Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 88
Capítulo 88 - A Carta do Eterno Senhor Mills


Notas iniciais do capítulo

Ae meu povo lindo, estou de volta!! o/

Obrigada a todos que comentaram, favoritaram e ao pessoal que acompanha dentro e fora da moita!!

Espero que estoque de lenços tenha sido resposto, pois acho que lágrimas rolarão novamente!!

Boa leitura!!



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— Menina Regina, o jantar está quase pronto. – comunicou Eugenia – Quer que pare e espere vocês conversarem? O que eu faço?

A morena olhou para o advogado de seu pai – Harry... Como você acabou de chegar, creio que deva estar com fome. – disse e o senhor apenas assentiu com a cabeça – É muito urgente o que tem para nos dizer, ou pode esperar para depois do jantar?

— Ah Regina sem pressa. – respondeu o homem – Até prefiro conversar depois do jantar, assim conversamos com calma.

— Então vamos jantar primeiro. – Menos mal não ser urgente o que ele precisa conversar! se virou para Eugenia – Pode continuar Bah, por favor.

— Tudo bem. – concordou a senhora voltando sua atenção para suas panelas.

— Harry, me acompanhe que vou instalá-lo em no quarto de hóspede. – pediu Emma O que será que ele veio fazer aqui? Bom, se não é urgente a conversa, isso indica que deva ser coisa boa! Sim, Emma tudo leva a crer que seja! Vamos ver depois do jantar! — Assim você pode descansar até o jantar ficar pronto, e então conversaremos depois do mesmo. – o advogado assentiu com a cabeça.

— Eu só preciso pegar a minha mala em meu carro. – disse quando chegaram ao pé da escada – Pronto! – disse assim que retornou com a mesma. Eles subiram as escadas e a loira abriu a porta do quarto de hóspede. Trocou os lençóis da cama, deixou toalha sobre a mesma, assim como uma coberta e travesseiro.

— Bom, o banheiro você sabe onde fica. Toalha. Produtos de higiene estão no armário em baixo da pia. – explicou – Fique a vontade para descansar, caso resolva ficar no quarto, assim que o jantar estiver pronto, voltamos para chamá-lo. – fez uma pausa – Mas se quiser descer estaremos na cozinha.

— Não se preocupe, Emma. – respondeu ele deixando a mala sobre a pequena mesa no canto – Assim que eu terminar meu banho para tirar a poeira da estrada, eu os encontro na cozinha.

— Tudo bem. – disse a loira assim que saiu do quarto encostando a porta.

— Mãe! – três vozes a chamaram assim que viram a loira saindo do quarto Emma aquiete-se! Mas não consigo mente, eu só fico pensando no que ele veio fazer aqui! Depois do jantar nós saberemos! Ah não tem como ser antes, então tentarei sossegar! Isso, faça isso!

— Oi meus filhos. – ela disse com um sorriso aberto – Vejo que estão todos de banho tomado.

— Sim. A vovó nos ajudou a tomar banho. – disse Thomaz sorrindo – Mas a vovó não cantar a musiquinha. – confessou como se fosse um segredo, colocando as mãos em torno da boca Ai meu garoto, você é muito fofo!

— É? – perguntou Emma fingindo estar surpresa.

— Sim. – ele murmurou a resposta e olhou para sua avó – Mas ela sabe dar banho na gente. – terminou o “segredo” Ah esse meu caçula é uma figura!

— Ah senhor Thomaz, eu escutei isso. – brincou Cora fingindo estar brava – Mas tudo bem que hoje eu deixo isso passar. – então atacou o neto com cócegas.

— Você quer saber de um segredo? – Emma se agachou para ficar na altura do menino, que apenas assentiu com a cabeça assim que sua avó parou o ataque de cócegas – Eu também não sabia cantar a musiquinha, quem me ensinou foi a minha mãe. – falou e sorriu Ah Dona Ingrid, você faz falta! Gostaria que tivesse conhecido esses seus três netos muito figuras, mas muito fofos!

— Ainda bem que ela te ensinou essa musiquinha. – confidenciou o menino com um sorriso sapeca nos lábios.

— Sim. – concordou Emma E vou ensinar a vocês para cantar para os filhos de vocês! — Vamos descer que o jantar está quase pronto. – mal terminou de falar e as três crianças saíram correndo, mas desceram as escadas andando. Logo atrás deles estavam os quatro cachorros – Ué? O que aconteceu que eles desceram as escadas andando sem ter que ninguém falar isso. – murmurou e quando chegaram a escada, viram Regina na sala falando com as crianças – Ah está explicado.

Todos jantaram em clima de paz. As crianças ganharam presentes dos vovôs. Sim, Giuseppe havia os adotados como netos. Harry estava surpreso com tudo que via a sua volta, mas ao mesmo tempo estava feliz Ah meu amigo, aposto que você está vendo tudo isso! E deva estar muito feliz! Pena que não peguei os números da loteria com você antes de morrer! O advogado ficou maravilhado com as histórias que Thomaz e Henry contavam. Caiu de amores por Júlia e todo seu jeito doce com as mães. Riu com as peripécias de George e John, assim como as brincadeiras de Kathryn e Ruby. Conversou animadamente com Giuseppe, que havia sido convidado para o jantar, uma vez que John e George passaram na loja do marceneiro para conversar com o amigo. Deliciou-se mais uma vez com o maravilhoso café de Eugenia. Sorriu amorosamente com a cumplicidade entre Emma e Regina E pensar que quando apareci aqui a mais de seis meses, elas mal conseguiam conversar sem ficar trocando farpas! Hoje estão casadas, extremamente apaixonadas e com filhos. Ah Henry, seu velho trambiqueiro, que tiro certeiro fenomenal que você deu!

Não muito tempo depois que terminaram o jantar Emma e Regina colocaram as crianças para dormir, como toda a rotina que eles tinham durante a noite.

— Dormiram. – anunciou Regina assim que chegou a sala de visitas onde estavam todos os adultos – Harry quer conversar agora ou prefere deixar para amanhã? – perguntou assim que se sentou no sofá, com sua loira logo em seguida.

— Podemos conversar agora. – ele disse ao se levantar – Vou apenas buscar a minha pasta no quarto e volto em um minuto.

— Você quer conversar aqui ou no escritório? – Emma quis saber ao fazer menção em se levantar, quando o advogado voltou em meio minuto.

— Aqui está ótimo. – ele respondeu ao se sentar no seu lugar.

— Quer que a gente saia? – perguntou Cora ao advogado. Ele apenas negou com a cabeça – Tem certeza?

— Sim, pois isso em partes também envolve todos vocês. – ele disse ao tirar os papéis que estava procurando dentro de sua pasta – Aqui. – entregou finalmente a escritura da fazenda a Regina.

— Não entendo. – disse a morena vendo a escritura em suas mãos – Ela não viria para mim apenas depois de um ano morando aqui? – perguntou confusa.

