observando aquilo.

 

— Como assim? – perguntei.

 

— Fizeram do campo de batalha, uma área mortal. Devem estar acostumados a lutar nesse tipo de terreno, sejam espertos. – respondeu Kaede. Tenho que aprender a pensar rápido desse jeito também.

 

  Tem que haver um jeito. Olhei ao redor buscando uma solução, para uma invocação daquela, o menino têm que ter chakra estilo terra.

 

— Ele deve ter o estilo terra – falei tentando ser útil. Kaede pareceu ter uma ideia.

 

— Haruo, o doidão é seu.

 

— Beleza – ele concordou sorrindo.

 

  Não compreendi muito bem, mas agora não era hora para isso. Haruo deve ter um tipo de jutsu que possa competir com os dele, sei lá.

 

— Já correram? Achei que os Shinobi da Aldeia da Folha valessem a pena! – provocou a estranha.

 

— Nossa! Mas que menina mais chata! Se é louco!

 

   Essa não! Ele finalmente conseguiu tirar ela do serio. A expressão assustadora se tornou aterrorizante.

 

— Ora seu... Faiaburedo! – posso até ouvir o meu coração batendo em disparada. Em fração de segundos ela fez selos desconhecidos e girou e como se não bastasse seu braço direito soltou uma rajada de fogo que veio em nossa direção.

 

    Rapidamente Haruo tirou um pergaminho do bolso, mordeu o dedo e fez um sinal. Fez isso tudo tão rápido de mal pude acompanhar e a rajada de fogo só se aproximava cada vez mais.

 

— Kuchiyose No Jutsu.

 

    Tive que fechar os olhos devido ao brilho intenso saindo do pergaminho, mas não senti o calor ou a ardência das chamas na pele. Ao invés disso, senti uma brisa, como se estivesse voando. E quando abri os olhos, de fato, estava. Eu mal podia acreditar...

 

   ESTAVAMOS EM CIMA DE UM PÁSSARO!

 

   Um pássaro enorme branco com algumas penas azuis celestes no pescoço. Ele era tão lindo... pena não ter tempo para admira-lo melhor, não tínhamos tempo para isso. Eu nunca pensei que Haruo pudesse invocar algo assim.

 

— Valeu Katara! – ele agradeceu dando tapinhas leves na cabeça do animal. Virei-me vendo o estrago que o ataque de fogo havia feito na arvore em estávamos, se tivéssemos ficado lá teríamos virado churrasco. Mesmo eu não a conhecendo, muito obrigado mesmo Katara.

 

— Uma invocação? Acha que essa coisa idiota vai salvar vocês? – disso o garoto que eu não sabia o nome.

 

— Insultando a Katara? Quer morrer jovem, essa bicha! – irritou-se Haruo.

 

— Muita conversa, pouca luta! – disse a garota. Ela subiu em uma arvore provavelmente usando chakra nos pés, e lançou varias senbons na gente. Cogitei em usar o Shirudoora como escudo, mas devia guardar para emergências. Kaede e eu bloqueamos as senbons com kunais.

 

— Vamos lutar então. Sem pressa – disse Kaede fazendo um selo. Aquela aura azul surgiu rodeando-o, mas logo, com uma simples troca de sinal, formaram-se centenas de mini estacas de gelo que foram em direção aos seus parceiros. Acho que sei o que ele queria que ela se afastasse para defender seus companheiros. Mas ela apenas permaneceu na arvore observando sua equipe se desviar com dificuldade do gelo. Mas... ela não se importa com eles? Não entendo.

 

— Mas o que.. esses caras são durões! – disse Haruo. Realmente eles eram.

 

— Vamos ter que encarar mesmo assim. – Kaede falou trocando de selo. – Agora é uma boa hora para vocês atacarem.

 

— Já é. Mimi, vamos nessa.

 

   Se é assim.

 

Shirudoora.

