Papa Shion escrita por Sarinha Myuki
Notas iniciais do capítulo
Pessoal, muito obrigada pelos reviews. Estou lutando para atualizar com rapidez. Vou responder todos. Beijos!!!
O avião demorou a pousar na França, Milo estava extremamente mau humorado e Hyoga e Isaak se questionavam o que estava acontecendo. Queriam perguntar sobre quanto tempo durariam essas férias e a razão de saírem tão abruptamente.
Logo que pousaram, Camus foi até a locadora de veículos que ficava dentro do aeroporto. Milo aproveitou o ensejo para se conectar no wi-fi e tentar obter notícias do Santuário. Quando viu as mensagens de Mu percebeu que o ariano havia chegado tarde demais para ajudar. Foi então que fez uma ligação por whatsapp ao cunhado.
— Mu?
— Onde vocês estão?!
— Na França.
— O que?
— Não me pergunte, sei tão pouco quanto você.
— ...
— Como estão as coisas aí? Shion já notou nossa ausência?
— Milo, infelizmente não tenho boas notícias. Shion convocou a assembleia para deliberar, mas já decretou pela deserção de vocês. Se a Assembléia concordar, a decisão se torna definitiva e vocês... Bem...
— Nos tornamos inimigos do Santuário.
Milo ficou em silêncio sem conseguir sequer respirar por alguns segundos. Em momento algum imaginou que aquela situação poderia ir tão longe e que Shion teria coragem de fazer isso com a sua família.
— Milo, eu acho que podemos fazer algo. Se Camus ligar pedindo misericórdia, talvez...
— E com certeza Camus fará isso, não é mesmo?
Milo questionou ironicamente. Mu ficou em silêncio.
— Me diga Mu, o que aconteceu para gerar tudo isso? O Camus não me fala nada e eu estou sem saber o que fazer nem o que pensar.
— Basicamente, Shion e Dohko têm uma relação amorosa desde sempre e esconderam de todos. Decidiram trazer à público e a reação de Camus não foi das melhores.
Milo respirou fundo, sem poder acreditar que a briga se iniciou com algo tão banal. Por uma birra idiota, a vida e a história dele estava sendo jogada no lixo. Milo respirou e desligou o telefone e foi atrás de Camus gritando.
— VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO!
— O que?
— VOCÊ PEGA A FAMÍLIA INTEIRA E FOGE DO SANTUÁRIO COMO SE TIVESSE DESCOBERTO QUE AQUILO TUDO ERA UMA GRANDE MENTIRA E...
— E é uma grande mentira! – Disse Camus de forma firme.
— AH, CLARO. A ORDEM INTEIRA CAI POR TERRA PORQUE SEU PAI NÃO CONTOU DO NAMORADO!
— Não tente diminuir minha dor...
— QUER SABER SOBRE DOR? QUE TAL O FATO DE NÓS QUATRO SERMOS DESERTORES? HÃM?
— O que? Não pode ser...
— Ah, o senhor das regras se esqueceu das regras para deixar o Santuário?
— Shion decretou nossa deserção? Como ele pode...
Milo estava tão fora de si que teve dificuldade em se segurar diante da perplexidade do marido que estava em frangalhos. A atitude administrativa punitiva de Shion fez crescer nele a sensação de desespero que sentia.
— Camus, ainda há tempo! A assembleia ainda não deliberou. Por favor, ligue para o seu pai e peça clemência, é a única forma de resguardarmos não apenas nossa posição, mas o futuro das crianças...
— Milo, eu já tomei minha decisão. Se Shion quer assim, que seja. As crianças crescerão longe disso.
Milo respirou fundo. Levou as mãos à cabeça e tentou se acalmar.
— Camus, você está fora de si!
— Não Milo, eu sei exatamente o que estou fazendo! Já não há mais necessidade de um Santuário! Não há mais guerras e atualmente cumprimos funções administrativas! Eu com a minha titulação ganharia muito mais em outro lugar. Me mantive lá por respeito à ordem que meu mestra ensinou. Ordem essa que nem ele mesmo respeita.
— Camus, coloque a consciência no lugar! Você está bravinho por causa do namoro do seu pai... E está agindo como uma criança de dez anos!
— Milo, não acredito que estou ouvindo isso!
— Camus, NÓS VAMOS VOLTAR À GRECIA E VOCÊ VAI CONSERTAR ESSA SITUAÇÃO.
Camus olhou incrédulo para Milo, estreitou os olhos e o segurou pelo braço.