— Ah senhorita Regina, realmente essa era a intenção de seu pai. – respondeu o homem – Mas aconteceram algumas coisas que aceleram, por assim dizer, todo esse processo de posse da fazenda em definitivo.

— Ainda continuo não entendo. – comentou visivelmente confusa.

Harry soltou um suspiro – O plano principal de seu pai realmente era que você ficasse no lugar dele a frente dos negócios da fazenda, com a Emma ao seu lado. – começou a explicar – Mas ao seu lado, como administradora da fazenda, e não como sua esposa... Pelo menos no começo. – riu.

— Tudo bem, mas como Emma sendo minha esposa acelerou esse processo de posse da fazenda? – perguntou ainda não entendendo o plano como um todo.

— Você casada a Emma, não irá mais abandonar a fazenda. – ele respondeu – Assim como uma das vontades de seu pai se concretizou, não tem mais a obrigação de morar aqui por um ano. Você irá morar aqui porque sua família está morando aqui agora. – fez uma pausa – Entendeu?

— Sim. – comentou Regina sorrindo para sua esposa – Mas você falou de um plano do meu pai... Você poderia explicar melhor isso?

— Claro... – procurou dentro da pasta pela carta que Henry havia deixado para a família – Mas antes acho que talvez Emma tenha algo para contar. – olhou para a loira que retribuiu o olhar O que eu tenho para contar? Não tenho nada para contar! mas diferente do homem, era um olhar confuso Eu juro que não fiz nada! — Sobre um certo acordo com o Henry.

Os olhos de Emma se arregalaram ao se lembrar daquela conversa passada com seu amigo e segundo pai Ah o acordo! Aquele mesmo Emma! Eita mente! Mas não se preocupe, Regina com certeza não irá pensar diferente ou mesmo brigar com você por causa disso! Como você pode ter tanta certeza mente? Ah sua loira tapada, aquela morena daria a vida por você, apenas de que os ciúmes as vezes a cega completamente! As vezes? Ah Emma, você também não pode falar muita coisa não! Tudo bem, culpada! — Ah! – foi tudo que ela comentou.

— Que acordo? – inquiriu Regina O que meu pai tramou com a minha loira atrevida? Ah Regina fique calma, não vá brigar novamente com Emma! Não irei mente, mas a curiosidade está bem grande!!

— Calma Regina, posso te garantir que não é nada aterrorizante. – se adiantou Harry Melhor evitar uma tragédia! — Henry não queria perder a administradora que Emma é, em uma conversa eles acertaram como fariam isso.

Regina apenas olhou para sua esposa esperando que ela contasse. Emma apenas soltou uma respiração Tudo bem! — Henry quando descobriu que estava doente veio conversar comigo, me oferecendo metade da fazenda. Como forma de agradecimento por tudo que havia feito, e também por achar que eu tinha direito por tê-lo ajudado a fazer o que a fazenda é hoje. – fez uma pequena pausa, Regina apenas a olhava - Imediatamente eu recusei, dizendo que ter metade da fazenda não era o meu objetivo e que muito menos eu tinha direito em herdar, e disse que meu sonho era apenas continuar administrando a fazenda.

— Qual foi o acordo que vocês fizeram? – perguntou curiosa Regina! Calma mente, estou só perguntando!

Emma soltou uma longa respiração Vamos deixar tudo em pratos limpos! — Ele me perguntou o que eu queria, já que não queria metade da fazenda. – respondeu – Eu disse que gostaria de continuar fazendo o meu trabalho aqui na fazenda, que isso era a minha vida. Então ele me disse que poderia me garantir que eu continuasse como administradora da fazenda, mas apenas por um curto período de tempo.

— Quanto tempo? – a curiosidade alta já.

— Um ano. – respondeu sua esposa com um sorriso Agora entendo todo o plano daquele velho! Emma! Ah mente, o chamei de velho no sentido carinhoso, assim como faço com meu pai as vezes! — Ele me falou que garantiria que eu ficasse como administradora por um ano, e para continuar nos anos seguintes eu teria que mostrar a você que eu era a pessoal ideal para continuar nesse cargo.

— Então foi por isso que meu pai colocou essa clausula no testamento? – perguntou Regina olhando para o advogado Ah! Mas que pai mais trambiqueiro eu tinha! Regina! Ah mente é só jeito de falar, sei que ele fazia tudo dentro da lei, e não tinha nem como ser diferente!

— Sim. – confirmou o homem – Assim ele mantinha por pelo menos mais um ano Emma na administração da fazenda, e durante esse ano ela faria de tudo para lhe mostrar que não havia pessoa melhor do que ela para permanecer no cargo.

Regina soltou uma sonora gargalhada – Como meu pai foi ardiloso. – riu mais uma vez, então olhou para a esposa Não posso acreditar que meu pai tramou tudo isso! Mas acredite Regina! — Como você faria para que eu ficasse com você no cargo ao término desse ano? – quis saber curiosa.

— Mostrando de tudo que sou capaz para administrar. – respondeu Emma rindo também Realmente tudo do que eu sou capaz para administrar a fazenda! — Mostrando todo o meu trabalho e conhecimento sobre a fazenda, para tentar te convencer a me deixar a ficar no cargo.

— Acho que esse plano deu mais que certo. – brincou ela – Afinal agora mais do que nunca você será a administradora da fazenda por longos e longos anos. – se inclinou e deu um selinho nos lábios de sua esposa Até quando você não tiver mais condições ou não querer mais administrar a fazenda!

— Viu Regina, que não era nada tão grave ou absurdo. – riu o homem.

— Mas como conhecia o meu pai, sei que ainda tem mais coisa, pode continuar. – disse a morena deixando a escritura da fazenda em cima da mesa que estava encostada perto do braço do sofá, uma vez que a mesa de centro estava cheia de canecas e xícaras, juntamente com duas garrafas de café Ah com certeza tem mais!

— Ah agora isso é com seu pai, pois ele que irá explicar. – brincou Harry respondeu entregando um envelope para a morena mais nova.

Regina apenas ergueu uma sobrancelha ao receber o envelope – O que é isso?

— Tudo o que seu pai estava planejando. – respondeu ele, e instantaneamente os olhos de George e Eugenia se arregalaram em surpresa.

— O que vocês aprontaram? – perguntou Emma ao perceber a expressão de seu pai e Eugenia mudar completamente O que vocês fizeram? Então Ruby e Kathryn também empalideceram – Até vocês? – viu as amigas Mas não pode ser? Não me digam que vocês estavam juntos com Henry em todo esse plano?

— Só saiba que tudo que fizemos foi pelo bem de vocês? – comentou George sorrindo amarelo Droga! Você ainda me paga Henry, seu velho! Como ele irá pagar? Não sei como, mas irá!

— Sim, só estávamos ajudando um amigo. – acrescentou Eugenia Ai que as duas meninas vão ficar bravas conosco!

