Breathless escrita por AlyHatake


Capítulo 15
A Dor que Consome


Notas iniciais do capítulo

Gentee, queria avisar que esse capitulo é meio deprê! Mais acho que vocês vão entender depois de tudo o que aconteceu com a Emi, enfim.. espero que gostem!



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Acordei sentindo uma dor de cabeça extremamente forte. Mas... O QUE?! Espera aí, eu estou viva? MAS COMO? Tudo o que me lembro foi quando... Haku me fez de proteção, mas Kakashi me acertou... como eu não morri? Levei minha mão ate meu ombro. Aquele ponto doía, mas não tanto. Reconheci que estava no quarto em que dormi nos últimos dias na casa de Tazuna. Será que eles derrotaram o Zabuza? Esta tudo bem agora? Aí Kami, eu queria estar morta! Como pude ser tão tola daquele jeito? Não quero nem olhar para os outros depois dessa! Por que será que eu só faço besteira?

 

    Comecei a respirar profundamente sentindo as lagrimas se acumularem nos meus olhos. Flashes do que aconteceu começaram a rodar desesperadamente na minha mente enquanto eu tentava engolir o choro. Minha vida acabou de desmoronar de novo, eu não sirvo pra ser ninja, Naruto estava errado. Não se pode ser ninja quando se faz besteiras a cada minuto. Impossível. Só quero voltar pra casa, onde eu posso chorar no meu quarto até não ter mais forças pra isso. Logo ouvi a porta se abrir trazendo uma luz amarelada pra dentro do quarto que até então estava em total escuridão. Olhei pra cima vendo a senhora Tsunami me olhando surpresa com uma bandeja em mãos.

 

— Oh Emi... eu sinto muito – ela disse. Então se aproximou depositando a bandeja do meu lado no chão. Tinha apenas um copo de chá e uns comprimidos.  – Fiquei tão preocupada, você estava em estado critico! Estava sangrando muito! Pensei que fossemos perde-la!

 

— Esta tudo bem com os outros? – perguntei sem olha-la.

 

— Sim, não se preocupe com isso. É só que... –  ela deixou a frase morrer. Eu já sabia, provavelmente o sensei esta furioso.

 

— Por favor, não o avise... eu..  – ouvimos a porta se abrir.

 

    Não conseguia nem falar direito. Será que dá tempo de eu fugir pela janela.. ah não da. Estou machucada. Mas que coisa! Raiva de mim mesma. Não quero mais estar aqui! Nesse momento estou sendo confortada por uma enorme vontade de gritar eu desisto pros céus e a terra.  A senhora Tsunami não disse nada, apenas se levantou e saiu me deixando sozinha com ele. Por um momento me senti traída, mas só suspirei e mantive o olhar fixo no chão.

 

— Sensei, eu... – tentei argumentar, mas fui interrompida.

 

— Antes de tudo, devo dizer que aquilo foi um ato tremendamente estúpido. Não sei o que você estava pensando pra ir ao encontro do inimigo daquele jeito e sinceramente, nem quero saber. – de novo aquela tortura. A bronca carregada de raiva – Eu disse pra ficar perto de mim, pra lhe proteger e você decide que vai servir a si mesma de escudo?

 

— E-eu.. eu não queria...

 

— Francamente, não achei que sua burrice chegasse a esse ponto. Não devia ser ninja. Você não é a filha de Isao.. não pode ser. Você envergonhou a ele.. e a mim. – paralisei naquele momento – Da próxima vez, fique quieta em um canto e tente não atrapalhar enquanto o resto batalha.

 

     O mundo parecia ter parado de girar, mal vi o momento em que ele saiu batendo fortemente a porta. De novo aquelas palavras faziam eco na minha cabeça. Foi impossível segurar o choro, foi alto, emotivo. Nem me importei que ouvissem ou não. Aquilo doía muito, foi como se tivesse esmagado meu coração, queria ter morrido naquele momento. Aquela dor arrebatadora que me consumia aos poucos e ia levando toda as minhas esperanças e alegrias. Foi bem pior do que o Chidori. Só queria que a missão acabasse pra eu voltar pra casa e me isolar lá. Desistir de tudo. Ele tinha razão, envergonhei a todos e vou continuar a envergonhar enquanto estiver viva. Aquele maldito choro que nunca acabava, fazia jus a minha dor. Entretanto senti alguém me abraçando.

— Eu disse que se quisesse um ombro amigo eu estaria aqui não foi? Pode chorar querida – disse ternamente a senhora Tsunami.

 

     Mesmo se eu quisesse, não conseguiria guardar isso. Era muita angustia.

