Papa Shion escrita por Sarinha Myuki


Capítulo 7
Vamos Tentar...


Notas iniciais do capítulo

Fuliculos, estou de volta (ok, ok, demorei um "pouquinho"). Queria contar um pouco sobre mim... A vida adulta me engole em suas mil responsabilidade e, ainda assim, não consigo me esquecer dessa "responsabilidade" aqui.
Sei que tenho vocês, minhas leitoras fieis, que não me abandonam por nada. Assim, saibam, EU SEMPRE VOLTO. E, como vocês sabem, quando eu volto, volto com TUDO. Aguardem atualizações constantes até o mundo adulto me engolir novamente. Bjs amadas.



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POV Dohko

Eu estava sentado, sem a menor fome, lendo alguns memorandos que teria que liberar no dia seguinte. Por mais que eu tentasse me concentrar na documentação, Shion não me saía da cabeça por um segundo sequer.

A verdade é que não havia mais sentido nesse relacionamento escondido, aproveitando momentos em que ninguém nos via. A fala de Camus abriu os meus olhos, a verdade é que eu tinha todo o direito de me envolver e argumentar em qualquer coisa ligada ao Shion e a eles.

Mas ao que parece só eu pensava dessa forma. Talvez eu tenha aumentado esse relacionamento mais do que devia, talvez eu tenha sido apenas um passatempo para Shion por todos esses anos. Em meio aos meus devaneios, vejo meus pupilos com cara de poucos amigos invadindo meu escritório.

— Olha só essa porcaria que mandaram!

Shiryu disse me abrindo a sacola com um pedido diferente do nosso. Bufando, peguei o telefone e liguei para o restaurante que me informou que fez uma confusão com o pedido de outra casa, para minha tristeza, a de Shion.

Não tive tempo de mandar um dos meninos ir até lá trocar a comida, ouvi a porta bater. Pelo som já sabia que era Shion que queria aproveitar do engano para tentar conversar. A verdade é que eu não queria conversar.

— Shiryu, atenda a porta por favor.

Não tardou até eu ouvir Shion mandar Ikki com a comida e bater na porta do meu escritório, sem esperar uma resposta.

— O que você quer, Shion?

— Conversar.

— Mas aqui? Alguém pode ouvir...

— Não entendo você, primeiro quer que venhamos a público e depois se preocupa se alguém irá nos ouvir conversando. Francamente Dohko.

Revirei os olhos.

— Você mudou de opinião?

— Para que mexer em algo que está bom do jeito que está Dohko?

Respirei fundo e me levantei, caminhando lentamente até a porta. Apensar abri a porta de entrada estendendo o braço, num educado convite para que Shion se retirasse. Ele caminhou de cabeça baixa, resignado pela presença de meus pupilos, encerrando a visita que sequer deveria ter se iniciado.

POV Shion

Sai bastante ofendido com Dohko, enquanto via uma quantidade significativa de abelhas ao redor das escadarias. Aquilo não era comum, ainda mais naquela época do ano em que não havia flores. Me recordei dos gafanhotos e mais uma vez me questionei sobre algo estranho estar acontecendo.

Senti meu celular vibrar, era Milo que criara o grupo de whatapp da família, não entendia o sentido daquilo.

FAMÍLIA  CHIFRUDOS-CONGELADOS-VENENOSOS

Milo adicionou Camus de Aquário

Milo adicionou Mu de Áries

Milo adicionou Shion de Áries

Milo adicionou Shaka de Virgem

Milo adicionou Minu

Milo adicionou Hyoga

Milo adicionou Isaak

Milo adicionou Shun

Milo adicionou Kiki

Milo adicionou Saori

Milo adicionou Ikki

Naquele momento, vendo o número de membros, me questionei sobre o tamanho de nossa família. Porém, aquele nome estava me incomodando.

Shion: Milo, por gentileza explicar ao que as titulações do nome do grupo se referem.

Milo: chifrudos são vocês de áries (e o Shaka, eu desconfio, Mu com essa cara de santo não engana ninguém), venenosa sou eu claaaaaro, e congelados são esses doidos aí da galera do Camus.

Shaka: Você está insinuando que meu marido me trai?

Camus: Milo, chega dessas brincadeiras sem graça.

Hyoga: OIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Camus: Hyoga, você não estava de castigo sem o celular??

Hyoga: ...

Milo: Ai, sossega um pouco Camus. Deixa o menino.

Ikki: mas que porra é essa?

Shion: Ikki...

 

Shun saiu do grupo

 

Hyoga: mas será possível...

Mu: Qual é o intuito do grupo?

Milo: Ué, qual é a família que não tem grupo de whatsapp hoje em dia????

Parei de olhar aquela porcaria de celular e continuei caminhando, um pouco mais humorado que antes. Milo realmente sabia como animar as coisas. Pensei até em passar na casa deles para tentar tirar Dohko da cabeça, mas só de pensar em encarar Camus...

Talvez fosse isso que eu precisava, resolver os assuntos pendentes. Me encaminhei até a casa do meu filho e toquei a campainha, sendo atendido por um sorridente loirinho.

