Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 109
Capítulo 109 - Início do Caso Lilith Page!


Notas iniciais do capítulo

Povo lindo do meu coração, estou de volta! Podem comemorar :)

Eu sei, um pouco atrasada e mais um dia, mas como disse logo que começaram as audiências, esses seriam meus maiores desafios em termos de escrita. Já entramos na reta final dessas audiências então logo a rotina de mais capítulos postados na semana retornará ao normal (assim espero xD )

Muito obrigada a todos que comentaram, favoritaram e ao pessoal que acompanha dentro e fora da moita! Obrigada também por terem paciência para esperar por esses demorados capítulos! Pegando emprestado o bordão de Rômulo Mendonça (locutor esportivo) Vocês moram de pantufas no meu coração! ♥

Era para ter escrito nas notas do capítulo anterior, mas acabei esquecendo, então irei colocar nesse kkk Ai eu acho tão bonito quando o pai é apaixonado pela filha, quando ele demonstra todo o orgulho de sua menina. Para mim é tão comum ver um pai sempre ter orgulho do filho, e mãe tem orgulho independente se é menino ou menina. Quando escrevo cenas onde os pais demonstram tanto amor pelas filhas eu acho tão fofo ♥

Em uma rápida pesquisa descobrir existir dois tipos de júri norte americanos: o grande e o pequeno (para mais informações leiam as notas finais)... Eu tentarei trabalhar com o grande júri, uma vez que Lilith cometeu crimes graves. Porém sei também que talvez o julgamento em teoria aconteça em mais que um dia, mas eu não pretendo estender mais um dia, afinal o objetivo não é focar apenas no julgamento, obvio que ele é importante, mas não o suficiente para durar alguns dias. Ou seja, quero terminar logo essa parte para voltar a escrever as cenas tão costumeiras de todos! xD Então espero que entendam isso e segue o baile! Solta o som DJ!!

Boa leitura e divirtam-se!

Aaahh como disse no capítulo anterior revelando o motivo do nome da amiga de Júlia ser Meghan. É uma pequena homenagem a atriz que interpretou Ruby no seriado :)

Aaaah 2 campanha para sugestões de nomes e dicas ainda em pé! Assim que der eu atualizo os nomes dos capítulos com as sugestões, pois estão todas anotadas!!



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O caminho para o orfanato era silencioso, porém agradável. Kathryn ia olhando através da janela de sua porta todo o cenário que a cidade lhe proporcionava. Ruby dirigia quieta prestando atenção no caminho, o refazendo com muito cuidado para não errar. Seus dedos tamborilavam na direção do veículo em claro sinal de nervosismo e ansiedade.

Então sentiu a mão de sua esposa em sua coxa, passando tranquilidade naquele momento – Calma que vai dar tudo certo. – comentou a loira com um sorriso. Ruby olhou brevemente para sua esposa, acabou abrindo um sorriso em retorno e voltou sua atenção para o trânsito a sua frente.

— Espero que Meghan queira conversar conosco. – falou a veterinária assim que estacionou o carro quando chegaram em frente ao prédio. Antes de sair do apartamento Ruby havia mandado uma mensagem para Emma avisando o que elas iram fazer.

Kathryn tirou uma mecha do rosto de sua esposa e a colocou atrás da orelha, fazendo Ruby olhá-la preocupada – Se ela não quiser não tem problema, pois eu sei que você conseguirá fazer com que ela converse com você. – piscou e depositou um beijo na bochecha de sua esposa. A morena apenas fez uma breve de cabeça abrindo um pequeno sorriso.

Respirou fundo – É agora ou nunca. – comentou Ruby olhando para sua esposa.

— Que seja agora e não nunca. – disse saindo do veículo. Ruby soltou mais uma longa respiração e desceu do veículo também.

—SQ-

A frente do tribunal estava cheio de repórteres. Flashes e muitas câmeras de filmagem já postadas esperando para os momentos decisivos.

— Mas que raios está acontecendo aqui? – esbravejou Robin ao descer do seu carro e muitos flashes serem disparados em sua direção.

— Como você espera que sua cliente saia desse julgamento? – veio uma pergunta – A Procuradoria tem fortes chances de vencer esse julgamento? – mais uma pergunta fora disparada – A senhorita Page está mesmo em um hospital para loucos? – outra pergunta – Agora com o pai preso, como sua cliente irá reagir nesse julgamento?

Aquela pergunta em específico chamou a atenção de Robin que se virou para quem havia perguntado – Repete! – pediu bravo. E nesse exato momento Olsen tirou uma foto do rosto desfigurado de Robin.

Sidney sorriu travessamente – Oh o senhor não ficou sabendo? – soltou a pergunta. Robin apenas estreitou os olhos esperando que o jornalista continuasse – Ontem o senhor Page foi preso, como sua cliente irá reagir quando souber que o papaizinho fora preso?

Robin apenas bufou – Nada a declarar. – disse em alto e bom som, entrando finalmente no prédio. Enquanto andava pelos corredores, ele tirou o celular do bolso e começou a procurar alguma coisa sobre Leopold. Repentinamente ele parou ao se deparar com a notícia e vídeo do prefeito sendo prefeito – Droga! – murmurou vendo o vídeo. Ainda com os olhos grudados na tela do aparelho viu mais algumas notícias sobre o prefeito – Calma Robin! Eles não vão te pegar. Você escondeu muito bem suas provas e não tem rastro do que você anda fazendo. – disse para si mesmo. Soltou um longo suspiro – Depois preciso ligar para Barnes e ver como terminou a audiência ontem... – bufou – Provavelmente ele deva ter perdido, só preciso ver qual foi o prejuízo que teve. – guardou o celular novamente no bolso – Bom, o FBI não irá achar nada contra mim, vamos focar no julgamento que será difícil tirar aquela louca dessa enrascada. – disse entre os dentes voltando a caminhar pelos corredores.

—SQ-

— Não... Acho que eles irão gostar também... – disse Emma ao aparecer na cozinha falando ao celular Quem não gostaria? — Tudo bem... Até daqui a pouco então. – se despediu e terminou a ligação. Regina e as crianças estavam olhando atentas para a loira – Bom dia. – cumprimentou dando um beijo em cada criança e por fim um breve selinho em sua morena Acho que nunca vou me cansar de ficar beijando a minha morena!

— Quem era? – perguntou Regina não se aguentando mais em curiosidade Não se preocupe Regina, não é nenhuma traição de sua esposa! Ah disso eu tenho certeza, pois além de confiar na minha loira, ela só tem olhos aqui para essa morena!! Convencida! Faço o que posso!

Emma sorriu – Era Ângela, perguntando se as crianças não querem ir brincar com o TJ. – respondeu colocando café em sua caneca, para tomar um gole logo depois – Nossa, que saudade do café da Bah. – disse ao se sentar – Esse café é gostoso, mas não tem café igual ao dela.

— Eu sei muito bem. – comentou Regina passando manteiga em uma fatia de pão e entregando para Tom Como sei! — Aqui. Eu sei muito bem o que é ficar sem café da Bah. – disse pegando outra fatia e passando geleia e entregou para Henry.

— Mas você está sem café por um bem maior, morena. – disse Emma colocando leite no copo para Júlia que havia pedido enquanto mastigava a mordida em seu pão com geleia também E que bem maior!! Ai não vejo a hora de voltarmos para o próximo ultrassom!

Regina apenas sorriu – Eu sei, mas isso não me impede de querer nem que seja apenas um gole. – piscou e roubou um gole do café de sua esposa Não precisa se descabelar que é apenas um gole! que arregalou os olhos em uma fingida surpresa pelo “roubo” do café, mas depois abriu um sorriso Sei que não deveria nem tomar um gole, mas um gole pequeno não me fará mal, muito pelo contrário, diminuirá a minha vontade de café! — Mas o TJ não está na escola a essa hora? – questionou voltando ao assunto anterior.

