Incomplete - DRAMIONE escrita por Bonequinha de Luxo


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Somente porque eu estou morrendo de saudade desses dois!



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“São tempos sombrios, não há como negar”.

Rufo Scrimgeour.

                Hermione caminhava apressada pelos corredores da escola. Com a varinha em punho, ela sentia o coração apertar a cada grito que ela ouvia no andar de baixo. Estavam encontrando os mortos. A guerra havia, de fato, começado. Tinha ciência em quão destruída ela parecia estar. Os cabelos bagunçados, o rosto – e o corpo – arranhados, o suor impregnado na sua pele. Sabia que os músculos estavam gritando para que ela parasse de correr, mas ela não conseguia. Não enquanto Harry estava com Voldemort. Não enquanto Rony estava lá embaixo gritando por ter perdido Fred.

Não pararia enquanto ele estivesse em algum lugar do castelo, correndo perigo.

Hermione nunca foi boba, ela sabia reconhecer quando algo simplesmente não daria certo. Mas ela nunca conseguiu evitar, desde ao fatídico dia, no baile de inverno do torneio tribruxo, em que se entregou à Malfoy. No começo, ela se arrependeu, chorou bastante e se culpou – e a Ronald, também – por seu emocional instável, mas com o passar do tempo e depois de muitos reencontros em que ela se viu ansiosa para que acontecesse, ela simplesmente não conseguiu negar que estava perdidamente apaixonada por Draco Malfoy.

E a cada encontro, a cada beijo, a cada carinho, ela se sentia mais convicta de tal fato. E não queria, nunca, deixar de sentir aquilo.

Mas ela sabia que o dia chegaria. E chegou, no sexto ano, quando ele se tornou um comensal. Brigaram, como nunca deixaram de fazer, mas pela primeira vez naqueles quase dois anos em que passaram juntos, deixaram de ser um casal – mesmo que só para eles. Ele não negaria a família. Ela não trairia os amigos. Afinal de contas, eram Sonserina e Grifinória bem definidos em duas pessoas totalmente distintas. Um prezava o sangue e o outro, a lealdade. Os dois sempre souberam que o dia chegaria.

E apesar do relacionamento secreto ter chegado ao fim, não significa que os encontros oportunos durante a noite finalizaram também. Nunca deixaram de se ver. Não conseguiram. Tinha algo forte demais que os traziam de volta um para o outro.

Apesar de ser inteligente o bastante para saber que nunca aconteceria, Hermione nunca deixou de sonhar com o dia em que ele negaria seu destino e se juntaria a ela e seus amigos para que, um dia, eles pudessem ser felizes. Eles se casariam e, quem sabe, teriam uma filha. Ela iria se chamar Rose. Ela sempre gostou desse nome.

Finalmente, ela parou de correr. Havia chegado a onde queria. Sentado em uma ruína, onde outrora fora uma parede, Draco Malfoy encontrava-se cabisbaixo. O coração dela se apertou ao ver o estado deplorável que ele estava. Caminhou até ele, devagar, mas ele parecia imerso demais nos próprios pensamentos para notá-la.

— Draco. — chamou, ele levantou o olhar para vê-la.

Os lindos olhos azul-cinzentos, que já foram fogo puro, agora estavam frios e sem vida.

— Hermione! Achei que não fosse conseguir te ver. — ele parecia aliviado e ao mesmo tempo, triste. Levantou de onde estava para caminhar até ela — Preciso voltar. Lorde ordenou que os comensais se retirassem do castelo, devem estar esperando por mim.

— Oh, por favor, não o chame assim. Não para mim.

Draco suspirou, não poderia se irritar com ela. Não agora. Deslizou seus dedos pela pele branca como porcelana da única mulher no mundo em que ele realmente amou. E quem ele nunca mais teria.

— Sei que não gosta das minhas escolhas, Mione. E eu realmente sinto muito por isso. — sorriu tristemente — Mas não posso negar minha família da mesma forma que você não negaria seus amigos. Sua família.

— Você sabe que é errado, não sabe?

— Fomos criados de formas diferentes, Hermione. Eu sabia que isso aconteceria desde que vim para Hogwarts. Para mim, isso é o certo. É o que estava fadado a acontecer.

Hermione abaixou a cabeça, as lágrimas escapavam dos seus olhos.

— Sabe... Nessas horas, eu gostaria de ter nascido trouxa. — ele riu, desacreditado — Eu nunca pensei que fosse dizer isso algum dia, mas... Seria mais fácil. Eu levaria minha garota para passear naqueles bares trouxas e eu iria te presentear com aquelas flores bem bregas... — Hermione riu e por um momento esqueceu tudo o que estava acontecendo — Você, provavelmente, não iria aceitar. E ainda ia dizer algum insulto com uma palavra tão difícil que eu nem saberia o que significa. — Hermione sentia as lágrimas nos olhos, não sabia se pela perspectiva ou pelas risadas, mas estava confortável com os braços de Malfoy em sua cintura — Mas no fim, você não ia resistir ao meu charme e aceitaria namorar comigo. Como um casal de verdade. Não essa bagunça que nós temos. — ela sentiu o peso da realidade em seu corpo, juntamente com as lágrimas — Você merece muito mais, Mione. Eu não poso te dar mais.

