A Light in the Darkness escrita por


Capítulo 1
Capitulo 1 - Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Sempre que penso em Roman, penso em quem - que além da Jane, é claro - que teria compaixão, não o julgaria e condenaria como o terrorista que ele foi e que estivesse disposto a ajudá-lo a seguir em frente depois de tudo o que ele passou; e a única pessoa que imagino fazendo isso, é a Patterson com seu jeito doce e bem Patterson de ser. E então nasceu: Pattian ❥

Boa leitura, espero que gostem! (e perdoem o sofrimento.)



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O relógio marcava 1:53 p.m quando Patterson saiu do universo tatuagens onde esteve mergulhada durante toda a manhã. Analisar as possibilidades de resolução do anagrama que poderia ser a chave para decodificar uma tatuagem, estavam lhe dando mais trabalho do que o esperado. Seu horário de almoço já havia passado há mais de uma hora, então, ela decidiu fazer uma pausa e ver como estava a sessão de Roman com Drª Sun, já que desde que Roman inconscientemente havia ajudado a decodificar a tatuagem de leopardo, Patterson passou a acompanhar todo o seu tratamento.

Cerca de duas semanas haviam se passado desde a última lembrança de Roman.

O tratamento, apesar de não estar dando resultados, ainda persistia e a medida que falhava, Drª Sun passou a intensificar seus métodos científicos, para o que chamava de “métodos alternativos”.

Mas o que Patterson viu assim que olhou para os monitores que mostravam a cela de Roman, estava além de qualquer método. Era demais. Era desumano.

O tratamento que deveria consistir apenas em uma espécie de interrogatório interativo como forma de gatilho psicológico, estava sendo totalmente deturpado, estava além de todos limites.

Roman estava amarrado a uma cadeira semelhante à usada no MRI, mas ao invés de estar apenas sendo interrogado ou sendo levado a relembrar de momentos ou coisas de seu passado, ele estava recebendo ondas de choque através de eletrodos fixados em sua cabeça. As luzes haviam sido completamente apagadas para que nada do exterior pudesse interferir no que estava acontecendo em seu interior. Através dos eletrodos, o equipamento da Drª Sun criava ilusões mentais, usando todo tipo de imagens ruins, assustadoras e cruéis, com o objetivo de induzir ligações de qualquer um dos elementos que eram mostrados, à alguma memória antiga. O que Drª Sun chamava de “métodos alternativos” para tentar extrair o que pudesse dele, eram abusivos. Era tortura.  

A cada novo comando dado por ela a partir de um tablet em seu colo, o corpo de Roman estremecia. Suas mãos estavam fechadas tão fortemente que os nós de seus dedos estava completamente sem cor. Ele estava tentando se manter forte, mas era inútil. Karen Sun estava vencendo e as ondas o penetravam cada vez mais, fazendo-o gritar.

− PARE! − grita a voz feminina que raramente se alterava, entrando na cela e ouvindo pela primeira vez o grito de Roman que antes estava abafado pela acústica da sala. − PARE COM ISSO, AGORA!

− Você está interrompendo o process-- − Drª Sun diz defendendo seu método, nem se dando ao trabalho de desviar a sua atenção do tablet que estava em sua mão - que mostrava a atividade cerebral de Roman reagindo à sua tortura.

− CHEGA! ACABOU! − a voz alta de Patterson ecoa na cela parcialmente vazia. Após acender as luzes, ela se aproxima de Roman e começar a soltar as amarras que o prendiam.  

A medida que ela arranca os eletrodos que estavam presos em seu couro cabeludo, Roman parece soltar a respiração que estava prendendo. Seus olhos estavam fechados, apertados como se para tentar fugir da dor. − Está tudo bem, Roman. − diz Patterson abrandando o tom de voz, voltando ao seu habitual tom suave ao falar com ele. − Apenas respire. Pode abrir os olhos, agora. Está tudo bem. Vai ficar tudo bem.

− Você não pode interromper a minha sessão! − Drª Karen Sun aumenta um tom em sua voz, ainda tentando se justificar e se impor.

Você não pode torturá-lo dessa maneira! − esbraveja Patterson se virando novamente para a Drª, sentindo seu sangue ferver. − Estou cansada de vê-la torturá-lo e massacrá-lo com seus métodos científicos e alternativos que mais o afundam do que o resgatam do passado sombrio que teve!

− Eu estou fazendo o que é preciso para fazê-lo recuperar as memórias! − diz Drª Sun, inabalável. − Alguns métodos podem ser mais intensos do que outros, mas--

− Seus métodos são tortura! - diz Patterson a interrompendo-a novamente. − Que tipo de médica é você? - questiona ela com desprezo em sua voz. − Ele precisa se sentir bem, seguro. Ele precisa se sentir amado, precisa da irmã dele e não dos seus preciosos métodos!

− O que está acontecendo aqui? − a voz de Kurt preenche o ambiente assim que ele chega. Jane chega com ele e imediatamente se junta ao irmão.