— Parece que ele conseguiu convencer a todos a não o levarem hoje com o argumento de que hoje é sexta e um dia não iria fazer falta. – respondeu Emma pegando uma fatia de pão para si e colocando manteiga Conheço argumentos assim! Sim, isso é bem a cara de Tom dizer quando está cansado e não quer ir para a escola! Exato mente!

A advogada riu Acho que meus filhos não tem um dedo e sim as duas mãos inteiras nesse argumento para faltar a escola! — Esse neto da Ângela está passando muito tempo com as nossas crianças. – comentou divertida ao mesmo tempo em que cortava um pedaço de queijo branco para si.

— Você está querendo insinuar que nossas crianças levam as pessoas para o mal caminho? – perguntou fingindo estar indignada Não proposital isso posso garantir!

A advogada soltou uma gargalhada Nossas crianças sabem levar alguém para o mal caminho! Ah Regina isso você pode ter certeza! — Nem um pouco... Apenas estou dizendo que nossas crianças quando querem algo sabem muito bem como argumentar para isso.

— Como sabem. – concordou Emma – E se não conseguem com palavras, usam o quase infalível olhar pidão.

— Essa artimanha é muito golpe baixo. – riu a morena mais uma vez, pegando outra fatia de queijo para si e uma para Júlia que havia pedido Mas conosco funciona raramente!

— Vocês querem ir ao restaurante da Ângela para brincar com o TJ? – Emma perguntou para os filhos.

— Sim! – veio a resposta em coro Claro que eu não tinha dúvidas de que eles não iriam negar!

— Vamos terminar o café e depois se trocar para então irmos. – informou Regina tomando seu último gole de suco de maçã, encerrando seu café Chega! Pois se continuar assim ganharei muitos quilos até o fim da gestação! Emma não iria reclamar disso! Eu sei, mas eu não me sentiria bem com tantos quilos a mais sem necessidade!

— Cadê tia Ruby e tia Katy? Elas sempre tomam café com a gente. – disse Júlia estranhando o fato das duas mulheres não estarem ali juntas Verdade! Ah Aquela minha irmã deve estar aproveitando os momentos sozinha com sua esposa! Talvez sim Regina, mas algo me diz que não!

Os olhos de Emma se arregalaram novamente em verdadeira surpresa agora – Verdade! Vou mandar uma mensagem para ela... – Provavelmente deva estar aproveitando a manhã com sua esposa! Ai Emma como você é pervertida! Só um pouco mente, mas eu não faria diferente no lugar delas! assim que tirou o aparelho do bolso viu que tinha uma mensagem de sua amiga de infância – Por falar nela, mandou mensagem. – abriu e leu o conteúdo: Loirão! Fomos visitar o orfanato e tentar falar com a Meghan! Nos encontramos na hora do almoço! Rubs! PS: Nos desejem sorte! — Ruby disse que ela e Katy foram visitar uma amiga de Katy agora de manhã e nos encontram para o almoço. – Emma informou ao mandar uma resposta – Desejo toda sorte para vocês. Torcendo para que tudo dê certo e que vocês consigam conversar com a pequena! Até a hora do almoço!— guardou o aparelho no bolso novamente Viu como você estava enganada! Tudo bem, confesso que julguei antecipadamente, mas elas poderiam estar aproveitando!

— Terminei. – informou Júlia – Posso ir me trocar? – quis saber com a ansiedade começando a ficar alta.

Regina sorriu e viu seus dois meninos também terminando – Pronto! – eles disseram ao mesmo tempo O que brincar com o amigo não faz? Aposto que se deixar os dois meninos se trocam sozinhos! E ainda do jeito certo!

— Pode deixar que eu cuido da louça. – disse Emma juntando tudo e colocando dentro da pia.

— Tudo bem. – concordou Regina – Vamos nos trocar. – falou ao se levantar e as crianças feito tiro saíram em disparada na direção do quarto. Aquilo fez com que as duas mulheres sorrissem Nossas crianças e logo teremos mais uma para trocar! Sim Regina, logo a família aumentará! ~ Ai mente logo teremos mais crianças! Crianças? Sim, estou na torcida para que sejam gêmeos!

Uma hora depois eles estavam dentro do restaurante. As crianças já haviam ido brincar no espaço de costume, deixando as três mulheres ali conversando – Tem certeza de que elas não irão lhe atrapalhar? – perguntou Emma Afinal conhecemos nossos filhos, e por mais educados e comportados que sejam, as vezes podem atrapalhar!

Ângela apenas sorriu – Claro que não, pelo contrário faço muito gosto delas brincarem aqui. – disse – Inclusive se vocês quiserem fazer alguma coisa agora cedo eu tomo conta delas. Pois sei que a tarde, vocês irão para a audiência da filha do ex-prefeito. E já adianto que ficarei muito feliz em cuidar das crianças agora a tarde também.

— Ai Ângela, não sei nem como lhe agradecer. – comentou Regina olhando para as crianças que brincavam como se não existisse mundo do lado de fora da bolha de brincadeiras delas Não sei mesmo! Mas as vezes parece que sou uma mãe desleixada por ficar tanto tempo longe deles! Não comece com suas paranoias Regina! As vezes é bom ter um tempinho para você e sua loira apenas! Nisso você tem razão! Então aproveite mulher!

— Ângela, você não se importa se sairmos uns minutos, não? – perguntou Emma ao arregalar os olhos tendo uma ideia Preciso aproveitar a oportunidade!

— Claro que não. – disse a mulher juntamente com um aceno de mão – Inclusive John e Glinda estarão aqui daqui a pouco. – informou assim que viu uma mensagem de John em seu celular – Eles falaram que Katy e Ruby saíram e então resolveram dar uma passada aqui.

— Sim. Elas foram ao orfanato. – comentou Emma baixo, para ter certeza de que Júlia não escutasse Jú não pode ficar sabendo da amiga, não por enquanto! — Mas é meio que surpresa ainda.

Ângela abriu um sorriso – Ah entendi. – piscou em concordância.

— Chegamos! – anunciou John abrindo a porta para Glinda entrar e depois ele.

— Ótimo! – disse Emma ao se levantar Momento perfeito impossível! — Morena, essa é a nossa deixa. – brincou depois de cumprimentar os dois recém-chegados.

— Katy sumiu junto a Ruby agora de manhã e nem sei para onde foram, e agora nós chegamos e vocês já estão de saída? Eu não estou cheirando mal, eu tomei banho e inclusive cantei a musiquinha para mim. – brincou John ao se sentar ao lado de Ângela e com Glinda ao seu lado também.

Aquele comentário fez todos rirem – Você está cheiroso até demais tio, mas pelo visto a minha esposa tem algo muito importante a fazer agora cedo.

— Isso vão e façam muito sexo. – ele brincou novamente Olha que eu até queria, mas realmente preciso aproveitar a oportunidade!

— John! – repreendeu Glinda e Ângela ao mesmo tempo.

Emma gargalhou mais uma vez – Olha que não é uma má ideia, mas não é isso. Vou aproveitar que estamos somente minha morena e eu para comprar algumas coisas. – piscou e John sorriu travessamente Pegou a deixa?

— Então juízo vocês duas. – disse mandando beijos para as duas mulheres que foram avisar os filhos que iriam sair, mas que logo estaria de volta.

— E Zelena? – quis saber Ângela sentindo falta da ruiva mais nova.

— Está lá na calçada conversando com Elsa no celular. – respondeu Glinda depois de depositar um beijo na bochecha do John.

— Alguma coisa errada? – se preocupou.

A ruiva mais velha apenas negou com a cabeça – Apenas saudades e combinando que horas eles chegam hoje aqui. – respondeu – Sinceramente, eu estou morrendo de saudades da minha neta. – sorriu.

Ângela abriu um sorriso – E se tudo der certo logo terão mais netos. – soltou.