— Draco...

— Você sabe que eu amo você, não sabe? — ele continuou, lutando para não chorar — E que vou continuar amando você até eu morrer?

— Não diga isso...

— Eu te amo, Hermione. Nunca esqueça isso. — ele beijou sua testa.

E ela soube, naquele momento, que era uma despedida.

— Eu amo você, Draco.

E ele a beijou. Como se fosse o último e talvez, realmente fosse. O beijo tinha gosto de lembranças. Das risadas compartilhadas. Das brigas infundadas que acabam com reconciliações quentes. Tinha gosto deles dois. Era único. Ela nunca encontraria todos aqueles sentimentos em qualquer pessoa que não fosse Draco. E ele não queria beijar ninguém daquela forma que não fosse Hermione.

Separaram-se com o coração ainda mais apertados que antes.

— Mantenha-se vivo Draco.

— Fique salva, Hermione.

E cada um foi para um lado, com o coração partido em um milhão de pedaços.

DEZENOVE ANOS DEPOIS

— Rose, você vai se atrasar! — Hermione gritou, irritada — Ronald, onde está Hugo?

— Já está na plataforma.

— Você o deixou ir sozinho?! — ela gritou assustada, fazendo o marido rir.

A verdade é que Hermione estava ansiosa. Não voltava ali desde o ano seguinte após a guerra, no qual ela concluiu os estudos – sem Rony e Harry, que não quiseram voltar. A verdade é que, além de terminar a escola, tudo o que ela queria era saber se ele estaria ali também. Draco. Não ouvira falar dele desde que a família fugiu no meio da guerra. Esperava que ele voltasse, quando ela acabasse, para ficarem juntos. Mas ele não voltou. E, apesar de decepcionada, ela sabia o que a marca que estava em seu braço significava, caso ele voltasse. Sabia, também, que ele era orgulhoso e que era determinado quanto a não poder dar a ela o que ela precisava. Mas Hermione precisava dele. E o amava.

Por todo esse tempo. E para sempre.

Mas agora ela estava casada com Rony. Tinha dois filhos lindos. E aquele seria o primeiro ano de sua garotinha.

Rose Weasley.

Ela não tinha os cabelos loiro-platinados. Nem os olhos cinzentos de Draco. Nem recebia o sobrenome Malfoy. Mas ela ainda era sua garotinha e precisava se manter forte, por ela.

E porque sabia bem que aquele era mais um segredo para se guardar em seu coração. Seu segredo mais bonito. Draco e Hermione não foram feitos para ficar juntos, mas se amaram com todas as suas forças e continuaria assim, até o fim.

— Mãe, mãe! — ela ouviu a voz da filha despertando-a de seus pensamentos — Olha, esse é o novo amigo de Albus, o nome dele é Scorpius.

Ela olhou para o garoto e foi como se voltasse em um vira-tempo. A pele excessivamente pálida, os cabelos loiros em combinação com os belos olhos cinzentos. Os olhos dele. Sentiu os olhos encherem de lágrimas e um sorriso nascer em seu rosto.

— Olá, eu sou Hermione.

— Sou Scorpius Malfoy. — ele falou em uma vez lenta e arrastada, tal qual a voz que habitara em seus sonhos por tantas vezes.

— Vem, Scorpius, vamos arranjar um lugar pra sentar. — a garota de cabelos ruivos o puxou pela mão e ele acompanhou, acenando para Hermione de longe.

Talvez o destino se encarregasse de reparar os antigos erros.

Talvez Rose, no final das contas, se tornasse Rose Malfoy, como ela sempre quisera.

Ela olhou em volta na plataforma e encontrou os mesmos olhos cinza que vira no garotinho lhe encarando, ao longe. E ela, definitivamente, não estava preparada para aquilo. Voltou a ter 17 anos. Com o mesmo sentimento bobo em seu peito e uma lágrima teimosa insistiu em cair, mesmo ela lutando para não derramar nenhuma.

Ele, ainda de longe, lhe sorriu e acenou. Ela fez o mesmo.

Era pura nostalgia, mas nunca passaria disso. Porque eles não foram feitos um para o outro.

Mas isso não significava que, em algum dia de sua vida, ela deixaria de amá-lo.

Sentiu a mão de Ronald envolver sua cintura e Hugo puxar a barra da sua saia. Sorriu para a sua família e saíram juntos da plataforma, sem olhar para trás.

Era assim que deveria ser, afinal de contas.

Mas ambos sabiam que eles sempre seriam incompletos. 


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros, bebês. E comentem, sinto saudade de vocês por aqui ♥



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