— Nós só estávamos seguindo o plano de Henry, que nos foi passado. – disse Ruby e Kathryn apenas concordava com a cabeça Mas do que vocês estão falando? O plano não era apenas Regina vir e morar aqui na fazenda e me deixar como administradora? Parece que não somente, Emma!

— Sinceramente agora estou com medo de abrir esse envelope e descobrir o que meu pai planejou que acabou envolvendo todo mundo nessa sala. – comentou Regina olhando para todos Mas a minha curiosidade está falando mais alto! Então abra o envelope e descubra, mas aposto que não é nada demais!

— Todos não...  – se defendeu John – Eu nem sonho o que está escrito nessa carta. – apontou o envelope.

— Nem eu sabia o que ele estava planejando. – acrescentou Emma Se tinha mais alguma coisa eu não sei de nada! — Ah não ser que ele me daria um ano como administradora da fazenda.

— Ele era meu amigo, mas não fiquei sabendo de plano nenhum. – Giuseppe se defendeu também.

— Até você mamãe. – comentou Regina Olha essa minha mãe também toda trambiqueira!

— Eu não! – respondeu a morena mais velha – Eu sabia que seu pai adorava fazer planos, mas confesso que nem suspeito o que esteja escrito nessa carta que ele lhe deixou.

— Morena, vamos acabar logo com isso. – pediu Emma Que eu não me aguento em curiosidade! — Abra o envelope leia o que ele escreveu e vamos acabar de vez com essa angústia. – se virou para os quatro que estavam envolvidos – Não se preocupem, que estaremos providenciando um castigo dependendo do que estiver escrito nessa carta. – a loira ameaçou em tom de brincadeira.

Regina soltou uma longa respiração, suas mãos levemente trêmulas abriu o envelope e tirou algumas folhas dobradas ali de dentro Coragem Regina! Mais um suspiro e abriu as folhas. Imediatamente seus olhos se encheram de lágrimas ao reconhecer a letra de seu pai – Ah senhor Henry Félix Mills, o que você aprontou? – murmurou Qual foi a sua traquinagem maior? Suspirou mais uma vez para tomar coragem e seus olhos castanhos pousaram nas primeiras linhas que ali estavam escritas.

— Não se preocupe Regina, ele apenas tinha algumas visões... – disse Harry – Eu diria que era mais uma intuição muito forte do que do que visão.

Mais um suspiro então Regina Vamos lá! começou a ler a carta em voz alta – Querida filha, se você está lendo esta carta é porque muito provavelmente eu já não faço mais figuração entre os vivos. Nossa me senti agora naqueles filmes que tem esse tipo de cena.­ Onde alguém deixa uma carta para um ente querido. — Regina sorriu por entre a umidade que seus olhos já começavam a acumular Ah papai! – Mas não se preocupe que esta carta não irá contar um segredo que irá mudar sua vida. Não daqueles segredos segredíssemos do tipo: você não é minha filha! Muito pelo contrário você é e muito a minha filha. E eu tenho muito orgulho disso, minha princesa.

Se você está lendo essa carta é que tudo que planejei deu certo, ou pelo menos boa parte do meu plano deu. Você pode estar se perguntando qual foi o meu plano afinal, não?

Eu vou te responder. Você sabe que eu te conheço como ninguém, talvez apenas sua mãe te conheça tão bem quanto eu. Assim como eu também conheço muito bem Emma. Que garota fantástica! Mas o que Emma tem a ver com tudo isso? Tudo, minha filha.

Quando descobri que estava doente, me dei conta de que tudo que trabalhei na vida iria se perder. Pelo simples motivo de que você, ou mesmo sua mãe, não terem a menor noção de como se administra uma fazenda. Não por vocês não terem interesse, você podem aprender a administrar, mas é que a realidade da fazenda era completamente diferente da realidade que vocês viviam. Tão diferente de Emma que viveu toda a sua vida aqui dentro dessa fazenda e a conhece como ninguém, até mais que eu conhecia.

Por favor, não pense que estou te cobrando algo ou comparando, longe disso. Apenas comentando a diferença de realidade. Sem falar que estou comentando para que você entenda o meu plano. Eu sempre tive muito orgulho de você, e sempre a apoiei em tudo na sua vida.

Emma! Eu a vi crescer e se encantar mais ainda pela fazenda e pelos cavalos. Enxerguei nela uma excelente administradora para a fazenda, e quando ela tinha idade suficiente comecei a ensiná-la tudo que eu sabia. E quando percebi ela havia me surpreendido e ampliado tudo que eu tinha em mãos. Com a ajuda dela, a fazenda é hoje o que é devido ao seu trabalho duro. Gradativamente eu comecei a me retirar dos negócios e deixando tudo nas mãos dela, pois sabia que não tinha melhores mãos para isso.

E como você pode ter percebido, eu fiz muito bem. Aposto que a fazenda está se ampliando como eram os nossos planos quando compramos a fazenda ao norte.

Mas voltando a falar de Emma, além de uma excelente administradora, eu vi uma pessoal especial nela. Vi que ela seria a sua contraparte ideal, principalmente muito pelo seu jeito mais brincalhão de ser, de ver a vida com mais leveza, mas nunca deixando a responsabilidade de lado. Você por outro lado sempre fora uma criança mais séria, essa leveza dela faria muito bem a você, assim como seus momentos de seriedade a ela. Cora, querida me perdoe, mas a nossa garotinha puxou esse seu lado sério, eu até tentei mudar, mas não obtive êxito.

— Tudo bem, Henry querido, você está perdoado, porque você sempre foi o mais brincalhão de nós dois. – brincou Cora, limpando uma lágrima que havia descido por sua bochecha. George apenas passou o braço por cima dos ombros da namorada e a trouxe para mais perto. Regina continuou.

A todos com quem compartilhava minhas ideias me achavam doido. Mas creio que agora com o tempo, talvez eles não achem mais. Ou pelo menos, não tanto. O que eu compartilhava? Que vocês duas seriam uma dupla sem precedentes a frente da fazenda, e que também formariam um belo casal. Sim, isso mesmo: um belo casal! Os meus amigos me diziam: Henry, você está louco? Emma e Regina não têm nada em comum, como podem dar certo na administração da fazenda, e principalmente como um casal?

Você lembra que me disse isso George?

O pai de Emma soltou uma gargalhada – Ah como eu lembro... Realmente eu disse isso a ele. – concordou com os dizeres da carta – Na época realmente era um disparate pensar em vocês duas como um casal. – fez uma pausa – Hoje tenho que concordar com ele, vocês fazem um belo casal.

Emma apenas abriu um sorriso para seu pai, assim com Regina, então voltou sua atenção para a carta em suas mãos.

Quando percebi que minha doença estava avançando e que não teria muito tempo, decidi fazer meu testamento. Conversei com Emma e ofereci metade da fazenda, pois sabia que se ela herdasse pelo menos metade, tudo que havia sonhado continuaria em pé.