— Ah sim, minha nora e minha outra filha estão grávidas, com certeza teremos mais netos. – comentou John feliz.

— Não era somente desses a que eu me referia. – comentou Ângela – Mas não cabe a mim dizer. – riu.

Os olhos de John se arregalaram – O que você quer dizer com isso? – Ângela negou com a cabeça – Ah não, você começou e agora pode terminar. – pediu.

— Ai está bem, mas não é para comentar que fui eu quem disse. – pediu. John assentiu com a cabeça juntamente com Glinda – Emma me disse que Katy e Ruby foram ao orfanato que Emma morou quando criança. – confidenciou baixo o segredo.

Os olhos de John se encheram de lágrimas pela felicidade – Ah que coisa boa. – comemorou – Então logo eu terei mais um neto ou neta. Ou quem sabe os dois. – estava feliz.

— Cheguei! O que eu perdi? – perguntou Zelena com sorriso no rosto.

— Estávamos apenas jogando conversa fora. – comentou Glinda – Então tudo certo para mais tarde?

— Sim, tudo! – respondeu a ruiva mais nova toda empolgada ao se sentar ao lado de Ângela na mesa de costume.

Ângela se levantou – Vou buscar um café para nós. – sumiu depois da porta da cozinha.

—SQ-

— Robin! – exclamou Lilith ao ver o homem a sua frente – Você veio me tirar daqui? Estou com saudades de meu pai. Por onde ele anda? – quis saber. A mulher vestia aquelas roupas laranja, mas tinha uma faixa azul na horizontal na altura do abdômen indicando que ela fazia parte da ala psiquiátrica, suas mãos algemadas a frente.

— Ele acabou precisando viajar de última hora devido a um inesperado compromisso o qual não poderia se ausentar. – respondeu ele inventando qualquer desculpa – Mas assim que puder ele vem.

Lilith demorou alguns segundos então assentiu com a cabeça – O que houve com o seu nariz?

— Eu bati na porta. – deu mais uma desculpa, uma mais fácil que se lembrou.

Ela começou a gargalhar – Isso não parece que tenha batido na porta e sim que tenha levado um murro. – comentou assim que se recuperou da risada.

Robin apenas bufou – Eu bati na porta. – voltou a repetir.

A filha do prefeito deu de ombro – Como você quiser. – olhou ao redor, então se encolheu em sua cadeira ao perceber o que estava acontecendo.

— Todos de pé. – pediu o guarda – O juiz Joseph Banks. – imediatamente todos do tribunal se levantaram.

Diferente das audiências anteriores, o tribunal era amplo e todo em madeira. A bancada para o juiz bem o centro perto da parede junto a porta a qual dava para a sala do magistrado. Ao lado esquerdo do juiz e em frente a essa porta, havia o lugar para o júri, composto por vinte e três pessoas. Elas estavam sentadas em três fileiras, a qual a fileira de trás sempre um pouco mais elevada que a da frente. Junto a bancada do juiz ao seu lado esquerdo ainda, o lugar para escutar as testemunhas que serão apresentadas. Ao lado direito do juiz, seu assessor e em uma mesa mais ao canto da sala o escrivão pronto para digitar tudo que seria dito no julgamento. A frente do juiz estavam as duas mesas. A da direita do juiz estavam Robin, Lilith, e mais um assessor do advogado para auxiliá-lo. Já a outra mesa a esquerda do juiz era ocupada pela promotora Tamara e mais dois assessores. Atrás deles tinha alguns jornalistas e fotógrafos, Sidney e Olsen estavam ali para não perderem nada, além de várias pessoas incluindo estudantes e professores de direito. Parados a porta principal havia dois guardas, tanto do lado de dentro como do lado de fora. Assim que o juiz se sentou, todos se sentaram.

Sidney estava muito ansioso para o desenrolar de todo aquele circo. Sorriu ao se lembrar das notícias que recebeu ontem a noite.

­— Senhor Glass, você fez boa viagem? – perguntou Olsen pegando a mala do chefe assim que o cumprimentou com um aperto de mão.

— Não tenho do que reclamar, apenas que poderia ser um pouco mais perto. – brincou enquanto entravam no hotel – Mas quero saber as notícias que eu iria gostar. – disse ansioso.

Olsen sorriu ao abrir a porta – Eu escrevi tudo o que aconteceu e claro tirei muitas fotos. – respondeu colocando a mala do chefe no chão e indo para a mesa que havia ali – Aqui está, tudo que aconteceu e nos mínimos detalhes. – entregou algumas folhas – E depois é só ver as fotos.

Sidney pegou as folhas e começou a ler, e então seus olhos se arregalaram surpresos – Meu caro Jimmy Olsen, isso é fabuloso! – exclamou ao voltar a ler o que estava escrito – Espero que as fotos também correspondam com as notícias.

— Eu sou suspeito para falar, mas acho que as fotos não ficam nada a dever com o que foi escrito aí nesses papéis. – respondeu Jimmy sorrindo e abrindo seu notebook para mostrar as fotos. Minutos depois Sidney sorria feliz.

— Meu caro rapaz, o jornal irá vender como água no deserto mais uma vez! – comentou Sidney satisfeito – Mas acho melhor comermos alguma coisa e depois dormir que amanhã o dia promete ser maravilhoso também. – disse e Jimmy apenas assentiu em um aceno de cabeça já pegando o cardápio do hotel.

— Caso número setecentos e vinte traço zero nove. – começou o assessor assim que recebeu um sinal para iniciar a sessão – Estado versus Lilith Page. A ré é acusada de assassinato qualificado, além de três tentativas de assassinato, assim como suborno e ameaças de morte. – terminou entregando a pasta para o juiz.

— Acusação, por favor, se apresente. – pediu o juiz olhando para a advogada.

A mulher se levantou e abotoou seu blazer preto, que fazia conjunto com uma saia social até a altura dos joelhos. Por baixo uma camisa branca, e nos pés scarpin pretos – Promotora Tamara Martin-Green e meus assessores Mack Jordan e Linda Silver. – se sentou.

— A defesa se apresente, por favor. – pediu mais uma vez o juiz agora olhando para Robin.

— Robin Hood Gold, advogado de defesa. – começou ao se levantar e deixar seu blazer cinza chumbo aberto – Minha cliente Lilith Page, e meu assessor Gideon Matthey. – terminou e se sentou.

O juiz assentiu com a cabeça então olhou para a pasta aberta a sua frente – Muito bem. Com a palavra a acusação. – anunciou. Tamara assentiu e se levantou, dando dois passos para o lado e alguns a frente.

— Caros colegas do júri. – começou ao olhar para o lado do júri composto por diferentes pessoas, doze mulheres e onze homens – Lilith Page é culpada de crimes graves. Os quais cometeu sem nenhuma culpa ou remorso. Além de matar uma ex-namorada, ela atentou contra a vida de outra ex-namorada pelo menos três vezes.

— Protesto! – disse Robin ao se levantar – Ela está tentando ludibriar o júri. – continuou assim que o juiz olhou para ele.

— Eu estou apenas expondo os fatos, meritíssimo. – respondeu Tamara em sua defesa.

— Acusação está certa. Protesto negado. – disse Joseph – Continue.

— Então além de fazê-la pagá-la pelos crimes cometidos, irei provar a vocês que ela além de inconstante mentalmente também é um perigo para a sociedade, e claro, um perigo para a pessoa a qual ela atentou três vezes contra e consequentemente contra a família da vítima. – olhou para o júri novamente – Vamos começar provando que ela matou sua ex-namorada, Fiona Murray. – andou de um lado a outro sempre de frente para o público e o juiz – Em um crime premeditado Lilith Page encerrou a vida de uma pessoa apenas por satisfação pessoal, uma vez que a vítima não queria mais um relacionamento com a ré.

— Protesto meritíssimo! – exclamou Robin ao se levantar novamente – A promotora não pode banalizar os sentimentos da minha cliente.

