It's just a trick escrita por KCWatson


Capítulo 7
I care


Notas iniciais do capítulo

Estou postando hoje porque a partir da semana que vem já estarei mais atarefada com hospital e provas.
Espero que gostem!



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Sherlock Holmes era um ser humano completamente irritante e ignorante aos conceitos sociais que todos tanto respeitam, ele mesmo admitia isso. Não que fosse fazer alguma diferença, qualquer mudança real e significativa em seu comportamento estava longe de acontecer. Era, além de tudo, teimoso e orgulhoso, incapaz de admitir até para si mesmo que tal mudança é ao menos um pouco necessária.

As pessoas o odiavam, porém não se importava com isso. Que o odiassem, que se afastassem, que fizessem brincadeiras absurdamente sem graça sobre seu comportamento ou pela sua falta de amigos, que desviassem do seu caminho quando passava, Sherlock não se importava porque era exatamente o que queria. Os sentimentos não eram inexistentes em sua vida como gostava que todos acreditassem, mas com certeza eram repudiados. Oh, como eram repudiados. Não entendia como algumas pessoas podiam ser tão abertas a eles e ainda tão resilientes, o detetive só conseguia enxergá-los como pontos sólidos de confusão e de dor.

Sherlock nunca os compreendia e tampouco gostava quando – eventualmente – os sentia. Deixava-o impulsivo, confuso, potencialmente sensível e irritantemente lerdo.

Entretanto, como sua própria vida insistia em não seguir os planos traçados meticulosamente em seu Palácio Mental, havia uma exceção. Não estava generalizando, infelizmente (ou talvez não) existia uma pequena lista de pessoas com as quais se importava, mas estava falando de algo consideravelmente mais forte, a exceção que o fazia abrir outras exceções.

Ah, John Watson, o que fez comigo?

Sherlock achava uma extrema insanidade uma única pessoa causar tantas mudanças irreversíveis. O que o médico tinha ao seu redor? Alguma aura que magicamente o tornava carismático? Não, era ridículo. Nem todo mundo o aceitava em seu círculo de amizade. Então, o que era? O que fazia Sherlock Holmes começar a repensar seus atos para com o loiro?

O som de passos leves o fez abrir os olhos de súbito, que logo se reviraram em suas órbitas. Não esquecia muitas coisas em relação ao John, por costume e para evitar alguma briga, mas sempre esquecia o quanto ele conseguia ser teimoso.

― Eu disse para não levantar da cama ― repreendeu quando os passos se aproximaram.

― Eu ainda preciso comer ― John rebateu indiferente.

Sherlock levantou a cabeça do encosto de sua poltrona e o lançou um olhar entediado ao médico, que se movia pela cozinha em passos lentos e doloridos, uma careta sendo contida a cada movimento.

― Que pedisse, gritasse, eu levaria algo pra você.

John o olhou de forma estranha e Sherlock compreendeu o motivo. Aquilo não era nada comum, ser caridoso, oferecer ajuda ou qualquer ato semelhante não estava nas configurações do homem intitulado como uma máquina. Mesmo que se importasse demais.

― Sherlock, tudo bem?

― Entediado, apenas ― resumiu sua resposta e se levantou, caminhando até o amigo em passos rápidos e decididos, logo arrancando a panela de suas mãos e o segurando pelos ombros, guiando-o até o corredor ― Não insista, volte para a cama e logo a comida estará lá.

― Posso me movimentar e andar, sabia?

― Eu disse para não insistir.

Em silêncio John se deixou ser guiado pelo corredor até o quarto de Sherlock, mas o detetive sabia que as perguntas começavam a ser formar em sua mente limitada. Não queria responder nenhuma por enquanto, por falta de paciência e – acredite só – pela ausência de respostas, então apenas o deixou no quarto e rapidamente lhe deu as costas. Não estava fugindo, apenas adiando o que desconhecia.

Logo em seguida desceu as escadas indo até o apartamento da Sra. Hudson, sabendo que a mesma havia preparado algo aceitável para John.

― Oh querido, como ele está? ― ela perguntou enquanto separava a comida.