— Preste bem atenção no que vou dizer agora. Você pode escolher entre mim e o Santuário. E não se esqueça que Hyoga e Isaak ficam comigo, eu tenho a guarda legal de ambos.
Aquilo chegou como um soco no estômago de Milo. Camus não havia apenas lhe dado um ultimato de aceitar a situação ou deixa-lo, mas usou os filhos como chantagem.
— Camus, não acho que seja esse caminho que queira seguir...
Milo ameaçou. Tanto Milo quanto Camus sabiam que Milo jamais o deixaria.
— Eu sei exatamente o caminho que quero seguir. A questão é se você quer segui-lo comigo ou não, Milo. Você é livre!
Milo respirou fundo.
— Você sabe que não vou te deixar. Vou até o inferno com você.
Camus soltou o braço de Milo, assinou o contrato e seguiu andando até chamar os filhos para o seguirem até a saída dos carros. Milo o seguiu, extremamente contrariado e ferido com o marido.
Mas pensava que abandona-lo naquele momento apenas pioraria toda a situação. Ele conhecia bem o aquariano, era difícil dissuadi-lo quando enfiava algo na cabeça. Era melhor acompanha-lo e tentar acalmar toda a situação aos poucos.
Quando saíram do Santuário, Milo olhava para o chão o foi despertado pela fala incrédula de Camus.
— Mas não pode ser...
Os quatro ficam perplexos ao observarem neve por todo o lado em pleno verão.
POV DOHKO
Já fazia algum tempo que Shion estava aparentemente normal, digo aparentemente porque eu bem sabia do sofrimento que ele estava passando.
— Shi, você não acha que poderíamos esperar um pouco para marcar a Assembléia.
— E para que?
— Shion, você bem sabe que a Assembleia vai deliberar pela manutenção de seu decreto de deserção - a atitude de Camus não deixa saída para ninguém. Se isso acontecer, a decisão não poderá ser revertida tão facilmente. E se Camus se arrepender e...
— Dohko, veja bem, eu passei a vida toda dele ensinando-lhe que todas as nossas atitudes têm consequências. Ele escolheu sair do Santuário, ele escolheu fugir do país e carregar toda a sua família. E ele, mais que ninguém, sabe bem das consequências dessa ação.
Eu respirei fundo. Shion estava determinado.
— Você está de cabeça quente.
— Não, Dohko, eu não estou. Se eu tivesse agido de cabeça quente, Camus sequer teria saído daqui dessa casa, porque assim que ele falou aquelas coisas, eu teria lhe estapeado a face e o arrastado pelos cabelos até o meu quarto e arrebentado o traseiro dele com um vara. Aí, talvez, se eu tivesse agido com cabeça quente, nada disso teria acontecido. Mas agora a punição dele já não depende apenas de mim, eu tenho uma posição a seguir e devo agir com justiça. Vou seguir o protocolo, por mais que isso doa em mim, eu já tomei minha decisão.
— Mas Shion, é seu filho.
— Tenho minhas obrigações aqui. Sou Mestre do Santuário. Eu não posso... Não posso fazer nada além de aplicar a lei.
Shion falava e eu percebia que parecia que uma faca cortava sua garganta, por mais normal que ele parecesse. Ele estava muito decepcionado com o filho, num ponto que nunca vi meu companheiro ficar.
Eu não sabia como dissuadi-lo disso, teria que tentar adiar as coisas sem a anuência dele. Talvez... Bem, eu fazia parte dessa assembleia, e até onde me consta ela não pode deliberar sem mim.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Milo: "estou tentando segurar Shion aqui, espero que esteja tentando fazer Camus tomar um mínimo de juízo e acabar com toda essa história. Apenas seja rápido". E enviei. Será que Milo estava de acordo com as atitudes de Camus?
— Shi, você sabe que a decretação de deserção não é apenas sobre Camus, certo?
— Claro que sei.
— Você sabe que ela recaí sobre Milo...
— Ele o seguiu porque quis.
— E sobre os meninos... Hyoga e Isaak serão considerados traidores também.
Vi meu companheiro respirar fundo e fechar os olhos.
— Se isso acontecer, será culpa de Camus. Novamente, ele precisa entender que as atitudes dele têm consequencias... Eu não tenho escolha, a lei tem que ser aplicada.
Meus pensamentos e a fala de Shion foram cortados por um barulho forte que fez com que ambos corrêssemos até a porta.
Aquilo era uma nevasca? Em pleno verão? O que era aquilo?
— Shion, convoque uma reunião extraordinária. Isso está fora de questão, deve ser um ataque de deuses inimigos!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Reviews!!! ♥