Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 217
Capítulo 217


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas do meu coração, estou de volta!!

Obrigada a todos de coração!

Espero que o capítulo não fique muito confuso, pois há algumas passadas de tempo, coisa de meses, mas precisava dar uma andada com a história!!

Aaahh - AVISO: “Este capítulo contém cenas em que você poderá querer chorar, evite ler em público se não quiser pagar mico!” - apenas para deixar registrado huhuhu

Boa leitura e divirtam-se!



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Depois do feriado de Ação de Graças, o Natal e o Ano Novo voaram. Os preparativos para o casamento Henry estavam a todo vapor. Eles haviam resolvido fazer nas férias de verão, assim praticamente todos poderiam participar daquele dia. Os convites já haviam sido enviados e agora era apenas preparar a festa.

— Eu me sinto a terceira roda aqui. – brincou Andrew andando junto a sua irmã e Tom pela fazenda. Era meio de janeiro, e a fazenda ainda estava coberta pela neve. A visão toda branca do lugar fez Amanda cair mais ainda de amores.

— Não seja bobo, Andrew. – falou Amanda dando um leve empurrão com o ombro em seu irmão, ela estava entre os dois rapazes.

— Vocês vão assumir quando que estão namorando? – quis saber, mas seu tom era de brincadeira – Porque assim, você está manchando a reputação da minha irmã, Tom.

— Andrew! – exclamou Amanda em repreensão – Estamos nos tempos modernos e não venha com essa coisa arcaica. – respondeu.

— Ah eu queria já ter oficializado, mas toda vez que tento falar que vou pedir a mão dela em namoro para o pai de vocês, ela vem com todo esse discurso de coisa arcaica. – brincou Tom e Andrew caiu na gargalhada assim que viu o olhar fulminante que seu amigo recebeu de sua irmã.

— Ai vocês dois, estou bem arranjada. – brincou fingindo estar brava, mas por fim acabou sorrindo assim que recebeu um beijo na bochecha de Tom – Estamos nos conhecendo melhor, e não queremos apressar nada. – explicou por fim, pois isso foi o que eles haviam conversado e decidido depois do beijo que deram no dia do título – Aliás, para onde estamos indo? – quis saber.

— Eu acabei esquecendo de mostrar essa parte da fazenda na vez que vocês estiveram aqui. – respondeu Tom sorrindo de lado – E confesso que essa é a parte mais legal da fazenda.

Os dois irmãos olharam para ele como se ele fosse louco – Mais que a parte do Bosque? – perguntou Andrew.

— Mais. – afirmou Tom sorrindo.

— Mais que a parte do lago? – Amanda perguntou.

— Muito mais. – reafirmou Tom, então abriu os braços – Aqui temos a nossa casinha na árvore e os brinquedos do parquinho. – apresentou – Mesmo com neve podemos brincar neles.

— Oh por meus futuros casos! – exclamou Amanda amando tudo aquilo já – Quanto tempo que não brinco num parquinho.

— Ah mais isso é coisa de criança. – exclamou Andrew brincalhão.

Tom sorriu para o amigo – Mas temos uma casinha na árvore. – apontou e então os olhos de Andrew brilharam.

— Por meus futuros home runs, eu sempre quis ter uma casinha na árvore. – comentou sorrindo feito criança – Mas isso não é uma casinha, e sim uma mansão na árvore.

— Cortesia da dona Emma e da tia Ruby. – explicou Tom rindo da reação do amigo – Elas que construíram.

— Sério? – questionou os dois irmãos ao mesmo tempo. Tom apenas assentiu com um gesto de cabeça – Será que elas me adotam? – brincou Andrew – Quero trocar de família.

— Eu também. – concordou Amanda.

Andrew olhou para sua irmã – Você logo será da família, então não precisa. – brincou e Amanda apenas o encarou surpresa.

Tom ria dos irmãos – Olha, vocês eu não sei, mas eu vou brincar nos brinquedos. – saiu correndo na direção da casinha na árvore – O último a chegar é a mulher do padre! – disse com alguns passos a frente.

— Eu que não! – Amanda saiu correndo rapidamente, Andrew ainda ficou uns segundos ali.

— Hey! – ele disse sorrindo ao sair correndo também.

Tom mal subiu a escada da casinha e já estava no escorregador para descer e assim limpando a neve do caminho. Amanda conseguiu chegar antes de seu irmão – Rá! Andrew é a mulher do padre. – brincou e subiu a escada para logo em seguida descer o escorregador.

— Não valeu, porque vocês roubaram. – disse o rapaz subindo a escada.

— É sempre assim... Quem perde fica chorando. – brincou Tom logo atrás do amigo.

— Ele sempre foi meio chorão mesmo. – revelou Amanda terminando de subir a escada – Isso é desde criança. – riu.

Andrew mostrou a língua para a irmã – Ah que coisa bem madura de responder. – brincou Tom rindo, pois lembrou de quando era criança e tinha Júlia e Henry para ficar enchendo as paciências.

— Confesso que gostava mais quando era apenas Amanda me trolando. – disse Andrew e desceu o escorregador.

— Agora terá que aturar mais um. – brincou Tom que se sentou entre as pernas de Amanda e os dois desceram juntos o escorregador.

Assim foi a manhã deles, brincando no parquinho e não teve um brinquedo que não foram. Até no avião e jipe que são imóveis eles foram e se divertiram bastante. Foram várias vezes no balanço, gangorra, gira-gira, gastando bastante energia e voltando a serem crianças por algumas horas. Cansados estavam dentro da casinha, deitados no chão, deixando o silêncio tomar contar do ambiente por um tempo.