― Bem ― respondeu a contragosto. Quanto tempo até a senhoria insinuar algo?

― Cuide bem dele Sherlock e tente não insultá-lo, John já teve tanta paciência com você...

― Eu sei.

― Também tente não fazer tanto barulho, ele precisa de descanso.

― Eu sei, Sra. Hudson ― Sherlock repetiu antes de pegar a comida e subir a escada o mais rápido que conseguia sem derrubá-la, não queria dar mais tempo para que outras perguntas surgissem.

Assim que abriu a porta seus olhos se reviraram novamente. Seu irmão estava sentado na poltrona de John, a sombrinha se chocando leve e constantemente contra o chão. O amante de bolos ainda conseguia passar despercebido.

― Saio por cinco minutos e você invade meu apartamento ― resmungou enquanto passava por ele, indo até a cozinha.

― Pelo o que sei o apartamento não é somente seu.

Sherlock parou ao lado da mesa, parte de suas dúvidas finalmente encontrando algum rumo. Lembrou-se do dia em que sentiu vontade de destruir a sala de Lestrade, culpando-o pelo desaparecimento súbito de John. Mycroft estava lá... por qual motivo mesmo? De acordo com as palavras do próprio, o Holmes mais velho era extremamente ocupado e, sempre que possível, fugia de qualquer trabalho que exigisse algum esforço ou sua presença, mas se Sherlock tivesse prestado um pouco mais de atenção naquele dia, teria notado bem antes que o irmão não o deixara sozinho um único minuto, ficara com ele até mesmo no 221 B, ajudando-o com John.

Sherlock não ousou expressar qualquer outra reação que revelasse seus pensamentos, apenas recomeçou a andar até seu quarto.

― Comida ― anunciou indiferente assim que entrou.

John o fitou com um novo olhar confuso, mesmo assim se sentou, com certo esforço e em silêncio.

― Coma tudo ou faço a Sra. Hudson vir aqui pessoalmente para reclamar ― alertou lhe entregando a comida.

― Tem certeza de que está tudo bem? ― John insistiu desconfiado.

― Claro, quem apanhou aqui foi você. Apenas coma e não ouse levantar dessa cama novamente ― ordenou antes de sair do quarto, fechando a porta.

Hora de arrancar algumas verdades de Mycroft Holmes.

― O que quer? ― questionou sentando em sua poltrona ― John ainda está se recuperando.

― Vim apenas acompanhar essa recuperação, você não é conhecido pelo zelo por um qualquer ― Mycroft respondeu indiferente.

― Não é um qualquer e sabe disso.

― E ainda me preocupo.

― Não é como se eu fosse me jogar da ponte por ele ― Sherlock revirou os olhos.

Mycroft não riu como o outro esperava, em vez disso permaneceu sério e imóvel.

― Não me preocupo com você.

Sherlock franziu o cenho, estava cada vez mais confuso. O que estava deixando passar?

― Desde quando? Não sei se é capaz de entender minha confusão, irmão, mas espero que entenda minha descrença sobre sua preocupação com alguém tão simples como John.

― John não é simples, então é você que precisa entender algo irmão.

O detetive se inclinou para frente, atento. Com certeza estava perdendo algum detalhe, um daqueles primordiais que alteram toda uma conclusão. De novo. Seus olhos gélidos e incisivos varreram a imagem do irmão com extrema atenção, procurando por qualquer ponto que criasse uma resposta.

Mycroft usava seu terno como o habitual, impecável, e como um Holmes, não permitia que suas roupas falassem mais do que queria. Entretanto, a sombrinha ainda batia impaciente no chão e havia uma diferença notável em seu rosto, a completa ausência do convencimento e do sarcasmo. O mais velho estava verdadeiramente preocupado e Sherlock não queria acreditar que o alvo de tudo isso era John.

Então Mycroft engoliu em seco e Sherlock sentiu seu estômago afundar.

― Está mesmo preocupado com ele... por quê?

― Eu me preocupo com você há anos Sherlock, desde que começou a engatinhar para ser mais exato. Sempre errava algum movimento e caia no chão, chorava tanto. Eu era apenas uma criança, você um bebê e eu me sentia tão culpado por não estar lá para impedir sua queda.