Mas não esperava que ela fosse recusar, na realidade eu esperava sim, mas torcia para que não. Afinal Emma sempre foi uma mulher de caráter e boa índole. Então precisei pensar rápido, e assim me veio a cabeça uma forma de manter Emma na fazenda, juntamente com você, minha filha.

Fiz um acordo com Emma que em meu testamento a manteria por pelo menos um ano na administração e tinha total confiança que nesse tempo ela conseguiria provar sua total capacidade a frente do cargo, e que você a manteria na função futuramente.

— Que pai mais ardiloso que foi esse o meu. – resmungou Regina, ainda mantinha um pequeno sorriso nos lábios Como ele foi trambiqueiro!  Voltou a ler a carta.

Então minha filha, não a culpe pelo acordo. Emma só tinha a vontade de continuar na administração da fazenda e nada mais. O resto foi tudo culpa minha.

Eu estava pensando em como poderia fazer com que você ficasse na fazenda o tempo suficiente para conhecer Emma e assim, dar início ao meu plano? Fiquei alguns dias pensando no que eu poderia fazer, e foi em uma conversa que tive com Eugenia e George em um fim de tarde que me veio a ideia, e claro, como não poderia ser diferente, eu pedi a ajuda deles.

Confidenciei a eles que estava pensando em juntar vocês duas, mas não apenas como parceiras de negócios, mas também na vida pessoal. Vou ser sincero, minha filha, eu nunca fui com a cara do senhor Hood Gold, ele sempre me passou uma péssima impressão. Bom, voltando a conversa, eles me prometeram que iriam me ajudar.

Voltei ao meu testamento e coloquei a outra cláusula que pedisse que viesse morar aqui na fazenda por um ano para ser a herdeira de tudo. Sabia que se vocês convivessem juntas acabariam se apaixonando. Porque como disse aos meus dois amigos, eu tinha a convicção de que você era perfeita para Emma, assim como ela era perfeita para você. Acho que não estou tão errado assim, estou?

Eles me falaram que talvez que no começo saísse faísca entre vocês principalmente pelas duas serem cabeças duras, mas eu acredito que com o tempo deixarão a razão falar mais alto e conseguirão enfim se acertarem para ter uma convivência amigável, pelo menos em prol da fazenda.

— De certo modo ele não estava errado, afinal vocês duas só brigavam no começo. – comentou Ruby com um sorriso travesso nos lábios.

— Sim, ele tinha razão. – concordou Regina deixando uma lágrima descer por seu rosto – Eu ainda não acredito que ele arquitetou tudo isso... – murmurou e olhou para os “cúmplices” E vocês o ajudaram nessa história toda! — E todos vocês que o ajudaram nessa história terão um castigo. – fez uma pausa – E não adianta reclamarem. – voltou sua atenção para a carta novamente.

E dessa convivência amigável, surgir uma grande amizade e quem sabe algo a mais como o amor. Na realidade eu acredito que acontecerá tudo isso na sequência. Mas para que isso aconteça, eu contarei com a ajuda de dois amigos George e Eugenia. Caso nada disso der certo, eu usarei a minha arma infalível: meu neto Henry! Pois assim como eu, ele é apaixonado por cavalos igual a Emma, e diante dessa paixão nascerá uma grande amizade. Assim ele aproximará você de Emma. Se depois de tudo isso vocês ainda não estiveram pelo menos namorando, eu realmente tenho que admitir que estava completamente louco ao pensar na possibilidade de vocês duas juntas no sentido amoroso.

Regina limpou mais um lágrima que desceu por sua por sua bochecha – Ah meu pai... – murmurou e olhou para as pessoas ao seu redor. Viu que não tinha um que não havia derramado pelo menos uma lágrima. Até Harry que não acompanhou de perto, estava emotivo com tudo aquilo.

Ah minha filha, não se zangue com quem me ajudou a juntar você e Emma. Afinal eles estavam apenas atendendo a um pedido de um velho amigo. Quanto a Emma, aposto que ela tem tudo para domar seu coração. Assim como você tem tudo para trazer quietude para o dela.

Como gostaria de estar aí para ver a cara de todos quando você estivesse lendo essa carta, pois sei que quando o fará será na presença de todos. Meu plano consistia em juntar você e Emma, com a ajuda de meus amigos, assim como as instruções que eu deixei bem explícitas ao Harry.

A primeira era bem óbvia, que seria o testamento. O qual conteria as duas cláusulas importantes a primeira você vindo morar aqui na fazenda, por pelo menos um ano, e a segunda que Emma continuasse como administradora da mesma. Harry tinha ordens expressas para cumprir cada etapa do meu plano. A primeira era fazer você ficar na fazenda, não sair por nada, e aceitar Emma no cargo. A segunda parte era retribuir a todos que me ajudaram a construir a Vale dos Sonhos o que ela é hoje. Ainda tem mais algumas coisas, mas que não são tão importantes, e por fim quando terminasse esse ano e você tivesse passado esse período sem sair da fazenda, então ela seria sua. Caso isso acontecesse e você e Emma ainda fossem apenas colegas de trabalho, aposto que você a manteria no cargo mesmo depois do término do contrato do testamento.

Mas caso, tudo tomasse um rumo diferente, que é o qual eu estava planejando, Harry tinha autorização para antecipar e lhe entregar a escritura da fazenda. Se ele o fez isso antes do tempo, então meus planos deram e muito certo.

Provavelmente você está em um relacionamento sério com Emma, planejando mais filhos. Uma vez que meu neto Henry sempre pediu irmãos para você.

— Sim, meu pai... Nós estamos em um relacionamento sério, tão sério que estamos casadas... – respondeu a carta, mesmo sabendo que seu pai não poderia ouvir – Sim, Henry acabou de ganhar mais dois irmãos que são as coisas mais fofas em forma de crianças, e ainda estamos planejando dar pelo mais um irmão ou irmão aos nossos três filhos.

Como eu gostaria de estar ao seu lado nesse momento, mas com certeza se eu estivesse aí, nada disso seria preciso. Você ainda estaria em Boston botando para quebrar nos tribunais. Eu acharia um jeito de acabar com o seu noivado com aquele idiota. Emma ainda estaria fugindo de relacionamentos, mas mandando muito bem na administração da fazenda. Olha como eu sei ser descolado também. Mas com certeza todos não estariam um terço felizes do que estão hoje. Mas eu com certeza acharia um jeito de tentar juntá-las, isso você pode ter certeza.

— Até Henry consegue ser descolado e eu não. – resmungou George sorrindo ao limpar o vestígio das lágrimas que desceram por seu rosto Ah meu amigo, saudades grande de você! Mas como você disse, se estivesse aqui não estaríamos aqui nesse momento!

— Você só precisa se antenar no que acontece ao seu redor. – brincou John, tirando algumas risadas de todos ali presentes.