— Tudo bem, eu mudo a minha fala, meritíssimo. – comunicou e o juiz assentiu – Lilith Page matou Fiona Murray apenas porque a vítima não quis mais reatar um relacionamento desgastado que tinha com a ré.

— Protesto! A promotora não pode afirmar que o relacionamento era desgastado. – Robin falou.

— Fiona Murray estava em um novo relacionamento, o qual não era com a ré... – comentou Tamara – E não quis voltar a se relacionar com a mesma, para mim, isso é a concepção de relacionamento desgastado.

— Protesto aceito. – comentou o juiz – Opiniões pessoais não servem para embasamento. O júri pode desconsiderar a última parte.

Tarama suspirou, enquanto Robin sorriu vitorioso – Bom, como dizia... O crime foi motivo pelo fato da vítima não querer mais um relacionamento amoroso com a ré. – fez uma pequena pausa – E para provar isso, meritíssimo, tenho aqui em minhas mãos... – caminhou até a sua mesa para pegar alguns papéis – O relato de uma testemunha. – caminhou até o juiz e entregou os papéis – Além de que gostaria de chamar para prestar depoimento a senhora Dolores Castillo. – pediu a promotora, então a porta ao lado da bancada do júri se abriu e uma senhora de seus sessenta anos surgiu. Ela tinha traços latinos bem acentuados, apesar de ter nascido em solo americano.

O guarda que estava ali nas portas se aproximou – Coloque sua mão esquerda aqui. – indicou o livro que segurava – E sua mão direita para cima e repita comigo. – a senhora fez o que fora dito – Eu, Dolores Castillo, prometo neste tribunal dizer nada mais que a verdade.

— Eu, Dolores Castillo, prometo neste tribunal dizer nada mais que a verdade. – repetiu. O guarda voltou para seu lugar perto das portas. A senhora soltou um suspiro e se sentou.

— Senhora Castillo, gostaria de nos dizer qual era a sua relação com a senhorita Fiona Murray. – pediu Tamara olhando para a senhora ao se aproximar.

Dolores soltou outro suspiro – Eu fui sua empregada por mais de dez anos. – respondeu com um forte sotaque.

Tamara assentiu com a cabeça – Posso concluir que nesses mais de dez anos, você conhecia muito bem a senhorita Murray, não?

— Sim. – respondeu Dolores com um aceno de cabeça.

— A senhora também chegou a conhecer algumas namoradas de sua patroa nesse tempo? – perguntou Tamara.

— Sim, conheci algumas. – respondeu a senhora.

Tamara olhou para Lilith depois virou o rosto para a senhora novamente – Você chegou a conhecer Lilith Page? – apontou para a cliente de Robin.

— Protesto! A promotora está tentando induzir a testemunha a responder o que lhe for favorável. – disse Robin ao se levantar mais uma vez.

— Muito pelo contrário meritíssimo, eu quero saber se a senhora Castillo conheceu a ré. – argumentou a promotora.

— Protesto negado, pois a pergunta não está induzindo a respostas favoráveis da testemunha, apenas para conhecimento geral. – informou o juiz – Pode responder a pergunta senhora Castillo.

A senhora olhou para Lilith então assentiu com a cabeça – Sim, eu conheci a senhorita Lilith. – fez uma pequena pausa – Quando ela frequentava a casa da senhorita Murray ainda como amiga e depois como namorada.

— Como era o comportamento da senhorita Page? – perguntou a promotora.

— Protesto meritíssimo! – disse Robin – O que o comportamento da minha cliente tem a ver com o caso?

— Tudo, meritíssimo. – respondeu Tamara exasperada – Sabendo o comportamento da ré podemos entender melhor o que a motivou ao assassinato de Fiona Murray.

— Protesto! Como pode ter certeza de que foi a minha cliente que matou a senhorita Murray? Afinal, os laudos da perícia indicam que fora falha mecânica nos freios. – argumentou Robin mais uma vez.

— Os quais foram provados posteriormente que foram cortados manualmente... – disse Tamara pegando uma pasta com alguns papéis e entregando para o juiz. Robin bufou raivosamente.

— Protestos negados. – falou Joseph depois de dar uma rápida olhada nos papéis – A testemunha pode responder a pergunta. O rosto de Robin avermelhou de raiva.

Dolores assentiu – No começo a senhorita Lilith era uma pessoa tranquila, sempre sorridente...

— Isso quando elas eram amigas? – perguntou Tamara.

— Sim. – respondeu a mulher – Mas depois fui percebendo mudanças...

— Que tipo de mudanças? – questionou a promotora mais uma vez.

Dolores olhou para a Lilith que a fuzilava com o olhar – Primeiro percebi que ela parou de ser tranquila, quase não sorria mais, e sempre era muito ciumenta com relação a dona Fiona.

— Quando esses comportamentos surgiram? – questionou mais uma vez Tamara.

— Protesto meritíssimo! Isso é irrelevante para o caso. – Robin tentou argumentar mais uma vez.

— Muito pelo contrário meritíssimo, isso nos ajudará a esclarecer o comportamento da senhorita Page, como fora dito algumas perguntas atrás. – respondeu a promotora.

— Protesto negado, pois as perguntas são pertinentes ao caso. – respondeu o juiz – A testemunha pode responder.

— Eu percebi que o seu comportamento foi mudando quando elas começaram a namorar. – respondeu Dolores – Mas a dona Fiona no começo fui muito relutante quanto ao namoro.

A promotora a olhou surpresa – Gostaria de explicar, senhora Castillo?

A senhora soltou uma longa respiração – A dona Fiona no começo não queria namorar a senhorita Lilith, pois gostava dela como amiga apenas. – fez uma pausa – Muitas vezes a dona Fiona negou o pedido de namoro, até que um dia cansada de tanta insistência acabou cedendo ao pedido e começaram a namorar.

— Quanto tempo durou o namoro? – quis saber Tamara.

— Sinceramente eu não sei quanto tempo durou. – respondeu a mulher mais velha.

— Como a senhorita Murray era no começo desse namoro? – quis saber Tamara – E a senhorita Page?

— A percebi feliz, apesar de ter começado um namoro de tanto a senhorita Lilith ter insistido. – respondeu, soltou outro suspiro – A senhorita Lilith estava radiante de tão feliz por finalmente começarem a namorar.

Tamara andou de um lado a outro – Quando o comportamento da senhorita Page começou a mudar? Ou mesmo da senhorita Murray?

A senhora franziu o cenho – Não sei, talvez depois de alguns meses...

— Gostaria de esclarecer melhor? – sugeriu a promotora.

— Protesto! A testemunha não tem noção do tempo como pode afirmar qualquer coisa? – Robin se levantou de sua cadeira e argumentou.

— Ter a exatidão do tempo ninguém tem, mas o objetivo aqui é saber as mudanças de comportamento e não a exatidão do tempo em que aconteceu. – argumentou Tamara.

— A promotora tem razão. Protesto negado. – decidiu o juiz – A testemunha pode continuar respondendo.

Dolores assentiu com a cabeça – Alguns meses depois do início do namoro, a dona Fiona começou a apresentar sinais de infelicidade, e a senhorita Lilith ciúmes, possessividade.

— Você presenciou muitas brigas entre elas? – quis saber a mulher representante do governo.

A mulher mais velha assentiu com a cabeça – Sim. Foram tantas que eu até perdi a conta.

— Qual o motivo das brigas? Você pode nos detalhar como eram essas brigas? – pediu Tamara.

Robin ia protestar, mas acabou recebendo um olhar severo do juiz que o fez ficar quieto. A senhora assentiu antes de responder – Geralmente era o motivo era o ciúme que a senhorita Lilith apresentava da dona Fiona. – fez uma pausa – As brigas no começo eram normais, coisas de casal alguns desentendimentos bobos, mas que logo estavam bem novamente. Com o andar do relacionamento as brigas começaram a ficarem mais intensas, físicas também.