— Como será essa temporada já que não teremos mais Ortiz conosco? – Andrew perguntou quebrando o silêncio.

Tom soltou um suspiro – Será bem estranha não tê-lo mais conosco, mas ele aposentou em grande estilo. – sorriu com a lembrança da felicidade do amigo – Mas eu farei tudo que posso para ter outra temporada como a que tivemos.

— Pode contar comigo para isso, pois quero me divertir fazendo o que gosto. – concordou Andrew. Eles estavam ansiosos para a festa de premiação. É um jantar que o general manager principal do time faz para assim entregarem os anéis aos seus jogadores. A conversa foi acontecendo e mudando de rumo e assunto diversas vezes até finalmente decidirem voltarem para a casa principal, porque deveria ser a hora do almoço. Os irmãos Benintendi ficaram mais alguns dias e então foram embora, já que Amanda precisava voltar para suas aulas na universidade.

—SQ-

— Bom dia, senhor Philips! – cumprimentou Júlia assim que entrou no quarto e viu seu paciente deitado na cama – Como tem passado?

— Bom dia menina. – cumprimentou de volta o senhor, já na casa dos oitenta anos – Um pouco desconfortável com essa cama, mas do resto não tenho do que reclamar. – sorriu.

Aquela resposta fez Júlia sorrir também – Concordo com o senhor sobre a cama ser desconfortável... – disse enquanto pegava o prontuário do homem e dava uma lida – Alguma dor no peito essa noite? Falta de ar?

— Não para as duas coisas. – respondeu soltando um suspiro – Como estão as minhas chances? – quis saber ao ver Júlia vendo os resultados dos exames que havia pedido.

Antes que pudesse responder a porta do quarto se abriu novamente e nisso entrou a doutora Olívia – Bom dia, desculpe, mas precisava passar uma recomendação para a enfermeira... – explicou.

— Oi doutora. – respondeu o paciente – Então doutora Swan-Mills? Quais as minhas chances?

Olívia parou ao lado de Júlia e leu alguns exames também. Ela acompanhava seus residentes, porém agora com menos frequência. E claro, sempre estava pronta para dialogar e ver os melhores métodos para tratar os casos. Júlia olhou para sua chefe que assentiu em um pequeno gesto de cabeça – Senhor Philips, a sua situação é um tanto complicada... – começou – Independente da decisão que o senhor tomar, terá seus riscos.

O senhor ficou um segundo em silêncio – Quais as minhas opções? – quis saber mais uma vez.

— Sem a operação, irá viver com dores no peito, mas que devido ao estágio avançado da doença não lhe resta muito tempo... – começou Júlia, soltando um suspiro.

— Mas se eu fizer a cirurgia?

— Não terá as dores no peito, podendo viver um pouco mais, porém há um grande risco de que não sobreviva a cirurgia, já que seu corpo está bem debilitado e tem o avanço da idade. – terminou a explicação.

O homem ficou pensativo por alguns segundos – Então eu terei que escolher entre morrer com dor no peito ou morrer na mesa de cirurgia?

— Senhor Philips, há a chance da cirurgia ocorrer tudo bem e o senhor poder viver sem dores. – interviu Olívia, ela também não gostava de dar aqueles tipos de notícias para os pacientes, mas sabia que fazia parte do trabalho.

— O que vocês vão fazer mesmo nessa cirurgia? – questionou.

— Vamos colocar uma nova válvula e retirar o pedaço do coração que não está mais respondendo ao medicamento e colocar um átrio mecânico no lugar. – respondeu Júlia olhando para seu paciente.

— Tudo isso para que eu possa viver mais alguns dias... – comentou e soltou um suspiro – Eu já vivi tanto.

— Senhor Philips, a vida é uma dádiva e quanto mais pudermos vive-la, que sejamos gratos. – falou Olívia sorrindo para o homem.

— Sábias palavras. – concordou o homem.

— Se quiser posso deixar o senhor pensar por um tempo para saber o que irá fazer... – começou Júlia.

O homem sorriu – Não precisa menina. – interrompeu – Eu irei fazer a cirurgia, mesmo com todos os riscos.

— Certeza? – perguntou para confirmar.

— Sim, certeza. – reafirmou o homem – Me reservem o próximo horário da cirurgia e vamos embarcar nessa nova viagem. – riu.

Júlia sorriu para o homem – O senhor tem alguém para que eu peça para ligar? Alguém para avisar?

O sorriu se tornou um pouco triste – Não tenho família. – respondeu – Não tive filhos, e minha esposa tem alguns anos que já é falecida.

— Entendo. – comentou Júlia entristecida também – Eu fazer todos os preparativos para a cirurgia, e assim que a papelada estiver pronta, a enfermeira trará para que o senhor autorize a cirurgia.

— Sem pressa doutora. – brincou o homem.

— Muito bem, então o verei novamente antes de terminar o meu expediente. – falou Júlia terminando de preencher o prontuário e o colocar dentro do compartimento ao pé da cama.

— Espero que se expediente termine daqui a meia hora... – brincou novamente – Afinal duas belas moças como vocês fazem bem a qualquer vista cansada.

Olívia sorriu de lado – Muito encantada com o elogio, porém somos duas mulheres comprometidas. – piscou brincalhona, pois sabia que ele não estava fazendo com segundas intenções.

— Ah se eu fosse alguns muitos anos mais novo, com certeza seria uma briga muito boa pela atenção de vocês. – brincou novamente e soltou um suspiro.

— Com certeza seria. – brincou Júlia – Agora descanse e até mais tarde. – fechou a porta atrás de si, assim que saiu do quarto. Olhou para sua chefe e soltou um suspiro – Você estará junto na cirurgia, não?