Regina soltou uma longa respiração para continuar lendo a carta que já estava chegando ao final – Ah esse meu pai cheio de planos e loucuras. – riu Não poderia ser diferente! — Eu também gostaria que você estivesse aqui, mas é como você disse, muito provavelmente nada disso teria acontecido.

Ah minha filha, você pode ter certeza de que aonde quer que eu esteja estarei olhando por você. Por Emma. Por Henry. Por meus futuros netos que não conheci, mas que já amo muito. E por todos que estão ao seu lado nesse momento.

O meu amor por você é tanto que me fez fazer essa loucura e planejar tudo isso para que você fosse feliz. Peço desculpas por todas as vezes que a fiz chorar, pois a minha única intenção era ver e fazê-la feliz. Espero que não tenha ficado muito brava comigo agora e toda essa minha doidice!

Quanto aos meus amigos, eu agradeço de coração por toda a parceria nessa vida. Tivemos momentos bons, e também momentos ruins. Peço desculpas também pelas nossas brigas, afinal Regina teve a quem puxar a cabeça dura. Sei que agora é fácil pedir desculpas, mas eu os considero mais que amigos. Vocês são a minha família que levarei sempre comigo. Obrigado George, Eugenia e Giuseppe. O que falar de Ruby? Que ela era a criança mais doida que já conheci, mas muito carinhosa com todos. Ah minha rebeldinha, a amo muito mesmo com seu jeito louquinho. Ela e Emma juntas! Podia ter certeza que alguma coisa elas estavam aprontando.

— Acha? – comentou Ruby – Loirão e eu nem aprontávamos assim como ele supõe? – brincou – Nossa, rebeldinha, fazia muito tempo que não escutava isso. – murmurou e limpou uma lágrima que desceu por sua bochecha.

— Com certeza quase não aprontavam, mas também quando resolviam aprontar era arte das grandes. – comentou Eugenia. Emma e Ruby ficaram vermelhas, fazendo Regina sorrir e voltar a ler a carta.

John e Kathryn, eu não os conheci muito bem, infelizmente. Mas percebi que vocês são importantes para a minha filha e espero que continuem assim. E Katy, posso chamá-la assim? Continue sendo a irmã que Cora e eu não pudemos dar a Regina.

Emma! Ah minha menina loira dos olhos verdes fascinantes e sorriso infantil! Espero que você continue sendo essa mulher formidável que você é. Como dizem, você superou o mestre. Agradeço de coração tudo que fez por mim, e pode ter certeza que você é mais que a simples administradora da fazenda, que a filha de um grande amigo. Eu te considero como minha própria filha. Espero também que não fique bravo com este velho caduco ao arquitetar todo esse louco plano.

Ao meu neto Henry, que muito provavelmente não está presente, mas quero que diga a ele que eu o amo muito e que nunca o esquecerei. Sim, Regina não foi a toa que o fiz se apaixonar por cavalos. Ou foi? Enfim, que ele seja muito feliz. E que tenha muitos irmãos.

Aos meus futuros netos que infelizmente não conhecerei pessoalmente, quero deixar claro que já os amo incondicionalmente e também espero que sejam muito felizes e que meus amigos façam o papel de avô que eles merecem.

Ah minha querida Cora. O que posso dizer a você? Mais do que eu já disse durante toda a minha vida? Talvez que eu nunca fiquei bravo ou decepcionado quando nos separamos? Talvez! Talvez um pouco triste pela situação no geral? No fundo eu a entendia muito bem, afinal eu estava ao seu lado nos difíceis anos do colegial, mas nem por isso eu deixei de amá-la todos esses dias, e continuarei amando-a até o meu último suspiro. Amar é isso! Deixar quem se ama livre para ver essa pessoa ser feliz.

— Ah Henry... Você tem um lugar muito especial em meu coração. – comentou Cora com o rosto lavado em lágrimas. George a abraçou fortemente e depositou um beijo terno nos cabelos castanhos da mulher. O homem tinha os olhos úmidos pela emoção do momento.

Regina suspirou, limpou um pouco as lágrimas que desciam sem parar por seu rosto Ah meu pai, só você mesmo para fazer isso com a gente! Emma abraçou a esposa carinhosamente, e imitou seu pai depositando um beijo nos cabelos castanhos da esposa – Estou aqui morena. – sussurrou Sempre estarei aqui para você e nossos filhos! Ela também estava com a voz embargada pela emoção que a carta de Henry estava causando em todos.

— Eu sei. – Regina respondeu de volta e depositou um beijo na bochecha molhada de sua esposa, olhou ao redor e viu que todos estavam muitos emotivos, tomou fôlego para terminar de ler a carta.

 Ah Regina! Eu nem tenho palavras para lhe dizer, apenas sei sentir. Sim, esse borrão é da emoção que estou sentindo nesse momento. Você é a minha vida, minha filha. Mesmo estando longe, eu fiz de tudo para estar presente sempre. Sei que perdi alguns momentos importantes na sua vida, como a sua primeira apresentação na peça da escola. Sim, Emma, Regina participou do clube de teatro na escola quando mais nova. Fico chateado comigo mesmo até hoje por isso. Ou que não pude dar uma surra naquele seu primeiro namorado que quebrou o seu coração e não pude estar ao seu lado para lhe confortar. Sei que sua mãe fez um ótimo trabalho em lhe confortar e assustar o jovem também.

— Mamãe? Você fez isso mesmo? – perguntou olhando para sua mãe Mas essa família está me surpreendendo! Acabo de descobri que meu pai planejou para que Emma e eu ficássemos juntas, e agora descubro que minha mãe é pior que a máfia! Ah Regina você tem que agradecer, não é toda família que faz isso! Não estou reclamando mente, apenas me surpreendendo! Que apenas encolheu os ombros confirmando o que Henry havia dito na carta – Não acredito!

— Ele mereceu. – disse por fim Como mereceu! — Ele foi um tremendo idiota com você e merecia uma pequena lição. Eu iria fazer a mesma coisa com Robin, mas chegaram na minha frente. – sorriu travessamente.

— Então era por isso que toda vez que eu me aproximava dele, ele tremia e arrumava uma desculpa para desaparecer do meu lado. – comentou Regina achando graça agora, mas quando mais nova não entendia a atitude do rapaz – Obrigada. – sorriu, mesmo que as lágrimas ainda estivessem presentes – Com certeza Robin merece toda a lição que lhe derem. – se pronunciou pela primeira vez sobre esse assunto, então respirou fundo e voltou sua atenção para a carta e continuou lendo.

Mas eu estava ao seu lado em grandes momentos de sua vida. Sua graduação no colegial. Sua mudança para Los Angeles quando passou na universidade. Sua graduação agora como advogada. Estive presente quando você conseguiu construir seu escritório que era o seu sonho, mas nada é tão especial do que quando estive ao seu lado quando me confidenciou que estava grávida e todo o desenvolvimento do meu neto até sua vinda a esse mundo. E os momentos preciosos que passei ao lado dele. Mais um borrão para a coleção.