— Como assim físicas? – quis saber Tamara mais uma vez.

Dolores soltou um suspiro – A senhorita Lilith começou a agredir fisicamente a dona Fiona... Não eram frequentes no começo, mas pouco antes de terminarem o namoro as agressões ficaram perigosas.

Lilith fuzilava a Dolores com o olhar. O assessor de Robin fazia de tudo para manter a Lilith em seu lugar e que não abrisse a boca, para não prejudicar mais ainda o que já estava ruim – Senhorita Page não faça nada para piorar a sua situação que não está muito boa no momento. – murmurou o homem segurando fortemente a mulher pelo braço, a mantendo sentada no lugar.

— Você se lembra de alguma agressão ou que tenha presenciado alguma agressão? – perguntou Tamara e olhou para o júri, percebeu que todos escutavam com atenção a tudo que era dito.

— Eu nunca presenciei, mas eu lembro da primeira vez que dona Fiona apareceu em casa com a bochecha vermelha e o lábio levemente inchado. – respondeu Dolores – Eu me assustei ao ver aquilo, eu estava na casa dela, pois meu horário de serviço ainda não havia terminado. – fez uma pausa – Eu perguntei o que havia acontecido e a dona Fiona apenas disse que a senhorita Lilith se excedeu na briga e acabou acertando um golpe com as costas da mão no rosto dela. Eu achei estranho, mas decidi não perguntar mais nada. – outra pausa – E daquele dia em diante, pelo menos uma vez na semana eu via a dona Fiona com alguma marca da pele.

— Como você sabia disso? – questionou Tamara.

Dolores soltou outro suspiro longo – Porque a dona Fiona vinha me pedir para ajudá-la a cuidar dos ferimentos.

— A senhorita Murray nunca pensou em procurar a polícia por causa das agressões? – questionou Tamara.

A senhora negou com a cabeça – Eu até a incentivei a procurar a polícia, mas a dona Fiona sempre dizia que não queria envolver a polícia porque tudo aquilo iria acabar em um grande escândalo desnecessário.

— Entendi. – comentou Tamara – E a senhorita Page, como agia depois das agressões.

— Ela sempre vinha no dia seguinte ou com flores, ou com chocolate ou qualquer outra coisa que a dona Fiona gostasse e pedia desculpas, prometendo que nunca mais faria aquilo novamente. – respondeu Dolores – Mas não era o que acontecia.

— O que causava o ciúme na senhorita Page? – perguntou Tamara.

— Acho que pelas amizades que a dona Fiona tinha com alguns clientes. – respondeu Dolores – Alguns clientes eram amigos mais próximos da dona Fiona, isso sempre deixou a senhorita Lilith enciumada, mesmo que a dona Fiona vivia dizendo que eles eram apenas amigos e que ela não precisava ficar com ciúme daquele jeito.

— E o resultado disso?

— Protesto! – Robin disse se levantando – Está muita história para o caso e nenhuma resposta concreta.

— Protesto negado. – o juiz disse sem esperar Tamara argumentar contra – As respostas da testemunha não estão nenhuma história, pelo contrário estão bem pertinentes ao caso, por favor, prossiga senhora Castillo.

A senhora assentiu com a cabeça – O resultado desse ciúme era sempre brigas que foram ficando mais frequentes, já que a dona Fiona estava com o pensamento em terminar o namoro.

— Como foi isso? – perguntou a promotora.

Dolores olhou para Lilith e depois para o júri – A dona Fiona conversou com a senhorita Lilith para terminarem o namoro... Mas a senhorita Lilith não aceitou muito bem o término e brigou mais uma vez. – fez uma pausa e começou a contar do que se lembrava da conversa.

Dolores estava começando a preparar o jantar quando escutou a campainha – Pode deixar que eu atendo. – disse Fiona, ela estava na cozinha tomando um copo de água – Deve ser a Lily. – explicou – Eu vou terminar o namoro, não aguento mais toda essa confusão na minha vida. – soltou um longo suspiro.

— Ai dona Fiona, que coisa boa. – comentou Dolores enxugando as mãos no pano de prato – A senhora nem devia ter começado esse namoro se não gostava da senhorita Lilith a esse ponto.

— Eu sei, mas não aguentava mais a pressão dela para que namorássemos, então resolvi dar uma chance. – comentou – No começou até que foi divertido, mas depois começou a turbulência e o terrorismo. – brincou sem graça no final. Mais uma vez a campainha soou no ambiente – Melhor ir atender antes que ela resolva arrombar a porta e entrar. – falou quase saindo da cozinha.

— E o que mais você se lembra desse dia? – questionou Tamara.

— Protesto meritíssimo, relacionamentos terminam o tempo todo. – argumentou Robin – O meu mesmo acabou.

— Sim, relacionamentos acabam, mas o relacionamento da ré e da vítima tem importância para o caso, diferente do seu relacionamento, o qual não é a pauta do assunto. – argumentou Tamara.

— Protesto negado. – disse o juiz – E senhor Hood Gold, se limite a apenas usar argumentos impessoais, afinal sua vida pessoal não interessa para esse tribunal. – Joseph deu a patada deixando Robin vermelho de raiva e vergonha ao mesmo tempo – A testemunha pode continuar.

— Sente-se Lily, precisamos conversar. – pediu Fiona quando estavam na sala.

— Olhe Fi, eu sei que errei ontem ao explodir por causa do meu ciúme, mas eu prometo que vou me controlar mais. – já foi tentando argumentar.

Fiona soltou uma grande respiração – Esse é o problema Lily, você sempre explode, depois vem com desculpa esfarrapada no dia seguinte. – fez uma pausa – Eu não aguento mais. Eu não estou feliz nesse namoro. Eu não aguento mais sofrer fisicamente com as suas explosões de ciúme sem sentido. E não adianta você falar que vai se controlar porque não é o que acontece.

— Mas você me dá motivos para ficar com ciúme. – respondeu Lilith começando a ficar brava.

— Está vendo? Mal começamos a conversar e você já está brava a ponto de explodir. – argumentou Fiona – E eu já falei muitas e muitas vezes que eu tenho amizade com alguns clientes, mas não passa disso, amizade. Eu não sou mulher ter ficar tendo casos, pois se eu for ficar com outra pessoa, seria mulher o suficiente para terminar a minha relação com quem quer que seja para poder ficar com essa outra pessoa.

— Então é por isso que você quer terminar comigo? – explodiu Lilith – Você quer ficar com outra pessoa que não seja eu?

Fiona soltou um longo suspiro desanimado – Não tenho ninguém em vista que eu queira ficar... Quero terminar esse namoro porque não está me fazendo bem, eu estou infeliz. Quero ter paz na minha vida para poder voltar a ter criatividade para as minhas peças. Esse namoro está afetando negativamente todos os aspectos da minha vida.

— Agora a culpa por você não estar criando suas peças é minha? É isso? – questionou Lilith ao se levantar e andar de um lado a outro, parecendo um leão enjaulado – Mas eu não quero terminar o nosso namoro, eu te amo Fiona. – olhou para a mulher sentada no sofá.

Fiona se levantou e encarou Lilith seriamente – Mas eu quero terminar. – falou firmemente – Eu gosto de você, mas não te amo para ter um relacionamento a mais do que amizade Lily.

— Eu não quero sua amizade! – explodiu Lilith mais uma vez – Eu quero o seu amor.

— Então eu sinto muito, eu não posso lhe dar o que você quer. – respondeu a mulher dona da casa – Aqui eu ponho um ponto final em nosso namoro. Se você quiser podemos continuar sendo amigas, mais que isso eu não posso lhe oferecer.

— É assim? Acabou? – perguntou Lilith incrédula. Fiona apenas assentiu com a cabeça – Mas não acabou mesmo! – disse entre os dentes – Só acaba quando eu disser que acabou, escutou? E por enquanto nosso namoro continua de pé.