— Sim, estarei Júlia. – confirmou Olívia – Sei que será difícil, mas você conseguirá.

— Ah doutora Hernandez, aqui está todos os exames que pediu da paciente do quarto quinhentos e dois. – disse o enfermeiro com toda a papelada em mãos.

— Maravilha! – agradeceu assim que recebeu os resultados – E por falar em papelada... – olhou para Júlia.

— Vou providenciar isso imediatamente, e assim que marcar a cirurgia eu a aviso. – falou Júlia e saiu andando na direção do guichê dos agendamentos das cirurgias internas e toda a documentação que seria necessária.

Como prometido, Júlia voltou ao quarto de seu paciente – Boa tarde, senhor Philips. – colocou a cabeça para dentro e o viu assistindo tv. Sorriu e entrou.

— Boa tarde menina. – sorriu e abaixou o volume da tv que já não era alto.

— Como o senhor está se sentindo? – quis saber ao parar ao lado de sua cama.

O senhor soltou um suspiro – Não tenho do que reclamar. Sem dor e sem falta de ar.

Júlia sorriu educadamente – Muito bom. Já trouxeram os papéis para o senhor assim sobre a cirurgia?

— Sim.

— Já marcamos a sua cirurgia, e ela será amanhã cedo. – comentou a médica – Então logo cedo duas enfermeiras virão te preparar para a cirurgia.

— Tudo bem, doutora. – concordou o senhor.

— Meu horário acabou, mas se acontecer qualquer coisa o hospital me ligará e eu volto. – assinou a folha do prontuário com novas instruções.

— Vá sem preocupação, estarei aqui amanhã para a nossa nova aventura. – piscou.

— Até amanhã senhor Philips. – se despediu e saiu do quarto. O senhor soltou um suspiro e aumentou um pouco o volume da tv, voltando sua atenção ao programa que estava passando.

—SQ-

— Hey! – disse Júlia assim que entrou em sua casa e viu Meghan na cozinha preparando um sanduiche, foi em sua direção.

— Oi vida. – deu um leve selinho nos lábios de sua namorada – Quer um sanduíche também? – perguntou ao ver Júlia se sentar na cadeira – Cheguei com uma fome hoje.

— Quero, e pode colocar tudo. A fome está monstro. – comentou se servindo com um pouco de suco.

— Vindo de Júlia, filha da tia Emma, a qual herdou o buraco negro que chamam de estômago, me espantarei o dia que não estiver com fome monstro. – brincou e as duas riram, mas depois Júlia ficou quieta – Dia difícil? – questionou a veterinária enquanto fazia o sanduíche.

— Sim e não. – respondeu depois de tomar um gole de seu suco – Tenho um paciente, idade avançada, saúde debilitada. – fez uma pausa para tomar outro gole de suco – Se não fizer a cirurgia, não terá muito tempo de vida...

— Tem um mas aí, não? – perguntou colocando o sanduíche a frente de sua namorada.

— Sim. – confirmou Júlia – Mas ele tem uma grande chance de não sobreviver a cirurgia por causa da idade e da saúde.

Meghan soltou um suspiro triste, pois ela já havia perdidos alguns animais na mesa de operação – A família já está ciente de toda situação?

— Agora que vem a parte mais triste. – comentou Júlia depois que engoliu uma mordida de seu sanduíche – Ele não tem ninguém. Não teve filhos, é viúvo há alguns anos.

Meghan parou a ida de seu sanduíche para dar outra mordida ao escutar isso – Realmente acho que essa é a pior parte. – soltou um suspiro e depois deu outra mordida em seu sanduíche.

— A cirurgia dele marquei para amanhã cedo. – disse assim que tomou mais um gole de seu suco.

— Vai dar tudo certo Jú. – animou Meghan depois de engolir a mordida.

— Mas me conta, e você, como foi seu dia? – quis saber, mudando de assunto, deu outra mordida em seu sanduíche.

Meghan sorriu e começou a contar como havia sido seu dia. Júlia sorriu com a história do cachorro que não queria mais sair do colo de sua namorada, e a cliente estava surpresa porque, segundo ela, a neném nunca ia com ninguém.

—SQ-

— Bom dia, senhor Philips. – cumprimentou Júlia assim que entrou no quarto, juntamente com Olívia.

— Bom dia doutoras. – respondeu se sentando melhor na cama.

— Como passou a noite? – quis saber Olívia sorrindo educadamente.

O homem soltou um suspiro – Sem maiores preocupações.

— E como está se sentindo para a cirurgia? – Júlia quis saber depois de ler o prontuário e ver uma enfermeira e um enfermeiro entrarem no quarto.

— Uma mistura de tudo. – respondeu sincero e então olhou para Júlia – Doutora menina... – sorriu fraternamente – Se caso eu não saia vivo da mesa de operação...

— Não fale isso, senhor Philips, é claro que o senhor sairá vivo. – interrompeu Júlia.

— Mesmo assim doutora, quero deixar registrado, pois há a possibilidade disso como vocês mesmas me disseram... – fez uma pausa e continuou sem deixar as duas médicas se pronunciarem – Caso eu não saia vivo da operação, por favor, doutora Swan-Mills, não se sinta culpada, afinal foi a minha decisão e não sua.

— Senhor Philips... – foi a vez de Olívia falar – Não pense nisso. Vamos apenas nos preparar para a cirurgia.

— Vamos iniciar nosso último rodeio. – piscou travessamente.

Júlia sorriu – Vemos o senhor daqui a pouco. – fez um gesto para os dois enfermeiros se aproximarem enquanto ela e Olívia saíam do quarto e caminharam em silêncio na direção da sala de preparação para cirurgias.

