Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

Quando eu me acalmo alguns minutos depois, Esme me leva para outro cômodo.

— Para onde estamos indo, mãe? – enxugo as minhas lágrimas com a manga da minha blusa.

Ela para em frente a uma porta fechada e me diz:

— Abra querida! Esse é seu quarto.

Eu empurro a porta:

— Uau! – exclamo maravilhada ao ver a esmerada decoração do quarto em vários tons, de lilás à roxo-uva.

  - Tudo isso é para mim? – mal posso acreditar, sempre quis ter um quarto enorme e com banheiro.

  - Sim. Esse será seu quarto, sweetie. Você merece, o brilho em seus olhos já é recompensa mais do que suficiente.

— Obrigada. Muito obrigada, mamãe. Como você sabia que minha cor preferida é roxo?

— Você geralmente está com as unhas pintadas de um tom de roxo quando a vejo – diz sorrindo contente por me ver feliz. Agora ela que me faz feliz, antes eu a deixava contente, assim vamos nos dando e recebendo gestos de bondade e carinho.

É preciso também saber receber o que o outro quer nos dar, dar a oportunidade também do outro nos agradar. Não apenas agradar, mas deixar-se agradar. Isso é também uma arte, é sabedoria. Equilíbrio. Reciprocidade.

Olho para minhas unhas e agora não estão pintadas de roxo, mas de preto.

— Nosso quarto é aqui ao lado, se você precisar de qualquer coisa é só chamar e virei voando – eu sei que é verdade, ela virá mais rápido do que qualquer mãe humana. Não propriamente voando, mas tão rapidamente como se fosse.

O quarto de mamãe e papai é decorado em tons de azul e roxo. Tão luxuoso quanto o meu quarto. O luxo não era necessário, só precisava de afeto e já seria suficiente. Isso tenho certeza que eles podem dar. Não imaginava que eles fossem tão ricos. Milionários!

Eu sempre vivi na pobreza não sei se vou me adaptar à riqueza. 'Ora Carol, não diga bobagem,' digo para mim mesma, 'qualquer um se acostuma a viver confortavelmente, mas só porque você agora é rica não vai ficar metida.' 'Não; serei sempre a mesma.' 'Veremos se a riqueza não irá corrompê-la e ficar podre de rica, literalmente.' 'Não deixarei me subir á cabeça.' 'Tomara, assim espero.'

— Obrigada, mãe – digo honestamente do fundo do meu coração.

— Não precisa me agradecer, querida. Eu sei que você é grata.

— Quero que saiba...

A surpreendo beijando sua bochecha, ela fica espantada com o gesto inesperado, mas ao mesmo tempo também fica satisfeita.

Vou até o armário e ao abri-lo vejo várias roupas novas. Meu material da escola surpreendentemente também está em cima da escrivaninha. Tudo. Exatamente tudo:

— Não precisava Esme... eu iria trazer minhas roupas de minha antiga casa. Mas, obrigada mãe.

— De nada meu bem. Eu não iria preparar tudo para recebê-la e não lhe comprar também algumas roupas novas.

— Como você sabia que tamanho que eu uso? – sento na cama admirando os vestidos.

— Eu vi suas roupas no hospital e comprei algumas com o mesmo tamanho – memória de vampira, impecável.

Sorrio para ela e ela me sorri de volta ao me ver tão contente. Ela realmente fica feliz ao me ver alegre.

— Quando? – Não sei como ela consegui fazer tanta coisa em tão pouco tempo. A não ser que ela já tivesse arrumado esse quarto para mim há muito tempo. Neste caso é um pouquinho apavorante. Como ela sabia de antemão tudo? Será que ela tem outra capacidade que não me disse?

— Eu fiz tudo isso esta manhã quando vim para casa enquanto você conversava com sua mãe.

— Nossa, que rápido! – digo, aliviada por Esme não estar me escondendo nada. Fico honrada que ela confie em mim quanto ao segredo de ela ser vampira.

— Podemos ser bem rápidos, ainda mais quando queremos e temos um motivador, no meu caso eu não queria que você ficasse sozinha então fiz tudo muito depressa.

— Está tudo perfeito! Nada está fora de lugar, tudo está impecável. Um brinco. Se fosse eu fazer depressa iria me atrapalhar toda e só iria bagunçar, nada iria dar certo.

— Não se preocupe com isso, querida. Eu também era assim quando humana. Minha nora também era desastrada. Acho que todas nós éramos mais ou menos desastradas. Mas ser uma vampira melhora o senso de equilíbrio.

— Obrigada por se preocupar comigo e não querer que eu ficasse sozinha no hospital.

— Agora eu sempre irei me preocupar com você, minha filha. Nunca deixarei que nada de mal lhe aconteça. Você é meu tesouro – Esme senta na cama ao meu lado.

— Obrigada – abaixo a cabeça – Eu sou tão descoordenada... Você não merecia alguém como eu, mamãe.

Ela coloca a mão embaixo do meu queixo e levanta minha cabeça para olhar para ela:

— Não fale assim, querida. Exatamente por isso que você é a pessoa certa para mim.