— Não para mim! – respondeu Fiona firma outra vez – Aceite Lilith, não estamos mais namorando.

Lilith soltou um suspiro exasperado – Já sei, é o momento. – mudou completamente sua postura, tentando ficar calma – Eu vou dar um tempo para você esfriar a cabeça e depois conversamos melhor sobre isso.

— Não estou de cabeça quente e muito menos quero dar um tempo, Lilith. – disse Fiona olhando para a mulher a sua frente – E não vamos conversar mais sobre isso, porque não terá mais o que conversar, pois estamos falando tudo agora.

— Não! É isso! Eu vou embora, vou deixar você pensar. – comentou Lilith já perto da porta – Outra hora conversamos. – abriu a porta.

— Vou repetir, não haverá outra hora para conversarmos, pois estou acabando o nosso namora agora. Está decidido. – disse Fiona. Lilith apenas a olhou e fechou a porta atrás de si assim que saiu da casa.

— Foi isso. – terminou Dolores.

— Depois disso como foi a relação delas? – perguntou Tamara.

Dolores soltou mais um suspiro – A senhorita Lilith ia todo dia na casa da dona Fiona tentar reatar o namoro, mas elas sempre acabavam brigando. Isso durou algum tempo, até quando a dona Fiona me disse que havia conhecido uma mulher e que estava apaixonada.

— Senhorita Page nessa história? – questionou dando brecha para Dolores continuar.

— Protesto meritíssimo! O que outro relacionamento tem haver com o caso? – argumentou Robin.

Tamara se irritou – De acordo com o relatório do caso, senhor Hood Gold, o qual acho que não leu... – olhou para o homem – Ali está citado que a senhorita Murray estava começando outro namoro antes de sofre o acidente que lhe tirou a vida.

— Protesto negado senhor Hood Gold. – falou o juiz – E aconselho a pensar muito bem antes de gritar protesto, porque, praticamente, todos os seus protestos foram negados. – Joseph alfinetou novamente olhando severamente para Robin, que se sentou pesadamente na cadeira – A testemunha pode continuar, por favor.

— Quando a senhorita Lilith ficou sabendo desse namoro, ficou enlouquecida. – respondeu Dolores – Passou a ir na casa da dona Fiona de manhã, a tarde e a noite. Começou a perseguir a dona Fiona. Onde a dona Fiona ia, senhorita Lilith estava atrás. Até causou certas cenas quando a dona Fiona estava junto a nova namorada.

— A senhorita Page além de perseguir e ir a casa da senhorita Murray frequentemente, dizia alguma coisa? – perguntou Tamara.

Dolores assentiu com a cabeça – Ela sempre dizia que amava a dona Fiona. Pedia para voltar. E quando a dona Fiona falava que não tinha mais volta a senhorita Lilith ficava brava, praguejava e fazia ameaças.

— Que tipos de ameaças? – Tamara tornou a perguntar.

— Falava que a dona Fiona havia acabado com a vida dela. – respondeu – Que aquilo não ficaria assim. Que a dona Fiona iria se arrepender de humilhá-la. Que ela iria acabar com a vida da dona Fiona também.

— A senhorita Murray tomou alguma atitude com relação a isso? – mais uma vez Tamara perguntou.

Dolores assentiu com a cabeça – Sim. A dona Fiona acabou entrando com um... – franziu o cenho tentando lembrar-se da palavra – Com um papel para que a senhorita Lilith não chegasse perto da dona Fiona.

— Você quer dizer Ordem de Restrição? – sugeriu Tamara. Dolores assentiu com a cabeça em afirmação.

— Protesto! A promotora está induzindo a testemunha a concordar com ela na resposta. – argumentou Robin.

— Não meritíssimo. Eu estou apenas dando o nome ao papel que a senhora Castillo uso em sua resposta, simplesmente por ela não lembrar qual o termo correto. – argumentou Tamara de volta. 

O juiz olhou para Robin – Protesto negado. – se virou para a promotora – Continue.

— Então a senhorita Murray tinha uma Ordem de Restrição contra a senhorita Page? – perguntou Tamara.

— Sim. – Dolores respondeu junto com um aceno de cabeça.

— A senhorita Page obedecia a essa ordem? – questionou mais uma vez.

Dolores negou com a cabeça – Tinha dias que sim, mas a maioria dos dias não.

Tamara analisou por alguns segundos – Você viu a senhorita Fiona no dia de sua morte?

Dolores soltou um suspiro triste – Não. – os olhos umedecidos de lágrimas.

— Sem mais perguntas, meritíssimo. – disse Tamara indo se sentar em sua cadeira.

O juiz assentiu com a cabeça olhando para seu assessor e dizendo algumas palavras – Com a palavra o advogado de defesa.

—SQ-

— Para onde vamos, minha loira? – quis saber Regina vendo a paisagem da cidade passando através do vidro da janela da porta.

— Surpresa. – respondeu Emma com um sorriso de lado fazendo a última curva e avistando o shopping Promessa é promessa! Nem que eu vá a falência hoje, mas sei que valeu a pena! Principalmente se futuramente pudermos rasgar mais peças! Exato mente! Entrou e estacionou a pick-up – Vamos? – convidou.

— Você quer ir naquela loja que Ruby e Katy adoram comprar coisas? – perguntou Regina em uma mistura de surpresa e safadeza Então é isso, minha loira safada? Dou total apoio Regina! E quem disse que eu não darei? Adoro tudo isso!

Emma soltou uma gargalhada – Não havia pensado nisso. – respondeu olhando travessamente para sua esposa Uma visita a essa loja que tanto Rubs e Katy adoram não tem problema! — Havia pensado em outra loja, mas... – fez uma mínima pausa – Se você quiser podemos passar nessa também e dar uma olhada.

A morena sorriu de lado Não tenha dúvidas quanto a isso! — Vamos primeiro na loja que você quer ir. – disse entrelaçando seus dedos com os de sua loira – E com certeza daremos uma passada na outra loja antes de irmos embora.

Assim que entraram no shopping lembranças delas com as crianças e os pais invadiram suas mentes e involuntariamente sorrisos surgiram em seus lábios – Precisamos voltar aqui com nossos filhos de novo. – comentou Emma Quero mais passeios familiares com aquele! — Foi muito divertido a última vez que viemos com eles.

— Sim foi. – concordou Regina – Voltaremos, isso pode ter certeza... Principalmente agora que está chegando o frio iremos precisar comprar roupas de frio para os três. – informou ao se lembrar, enquanto iam andando pelos corredores do shopping.

Emma sorriu de lado assim que avistou a loja que procurava Até que enfim achamos! — Aqui morena. – disse parando na porta da loja. Os olhos de Regina se arregalaram surpresos ao ver uma loja apenas de peças íntimas – Promessa é dívida. – brincou a loira.

Regina soltou uma risada gostosa Então era isso? Vou aproveitar o momento! — Pelo que me lembro você me prometeu peças da marca da Victoria Secrets. – brincou.

A loira imediatamente ficou vermelha Droga! Se for da Victoria Secrets com muita certeza irei a falência antes de nosso bebê nascer! — Sabe morena, para que gastar um dinheiro desnecessário com peças exorbitantemente caras... – sorriu maliciosamente – Se eu vou rasgar as peças novamente em um futuro próximo. – piscou. Aquilo fez a sua esposa a olhar surpresa, mas depois caiu em uma sonora gargalhada Sabia que as segundas intenções da minha loira era rasgar as peças novamente! E você nem reclama depois, apenas ali na hora! Não posso dizer que quando ela rasga a calcinha me deixa louca de tesão! — Vamos que eu deixo você escolher a maioria, enquanto eu escolhos alguns modelos. – piscou para sua morena, que mais uma vez não se aguentou e deu outra risada.