Assim que chegaram, já foram colocar as roupas de cirurgia. Cabelos amarrados e touca no lugar, foram lavar as mãos, e o silêncio permaneceu sem incomodar as duas mulheres.

— Estamos prontos, doutoras. – anunciou uma assistente da cirurgia assim que colocou a cabeça dentro da sala.

— Já terminando aqui, estamos indo. – falou Olívia ao ver Júlia centrada. A assistente assentiu e saiu. A médica mais velha soltou um suspiro e olhou fixamente para sua pupila – Júlia. – chamou e finalmente teve a atenção da mulher mais nova – Escute... – começou – Esvazie a cabeça, respire fundo e tudo dará certo. – fez uma pausa e continuou antes que Júlia pudesse retrucar – Eu sei que você é capaz e a cirurgia dará certo, não se preocupe. – a olhou fixamente – Você me entendeu? – perguntou e não obteve resposta – Entendeu?

No início Júlia apenas assentiu fracamente – Sim... – murmurou fracamente.

— Eu não escutei. – falou Olívia a olhando ainda.

Júlia respirou fundo e esvaziou a mente, seguindo as instruções de Olívia – Sim, eu entendi. – disse com a voz firme.

— Ótimo! – sorriu – Agora vamos que temos uma cirurgia para fazer. Júlia assentiu e as duas mulheres entraram na sala de cirurgia.

O tempo foi passando e a cirurgia acontecendo sem nem susto ou imprevisto, ou seja, estava indo conforme o planejado.

— Vamos lá... – falou Júlia terminando tudo que precisava fazer – Só funcione. – pediu olhando para o monitor com a frequência cardíaca e pressão arterial – Vamos lá. – pediu novamente. Três segundos depois o monitor voltou a apitar com todas as linhas dentro da normalidade. Júlia apenas fechou os olhos e agradeceu mentalmente, soltando um suspiro de alívio.

— Muito bem. – comemorou Olívia também sorrindo.

— Ótimo! – falou Júlia – Agora vamos suturar. – informou o que iria fazer a seguir – Muito bem, acho que terminamos aqui. – anunciou assim que terminou a sutura – Batimentos cardíacos fortes... – falou alto olhando para o monitor – Pressão arterial dentro da normalidade...

— Muito bem doutora Swan-Mills, acho que podemos dizer que a cirurgia foi bem-sucedida. – comentou Olívia sorrindo, mesmo que não desse para ver devido a máscara que estava usando.

— Levem o senhor Philips para a sala de recuperação, que assim que eu me trocar e limpar, passo para verifica-lo novamente. – pediu Júlia saindo da sala de cirurgia e indo para a sala que estava lavando as mãos – Não tem uma parte do meu corpo que não esteja doendo por causa da tensão. – foi tirando todo o avental e ficando apenas com a roupa de residente.

— Eu já tenho anos de cirurgia, e mesmo assim eu também estou cheia de dores. – falou Olívia girando sua cabeça para um lado e para o outro, tentando aliviar a tensão em seu pescoço. Tirou seu avental e se aproximou da pia para lavar as mãos.

O silêncio pairou no ambiente enquanto as duas mulheres se recompunham, quando escutaram o aparelho de monitoramento começar a apitar – Senhor Philips. – falou Júlia em pânico e saiu correndo para a sala de recuperação e seus olhos se arregalaram quando viu o monitor com as linhas retas e aquele maldito apito – O que houve? – questionou ao se aproximar.

— Não sabemos. – respondeu a assistente – Estávamos o acomodando e então tudo começou a apitar.

— Choque! – falou Olívia entrando – Vamos reanima-lo.

— Carregar! – disse Júlia pegando as pás do desfibrilador – Afastem. – pediu e colocou as pás sobre o peito do seu paciente e descarregou. A linha continuava reta no monitor – Cento e vinte. Recarregar. – pediu novamente, e quando pronto ela descarregou. Aquela linha continuava reta e aquele estúpido barulho continuava – Cento e cinquenta. Recarregar. – pediu mais uma vez e quando pronto, descarregou – Vamos senhor Philips! – praticamente rezou naquele tom de súplica – Força! Faça essa maldita linha subir e descer novamente e esse infernal barulho parar e voltar aquele bip tão conhecido. – pediu quase chorando – Cento e setenta! Recarregue! – disse com raiva – Vamos senhor Philips! – descarregou – Recarregue para duzentos. – pediu então sentiu a mão de Olívia em seu braço esquerdo.

— Júlia...

— Não! Ele precisa voltar. – pediu enquanto as lagrimas descia por sua bochecha – Ele precisa...

— Ele não vai voltar. – falou a médica mais experiente – Ele se foi, e agora não há mais nada que possamos fazer.

— No que eu falhei na cirurgia? – questionou Júlia sem forças, enquanto a enfermeira pegou as pás antes que acontecesse algum acidente – Será que eu esqueci de fazer alguma coisa? – se questionou, mas o barulho do monitor apitando a deixou desnorteada de vez – Alguém desliga essa porcaria de máquina! – explodiu.

Olívia olhou para a equipe e apenas assentiu com um gesto – Hora da morte uma hora e trinta e sete minutos da tarde. – anunciou olhando para o relógio na parede, e finalmente o barulho se silenciou.

Aquilo fez o choro de Júlia desabar de vez. Olívia a envolveu em um abraço carinhoso – O que foi que eu fiz de errado? – murmurou entre os soluços.