Eu jamais imaginei que fosse encontrar alguém com o coração tão parecido com o meu. Independente de ser uma vampira. Eu também serei e quero ficar como ela é. Nós somos irmãs de alma. Fui feita para ela, exatamente. No mesmo molde. Nosso molde foi nossa vida dura, por isso acho que ficamos parecidas.

— Esme, eu sou tão errada para você. Eu sou uma simples humana...

— Você é única, querida. Não se sinta menos por ser humana. Eu aceito você do jeito que você é. Ninguém poderia ser mais assim como você é. Você é única. Só você é você - eu sei o que ela quer dizer, eu sinto e sei que ela também sente e sabe que eu sei que ela sabe. Nossa ligação afetiva é mais forte do que qualquer coisa.

Para ser vampira um dia eu tinha que ser humana, se eu fosse qualquer outra coisa, não iria poder ser transformada.

— Eu queria não ser humana para te fazer sofrer. Eu sei que mesmo sem que eu queira, não é fácil para você ficar perto de mim.

— Deixe que eu lido com isso, Carol. Não se preocupe comigo. Eu estou bem. Se eu sentisse que não poderia ficar perto de você eu iria fazer questão de não me aproximar. Sua segurança é extremamente importante para mim. Você não é a primeira humana com quem eu convivo tão diretamente.

— De quem você está falando, mãe?

— Da minha nora, é claro. Ela nos conheceu quando ainda era humana. Em muitos aspectos você me lembra dela. Ela também é muito corajosa, sempre foi, mesmo quando humana e nos conheceu e ficou sabendo toda a verdade do que nós somos.

— Não sei se eu sou tão corajosa assim...

— Claro que você é sweetie. Você não tem medo de arriscar sua vida sempre que está comigo.

— Eu confio muito em você mãe. Eu sei o que poderia acontecer, mas também sei que você não quer fazer isso. Se você perdesse o controle eu não me importo em morrer nos seus braços.

— Nossa, Carol! Isso é muito romântico. Você gosta muito mesmo de mim. Parece muito comigo. Você não é... gay, não é? - agora percebo que não é apenas a mãe perguntando, mas também a psicóloga.

— Não, mãe. Claro que não. Nunca imaginei você sem roupa. Pode parecer que eu sou homossexual por eu ser tão afetiva e carinhosa, mas eu não sou.

— Tudo bem, Carol. Não tem problema ser.

— Não sou gay Esme. Por favor, não me entenda mal. Não estou brava com você, não se ofenda.

— Não, eu entendo. Desculpe, querida. Não quis te ofender.

— Tudo bem. Entende que eu não sou gay?

— Sim, querida. Você só é uma menina muito sensível – parece que ela pensa em qual seria meu poder quando fosse vampira. Não que ela iria me querer só se eu tivesse algum dom. Ela me aceitaria mesmo se eu fosse uma vampira 'normal'.

— Não sei se eu mereço o tanto que você gosta de mim. Será que poderei retribuir à altura?

— Claro que você merece, Esme. Você é a pessoa mais amável que eu já conheci. Tão humana, mesmo não sendo propriamente humana...

— Nós lutamos contra nós mesmos para sermos mais humanos... – Esme comenta em meio a meu comentário.

— Nós humanos também lutamos contra o nosso monstro dentro de nós. O mundo seria um lugar muito pior se cada um fizesse apenas suas vontades.

— Eu sei. ‘O homem é lobo do homem’ como dizia Hobbes. Se não tiver algum controle externo os homens deixados a seu bel prazer o mundo seria uma selva.

— Ainda mais do que já é. Se já está assim com algumas pessoas egoístas imagine se for cada um por si. Os mais fortes irão engolir os mais fracos. Assim, existe ao menos o freio moral para conter a besta interior.

— Mas a nossa ‘besta’ como você mesma disse, é bem mais forte do que a ‘besta’ dentro de vocês humanos.

— Mas em compensação vocês são mais fortes, não são?

— Somos. E isso dá até um certo orgulho, mas não podemos relaxar por isso. Devemos estar sempre alertas e em guarda.  O único momento em que deixamos nossos instintos tomarem conta de nós é quando vamos caçar.

— Será que eu vou conseguir caçar quando eu for uma vampira, Esme? Nunca gostei ou tive qualquer prazer em ver algum animal morto. Na verdade eu sempre tive repulsa. Quase um certo medo...

— Não se preocupe com isso querida. Eu também era assim quando humana. Eu morava numa fazenda e tinha vários animais de estimação. Adorava brincar com todos eles. Eu fiquei muito triste quando meu cachorrinho morreu.

— Você ainda lembra, Esme?

— Com o tempo as memórias humanas ficam mais nítidas. É como um filme que você vê muitas vezes e quanto mais vezes você revê mais você sabe o que acontece.

Instantes de silêncio quando Esme fala de novo. Eu estava refletindo e assimilando tudo o que ela havia dito:

— Espero que me desculpe por ter saído sem te avisar – Esme parece genuinamente sentida por esse ‘mau’ comportamento.

— Tudo bem, mãe. Não estou magoada. Foi por uma boa causa. Você teve a melhor das intenções.

...XXX...


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