— Quero só ver o que você irá escolher para mim. – disse assim que entraram na loja Ah Regina, com certeza ela irá escolher certo! Não duvido mente!

O sorriso de lado nos lábios de Emma ainda estava ali desde que estacionou Perfeito! — Eu tenho certeza de que você irá gostar morena. – mais uma piscada E irá me agradecer depois! Pouco convencida você, Emma! Apenas conheço a minha linda, maravilhosa, gostosa, deliciosa... Tudo bem Emma, já entendi que ela é um espetáculo de mulher!

— Bom dia. – disse a atendente ao se aproximar – Em que posso ajudá-las?

— Bom dia. – as duas mulheres responderam ao mesmo tempo – Eu gostaria de ver seus conjuntos de calcinha e sutiã, por favor. – pediu Regina Já que vou escolher, não me farei de rogada!

Emma sorriu arteiramente Maravilhoso! — Só não me leve a falência morena, pois temos três filhos para criar ainda, e o quarto e quinto estão a caminho. – piscou e caminhou na direção de algumas peças que lhe chamou a atenção Porque sim, eu gostaria muito que fossem gêmeos!

Um divertido sorriso surgiu nos lábios de Regina Mas que loira mais abusada essa minha esposa! — Não me culpe depois. – respondeu brincalhona. A atendente apenas sorriu e encaminhou Regina para a parte da loja a qual havia solicitado.

Emma ia andando entre as pilhas e araras de peças, olhando modelo e tamanho Vamos ver o que temos aqui! — Essas... – pegou duas peças de cores diferentes – Essa também. – pegou outro tipo de peça – Minha morena ficará linda nesse aqui. – pegou duas peças de cores diferentes e continuou andando e olhando para a variedade Minha morena ficará um arraso nessas peças!

— Aqui. – disse outra atendente entregando uma cesta para Emma.

— Ah! – se surpreendeu a loira inicialmente – Obrigada. – agradeceu assim que segurou a cesta e colocou as peças dentro da mesma. Continuou andando e acabou pegando mais duas peças e caminhou na direção de sua esposa Acho que sou mesma que me levarei a falência!

— Vou levar essas duas... – disse Regina separando dois conjuntos de calcinha e sutiã que gostou em cores diferentes – Esse aqui também. – apontou o que queria – Essa também. – continuou olhando as opções que tinha a sua frente – Essa e essa também. – mais dois conjuntos distintos. Ergueu os olhos para procurar mais coisas quando sua atenção se prendeu nas peças de calcinha box feminina Interessante! — Posso dar uma olhada naqueles modelos? – pediu apontando as peças que lhe chamou a atenção. A atendente assentiu com a cabeça e expôs os modelos para Regina escolher Minha loira ficará uma delícia nesses modelos! — Vou levar essas três. – escolheu três do mesmo modelo, mas de cores diferentes Minha vez de rasgar algo! Ou pelo menos tentar, não Regina? O que vale é a intenção mente! E o que acontecer na cama, não? Isso não precisa nem falar!

— Já escolheu? – perguntou Emma ao parar ao seu lado Porque eu já!

— Sim e você? – perguntou Regina sorrindo abertamente. Emma apenas ergueu a cesta fazendo os olhos da advogada se arregalarem Por meus sapatos saltos!! Ah Regina pensa assim, você ainda poderá usar uma das peças que sua loira escolheu para a comemoração particular de aniversário! Olha mente, bem pensado! Eu sou a melhor!

— Como disse, tenho certeza que tudo que escolhi você irá gostar. – piscou e depositou um beijo na bochecha morena Quem sabe não consiga fazê-la usa uma peça quando estivermos apenas nós duas em uma comemoração particular do meu aniversário! Se você pedir com jeito ela usará tudo ao mesmo tempo, Emma!  As duas mulheres caminharam para o caixa. Peças paga e algumas sacolas depois as duas mulheres estavam de volta aos corredores do shopping passeando.

— Para onde agora? – perguntou Regina que segurava uma sacola em uma mão e a outra estava dada com a mão de sua loira. Enquanto Emma segurava mais duas sacolas na outra mão.

— Acho que agora podemos ir à loja que tanto Katy e Rubs adoram ir. – sugeriu Emma safadamente olhando para sua esposa, que sorriu maliciosamente Afinal dar uma olhadinha não mata!

— Perfeito. – concordou e assim tomaram o rumo da loja de artigos sexuais.

—SQ-

— Bom dia seu Ezequiel. – cumprimentou Ruby assim que parou no portão, ao seu lado sua esposa.

— Bom dia meninas. – cumprimentou o senhor de volta sorrindo abertamente. Mas então olhou confuso para as duas mulheres ao perceberem que Emma não estava junto – Olha, fico muito feliz que vocês vieram, mas eu posso ajudar? – perguntou coçando a cabeça levemente envergonhado.

Ruby soltou uma lona respiração, mas abriu um pequeno sorriso – Vou ser sincera seu Ezequiel... – disse a veterinária – Ontem eu fiquei sabendo do caso da amiga de Jú. – começou a explicar e imediatamente o semblante do porteiro se entristeceu – E essa história mexeu muito comigo, pois é bem parecida com o que aconteceu comigo quando criança na questão de perder os pais em um acidente... – disse.

O homem apenas assentiu com a cabeça – Entendo... Então vocês querem conversar com a Meghan, certo? – abriu um pequeno sorriso.

— Ou pelo menos tentar. – acrescentou Ruby soltando outro suspiro. Kathryn deu um leve aperto na mão de sua esposa.

Agora o sorriso nos lábios do homem aumentou – Se me permitem dar uma dica... – falou e imediatamente as duas mulheres concordaram com breve aceno de cabeça – Se aproximem dela sem pressa e conversem sobre tudo, menos do acidente que a trouxe de volta para o orfanato novamente.

— Iremos seguir seu conselho. – concordou Kathryn sorrindo.

— Úrsula está lá na sala dela. – informou Ezequiel – Você lembra como chega lá? – quis saber e a cara de confusa de Ruby respondeu tudo – Assim que passar pela porta no corredor a sua direita no final. – explicou abrindo o portão dando passagem para as duas mulheres.

— Obrigada. – agradeceu Ruby assim que passou depois de Kathryn – Até daqui a pouco. – se despediu e Ezequiel apenas assentiu fechando o portão.

— Porque tenho a sensação que a pequena Meghan logo verá sua amiga novamente? – perguntou para mesmo assim que pegou a vassoura – E ainda de quebra ganhará uma nova família. – sem dizer mais nada, começou a varrer a calçada a frente do prédio. Em seus lábios um pequeno sorriso feliz.

Enquanto caminhavam até a porta antes de entrar de vez no prédio Ruby sentiu seu celular vibrar. Tirou-o rapidamente do bolso e viu que era uma mensagem de Emma. Abriu e leu o conteúdo: Desejo toda sorte para vocês. Torcendo para que tudo dê certo e que vocês consigam conversar com a pequena! Até a hora do almoço!— É Emma nos desejando sorte. – informou ao perceber sua esposa a olhando enquanto guardava o aparelho no bolso.

Kathryn sorriu, depois olhou ao redor – Como está silencioso. – comentou.

Ruby riu – O barulho fica depois dessa porta. – abriu e indicou para que Kathryn passasse primeiro e depois passou fechando a porta – Estranho, ontem estava cheio de crianças nesse pátio. – comentou a morena com o cenho franzido, olhando tudo enquanto caminhavam na direção da sala de Úrsula.

— Talvez porque ainda é um pouco cedo. – sugeriu Kathryn também olhando tudo – Então foi aqui que Emma cresceu até quando George a adotou? – perguntou curiosa.

— Sim. – respondeu Ruby e apontou o canto que havia visto a amiga de Júlia – Ali foi onde estava a Meghan ontem sentada. – informou – Ems também disse que era o canto que ela ficava e coincididamente era o canto que Jú estava também quando a conheceram.