— Você não fez nada de errado Jú. Estava tudo certo, mas infelizmente ele não aguentou todo o processo da cirurgia. – comentou Olívia sentida pela dor de sua pupila. Júlia apenas chorava – Infelizmente nós teremos que encarar momentos assim, nem sempre iremos ganhar todas. – continuou – E como o senhor Philips disse, não se sinta culpada.

— Mas ele estava bem quando terminamos... – se soltou do abraço e tentando limpar o rosto das lagrimas.

— Sim, estava... Infelizmente no segundo seguinte seu corpo colapsou. – explicou Olívia – Como disse, esses momentos fazem parte do nosso trabalho, e teremos algumas perdas ao longo dos anos... – fez uma pausa – Poderia mentir e falar que com o tempo melhora esse sentimento, mas não... Não melhora, você apenas aprende a conviver quando acontece.

— Me sinto tão impotente com tudo isso... – murmurou Júlia enquanto novas lágrimas desciam por seu rosto.

— Isso mostra que você é humana e está tudo bem... – disse Olívia soltando um longo suspiro – Faz o seguinte Júlia tire o resto do dia e mais dois dias para você limpar a mente e se recompor. Quando voltar conversamos mais se precisar...

— Mas...

— Nada de mas Júlia. – interrompeu Olívia – Você precisa desse tempo, vai por mim. – respirou fundo – Quer que ligue para sua namorada e ver se ela pode vir te buscar? Ou você está em condições de dirigir?

— Eu preciso preencher a papelada...

— Eu faço isso! – disse autoritária, coisa que quase não fazia – Eu estou te mandando para casa e é o que você fará nesse momento. Sem questionamentos sem nada. Dentro de dois dias a quero de volta e então continuaremos. – fez uma pausa – Então chamo sua namorada, ou você consegue dirigir?

Júlia um pouco mais recomposta, respirou fundo – Não precisa, eu posso dirigir. – respondeu limpando as lágrimas do rosto, que momentaneamente pararam de descer.

— Certeza?

— Sim, eu vou dirigindo. – confirmou Júlia e soltou mais uma longa respiração.

— Tudo bem, te vejo daqui a dois dias. – falou Olívia ofertando um sorriso carinhoso – Se precisar de qualquer coisa, pode me ligar.

— Obrigada! – agradeceu Júlia – Pode deixar que se precisar eu ligo sim. – olhou uma última vez para seu, agora ex-paciente, e saiu pela porta.

Olívia soltou um suspiro e olhou para a equipe ali – Vocês preparam tudo, por favor? – pediu.

— Claro, pode deixar com a gente. – falou uma enfermeira.

— Ah e por favor, não fiquem com raiva da doutora Swan-Mills com a explosão dela sobre o barulho do aparelho, nunca é fácil quando perdemos o nosso primeiro paciente. – explicou.

— Ah doutora Hernandez, não se preocupe. – disse um rapaz enfermeiro com um sorriso no rosto – Sabemos que a doutora Swan-Mills não é assim, e entendemos perfeitamente o momento. – piscou de forma educada.

— Obrigada! – agradeceu a médica – Se precisarem de mim, estarei preenchendo a documentação. – saiu assim que recebeu um aceno de cabeça da chefe da equipe de assistência – Ruth, por favor, você pode procurar o número da namorada da doutora Swan-Mills na ficha dela.

— Só um minuto... – pediu a recepcionista se levantando e indo buscar no arquivo a pasta com a documentação de Júlia – Aqui... – mostrou – Algum problema? Posso ajudar?

Olívia soltou um suspiro – Júlia perdeu seu primeiro paciente hoje e está desnorteada, então vou tentar falar com a namorada dela sobre o ocorrido. – explicou.

— Quer que eu ligue? – se voluntariou.

— Não precisa Ruth, eu mesma faço isso. – falou assim que apertou o botão verde de seu celular para começar a ligação – Pegue para mim a documentação do obituário, por favor. – pediu assim que colocou o celular na orelha. A recepcionista assentiu e foi buscar os papéis.

— Alô?— veio a voz depois de alguns toques.

— É Meghan Lucas-Midas? – falou Olívia, pegando os papéis e indo para sua sala, mas não sem antes de dizer obrigada sem pronunciar o som.

— Sim...— uma breve pausa — Quem fala, pois não reconheço o número.

— Eu sou a doutora Olívia Hernandez, chefe de Júlia...

— Está tudo bem com a Júlia? Aconteceu alguma coisa?— veio a pergunta preocupada.

— Não não, não aconteceu nada com ela, mas ela não está bem... – respondeu Olívia soltando um suspiro – Júlia tinha uma cirurgia hoje... – começou – E é por isso que eu estou ligando, apenas para avisar.

— Tudo bem, doutora Hernandez, muito obrigada.— agradeceu Meghan — Eu tentarei entrar em contato com a Jú. Obrigada pela preocupação.

— Qualquer coisa que precisar, podem me ligar. – disse Olívia e se despediram – Agora a papelada. – murmurou assim que se sentou em sua cadeira e soltou um longo suspiro.

—SQ-

O Valente havia acabado de estacionar na porta da casa da fazenda. Júlia ainda tinha as mãos trêmulas. Os olhos vermelhos pelo choro. Nem se importou de pegar suas coisas dentro do veículo. Assim que fechou a porta saiu em disparada para dentro da casa, a procura de suas mães.

No momento que entrou o cheiro da casa lhe trouxe conforto imediato, mas não parou a sua procura por suas mães – Jú? – chamou Regina saindo da sala de estudos, levemente preocupada O que houve para ela estar aqui assim? Naquela semana Regina havia decidido mudar um pouco seu visual, e seu cabelo agora mais curto, estilo chanel, todo batido.