― E agora não sou mais um bebê. Onde quer chegar?

― Agora somos adultos ― Mycroft sorriu fracamente. ― E finalmente percebi que não importa o que eu faça, nunca estarei lá para impedir sua queda. Sempre serei aquele que o ajudará com as consequências.

Sherlock se remexeu desconfortável:

― Estamos lidando com sentimentos aqui? Isso realmente-

― Estamos falando em como John é bom em impedir sua queda ― Mycroft o interrompeu.

― Não posso negar que isso é um pouco irônico ― Sherlock comentou pensando em como John foi um dos responsáveis pela sua, literal e falsa, queda do terraço do hospital ― Mas o que isso tem a ver com a sua preocupação por John? Além, claro, do recente encontro que ele teve com Moriarty que obviamente ocorreu por minha causa, não vejo muitos motivos para você se preocupar.

― Sherlock.

― Desculpe, estou perdendo algum detalhe precioso, eu sei. Mas o que você sabe que eu não sei? ― Sherlock continuou avidamente, quase atropelando as palavras que tentavam seguir a mesma rapidez de seu raciocínio vago ― Sempre diz que é um homem muito ocupado, mas quando encontramos John não se afastou por mais de um minuto, não teve mais nojo de sangue ou suor e ainda cuidou dos ferimentos.

― Eu não sou um inútil Sherlock ― Mycroft rebateu seco.

― Mas nunca se importou o suficiente para passar por cima dos próprios limites ― Sherlock provocou buscando alguma resposta válida nas reações do outro.

― Isso não está correto. Pode não lembrar, mas fiz muito por você.

― Ele não é seu irmão.

― Isso é bem obvio.

― Mas e aquela história de que se importar e cuidar não é uma vantagem?

A sombrinha parou de se chocar contra o piso e por breves segundos Mycroft desviou o olhar, deixando-o perdido na direção da lareira fria antes de responder com a voz grave:

― Nem sempre precisa ser uma vantagem.

Sherlock piscou, inerte, tentando compreender se seus pensamentos estavam levando um rumo aceitável ou completamente absurdo. Aquilo não poderia estar correto... poderia?

― Você se apaixonou?

Mycroft fechou os olhos e respirou fundo, então voltou a encará-lo:

― Claro que não, Sherlock. Não seja idiota.

― Está mentindo ― Sherlock observou, então se levantou subitamente e começou a dar voltas no pouco espaço que havia em frente a lareira, as mãos erguidas e paralisadas em frente ao corpo como se procurarem um alvo para apertar ― Está apaixonado! Não acredito Mycroft! Está apaixonado por John Watson!

― Fale mais alto, preciso que Moriarty ouça isso ― Mycroft revirou os olhos.

― Isso só pode ser brincadeira.

― Será que pode me escutar? Eu não me apaixonei por John.

Abruptamente Sherlock parou e ficou diante do irmão, rindo sem qualquer humor:

― Oh não? Certo. E que explicação tem para o que anda fazendo por ele até agora?

― Eu, com certeza, não devo explicação alguma a você ― Mycroft rebateu indiferente, estava decidido que nada mais o afetaria.

― Obviamente que sim, ele é meu melhor amigo!

― Isso faz diferença?

― Evidente que sim.

― Espero que esteja ciente de que em breve John vai voltar a ter um relacionamento romântico com alguém ― Mycroft argumentou seco ― Ele não é, exatamente, um brinquedinho seu Sherlock.

― Eu sei!

― Pois não parece!

― Ainda estamos no mesmo ponto? ― Sherlock questionou sarcástico ― Acabou de dizer que não está apaixonado e agora estamos discutindo sobre os relacionamentos românticos dele?

― Não estamos discutindo nada ― Mycroft revirou os olhos ― Estou insinuando que você não suporta vê-lo próximo demais de alguém que não seja... você.

― Isso é ridículo! Posso fazer uma lista de relacionamentos que ele teve, quer dar uma olhada na concorrência? Todos possuem uma vagina, fique sabendo.