Eu te amo desde o momento que sua mãe anunciou que estava grávida. Espero de todo o meu coração que seja muito feliz ainda. Que novos sonhos sejam construídos. Que você viva maravilhosos momentos. Os momentos tristes também, mas que eles sejam breves, pois eles nos tornam fortes.

Eu sempre vou te amar, minha filha. Meu pequeno... Pequeno não... Mas sim, meu grandioso e maravilhoso milagre!

Ps: Se você não sabe dessa história ainda, peça para que sua mãe lhe conte!

Regina não conseguiu mais segurar as lágrimas assim que terminou de ler a carta deixada por seu pai. Emma a abraçou novamente contra si, deixando sua esposa cair em um pranto aberto. A loira mesma deixou algumas lágrimas caírem de seus olhos diante de todas as emoções que reviveu ali enquanto sua morena lia a carta deixada por seu sogro Ah meu sogro, sempre deixando sua marca!

As demais pessoas na sala também não seguraram as emoções e se deixaram levar pelas lágrimas. O silêncio se apoderou do ambiente, sendo quebrado apenas algumas fungadas e pequenos barulhos de choro.  

— Regina... – Harry quebrou o silêncio que durou alguns minutos – Muito provavelmente, você não está em condições de conversar, mas creio que precisamos terminar nossa conversa, pois amanhã cedo preciso partir, e sei que vocês também seus afazeres amanhã. – fez uma pausa para ver a morena se soltar do abraço de Emma e concordar com um aceno de cabeça – Então creio que tudo está explicado nessa carta de seu pai.

— Sim... – finamente verbalizou a resposta, com a voz mais rouca devido ao choro, e claro, as emoções que ainda estava sentindo Realmente não tenho condições de conversar, mas precisamos terminar essa conversa! — Ele explicou sim.

— O fato de eu ter antecipado a entrega da escritura é devido ao seu casamento com Emma, assim como a construção da casa da senhorita Midas aqui na fazenda. – disse ele – E fiquei muito feliz ao saber assim que cheguei que vocês duas haviam adotado mais duas crianças. Essa junção de tudo me levou a crer que você não tem mais intenção nenhuma em deixar a fazenda, e consequentemente não tem mais porque eu não lhe dar o que é de direito. – fez uma pausa e apontou para o documento sobre a mesa ao lado do sofá em que as duas mulheres estavam – A escritura já está em seu nome. Seu pai deixou tudo pronto, ele tinha a certeza de que você iria ficar aqui na fazenda. – riu.

Regina sorriu diante das palavras do advogado – Meu pai e seus ardilosos esquemas. – então olhou para todos ali – Obrigada! – agradeceu – Obrigada por tudo. Por colaborar com meu pai e toda a doideira dele... – riu novamente. Limpou os vestígios de lágrimas de seu rosto – Mas ainda vocês merecem um castigo. – brincou, fazendo todos ali murmurarem reclamações em tom de brincadeira – Obrigada por serem essas pessoas maravilhosas com quem ele pôde contar esses anos todos, e que eu também posso contar. – virou-se para o advogado – E sim, Harry eu não tenho a menor intenção de deixar a fazenda, a não ser quando eu morrer. – fez uma pausa Quero viver aqui e ver meus filhos crescerem e criarem asas para voarem sozinhos, pois sei que um dia eles irão alçar voos maiores e estarei aqui para quando voltarem! - Mais alguma coisa para conversar Harry?

— Não Regina. – respondeu o homem fechando sua pasta – Isso era tudo que seu pai havia me pedido. Inclusive já quero deixar claro, que a partir deste momento eu não represento mais seu pai, pois essa foi a última coisa que ele havia me pedido. – fez uma pausa – A minha próxima vinda a fazenda será como visitante para poder aproveitar tudo que ela oferece.

— Muito obrigada por tudo. – agradeceu novamente a morena – Você será muito bem-vindo Harry. Venha sim. – soltou um suspiro – Bom, se não temos mais nada a conversa, será podemos dar como encerrada por agora essa conversa? – fez uma pequena pausa olhando para as outras pessoas na sala Mas nós iremos conversar outra hora! — Confesso que não tenho mais estrutura no momento para conversar.

— Ah minha filha, sem problema... – disse Cora assim que limpou as lágrimas que restaram em seu rosto – Acho que ninguém no momento está com estrutura para nada... – levantou-se seguida de George – Bom, se me dão licença, vou me retirar. – olhou para seu namorado que já estava em pé ao seu lado – Vamos querido?

— Claro. – ele respondeu e os dois se despediram. Eugenia e Giuseppe aproveitaram para se despedirem também, e acompanhou Cora e George na caminhada para a casa deles.

— Bom, se vocês também me dão licença irei me retirar para o meu quarto. – disse Harry, se despediu de todos.

— Eu o acompanho. – disse John e se despediu das quatro mulheres e acompanhou Harry escada acima.

Kathryn sem dizer nada caminhou na direção de Regina e a envolveu em um abraço amoroso – Você sempre pode contar comigo, minha irmã. – disse – Se precisar de algo pode me chamar. – se ofereceu assim que se soltou do abraço.

A morena apenas assentiu com a cabeça – Obrigada Katy. – sorriu - O que eu preciso agora é de uma boa noite de sono dentro do abraço aconchegante da minha esposa. – abriu mais ainda o sorriso.

— Então essa é a nossa deixa para nos retirarmos minha loira estonteante. – brincou Ruby que tinha os olhos vermelhos devido ao choro. Aliás, todas ali tinham a cara inchada devido ao choro.

— Boa noite. – se despediram as duas e foram na direção do quarto que estavam ocupando.

— Eu te amo. – se declarou Emma ao abraçar a sua esposa. Regina não se fez de rogada e retribuiu o abraço – Te amo muito, minha morena. – confessou ao depositar um beijo nos cabelos castanhos Mais do que eu posso me expressar em palavras!

— Eu também te amo Emma, e amo muito. – disse Regina dando um breve aperto em seu abraço É tanto amor que não cabe em palavras! — Obrigada. – olhou nos olhos verdes de sua esposa Meu pai tem razão! Os olhos verdes dela são fascinantes! Deu um leve beijos nos lábios de sua loira – Mas como disse, eu preciso e muito de uma boa noite de sono dentro do seu abraço, pois o dia foi cheio de emoções.

— Sim... Muitas emoções. – concordou Emma soltando sua esposa de seu abraço para em seguida entrelaçar seus dedos e sem pressa nenhuma caminharem na direção do quarto Esse dia com certeza pôs a prova todas as nossas emoções! Ah Emma e como pôs, afinal foi uma montanha russa de emoções! — Vamos dormir que amanhã iremos para Boston e fazer todos os registros e documentação dos nossos filhos. Todos com os nossos sobrenomes. – sorriu abertamente para sua esposa, que sorriu igualmente Sim, com nossos sobrenomes! Todos Swan-Mills!