 

[Narração em 3° pessoa]

 

  Por alguns meros segundos, um silencio tomou o local. A equipe da Névoa observava atentamente os oponentes, ansiosos para contra-atacassem.

 

— Se vocês não irão atacar, eu vou! – gritou Kimi preparando outro Jutsu Lamina de Fogo, mas antes que pudesse realizar o ultimo selo necessário seu braço ficou travado no ar, de uma forma na qual ela não conseguia move-lo, parecia estar paralisado. Quando olhou bem, pode ver as cores, azul verde e roxo misturando-se em uma espécie de energia. Kimi amaldiçoou-se por ser tão descuidada a ponto de nem sentir a presença da Arai.

 

— Por que esta fazendo isso? – a voz doce da menina a enojava. Ela continha a mesma energia nas mãos, mantendo seu braço preso no ar.

 

   Kimi a respondeu com um olhar de ódio e usou seu braço livre para pegar uma kunai e lançar em Emi, mas a mesma movimentou as mãos formando um escudo com seu Kekkei Genkai, acabou por soltar Kimi. A Genin da Névoa avançou na oponente em um chute lateral, mas ela continuou defendendo-se com a Shirudoora, porém Emi sabia que não poderia ficar assim, já no primeiro golpe ela reparou que a tal estranha era muito rápida, em uma ação rápida a loira impulsionou-se com sua aura e aterrissou graciosamente em um galho de outra arvore mais distante. Kimi sorriu entendendo a jogada.

 

“Então é assim, eles querem brincar de pega-pega nas arvores. Só tenho que achar um jeito de deixa-la sem saídas e então mato” ela pensou começando a arquitetar um plano.

 

   Enquanto ela pensava, Koji e Hideo foram surpreendidos por um ataque de Haruo, com clones das sombras. Koji atacou sem pensar um que ele jurava ser o verdadeiro, mas se desconcertou quando esse se revelou ser apenas mais um clone. Logo quando se virou para o irmão, não teve nem tempo para pensar antes de ser jogado longe por um soco nutrido de chakra do Amano. Hideo destruiu o ultimo clone e foi ajudar Koji, mas teve que se desviar de espinhos de gelo que apareceram em seu caminho, sabia que o garoto em cima da ave é que estava controlando, protegendo seus colegas. Teria que se livrar dele.

 

— Esse desgraçado... – rosnou enquanto retirava cinco papéis bomba de sua bolsa, Hideo os jogou no ar fazendo uma sequencia de selos extremamente rápidos antes mesmo que começassem a cair no chão – Fuuton: Daitoppa!

 

   Ele soprou forte criando um tufão que levou as bombas em direção a Kaede. O mesmo se preparou.

 

— Droga! Katara.

 

   O pássaro pareceu entender e com grande agilidade esquivou-se da primeira explosão, parando no ar assim que a segunda detonou a sua frente. Kaede fez um selo e fechou os olhos aumentando sua aura até que rodeasse Katara inteira, feito isso, como se sentisse os papéis se aproximarem, trocou o selo abrindo os olhos. As três bombas que restaram explodiram juntas criando uma nuvem de fumaça.

 

— Mas o que... maldito! – esbravejou Hideo ao ver que, assim que a fumaça se dissipou, a ave e Kaede estavam intactos dentro de um circulo de gelo.

 

“Como pode ser? Para criar um escudo desse tipo tem que ter uma quantidade absurda de chakra dentro de si... esse cara não vai ser fácil!” pensou Hideo analisando Kaede.

 

  Ele olhou para o lado vendo que Koji estava em uma batalha intensa de taijutsu com Haruo, estava na cara que o garoto do gelo não o deixaria ir ajudar seu irmão. Tinha que admitir que eles eram bons, sua estratégia de separa-los e impossibilita-los de ajudar um ao outro tinha sido boa, mas claro que precisavam acabar com isso agora.