― Uma lista de relacionamentos que você arruinou, sempre encontrando um modo de interferir ― o Holmes mais velho rebateu impaciente ― E eu posso garantir que nem todos possuem vagina.

Sherlock paralisou, olhando-o com descrença pura.

― O que disse?

Mycroft esboçou um sorriso de canto, convencido e determinado, então lentamente se levantou e pegou o crânio sobre a lareira. Sherlock fechou sua expressão, o irmão sabia que estava entrando em um campo pouco equilibrado, de símbolos e metáforas, que o detetive pouco suportava.

― Vamos dar um nome a esse belo espécime ― Mycroft começou o olhando, o crânio bem firme em sua mão desocupada ― Que tal John?

― Ele já tem nome ― Sherlock cortou rudemente.

― Vai ser John ― Mycroft o ignorou fitando o crânio manchado como se fosse o objeto mais belo e interessante que já pôs as mãos ― Tudo o que você sabe sobre John está aqui, na palma da minha mão. Não parece ser muito e acredite, realmente não é. São apenas 22 dos 206 ossos que compõem um todo e você ainda acha que o conhece?

― É uma comparação completamente absurda.

― Mesmo? Olhe para o crânio, olhe para John. Apenas veja como ele está sujo. Manchado, queimado o suficiente para sofrer, mas não para morrer. O que ele fez para merecer isso? Ele apenas existia, esquecido no seu lugar habitual, sendo uma companhia amigável e suportável para um detetive consultor. Sobre o que estou falando Sherlock? Sobre o crânio ou sobre John?

― Você não o conhece! ― Sherlock voltou a gritar chegando perto do seu limite.

― De quem estamos falando, irmãozinho? ― Mycroft aumentou o tom, forçando-se a ser provocativo.

― Como consegue ser tão insuportável?

― De quem estamos falando?

― Nunca percebi o tamanho da sua incapacidade em calar a boca.

― De quem estamos falando? ― Mycroft repetiu pausadamente.

― Mas que inferno! ― Sherlock gritou impaciente. Não suportava mais a presença do irmão, este agindo como se conhecesse John melhor do que ele, como se o seu único dever do dia fosse testar os limites do irmão mais novo. Então caminhou até a porta e a abriu em um rompante ― Faça um favor e vá embora. Agora.

― Estressado? ― Mycroft zombou sem se mover ― Não achei que fosse tão descontrolado irmão.

― Saia Mycroft.

― Não que você esteja certo sobre tudo... ― Mycroft continuou em tom sugestivo e calmo. ― Mas essa sua... raiva é porque estou, supostamente, apaixonado pelo John ou porque você está apaixonado por ele e não quer concorrência?

― Eu? Apaixonado? ― Sherlock questionou exasperado, revirando os olhos ― Por favor, Mycroft, não seja obtuso. Não tenho capacidade de amar.

― Estou falando de paixão, não de amor. Recentemente descobri que há uma diferença e está na hora de aprender isso, porque que você o ama eu já sei, a minha única dúvida é: até que ponto?

Sherlock estreitou os olhos na sua direção e apertou a maçaneta com força, contendo a vontade de enforcar o irmão com a própria gravata. Sabia o que o mais velho estava fazendo, criando duvidas e abrindo questões para desconcerta-lo, entretanto, o motivo ainda lhe era um enigma. Tratava-se apenas de uma consequência do tema da conversa?

Mais uma vez desejou estar errado.

― Qual o seu real propósito aqui? ― perguntou entre dentes.

― Não está claro o suficiente? ― Mycroft esboçou um sorriso de canto e se levantou. ― John, obviamente. Deduza o resto.

O detetive caminhou enfurecido e parou somente centímetros a frente do irmão, fuzilando-o de perto.

― Eu sei que ele está escondendo algo e que não é segredo pra você, mas já não basta ter contado sobre Moriarty e Irene? O que mais você quer Mycroft? O que espera conseguir com isso?

― Espero que ele veja o quanto você não é confiável ― Mycroft respondeu sem rodeios ― Mesmo que ele tenha negado, eu sei que você o machucou Sherlock... propositalmente. Onde foi mesmo? Ah sim, no ferimento de bala, no ombro paralisado inconscientemente enquanto falava no assunto. Do que se trata dessa vez Sherlock? Se arrependeu de querer se divertir mais com Moriarty e vai descontar no nosso bom doutor?