— Mestre Shion!

Sorri de sua afabilidade e vi ao fundo meu filho paralisar enquanto abaixava o jornal que lia. Milo não tirou os olhos de sua novela.

— Camus, quero falar com você.

Ele não respondeu, me encarou numa postura militar, mas seus pensamentos denotavam certo receio do destino daquela conversa. Chegava a ser um pouco cômico ele com medo de mim naquela idade.

— O senhor quer conversar em qual lugar, mestre?

— Pode ser no seu escritório.

Caminhei atrás dele até o escritório, me sentei na poltrona enquanto ele sentava-se no sofá com um semblante preocupado.

— Mestre, eu...

— Filho, eu falo primeiro. Você me magoou profundamente com sua postura desrespeitosa comigo em minha casa.

— Eu sei.

— Sei melhor que ninguém de suas obrigações enquanto tutor desses meninos, mas isso não é desculpa para me responder como fez. Aliás, foi uma sucessão de erros, primeiro chegar ao cúmulo da agressão física com seu irmão e depois me agredir verbalmente como fez.

Camus ficou calado, olhando para as mãos, ele sabia que em seu rompante de raiva havia agido como não deveria.

— Peço minhas mais sinceras desculpas, Mestre. Caso entenda necessário, estou absolutamente de acordo com qualquer castigo que julgue necessário, seja administrativamente ou enquanto meu mestre.

Meu pupilo havia retornado.

— Eu ainda não decidi o que farei com você e Mu. Uma luta entre dois dourados é algo muito sério, não posso deixar passar por ser um dos responsáveis pelo Santuário. Sinto falta da época em que eu podia arriar as calças de vocês e, com uma vara, resolver esses assunto dentro de casa.

Camus olhou para baixo, sentia-se muito humilhado em ter agido como agiu. O peso de ter sido um mau exemplo aos seus filhos estava acabando com ele a ponto de eu notar seus olhos marejados – talvez aquela fosse a pior punição para ele.

— Camus, há algo que você fez que me incomodou ainda mais que tudo isso.

— E o que foi? Não me lembro de ter feito nada além desses fatos.

— Você viu a maneira como respondeu ao Dohko?

Vi Camus tentando puxar algo fora do comum da mente, sem êxito.

— Com todo o respeito, mestre, mas tudo que eu disse era que ele não deveria intervir em assuntos familiares.

— Sim.

— Ele é da família?

— Não.

— Então não deve tentar se intrometer nessa questão, mestre.

Fiquei sem palavras por um momento, até montar uma resposta.

— Dohko é mestre desse Santuário, meu companheiro de guerras que vencemos para que você pudesse existir hoje. Você lhe deve respeito acima de tudo.

— Mestre, com todo o respeito ao senhor, preciso discordar. Eu concedo ao Mestre Dohko toda minha admiração e respeito pelo o que fez, enquanto cavaleiro, enquanto guardião, mas isso não dá o direito a ele de interferir em assuntos privados. Ele começou um discurso de quem sabe tudo que ocorre entre nós, o que não é verdade.

Sim, era verdade, ele sabia de tudo. Mas como dizer aquilo? Como dialogar com Camus? Como explicar que Dohko sempre fora e ainda era o grande amor da minha vida sem abrir minha intimidade?

— Eu dou o direito para que Dohko interfira em assuntos privados.

— E posso saber a razão?

Apenas franzi o cenho e cruzei os braços diante do tom petulante de meu filho.

— Eu não te devo explicações, Camus. Quem deve algo aqui é você! Me deve obediência! Deve desculpas a mim e desculpas ao Dohko.

— Sim senhor.

Me levantei, dando-me por satisfeito.

— O senhor ainda não me perdoou por completo, não é mestre?

— Não, Camus. Preciso de mais algum tempo para digerir suas atitudes, sua petulância comigo, sua agressividade com seu irmão, sua falta de respeito com um membro mais velho do clã zodiacal. Honestamente, tudo isso não me pareceu você. Estou muito decepcionado, mas melhor depois dessa conversa.

— Uma surra doeria menos do que esse seu olhar de decepção.

— Eu sei, filho...

Eu disse o abraçando. Sabia que Camus se punia como ninguém, mas não podia fingir que estava tudo bem. Não estava. Foi quando vi ele pegando o celular e ligando para alguém, fiquei atento enquanto me sentava com meus netos.

— Alô? Mestre Dohko?

(...)

— Gostaria de pedir minhas mais sinceras desculpas pela maneira como o tratei na casa do meu mestre Shion. O senhor merece todo o respeito que ofereço ao meu pai, por sua história e dedicação ao Santuário.

(...)

— Meu pai ficou bastante magoado com a forma como eu o tratei, creio que a minha retratação é mais que necessária.

Não pude ouvir mais a conversa em decorrência da gritaria que se instaurou entre Hyoga e Isaak que brigavam por causa do jogo de vídeo-game. Me questionava se a ligação de Camus mudara algo na cabeça de Dohko.


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Notas finais do capítulo

Reviews?? ^^