 

— Kimi, Koji! Já chega, vamos acabar logo com eles! – gritou chamando a atenção de seus irmãos. Em segundos, eles deixaram Emi e Haruo de lado e se juntaram ficando lado a lado.

 

Emi ficou aflita, sabia que eles estavam planejando algo grande. A tal Kimi estava possessa de raiva com ela, e não desistiria de derrota-la a não ser que tivesse mesmo que fazer aquilo. A loira estava na arvore do lado oposto a Haruo no campo de batalha. Seu coração bateu forte ao ver os oponentes fazendo os mesmos selos juntos, um jutsu em conjunto provavelmente faria um grande estrago.

 

— Fuuton: Fukakaina Nami!

 

  A loira fechou os olhos sentindo o ar pesado, sua cabeça parecia girar. Ela tomou coragem para abrir os olhos, mas enxergava tudo em um tom de marrom, sua visão estava distorcida e isso ativou seu pânico. Não podia ver, nem mesmo conseguia ativar sua linhagem. O mesmo para Haruo, ele sentiu como se todas as suas forças estivessem sendo sugadas, tinha algo naquela névoa, o que causava aquele efeito. Mas ele não era mais capaz de raciocinar direito.

 

    Kaede suava frio, ele e Katara escaparam da névoa, mas isso não importava. Seus amigos estavam presos lá e ele sabia que aquilo não era um retardamento comum, podia ver chakra misturado ali. Se entrasse lá, não seria nada além de mais outro caído, tinha que achar outro jeito de ajuda-los e rápido.

 

    Emi respirava de maneira ofegante, seus pensamentos estavam a mil. Ela tentava se levantar, mas seus sentidos pareciam querer deixa-la lentamente, o único jeito de conseguir voltar a si era se alguém a tirasse daquele lugar, por bem ou por mal. A Arai ouvia passos, provavelmente era um de seus rivais. Seria uma boa chance.

 

— Um jutsu de retardamento? É o melhor que consegue fazer? – ela forçou um riso – Deve ser por isso que Konoha continua sendo a melhor aldeia.

 

  Mal terminou sua fala e sentiu um golpe forte no rosto que deve ter a lançado a um metro de distancia.

 

— Sua estúpida! Eu vou te matar lentamente! – definitivamente, aquela garota despertava ódio em Kimi.

 

     Para Emi, a sessão de tortura tinha começado. Foram tantos socos e chutes que ela nem pode contar, cada parte de seu corpo doía agora. Tudo o que fazia era tentar – na maioria das vezes, falha – se esquivar. Mas é claro que ainda mantinha seu plano de escapar da névoa, Emi continuava a afastar-se lentamente. Kimi estava tão tomada pelo ódio que sequer notava que a cada passo que dava, mais longe ficava de seus irmãos e seu jutsu. A Arai sentia seu corpo voltar a normal à medida que se distanciava daquele pesadelo, o marrom no ar ficava mais fraco. Ela já se sentia forte o suficiente para encarar aquela maníaca.

 

    Assim que Kimi ia lhe socar, seu braço fora novamente travado no ar e então ela se deu conta da grande burrada que fez. Ela nem pode dizer nada antes de ser puxada pelo Kekkei Genkai da oponente e então foi mandada de volta para trás por um chute certeiro no rosto.

 

— Eu sinto muito, mas você devia pensar antes de subestimar seus oponentes – disse Emi ainda sentindo as dores. Kimi levantou rosnando e limpou o sangue que lhe escorria pela boca.

 

— Você é espertinha, não é? O tipo que eu mais odeio!

 

— Por que não ajudou seus parceiros àquela hora? – aquele não era o melhor momento, mas Emi sentia quase que uma necessidade de fazer aquela pergunta.

 

— Ah, os meus irmãos? Por que eu perderia meu tempo ajudando eles? São apenas estorvos em minha vida! – a loira se arrepiou com o modo que ela falou. – Agora, onde estávamos mesmo?