 

 

 

    Os dias seguiram como uma tortura. Acordávamos cedo e íamos acompanhar o senhor Tazuna ate a ponte, ficávamos lá até o fim do dia e seguíamos para casa. Hoje finalmente a ponte foi finalizada. Não via a hora de ir pra casa, ficar no meu quarto o dia inteiro. Descobri o que havia ocorrido naquele dia, Haku morreu. Ele gastou todo o resto de seu chakra para manter Zabuza vivo, quando Gatou e outros capangas chegaram à ponte para desfazer os negócios, ele não teve como se defender, nem ele nem Zabuza. Mas parece que o demônio da Névoa se recusou a morrer sem antes levar o Gatou junto. Por algum motivo, agradeci por não estar acordada para ver aquilo tudo e agora também lamentava estar acordada por passar por isso. Mal falava com meus companheiros, depois daquelas palavras nem olhava mais para Kakashi. Apenas seguia suas ordens como um robô. Mas eu fingia constantemente estar feliz para senhora Tsunami e Inari, principalmente o pequenino. Seu avô havia dito que ele finalmente tomou coragem e foi até a ponte para ajudar, eu fiquei orgulhosa. A senhora Tsunami me disse que durante o tempo em que fiquei inconsciente Inari ficou a maior parte do tempo do meu lado, segurando a minha mão. Não sabia como reagir a isso, por um lado, eu me sentia culpada. O pequeno demonstrava tanta felicidade em conversar comigo, queria poder estar feliz assim também.

    Já estávamos com as mochilas prontas, todos na ponte, era o momento de se despedir deles.

 

— Jamais teríamos terminado a ponte sem vocês – o senhor Tazuna dizia – Nem sei o quanto sentiremos sua falta.

 

— Cuidem-se todos – a senhora Tsunami disse. Eu iria sentir falta dela. Sempre foi gentil comigo. Me sentia tão falsa por estar forçando um sorriso agora. Ainda doía.

 

— Obrigado por tudo – Kakashi agradeceu. Inari parecia querer chorar.

 

— Ei! Olha, não precisa se preocupar. Nos voltaremos logo logo! – Naruto disse.

 

— Você promete? – Inari pergunta segurando o choro. Vê-lo daquele jeito me machucava. O pior é que Naruto queria chorar também.

 

— É claro. Sabe Inari, você pode chorar se quiser, não tem nada demais nisso. Vá em frente.

 

— Quem disse que quero chorar? E se não tem nada demais por que você não chora? – os dois iriam acabar chorando a qualquer momento.

 

— Não. Você primeiro – Naruto se negava a chorar. Inari também. – Esquece!

 

   Então Naruto se virou de costas para ele e chorou livremente assim como Inari. Gente que coisa fofa!

 

Quando demos o primeiro passo para ir embora, Inari correu e segurou minha mão.

 

— Não Mi-chan! Não me deixa! – aquilo acabou comigo.

 

— Inari, eu tenho que ir. Mas eu prometo que um dia vou voltar pra te ver – abracei-o. Que saudade sentiria daquele menininho corajoso.

 

— Promete? Mesmo? Jura?

 

    Eu ri e tirei meu colar com pingente de cruz. Entreguei em sua mão.

 

— Fique com isso. Pra te proteger, toda a vez que se sentir triste quero que se lembre do algodão doce. E que eu vou voltar.

 

— M-Mi-chan.. eu não queria que você.. fi-ficasse triste.. porque você é muito linda!

 

    O abracei novamente. Deus! Como era difícil!

 

— Obrigada pequeno – dei um beijo em sua testa – Tchau.

 

    Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, embora ainda queira muito ir pra casa. Aquela viagem seria longa e ruim. Ninguém falava com ninguém, todos inertes em seus pensamentos. Meus companheiros não falaram comigo sobre minha atitude estúpida na batalha. Nem mesmo Naruto, só serviu pra me deixar pior achando que ele havia parado de ser meu amigo. Sasuke também. Fiquei tão aliviada ao saber que ele estava bem, com o susto que havia tomado na ponte quando Zabuza disse aquelas coisas. Eles devem querer distancia de mim, achando que sou louca ou algo do tipo, talvez eu realmente seja.

    Agora com a ponte pronta a viagem ficava mais fácil, pois não tinha que usar barco e eu agradeci por isso. Pelo menos uma coisa boa. Ficar ao lado deles estava se tornando angustiante, minha ansiedade, vontade de chegar logo em casa aumentava. Queria correr na frente, por que não íamos pulando pelas arvores? Queria ter coragem para sugerir algo. O que vai ser agora? Ir a outras missões nesse clima tenso? Acho que dispenso. Literalmente, não falei a ninguém e nem iria falar que estava pensando de novo sobre reconsiderar. Acho que já provei mais que o suficiente que não sou necessária. Nem mesmo cheguei a pensar sobre Ino, Shika e Chou. Será que eles estão bem? Será que também não precisam de mim? Jamais que eu diria algo assim na cara. Vai doer se eu me afastar, mas vai ser o melhor a fazer.  Poxa vida, porque as coisas têm que ser tão complicadas? Minha vida e agora em diante vai mudar, terei que conviver com a indiferença dos meus companheiros. Tudo o que o Kakashi disse, doeu mais que tudo. Mesmo em um momento na qual eu estava em recuperação, ele foi capaz de dizer que eu envergonhava meu pai... e o pior.. é que não consigo odia-lo. Não consigo mesmo. Toda a raiva recai sobre mim mesma. Tentei pensar apenas em chegar logo em casa e ir dormir. Era a única maneira de esquecer tudo isso. De repente ouvi barulhos e olhei para trás, eram o Naruto e a Sakura brigando. Por que será? Nem estava percebendo o que acontecia a minha volta. Suspirei. Ainda estava com uma dor de cabeça terrível e o sol piorava. Deve ser um dos efeitos colaterais daqueles remédios desconhecidos, pelo o que me disseram, quando eu cheguei à casa de Tazuna havia perdido tanto sangue que pensaram que eu já podia estar morta. Mas por alguma razão, eu estava respirando, ainda era estranho pra mim. Não estava nem mesmo com cicatriz, parecia que aquilo nunca tinha acontecido.