— Mamãe! – murmurou Júlia sorrindo entre as lágrimas, e igualmente quando era criança saiu correndo na direção da advogada, a envolvendo em um abraço apertado. Regina apenas envolveu sua filha mais velha em um carinhoso e forte abraço, sentindo a médica tremer indicando que estava chorando Ah minha filha estou aqui, pode chorar a vontade! Júlia agora tinha a altura de sua mãe morena, seus cabelos castanhos até o meio das costas, estavam soltos. Ela ainda estava usando a roupa do hospital, pois assim que Olívia a mandou para casa, não pensou duas vezes e decidiu vir para a casa de suas mães. Claro que antes de sair, ela havia mandado uma mensagem para Meghan avisando que estava indo para a fazenda.

Ficaram assim abraçadas e em silêncio, sendo quebrado apenas pelo choro da médica Será que algo lá no hospital? Pois ela ainda está com a roupa de lá!— O que aconteceu, Jú? – quis saber, mas não teve tempo de ser respondida, pois no momento seguinte Emma, acompanhada de um velho Rapaz surgiu na sala.

— Jú! Está tudo bem? – perguntou entrando esbaforida jogando seu chapéu surrado no sofá e indo na direção de sua filha e esposa Ah minha pequena morena! Acompanhando sua esposa, Emma resolveu mudar seu visual também. Seu cabelo loiro já não tão grande como outrora, agora estava na altura dos ombros. – Meggie me ligou e disse apenas que você estava vindo para cá, o que houve? – se aproximou, no momento seguinte, a mulher soltou a mãe morena e se agarrou a mãe loira, escondendo seu rosto no peito da mulher mais velha. Uma vez que Emma ainda era um pouco mais alta que sua filha – Shh... Está tudo bem. – murmurou contra o cabelo castanho Estamos aqui! tentando confortar o trêmulo corpo de sua filha – O que aconteceu, Jú? – quis saber, sua voz suave. Regina continuava a olhando preocupada, e sua mão acalentava as costas de sua filha Nos fale o que houve, talvez possamos ajudar você, Jú!

— Eu perdi meu primeiro paciente hoje... A cirurgia ocorreu tudo bem, e quando ele estava na sala de recuperação... – murmurou ao se soltar do abraço de sua mãe, e limpar as lágrimas de seu rosto – O senhor Philips não resistiu. – terminou, mais lágrimas começaram a descer por suas bochechas.

— Ah minha menina grande. – disse Emma passando a mão nos cabelos, de forma carinhosa Que triste! Regina continuava passando a mão nas costas da filha, também de forma carinhosa Estamos aqui!— Isso infelizmente é uma coisa que você passará na sua vida profissional.

— Eu sei que você deve ter feito de tudo para que seu paciente não morresse, mas há algumas situações que não está ao seu alcance. – comentou Regina, compadecida também Inevitavelmente você passará por isso algumas vezes!

Júlia soltou uma longa fungada – Eu sei que essa parte do meu trabalho é inevitável, mas eu achava que estava preparada para isso, e quando aconteceu, descobri que não estava nem um pouco. – comentou puxando seus cabelos, para fazer um coque, os amarrando com um elástico próprio – Tudo aconteceu tão rápido e estava tão atordoada com tudo aquilo que saí do jeito que estava. – olhou para sua roupa do centro cirúrgico – Minha chefe viu a minha situação e me deu o resto do dia e mais dois dias para me recuperar. – explicou.

— Como Meggie ficou sabendo? – perguntou Emma Pois ela apenas me disse que você estava vindo para cá, e por cima o que havia acontecido! — Pois foi ela me ligou dizendo que você estava vindo para cá.

— Eu mandei uma mensagem para ela avisando que estava vindo para cá e desliguei. – respondeu desanimada ao se lembrar de que não falou mais nada – Preciso ligar para ela e esclarecer a situação, pois ela deve estar muito preocupada. – bateu as mãos pela sua roupa a procura do aparelho e soltou um resmungo ao perceber que não estava com ele.

— Vamos fazer o seguinte... – disse Emma, segurando a mão de sua filha mais velha, que ainda estava levemente trêmula Hora de acalmar as coisas, e nada melhor que chocolate quente!— Vamos para a cozinha, eu faço um chocolate quente para nós, como nos velhos tempos. – sorriu carinhosamente para a menina – Afinal chocolate quente deixa tudo melhor. – piscou para a filha Pode até não resolver nada, mas acalenta!

— Como nos velhos tempos. – Júlia suspirou, cheia de saudade daquela época, e assentiu com a cabeça. Deixando-se ser levada por suas mães para a cozinha.

— Quando estiver mais calma, você liga para Meggie e explica tudo. – continuou Regina assim que entraram na cozinha Afinal não é bom deixar a Meggie preocupada também!

— Cadê o pessoal? – perguntou Júlia ao perceber que a casa estava silenciosa.

— O quarteto logo estará aqui, pois devem estar terminando as atividades escolares. – respondeu Regina ao se sentar ao lado de sua filha, enquanto Emma preparava o chocolate quente.

— Como estão as coisas em Boston? – quis saber Regina, tentando iniciar uma conversa leve enquanto esperavam pelo chocolate quente Vamos mudar um pouco o foco do assunto!

— Estão bem, apesar de corridas. – respondeu Júlia se inclinando para deitar a cabeça no ombro de sua mãe morena – Meggie conseguiu o cargo de gerente da clínica veterinária, ela está toda feliz. Disse que isso irá ajudá-la e muito para quando abrir a própria clínica, e mais para frente o hospital veterinário comunitário.