 

  Kimi correu até Emi, e a mesma se preparou. Logo a troca de golpes foi iniciada, a Genin da névoa era rápida, mas a Arai ainda tinha o Shirudoora.

 

  Haruo era o objeto de diversão para os irmãos da névoa. Eles apareciam lhe acertavam um golpe e então sumiam. O Amano tentava pensar, mas a dor e aquele jutsu não ajudavam tudo o que passou pela sua mente fora o seu jutsu de localização de chakra. Mas quando tentou usa-lo, era obvio que não funcionou, aquela nuvem de poeira dos infernos, como ele a apelidou, estava coberta de chakra dos irmãos. O que deixava tudo confuso, não sabia quem era quem, ou de onde viam. Ele até tentou revidar os golpes, mas isso só os deixava mais agressivos.

 

— Aí gente, quando eu assinei aquela carta de consentimento de morte mais cedo... eu estava só brincando cara! Não to afim de morrer não! – podia até mesmo estar em uma situação de emergência, mas o Amano não largava a zoeira.

 

— Que pena! – Koji lhe acertou um chute na perna obrigando-o a se ajoelhar.

 

  “Esses caras não sabem brincar! Essa maldita poeira esta ferrando tudo! Se eu pudesse localizar o chakra deles.. “ no momento em que tentava pensar, levou um soco. Mas Haruo não pode deixar de reparar uma coisa, assim que um dos rivais chegou perto dele, ele sentiu o chakra deles mais intenso “Bingo, talvez seja isso! Quando eu sentir o chakra deles com mais intensidade devo me esquivar. Mas... também posso cair e ser empalado naquela merda que eles criaram.. poxa vida, não ensinaram isso na academia não! O único jeito é tentar” O Amano fechou os olhos e tentou se acalmar, demorou um pouco, mas logo que sentiu a primeira concentração de chakra por perto, ele pulou para trás salvando-se de um belo chute.

 

— Só pode estar de brincadeira! Como ele se esquivou?! – disse Hideo. Ele e seu irmão partiram para cima de Haruo, mas ele de alguma maneira conseguia se desviar dos golpes deles.

 

   Koji encarou seriamente a cratera com os enormes espinhos de terra feitos per ele no inicio da batalha. Agora era hora, ele mataria aquele rival irritante. Koji usou jutsu de teletransporte para aparecer na frente de Haruo e começou a tentar golpea-lo, ele avançava para cima do Amano obrigando-o a se esquivar para trás, em direção aos espinhos. Mas o garoto não era bobo, Haruo sabia que tinha algo de errado. Antes, os socos e chutes que o oponente lhe dava eram para machucar mesmo, agora pareciam apenas querer afasta-lo. Tirando o fato de que seu faro captou que o chakra parecia mais leve e distribuído no ar à medida que se aproximava de uma área. Aqueles espinhos. O Amano adivinhou isso rapidamente, ele se distanciou o maximo que pode do Genin da névoa e começou a fazer sinais rapidamente, ele achava que devia usar aquilo. Ao final da sequencia, seu braço esquerdo já pegava fogo. Ele abriu os olhos respirando profundamente.

 

— Katon: Taiga Kasai. — o tigre formou entre o fogo. Haruo concentrou um pouco do chakra que lhe restava para os pés e correu em disparada para Koji, que estava sem ação. O Amano sentia o coração pular junto com o jutsu queimando sua pele.

 

    Hideo tentou alertar Koji, mas fora tarde demais. Assim que o Tigre de Fogo entrou em contato com o Genin da Névoa, uma explosão aconteceu. Hideo teve que cobrir os olhos, ele sentiu o calor do jutsu do oponente de longe.