— Não vejo a hora de ter toda a documentação em nossas mãos. – confidenciou a morena assim que entraram no quarto para logo se arrumarem e caírem na cama. E como Regina havia dito, ela não demorou muito em dormir dentro do abraço acolhedor de sua esposa.

—SQ-

 - Juiz Bennett, prazer em revê-lo. – Emma cumprimentou ao apertar a mão do homem. Ele também cumprimentou Regina.

— Como vocês estão? – perguntou ao ver as duas e as crianças ali.

— Estamos bem. – respondeu Regina – Viemos fazer toda a documentação dos nossos filhos.

O homem sorriu abertamente – Fico feliz que finalmente saiu a decisão oficial do juiz e que vocês tem a guarda definitiva das crianças. – fez uma pequena pausa – E quanto a adoção de Henry, deu certo? – quis saber.

— Sim, deu. Ele também é meu filho oficialmente agora. – respondeu Emma sorrindo orgulhosa Meus filhos! Nossos filhos!

— Fico muito feliz em saber... Em que posso ajudá-las? – perguntou ao ver todos ali.

Regina sorriu – Ah viemos fazer toda a documentação dos nossos filhos... – respondeu Regina sorridente – E também se você estará disponível no fim de semana daqui a quinze dias?

— Hum não sei, mas muito provavelmente estarei... – disse pensativo – Por que?

— Porque queremos dar a Katy um casamento surpresa. – respondeu Regina com um sorriso travessa Essa ela não irá esperar! Com certeza Regina! Assim me vingo um pouco dos presentinhos apimentados que ela nos deu! Ai como você é maldosa! Não sou mente, apenas vingativa! Emma que o diga, não?— E ainda “refazer” nosso casamento com festa e tudo que tem direito.

Os olhos do homem arregalaram surpresos – Mas que maravilha... Esperem que vou pegar a minha agenda, só um minuto. – disse entrando na sala que era a sua. Meio minuto depois estava de volta – Como disse, no fim de semana daqui a quinze dias estarei livre.

— Então você aceita celebrar o casamento de Katy? – perguntou Regina empolgada Só diz que sim!

— Claro. – concordou imediatamente – Será uma honra. – disse já anotando o compromisso na data mencionada.

— Só lembre que é surpresa. – pediu a morena Será uma bela de uma surpresa!

— Claro, mas como vocês farão para que ela e a noiva não desconfiem de nada? – perguntou ele ao fechar a agenda e olhar para as duas mulheres, que apenas sorriram travessamente.

A pick-up vermelha vinha pela estrada tranquilamente. As três crianças sentadas em seus devidos lugares. Regina ao lado de Emma no lado do carona, enquanto a loira dirigia o veículo. Ainda faltava um pouco de tempo para chegarem a Boston.

— Emma, preciso de sua ajuda. – falou Regina quebrando o agradável silêncio que pairou dentro do veículo, uma vez que Thomaz e Henry dormiram, e Júlia apenas observava a paisagem sem silêncio.

— Minha ajuda em que, morena? – perguntou olhando brevemente para sua esposa e voltou sua atenção para a estrada.

— Eu quero dar um presente para Katy, mas ainda não tive nenhuma boa ideia sobre isso. – comentou – Minha mãe deu a ideia de darmos um cachorro para Ruby, mas não conseguimos pensar em nada para Katy.

— Ah com certeza Ruby irá adorar o cachorro. – Emma sorriu – Mas você tem alguma ideia do que quer dar a Katy?

— Nada a não ser algo bem diferente, algo brilhante. – deu uma risada.

— Hum! Agora de imediato eu também não tenho nada em mente. – falou Emma desanimada.

— A gente não está indo lá no lugar que vocês casaram? – disse Júlia ao se inserir na conversa.

— Sim, estamos. Mas lá vamos fazer toda a documentação de vocês. – respondeu Regina olhando para a filha – Por que? – perguntou curioso.

— Mamãe, você falou que quer dar algo diferente para a tia Katy, por que não dá um casamento para ela? – disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Mas um casamento surpresa.

— Júlia! Que ideia maravilhosa, filha. – disse Regina empolgada, Emma apenas sorria ao volante – Mas como vamos esconder isso delas?

— Simples morena... – Emma se inseriu na conversa – Fazemos a festa do nosso casamento no mesmo dia. Preparamos tudo como se fosse apenas o nosso casamento, e chamamos o juiz Bennett se ele aceitar realizar a cerimônia nossa de novo e aproveitamos o gancho para realizar o casamento delas também.

— Sim, vai ser muito legal dois casamentos ao mesmo tempo. – comemorou Júlia.

— Mas e quanto ao vestido? Pois sei que Katy irá querer um. – comentou a morena sorrindo adorando a ideia.

— Oras, você a arraste até Boston com a desculpa de fazê-la comprar um vestido para o nosso casamento e a faça comprar um vestido lindo para o próprio casamento.

— E Ruby?

— Essa deixa comigo, vou conversar com Bah e ela irá me ajudar no quesito Ruby. – brincou a loira – Você pode conversar com John e pedir a ajuda dele assim como a de sua mãe. – acrescentou.

— Tudo resolvido então... Vamos preparar uma imensa festa de casamento e de brinde um casamento surpresa de presente. – disse Regina animada – Obrigada minha doce menina pela maravilhosa ideia.

Júlia apenas assentiu e sorriu voltando sua atenção para a paisagem do lado de fora, enquanto Emma e Regina continuaram conversando e acertando alguns detalhes.

— Entendi. – disse o juiz rindo – Eu quero ver a cara de Kathryn quando perceber que irá se casar também... E não perco isso por nada nesse mundo. – brincou.

— Então está combinado? – perguntou Emma – E quanto aos seus honorários, pagamos o valor que pedir.

— Está mais que combinado. – juiz concordou – E quanto aos meus honorários eu não cobrarei nada, será um presente meu a vocês e para elas. – fez uma pausa, levantou a mão impedindo das duas mulheres de protestarem – Como disse um presente, depois só me passem direito o endereço e como faço para chegar ao local. – pediu.

— Não se preocupe, assim que terminarmos toda a documentação das crianças o procuraremos novamente e conversaremos para acertar todos os detalhes, como endereço, horário e como chegar a fazenda. – respondeu Emma Não vejo a hora disso acontecer! — Pois iremos fazer a festa lá.

— Sem problemas, até lá então. – ele disse voltando a sala e imediatamente as duas mulheres foram até o escrivão para começar a fazer toda a documentação dos filhos.

—SQ-

— Chegamos! – anunciou Emma ao desligar a pick-up e ver que seus três filhos estavam adormecidos no banco traseiro do veículo Muita coisa para um dia!

— Acho que foi um pouco puxado esse bate e volta até Boston para eles. – disse a morena também olhando para seus filhos – Mas não dava para deixá-los perder um dia de aula, principalmente que hoje tivemos que tirá-los mais cedo.