 

— Ah! Finalmente em casa! – Naruto exclamou. Me alertei na hora. Os portões de Konoha estavam a apenas alguns metros. Não pude esconder a surpresa. Fiquei imersa em pensamentos pela viagem inteira?

 

   Ver os habitantes, o nosso povo andando de um lado pro outros, as crianças brincando e as lojas abertas trazia certo alivio pra mim. A missão acabou. Finalmente estava em casa.

 

— Agora que chegamos quem aí quer um lamen hein? Vou chamar o Iruka-sensei pra pagar lamen pra todo mundo! – Naruto dizia animado. Me senti pior, eles iam comemorar. Iam estar felizes uns com os outros.

 

    Por um segundo eu parei para reparar os montes Hokage. Ninjas honráveis, como eles conseguirão? Manter-se bem psicologicamente depois de longas batalhas, tantas perdas e sacrifícios... Foram alguém, e por isso fizeram aquilo em sua memória. Todos que são fortes terão algo para que os outros se lembrem deles. Para se orgulharem.. quando eu me for, não vai ter nada. Nada alem de alivio.  Quando me virei Naruto, Kakashi, Sasuke e Sakura seguiam juntos. Fiquei para trás, como sempre. Nem mesmo Naruto se lembrou de mim.. Por Deus! Até quando vai doer assim?

 

    Comecei a correr na direção de minha casa, ignorei a dor de cabeça que aumentou de intensidade. Esbarrei em algumas pessoas, nem mesmo percebi as lagrimas já rolando meu rosto. Tudo à minha volta havia se tornado em borrão enquanto corria. Precisava dormir imediatamente, pois só nos meus sonhos o mundo se tornava bom. Aumentei o passo quando vi que já estava na rua de casa. Sentia o suor escorrendo pela testa e o coração disparado, cansaço atrapalhava minha respiração. Quase tomei uma queda ao subir aquelas escadinhas na entrada, mas me levantei rapidamente e entrei batendo a porta com força. Sentia cheiro de café, minha mãe devia estar na cozinha. Escorreguei minhas costas pela porta até me sentar no chão, estava sem força e minhas lagrimas haviam molhado o suéter.

 

— Emi? É você? Já completou sua missão? – vi minha mãe se aproximando. Então ela percebeu meu choro – O que aconteceu? Alguém te machucou?

 

— Você tinha razão mamãe... e-eu não sou capaz disso..

 

    Ela correu até mim e me abraçou. Mamãe provavelmente vai ignorar qualquer coisa que tenha ocorrido comigo desde que eu estava naquele estado e precisava ser consolada. Mas nada faria aquilo passar.

 

— Oh querida.. você estava tão decidida quanto a isso – ela disse. Sou uma idiota, a contrariei, desrespeitei.

 

— Mamãe desculpa – falei me acalmando. Sequei as lagrimas e me levantei. Ela sorriu.

 

— Todo mundo comete erros Emi. Espero que pense bem antes de fazer qualquer coisa a partir de agora.

 

   Concordei e fui em direção às escadas. Subi rapidamente e corri para o meu quarto. Como havia sentido falta daquele lugar, onde eu poderia ser eu mesma e fazer minhas burradas à vontade sem que ninguém estivesse. Joguei minha bolsa em qualquer canto e me joguei na cama. Eram três da tarde, muito cedo pra mim. Mas não queria ficar acordada, e não iria. Peguei uma roupa qualquer e fui para o banheiro, um banho frio iria ajudar ainda mais naquele calor todo. Aquelas gotas pareciam agulhas na pele de tão geladas que eram. Demorei um pouco, mas sai. Me vesti rapidamente e abri o armarinho do espelho. Depois de alguns segundos procurando achei um potinho cheio de comprimidos para dormir. Eram de minha mãe, mas ela parou de toma-los há algum tempo. Engoli um a seco mesmo, guardei e voltei para o quarto. Aquela medicação era forte, mal passaram minutos e já senti uma sonolência forte. Rendi-me com felicidade ao sono que tanto esperava


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Notas finais do capítulo

Como eu avisei, bem deprê! Paciência porque ela vai passar por um período difícil então, por favor! Espero que tenham gostado, até a proxima!



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