 

    Quando pode finalmente olhar, viu Koji. Jogado no chão com as roupas queimadas, a pele cheia de queimaduras. Haruo caiu de cansaço, não aguentava mais nada. Ele sabia que seu jutsu gastava quase todo o seu chakra, mas não tinha escolha. Era isso ou morrer. Hideo correu até Koji, ele estava com a respiração pesada, mas ainda o fazia. A pulsação estava acelerada até demais o que o deixou surpreso. Aquela cena, o jutsu que o oponente usou parecia ser nível Jounin de tão forte. Ele pensou que mataria seu irmão. Ele tinha que admitir que aquele verme da Folha tinha garra.

 

     Haruo começou a se arrastar pelo chão assim que viu Hideo vindo em sua direção, ele não podia mais lutar. Se aquele ninja da Névoa era tão frio e sanguinário assim, então ele já estava morto.

 

— Você não matou meu irmão... – Hideo disse. Haruo deu uma risada fraca sentindo todo o seu corpo doer.

 

— Cara... eu não sou um assassino..

 

— Eu sou.

 

    O Amano se preparou ao vê-lo levantar uma kunai para ele, entretanto, Hideo não se moveu. E Haruo percebeu o porquê, tudo ao redor estava ficando frio denso. A névoa do jutsu parecia estar se solidificando. Haruo sentiu algo gelado na bochecha, ele passou a mão pelo rosto vendo neve se derretendo em seus dedos, o sorriso foi automático.

 

— Só pode estar me zoando!

 

   De repente a poeira toda do jutsu de retardamento que os cercava estava fria e azulada. Como uma tempestade pós-avalanche, pequenos flocos caiam no chão virando água logo em seguida. Hideo não conseguia acreditar no que estava vendo, seu jutsu sendo quebrado aos poucos, sua raiva cresceu quando conseguiram ver Kaede ainda em cima de Katara. Concentrado fazendo seus selos, quase que em uma meditação. Com o jutsu da névoa praticamente desfeito, Katara aterrissou e Kaede desceu dela imediatamente.

 

    Ele caminhou calmamente em direção a Hideo e Haruo. Hideo tentava lançar shurikens, mas o outro bloqueava com sua defesa de gelo. Antes que o Genin da Névoa pensasse me fugir, Kaede estendeu o braço para ele e à medida que fechava lentamente seu punho, o rival respirava com dificuldades, sua pele ficava cada vez mais pálida e ele se ajoelhava como se perdesse toda a sua força. Quando estava perto o suficiente, Kaede acertou-lhe uma ajoelhada no rosto que o desmaiou por completo.

 

— Porra branquela... por onde andou cara? – Haruo dizia. Kaede o ajudou a levantar e o apoiou.

 

— Ferrando todo o meu chakra para salvar vocês. Cadê a Emi? – Kaede perguntou. Eles se direcionavam a Katara.

 

— Eu não sei. Ela deu um jeito de sair da névoa, mas com a tal Kimi em sua cola. Temos que acha-la – ele respondeu subindo na ave.

 

— E rápido. Vamos nessa Katara! – e levantaram voo.

 

Emi bloqueou o soco da adversária com o antebraço e se afastou em um pulo. Ouvia o bombear de seu sangue, era mais que obvio que a adversária tinha bem mais agilidade em Taijutsu, e ela sabia que não podia usar sua linhagem o tempo todo. Kimi também estava cansada, mas a vontade de derrotar a genin da Folha era mais forte o que deixou claro para a Arai que quando alguém esta possuído pela raiva não consegue raciocinar direito. Ela só rezava internamente para que Kaede e Haruo estivessem bem, eles eram a sua única preocupação.

 

— Você é persistente demais – disse Kimi.

 

— E-eu? Você é que esta tentando me matar sem motivo.. – Emi retrucou recebendo uma risada zombeteira como resposta.

 

— Me parece ser aquele tipo de santinha rodeada de amigos, que esta sempre feliz com um sorriso no rosto. Gente fraca como você não devia nem estar nesse exame! – alegou executando uma sequencia de sinais.

 

— Você esta errada... ninguém esta sempre com um sorriso no rosto.