— Sim, mas valeu a pena, pois temos todos os documentos dos nossos filhos agora. – comentou Emma ao abrir a porta do seu lado e desafivelar o cinto de segurança de Júlia. Pegou a filha no colo – Eu já volto morena. – falou a loira e andou para dentro da casa, na direção do quarto da menina. Voltou para a pick-up depois que colocou a filha na cama.

Regina desafivelou o cinto de segurança de Thomaz e pegou o menino no colo. Emma fez a mesma coisa com Henry.  Alarme da pick-up acionado, as duas mulheres voltaram para dentro da casa, e foram cada uma no quarto de cada filho.

— Hoje eles vão ficar sem tomar banho, mas amanhã os acordamos mais cedo para tomarem banho antes de ir para a escola. – comentou Regina assim que deixou a porta do quarto de Henry entreaberta. As duas mulheres haviam feito toda a rotina para colocar os filhos na cama.

— Hey Lola! – falou Emma ao ver a cachorra vir em sua direção toda contente, e acabou se abaixando para receber a cachorra Saudades de você! Logo atrás vinha os seus três filhotes – Garotos! – também os recebeu de braços abertos. Regina também se abaixou para fazer carinhos nos quatro cachorros – Vem, vamos comer. – disse Emma ao se levantar e todos a seguirem até a cozinha.

— Precisamos arrumar um cachorro para Ruby. – comentou Regina ajudando a dar comida para todos os cachorros.

— Sim, precisamos. – concordou Emma ao trocar a água do pote deles – Essa semana vamos dar uma olhada no abrigo para animais, talvez achamos um cachorrinho para ela. Faremos uma adoção consciente do pequeno animal. – fez mais um pouco de carinho nos cachorros Não acho certo ficar comprando filhotes! Por mais trabalhamos com compra e venda de cavalos, nós tratamos com muito respeito a vida deles! — Bom, acho que está na hora de nós irmos dormi, afinal o dia foi corrido.

— Sim, foi. – concordou Regina sorrindo para seus cachorros – Banho e depois cama?

— Eu até poderia sugerir mais um pouco de ação. – brincou a loira subindo e descendo as sobrancelhas uma de cada vez. Aquilo fez Regina gargalhar e dar um leve tapa no braço de sua esposa – Mas não vejo a hora de cair na cama e dormir abraçada a você. – disse Emma. Entrelaçaram seus dedos e de mãos dadas as duas mulheres voltaram para o andar de cima, e foram direto para o quarto. Muitos minutos depois, as duas mulheres já prontas para dormirem. Deitaram na cama e não demorou muito para caírem no sono Enfim o merecido descanso!

—SQ-

— Bom dia família. – cumprimentou Emma ao entrar na cozinha seguida de sua esposa e filhos, viu todo mundo ali, sentado para tomarem café.

— Bom dia! – cumprimentaram de volta – Como foi em Boston ontem? – quis saber Cora curiosa.

— Foi bem mamãe... – respondeu Regina colocando leite para os dois meninos enquanto Emma colocava para Júlia – Saímos de lá com todos os documentos dos nossos filhos. – sorriu. Serviu dois pedaços de pães para os meninos e começou a se servir.

— Ah fico feliz em ouvir isso. – comentou Cora tomando um gole de seu café.

— Nós também. – falou Emma sorrindo abertamente – Aqui. – entregou uma fatia de pão com geleia para Júlia. Então começou a se servir Preparar plano: casamento surpresa! Nossa estou parecendo o velho Henry agora! Pior que está mesmo!

A conversa fluiu normalmente com todos ali a mesa tomando café. Regina acabou levando as crianças para a escola, já que Emma tinha algumas tarefas acumuladas do dia anterior e precisava adiantar tudo. Sem falar que a morena também iria aproveitar para ficar em seu escritório e continuar trabalhando no caso de Blanchard.

— Ah Emma, aqui está a carta que o juiz Oliver escreveu para mim e sua mãe quando finalmente saiu os papéis da adoção. – disse George ao entregar o envelope envelhecido para sua filha.

— Que legal pai. – disse Emma sorrindo ao pegar o envelope – Mas eu posso ler mais a noite, agora estou abarrotada de coisas para fazer, sem falar que quero que Regina também leia.

— Claro filha, sem problema nenhum. – disse o homem – Só peço que depois me devolva a carta.

— Sim, pode deixar que eu devolvo sim. – falou Emma indo até o escritório, deixou a carta em cima da mesa e voltou para a cozinha – Bom, agora vamos começar o dia que ele vai ser longo. – brincou a loira, pegou seu chapéu e saiu pela porta do fundo da cozinha para iniciar seu dia. Ruby não demorou muito e logo estava a trás da amiga, já que ela iria ajudar Emma com algumas tarefas na fazenda.

—SQ-

— Morena... – chamou Emma ao se deitar na cama cansada. O dia como ela havia previsto fora longo e cansativo.

— Oi? – respondeu Regina terminado sua sessão de cremes, então foi se deitar ao lado de Emma na cama.

— Precisamos conversar com todos sobre a festa do nosso casamento, e claro começar a preparar as coisas. – comentou a loira olhando para sua esposa.

— Amanhã sem falta vamos anunciar a todos sobre a festa de casamento. – concordou Regina sorrindo ao se virar de lado e encarar sua esposa – E claro contar sobre a festa surpresa a todos menos Katy e Ruby.

Emma riu – Isso é segredo de estado. – brincou – Estamos parecendo seu pai com os planos deles.

Regina soltou uma gargalhada – Sim, estamos. – concordou, então abriu um imenso sorriso e se inclinou para selar seus lábios com o de Emma em um beijo casto – Mas temos que agradecê-lo por tudo que fez.

— Sim. – murmurou a loira sorrindo ainda – Ah e mais uma coisa... – se virou para a mesinha do seu lado da cama.

— O que? – perguntou Regina curiosa.

— Meu pai achou a carta que o juiz Oliver escreveu para ele... – disse a loira mostrando o papel para sua esposa – Vamos ler?

— Imediatamente. – sorriu Regina já se aconchegando melhor na cama e esperando que Emma começasse a ler a carta em voz alta. Emma limpou a garanta ao percorrer os olhos nas primeiras palavras.

 


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Notas finais do capítulo

Enfim, a fazenda é de Regina definitivamente. Emoções rolaram soltas na carta que seu pai escreveu para ela! Tudo que ele planejou, quem ele pediu ajuda, quem acabou sendo incluído no plano tempos depois. Mas calma que qualquer hora eu faço eles conversarem sobre isso huhuhu Casamento à vista! Aliás, um casamento e outro surpresa! Huhuhu E o que será que o juiz Oliver escreveu para George e Ingrid quando ele assinou os papéis garantindo a custódia definitiva de Emma a eles?

Até o próximo capítulo!!