Sherlock sentiu suas mãos tremerem e um zumbido o ensurdecer, mas antes que pudesse pensar no que estava fazendo já havia socado o rosto de Mycroft que cambaleou para trás, nada surpreso. Ainda enfurecido e sentindo o sangue ferver sobre sua pele, o detetive avançou pronto para repetir o ato quando sentiu mãos firmes o segurando pelos braços e um par de olhos azuis assustados surgindo a sua frente.

― Sherlock! O que está fazendo? ― John gritou olhando rapidamente para Mycroft, que tinha sangue saindo dos lábios.

― Quero ele fora daqui! Agora! ― Sherlock gritou novamente tentando avançar contra o irmão, sendo impedido por John.

― Acalme-se, pelo amor de Deus, ele é seu irmão!

― Não quero saber, saia Mycroft. Agora!

Mycroft se moveu apenas para fita-lo e ergueu a mão ensanguentada na altura dos olhos, então olhou para o chão atrás de si e indicou o crânio.

― Olhe o que você fez Sherlock... e sequer percebeu.

Sherlock estreitou os olhos e avançou alguns passos, ignorou completamente a mão ensanguentada do irmão e fitou o crânio no chão. Estava em pedaços, quebrado demais para uma simples queda que sequer foi notada.

― É um crânio falso, não é o Billy.

― Você o analisou tão minunciosamente e não percebeu? Não percebeu que era um misero brinquedo bem feito?

Voltou-se para Mycroft, fuzilando-o com o olhar.

― Não me provoque ― alertou entre dentes.

― Tudo bem... ― John se intrometeu cautelosamente, puxando Mycroft para longe ― Vem, precisamos dar um jeito nessa mão.

Sherlock os observou se afastarem e irem até a cozinha, escutando John resmungando baixo sobre Mycroft estar maluco e completamente fora de si.

― O que está fazendo? ― John sussurrou enquanto enfiava a mão do mais velho embaixo da torneira.

― O que deve ser feito, evidente ― Mycroft respondeu no mesmo tom.

― Isso inclui apanhar?

― Não, estou apenas colocando as cartas na mesa.

― Isso é muito estúpido.

― Nisso eu concordo ― Sherlock se pronunciou voltando a sentar em sua poltrona ― Deixe-o sangrar até a morte, John. Isso deve ser dolorido e lento o suficiente.

― Por favor, Sherlock. Ele é seu irmão ― John interviu pegando o curativo.

― Você fica repetindo isso como se fizesse alguma diferença.

― Deveria fazer.

― Nunca fez.

― Mas deveria ― John ressaltou sério.

― Deveria! ― Sherlock exclamou gesticulando no ar com exagero ― Futuro do pretérito. Algo que eu posso ou não fazer e adivinha? Não vou!

John revirou os olhos e voltou a se aproximar de Mycroft que o impediu com um gesto simples, dizendo:

― Tudo bem, John. Não quero mais causar danos ao controle quase inexistente do meu irmão. Se ele novamente tentar-

― Ele não vai me machucar, não se preocupe ― John o interrompeu garantindo.

Sherlock ergueu uma sobrancelha diante da cena. Seu irmão estava protegendo John de um possível descontrole seu?

― Mas se ele-

― Sim, eu sei Mycroft. Qualquer problema eu aviso. O mesmo serve pra você.

Mycroft maneou a cabeça e crispou os lábios, descontente com algo. Então alcançou sua sombrinha que estava apoiada na poltrona do loiro e se preparou para sair. Antes disso, virou-se para detetive que já o encarava e ensaiou um olhar perigoso.

― Espero que tudo tenha ficado esclarecido, irmão. Controle seus sentimentos Sherlock ou simplesmente não... os... tenha.


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Notas finais do capítulo

Não sei até quando vou continuar postando aqui, porque ninguém comenta ou diz alguma coisa, então a única certeza que tenho até agora é que não estão gostando. Então estou meio desmotivando a continuar mesmo



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