— Com certeza ajudará e muito. – concordou Emma colocando duas canecas a mesa Meggie sempre quis abrir um hospital comunitário para quem não tem muita condição! É muito nobre da parte dela! uma em frente a sua esposa e outra a frente de sua filha. Na caneca de Júlia tinha creme e canela salpicada, assim como a sua. Já a de Regina não tinha canela, apenas o creme.

— Obrigada! – agradeceram as duas morenas, e a loira apenas piscou.

— E você, está se dando bem no trabalho? – quis saber Emma se sentado a frente das duas mulheres – No sentindo de se adaptar as longas horas de plantão e tudo o mais.

Júlia tomou um gole de seu chocolate quente, soltando um suspiro de contentamento – Não adianta que o chocolate que a Meggie faz é bom, mas não é igual ao seu, que é o melhor. – comentou e suspirou mais uma vez, tomou mais um pequeno gole – Sim, estou me adaptando, o trabalho é bem diferente quando você passa de estagiária para residente. Minha chefe está gostando bastante do meu trabalho, e ela disse que tenho grandes chances de virar funcionária na equipe dela.

— Que coisa boa, Jú. – comentou Regina sorrindo feliz para o progresso de sua filha mais velha Aposto que você está bem feliz com essa possibilidade também!

Continuaram conversando tranquilamente – Está melhor? – quis saber Emma, algum tempo depois de estarem conversando e as canecas vazias E agora aquele sentimento de conforto!

— Sim. Tomar chocolate quente com vocês, sempre me deixa melhor. – respondeu Júlia visivelmente mais calma – Desculpa pelo jeito que cheguei aqui. – começou a se desculpar.

— Não tem problema, só ficamos preocupadas, porque você pegou estrada... Mas é coisa de mãe. – comentou Emma sorrindo, pegando as canecas e as levando para a pia Nunca é bom dirigir quando se está desnorteada!

— Por falar em preocupação, acho melhor você ligar para a Meggie. – sugeriu Regina E avisar que você chegou inteira e está tudo bem na medida do possível! — Ela deve estar muito preocupada com você.

Júlia soltou um suspiro – É o que vou fazer. – procurou por seu celular nos bolsos, então foi que percebeu deixou tudo dentro do carro – Esqueci o celular no carro, já volto. – se levantou e foi a busca do aparelho, dois minutos depois estava de volta e falando no mesmo – Sim, agora está tudo bem Meggie. Estou na fazenda... – fez uma pausa – Não, minha chefe me deu dois dias de folga... – um pequeno intervalo – Vou ficar por aqui, tudo bem?... Amanhã estarei de volta... Não, pode deixar, qualquer coisa eu ligo... – fez uma pausa – Eu também te amo... Beijo e até amanhã. – desligou.

— Então? – quis saber Regina olhando para sua filha Ah o jovem amor! Por falar em jovem amor, agora temos o Tom de romance também! Ai estou ficando velha mesma!

— Tudo explicado. – respondeu a mulher mais nova – Meu quarto ainda existe? – brincou, pois sabia que seu quarto ainda era o mesmo de quando era criança.

— Do mesmo jeito que você deixou da última vez que esteve aqui. – brincou Regina Sei que não é a melhor situação, mas estou feliz em tê-la aqui novamente, mesmo que seja por uma noite!

— Eu vou tomar um banho e deitar um pouco, tudo bem para vocês? – quis saber Júlia.

— Sem nenhum problema. – concordou Emma, então olhou para o relógio Vá antes que os monstrinhos e as praguinhas cheguem!— Daqui a pouco seus irmãos estarão aqui... – mal terminou e a porta da frente se abriu – Chegamos!— escutaram Tempo esgotado! — Agora é tarde... Acho que a casa ficará um pouco agitada e barulhenta. – sorriu.

Júlia abriu um sorriso assim que viu os gêmeos e as gêmeas – Jú!! – exclamaram ao ver a irmã mais velha ali, no segundo seguinte estava rodeada pelos quatro.

— Estava sentindo falta dessa bagunça. – comentou a médica abraçando seus irmãos, que sumiram da cozinha minutos depois – Vou tomar um banho... Depois conversamos mais.

— Vá minha filha, e descanse também, que assim que o jantar estiver pronto te chamamos. – informou Regina fazendo um leve carinho nos cabelos de sua filha Vou fazer seu prato preferido só para te animar!

Júlia apenas assentiu com a cabeça, com um sorriso nos lábios, deu um beijo em cada mãe – Amo vocês. – disse e caminhou na direção do seu quarto.

—SQ-

A noite estava animada. Todos do time do Red Sox estavam lá naquele momento de comemoração. Enormes mesas redondas ocupavam o ambiente, e nelas todos sentados e agora já terminando o jantar que fora oferecido.

— É meus amigos, que sonho. – comentou Tom sorrindo feliz. Na mesa estavam ele, Amanda, Andrew, Ortiz e a esposa, além de Marc e esposa, mas o homem havia se levantado para ir fazer o discurso juntamente com o general manager principal do time.

— Com certeza, Tom. – Ortiz sorriu feliz – Eu juro que quase não te reconheci de terno quando te vi. Aliás, que elegância vocês dois. – brincou – E Amanda, você está deslumbrante também.

— Cuidado que a sua esposa pode ficar com ciúmes. – brincou Andrew.

A esposa de Ortiz sorriu – Eu já estou acostumada com esses galanteios de meu marido, mas sei que sou eu quem dorme com ele a pelo menos quinze anos. – piscou e fez um carinho no rosto do marido, que lhe sorriu apaixonado.

— Tirem uma foto que a próxima vez que usarei isso será na nossa próxima premiação. – brincou Andrew.

— Eu provavelmente usarei no casamento do meu irmão. – disse Tom dando uma leva afrouxada no colarinho da sua camisa branca.