 

   Kimi girou criando um redemoinho de fogo ao seu redor que logo se transformou em um tipo de onda indo em direção a loira. Emi sabia que o estilo daquela garota era fogo, mas não tinha chakra do elemento água para combatê-lo. Ela ativou o Shirudoora e movimento os braços criando um escudo, mas ainda sim, quando a onda de fogo chocou-se contra sua proteção foi como se tivesse que impedir que uma pedra enorme caísse sobre ela. O peso aumentava a cada segundo e a onda não se dissipava, a Arai foi empurrada lentamente pela força do jutsu da oponente, seu escudo parecia estar se desfazendo, rendendo-se àquele fogo devastador. Sentia sua pele começar a queimar.

 

   “É um beco sem saída. Se eu quebrar de vez o escudo não vou conseguir me afastar disso a tempo, e se eu continuar... a defesa vai desaparecer, isso vai me queimar até a morte” ela pensou. Se desistir, morrerá e se continuar, morrerá também. Foi naquele momento que a menina decidiu que morreria com dignidade então. Não desistiria, por todos aqueles que esperavam por ela, que torciam por ela. Mas dessa vez Emi não tentou lembrar-se de todos os seus erros, nem de seus momentos de quase morte. Mas sim de todas as suas vitorias, ela tinha pelo o que continuar e sempre seria assim.

 

— Maldita seja! Como ela consegue resistir?! – exclamou Kimi surpresa ao ver o escudo da oponente aumentar a ponto de rodea-la por completo. Os punhos emanavam chamas de sua energia, fazendo com que seu jutsu começasse a perder contra a defesa dela. O fogo sumia, o Shirudoora parecia estar se alimentando dele, ficando maior a cada segundo. Pela primeira vez, Kimi sentiu-se em conflito. Se lançasse outra onda, estaria gastando chakra atoa. Tinha que começar a pensar rápido, mas não fazia ideia do que poderia atingir aquele Kekkei Genkai.

 

    Emi jamais poderia imaginar que seu poder pudesse chegar a tais proporções. Seu lado lúdico queria poder ter tempo para comemorar este feito, mas ela tinha que derrotar Kimi, só assim poderia ir atrás de seus amigos. Com esse pensamento ela concentrou toda a sua energia em seus punhos, em questão de segundos toda a sua aura fora desviada para esses locais, formando as chamas. Sem pensar duas vezes, a Arai avançou contra a rival a atacando sem pudor. Seus movimentos estavam mais leves e rápidos dificultando os desvios de Kimi, mas esta não se deixava abater. Mesmo com seu chakra quase que esgotado, ela ainda enfrentava a exaustão para lutar com Emi. Os golpes estavam mais violentos, a genin da Névoa colocava os restos de seu chakra em seus chutes e socos, mesmo os poucos que acertavam provocavam uma dor horrível na loira. Já a outra combinava sua aura em seus golpes tentando acertar a adversária em pontos chave, cada tentativa era carregada com agilidade e precisão. Kimi sentiu a respiração falhar e rapidamente tirou uma kunai com papel bomba amarrado e jogou no mínimo espaço entre elas, obrigando Emi a se afastar. A menina de cabelos castanhos pulou para um galho distante, precisava de um tempo, mesmo que se achasse ridícula por isso, era melhor do que perder por um movimento falso.

 

— Por quê? – perguntou a loira ofegante – Por que sente tanta raiva? E insiste tanto em me derrotar?

 

  Por um momento, Kimi fechou os olhos lembrando-se de tudo. De sua infância amarga, o sangue dos pais espalhado pelo chão da cozinha. Ela odiava aquilo, odiava todos.

 

— Não suporto ver felicidade e esperança em seus olhos... – mesmo sendo um murmuro, Emi pode ouvir. Mesmo que a rival tivesse vontade de mata-la, ela não era um monstro. A Arai via isso, suas feridas deviam ter feito isso com a garota.