− Ele não é normal, ele precisa de tratamento adequado em um hospit-- − Drª Sun volta a falar mencionando o diagnóstico que insiste que anular Roman completamente.

− NÃO! − a voz de Patterson se altera novamente. − Eu tenho acompanhado Roman e suas sessões com ele e tudo o que eu vejo é você trazendo o pior, o inferno que ele viveu de volta para a vida dele!

− Eu sou a médica aqui, eu sou responsável por ele e sei o que é melhor--

− Você era a médica aqui. Era. − Patterson diz, encarando-a fixamente, frente a frente com a doutora.

− Você não pode fazer isso. − a médica tenta soar convicta, mas sua voz denunciava a dúvida e o receio de estar errada.

− Weller, por favor. − pede Patterson, voltando sua atenção para Kurt, que ainda está parado próximo a porta. − Ele não vai fazer nenhum progresso enquanto ela ainda estiver aqui.. Por favor.

Kurt olha para Roman, que mesmo estando já com os olhos abertos, acalmando sua respiração e voltando ao mundo real, parece fraco, tão diferente de quando chegou.

O olhar de Patterson também se volta para Roman, vendo além do homem forte que ele é, o garoto frágil que ele não demonstrava sempre, mas que era parte dele. Não foi preciso muito para que Patterson visse o lado que antes, apenas Jane enxergava em seu irmão. Bastaram alguns poucos dias o observando através daqueles monitores para que ela tivesse a certeza de que o diagnóstico da Dra. Karen Sun, estavam errados. Roman tem uma segunda chance. Roman é capaz de amar e prova isso através da confiança e amor incondicional que demonstra todos os dias pela irmã, mesmo sem ter muitas lembranças sobre ela. Ele merece a segunda chance que está tendo, ele é capaz de amar e acima de tudo, também merece ser amado e cuidado.

Por favor, Kurt.. − suplica Jane à Kurt, segurando a mão do irmão entre as suas, enquanto algumas lágrimas escorrem por sua bochecha.

Um nó se formou na garganta de Kurt, não apenas pelo sofrimento de Jane por tudo o que o irmão estava passando, mas por acordar e perceber que seu julgamento havia sido um enorme erro. Ele nunca havia olhado e voltado realmente sua atenção para Roman, - outro erro, percebeu ele. - nunca havia tentando ver além do que estava escrito em seus arquivos.

Para ele, Roman era apenas o terrorista que cometeu atrocidades em nome da Sandstorm e que agora poderia ser um recurso para o FBI. Mas ver Roman preso àquela cadeira, fez seu coração se comprimir e a culpa recair em sua consciência como um balde de água fria no inverno, lhe mostrando a verdade. Roman era mais do que aqueles arquivos. Ele era é irmão, que protegeu e amou sua irmã mesmo quando descobriu que ela havia traído a ele e Shepherd e que ainda demonstrava tal amor e confiança, mesmo tendo pouquíssimas lembranças dela. Ele é alguém que cometeu muitos erros sim, mas merece a segunda chance que teve.

− Drª Sun, me acompanhe até o meu escritório, por favor. − responde Kurt indicando a porta da cela e deixando passagem para ela. Patterson solta a respiração, sentindo seu corpo relaxar e instintivamente aperta a mão que permaneceu segurando a de Roman durante todo o tempo.

− Vocês vão se arrepender disso. − diz a doutora passando por Kurt.

− Eu tenho certeza que não. − replica Jane em suas costas.

Dra. Sun deixa a sala, sendo acompanhada por Weller, a caminho do escritório dele e de sua “demissão” e o ambiente imediatamente se torna mais leve.

− Obrigado. − sussurra Roman para Patterson, erguendo sua cabeça e mantendo seu olhar fixo no dela. Patterson sussurra de volta um “de nada”, e de repente, surpreendendo-a, Roman aperta sua mão, acariciando levemente o dorso com o polegar e em seguida entrelaçando os dedos nos dela.

No momento em que o toque se torna consciente, algo se ilumina dentro deles e inexplicavelmente, ambos sorriem. Seus olhos azuis encontram com o verde dos dele e então ela vê o que sempre viu antes, apenas através dos monitores: Roman não era mais aquele terrorista e mais do que qualquer pessoa, ele merecia a segunda chance que Jane havia lhe dado. Ele era um garoto que teve a infância e a vida roubada, sendo forçado a se tornar o assassino terrorista criado por Shepherd, mas que de alguma forma lá no fundo, conseguiu manter a sua essência. Patterson sabia que não estava se enganando quanto a ele. Ele é uma pessoa boa e digno de ser feliz e amado.

E naquele sorriso sincero repleto de ternura e compaixão, Patterson soube que seu julgamento estava certo e que assim como em sua irmã, Jane, ela poderia confiar nele, não importa o que acontecesse.

* * * * *


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Espero que sim!

Adoro saber o que acharam, se gostaram ou não, então comentem! ✨



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