— Hey, não mexe. – falou Amanda dando um leve tapa na mão de Tom – Não estrague o nó da gravata ainda.

— Nem casaram e ela já está mandando em você. – brincou Andrew. Amanda apenas mostrou a língua para seu irmão.

— Pelo menos eu tenho alguém para mandar em mim. – respondeu Tom divertido.

— Ai que essa doeu. – Andrew colocou as duas mãos sobre o coração – Mas não ao ponto de me deixar triste. – terminou e a mesa caiu na risada.

— Senhoras e senhores... – começou Marc – Hoje é um dia de muita festa e agradeço a presença de todos. Fizemos uma temporada maravilhosa e jogamos como nunca os playoffs. Obrigado a todo. Esse título ninguém nos tira, ele é nosso.

— Não vou me demorar em minhas palavras... – agora era Edgar, o general manager – Porque sei o quanto estão ansiosos pelos anéis. Eu só tenho a agradecer a vocês pelo show que deram esse ano. Tenho duas notícias... – sorriu ao ver as caixinhas com os anéis sendo colocadas a frente de todos sobre a mesa – Que infelizmente nosso grande amigo David Ortiz está aposentando, então não fará mais parte do nosso time na próxima temporada, e a segunda notícia os nossos anéis estão a frente de vocês. – fez uma pausa e sorriu.

— Mas eles estão trancados. – exclamou um jogador ao ver um cadeado de combinação.

— É a segurança. – sorriu Edgar – Mas para a sorte de vocês, eu tenho a combinação que abre esse cadeado.

— Então meu caro amigo Edgar, nos diz a combinação. – pediu Ortiz sorrindo – Porque tem muitos jovens aqui que estão ansiosos para isso.

— Assim como muitos veteranos... – brincou – Tudo bem, sem mais delongas... Vamos lá, o primeiro número zero sete... – fez uma pausa e viu todos girarem o anel da combinação – Próximo número onze... – sorriu novamente – Terceiro número zero oito e rufem os tambores... – brincou – Zero cinco. Senhores apreciem seus anéis.

— Oh! – foi tudo que Tom conseguiu dizer vendo aquela joia dentro da caixa. Pegou e foi vendo cada pedaço e sorriu abertamente ao ver seu nome gravado. Não esperou por mais nada e o colocou em seu dedo e então olhou para Ortiz que tinha o novo anel no dedo e mais os outros três anéis.

A festa continuou por mais uma hora, quando Edgar deu por encerrada a festa e todos estavam caminhando para os carros – Amanda, você vem comigo? – quis saber Andrew.

A mulher estava de braço dados com Tom – Sinto Andrew, mas eu irei com Tom. – respondeu ao seu irmão.

Andrew riu – Tudo bem, quero você em casa antes das onze. – piscou brincalhão.

— Eu não prometo nada. – brincou Tom entrando em seu carro – Para onde? – quis saber assim que colocaram o sinto de segurança.

— Não são nem nove horas ainda... A noite é uma criança... – brincou Amanda – Vamos nos divertir.

Tom sorriu – Que tal a diversão ser em casa?

— Dirija. – piscou e depositou um beijo na bochecha de Tom, que sorriu mais ainda e colocou o carro em movimento.

—SQ-

O tempo passou rapidamente e quando viram o casamento de Henry e Violet havia chegado. Quinta a fazenda já estava a todo vapor logo cedo, pois era caminhão chegando e indo embora com as entregas.

— Eu juro que já estou cansada... – falou Emma assim que se sentou a mesa junto a Regina, pois elas haviam ficado encarregadas de receber as mercadorias para o casamento E pensar que esse é apenas o primeiro casamento dos nossos filhos!

— Pelo menos dessa vez contratamos alguns serviços que nos ajudaram a organizar, porque o nosso foi uma loucura e quase matamos a Katy. – a advogada riu Foi divertido apesar da loucura!

— Quase a matamos de dois modos, na organização e na surpresa depois. – Emma riu da lembrança Ainda bem que tenho a gravação do nosso casamento!

— Tem alguém nessa casa? – veio uma voz conhecida pelas duas mulheres.

Imediatamente elas se olharam Será? Mas ela não disse nada! e sem dizerem uma palavra se levantaram e foram de encontro a dona da voz.

— Lucy! – as duas mulheres exclamaram ao mesmo tempo ao ver a filha parada ali e com um sorriso imenso nos lábios.

 


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Notas finais do capítulo

Tadá! Tom, Amanda e Andrew brincando feito crianças. Júlia perdendo seu primeiro paciente, então voltando para o aconchego do abraço de suas mães. Tom na festa de premiação por terem ganhado o título. E Lucy de volta a fazenda para o casamento do irmão!
E para o próximo capítulo, o casamento de Henry!


Ps: Pessoal, nos esportes americanos, os jogadores ganham anéis quando conquistam os títulos. Cada conquista é um anel diferente. Mas no geral é igual, no sentindo que tem o sobrenome de cada jogador gravado, o anel não tem uma parte que esteja “lisa”, tanto internamente também há gravações. O primeiro link é do último anel que o red Sox ganhou, que foi em 2018, o qual eu estou fazendo que ganharam aqui na história. No segundo link os anéis das conquistas anteriores. O David Ortiz tem apenas três anéis e não quatro como aqui na história, e ele se aposentou assim que o Red Sox foi eliminado na primeira rodada dos playoffs.

https://www.wcvb.com/article/heres-what-the-red-sox-2018-world-series-rings-look-like/27089890#

https://news.sportslogos.net/2019/04/09/red-sox-receive-2018-world-series-rings/baseball/



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