 

— Todos sofrem você não é a primeira e nem será a ultima.

 

   Kimi começou a tremer de raiva.

 

— Quem você pensa que é pra falar de sofrimento?! É só uma irritante mimada que nunca nem deve ter chorado na vida!

 

   Emi paralisou. Flashbacks passaram-se por sua mente, ela já havia visto aquilo antes. A revolta trazida pela dor.

 

  “Inari...” ela lembrou-se do sorriso do menininho, mas também de suas lagrimas e de seus olhos cheios de esperança quando ela prometeu voltar. Porém, estava tão perdida que nem sequer pode se mexer ao ver Kimi vindo correndo em sua direção, de algum jeito a Arai não conseguia ataca-la. Quando ela a via, também via aquela criança.

 

   Kimi tremia ansiosamente. Queria ver a vida deixando o corpo da oponente. Sentia uma euforia imensa ao ver que a loira não se mexia. Ela finalmente teria desistido e aceitado a morte? Quando estava perto o bastante, antes que pudesse toca-la, um vento forte a jogou para trás e ela podia jurar que chegou ao ponto de cortar sua pele. Seu corpo chocou-se contra o tronco de uma arvore trazendo uma dor debilitante para si. Ela sentiu o sangue subindo a garganta.

 

     Uma garota de cabelos loiros acastanhados divididos em quatro partes a encarava divertidamente. Um leque gigante estava em suas mãos.

 

— Hum.. Névoa. Sempre tão precipitados – Temari riu abrindo novamente seu leque na segunda lua. – Jutsu Foice de Vento!

 

    A Kunoichi movimentou o leque criando um vento ainda mais forte, ao ponto de cortar troncos e tudo mais. Kimi tentava se levantar quando foi atingida, ela foi lançada a vários metros de distancia, longe o suficiente para nem conseguisse mais ver as outras. Só parou quando o vento enfraqueceu. Kimi caiu desmaiada e com vários cortes no corpo.

 

    Temari guardou o leque no laço em sua cintura e se virou para Emi, que a encarava assustada. A Arai não entendia o porquê da ninja da Areia tê-la salvo.

 

— Isso foi o que te causou tanto dano? Chega a ser vergonhoso – disse Temari enquanto caminhava e pegava o pergaminho que caiu da bolsa de Kimi enquanto ela voava. Ela analisou bem vendo que era um pergaminho do céu.

 

— Por que esta aqui? – perguntou Emi temerosa. Ela se levantou rapidamente em alerta, não sabia as intenções da estranha.

 

— Ei, fica fria. Não vou te atacar, a propósito, sou Temari. – ela jogou o pergaminho para a outra, que o pegou confusa. – É um desse que você precisa?

 

— É s-sim... obrigada.. mas você não quer?

 

— Não, eu e meus irmãos já conseguimos os nossos. Vi você se esforçar para vencer aquele troço, foi admirável!

 

   Temari tinha vontade de rir da expressão confusa de Emi. Mas também não era pra menos, se ela estivesse em seu lugar, também não iria querer ser visitada por alguém de uma equipe que lhe atacou. Ela havia visto a luta dela contra Kimi, ficou realmente admirada ao ver o Kekkei Genkai da menina, tinha coragem, ela gostava disso. Também teve pena dela quando Gaara a atacou.

 

— Obrigada – Emi não podia negar que sentia medo dela. Se Temari resolvesse ataca-la, do jeito que estava não teria como se defender. O momento em que viu Inari em Kimi se repetia em sua cabeça.

 

     Temari caminhou até ela e sorriu.

 

— Vamos.

 

— Para onde? Mas e os seus irmãos? E minha equipe? – a menina disparou as perguntas desesperadamente.

 

— Meus irmãos estão bem, não precisam de babá. Vou te ajudar a encontrar a sua equipe. 

 

 

— Porque você esta me ajudando?

 

— Gosto de pessoas corajosas Emi Arai.

 


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado!



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