— Úrsula precisa fazer algo para esse canto não existir mais, pois só atrai coisas tristes. – comentou Kathryn ainda olhando o canto.

Ruby sorriu – Ou não, pois apesar das pessoas que ali sentaram depois de alguma história triste, o canto de certa forma trouxe sorte, pois logo as crianças foram adotadas. – explicou quando sua esposa a olhou, confusa.

— Nesse ponto você tem razão. – concordou a advogada. Mas não perceberam o que Ruby havia dito ao final. Assim que pararam a porta da sala de Úrsula, Ruby bateu levemente e esperou por uma resposta.

— Entre. – veio a resposta abafada.

— Bom dia. – cumprimentaram as duas mulheres assim que entraram na sala.

Úrsula olhou surpresa – Ruby! Kathryn! Bom dia. – cumprimentou de volta e indicou as cadeiras a frente de sua mesa para que se sentassem – Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada.

— Sim e não. – respondeu Ruby ao se sentar, visivelmente nervosa de novo – Mas calma que não é nada preocupante. – sorriu tentando se acalmar.

— Ah e está todo mundo bem. – Kathryn acrescentou antes que a agente social pudesse falar algo.

— Então em que posso ajudá-las? – perguntou solícita, olhando para as duas mulheres a sua frente.

A veterinária soltou um suspiro, abriu e fechou a boca, mas nada saiu – Viemos aqui saber mais sobre a amiga de Jú. – respondeu Kathryn vendo sua esposa ficar muda por causa do nervosismo.

— Oh! – foi tudo que Úrsula falou.

— Na verdade eu gostaria de poder conversar com ela. – finalmente Ruby achou sua voz e o que falar para a agente – Depois que você me contou a história dela, isso mexeu comigo. – explicou – Eu também perdi meus pais em um acidente quando tinha cinco anos, mas diferentemente da amiga de Jú, eu acabei sendo adotada por minha avó. – continuou – Eu queria ter a oportunidade de poder conversar com a Meghan. – fez uma pausa – Não irei comentar nada sobre a Jú e Tom. Eu quero apenas conversar com ela, conhecê-la.

Úrsula soltou um longo suspiro – Você sabe que nesse momento ela está bem fragilizada...

— Sim. – respondeu Ruby – Esse é um dos motivos que quero conversar com ela. Em partes eu sei o que ela está passando no momento.

— Não sabemos como ela irá reagir, pois desde que voltou não fala praticamente com ninguém... E ainda quando chegou depois de todo acontecimento, descobriu que sua amiga havia sido adotada. – acrescentou Úrsula – Claro que ela ficou imensamente feliz por sua amiga, mas são apenas crianças. – soltou um suspiro – Fico imensamente agradecida por vocês não comentarem nada sobre a Jú e o Tom por enquanto. Pois com certeza ela iria ficar muito mais triste do que já está. – fez uma pausa e olhou atentamente para as duas mulheres – Eu vou repetir o que sempre falo para todo mundo, inclusive falei para Emma e Regina aqui mesmo nessa sala – Se vocês estão com a intenção de apenas passar um tempo eu terei que pedir que vocês se retirem e nem vou deixar se aproximarem de Meghan. – falou duramente Apesar de meu coração doer, preciso fazer isso por ela!— Acredito que vocês saibam o que é dar atenção, esperança e depois sumir. Isso despedaça qualquer coração ou mesmo confiança da criança no próximo. – fez outra pausa mais longa, tomou uma respiração nova Ruby e Kathryn assentiram diante das palavras da agente social – Desculpem por ser dura ou mesmo direta, mas não posso deixá-las dar falsas esperanças a Meghan que já sofreu muito em sua curta vida, principalmente nesse momento difícil que está passando. Então o que vocês têm a dizer?

— Quero pedir uma chance. – respondeu Ruby firmemente – Eu não sei como será o dia de amanhã, mas eu gostaria dessa chance hoje para conhecer Meghan e prometo que se ela não quiser não irei insistir e não voltaremos mais. – continuou – Mas algo dentro de mim fala que eu preciso fazer isso.

— Não é nossa intenção dar falsas esperanças para ninguém Úrsula. – agora era Kathryn que falava – Nós sabemos como é ter alguma esperança e ser abandonada por alguém que você ame. – disse e soltou um longo suspiro – Eu quando criança, também fui abandonada por minha mãe. – soltou – Mas eu tive a felicidade de ter um pai maravilhoso que cuidou de mim... – os olhos de Úrsula se arregalaram surpresos – Então pode ter a certeza de que não queremos enganar ninguém, e é como Ruby disse, dependendo do rumo da conversa de hoje não voltaremos mais.

— Mas se a conversa tomar um rumo diferente? – perguntou Úrsula.

— Então nós sentaremos aqui novamente nesta mesma sala e conversaremos para acharmos a melhor solução possível. – respondeu Ruby seriamente. A agente social fixou seu olhar nas duas mulheres, mas principalmente em Ruby.

— Tudo bem. – disse por fim – Eu deixarei vocês conversarem com Meghan hoje. – abriu um sorriso ao olhar para o relógio – Ela deve estar no pátio, pois a essa hora o café da manhã já terminou.

— Então era por isso que estava tudo quieto? – questionou Ruby quando saíram da sala, então foram “atacadas” pelos sons vindo do pátio feitos pelas crianças.

— Sim. – respondeu a mulher mais velha enquanto caminhava pelo corredor que era agora preenchido pelas vozes e risadas das crianças – Ali está Meghan... – apontou a menina sentada no mesmo canto mais uma vez – Só lembrem do que conversamos. – pediu Úrsula.

— Não se preocupe. – respondeu Ruby com o olhar fixo na menina.

Úrsula soltou uma longa respiração – Qualquer coisa, eu estarei em minha sala. – informou e as duas mulheres assentiram com a cabeça, e no momento seguinte Úrsula fez o caminho de volta deixando Ruby e Kathryn ali.

— Vamos nos aproximar. – disse Kathryn quebrando a inércia das duas. Ruby apenas assentiu com a cabeça. Começaram a caminhar na direção da menina – Oi. – cumprimentou a veterinária assim que se aproximou. Assustada Meghan apenas olhou com os olhos arregalados quem havia falado com ela.

—SQ-

Robin se levantou e abotoou seu blazer enquanto caminhava na direção de Dolores. Parou olhou profundamente para a mulher, depois para as pessoas do júri, então voltou para a testemunha – Senhora Castillo, você disse que não viu sua patroa no dia de sua morte, gostaria de nos dizer o por que?

— Eu estava em férias. – respondeu a senhora – Fazia uma semana que estava de férias, e estava na casa de familiares no México.

Robin a olhou – Você realmente estava de férias ou foi a senhorita Murray que a mandou de férias? – questionou.

— Protesto meritíssimo, o tempo de férias da testemunha não está diretamente relacionado com o caso. – argumentou Tamara.

— Tudo bem, eu retiro a pergunta. – comentou Robin – Senhora Castillo por que a senhorita Murray não queria envolver a polícia durante o relacionamento com a minha cliente?

— Não sei, talvez por ela não querer dificultar a vendas de suas esculturas. – respondeu Dolores.

Robin sorriu de lado – Ou seria porque se a polícia se envolvesse eles iriam descobrir que você está ilegalmente no país?

— Não! – respondeu Dolores imediatamente – Eu nasci aqui nos Estados Unidos. Sou americana, apesar das minhas raízes mexicanas.

— Protesto! Esse assunto não tem nenhuma relação com o caso. – argumentou Tamara – Sem falar que se a senhora Castillo estivesse ilegal no país, ela não estaria aqui. Muito provavelmente estaria presa ou teria sido deportada.

— Protesto aceito. – disse o juiz – O júri desconsidere o último argumento do advogado de defesa.

Robin imediatamente ficou vermelho, soltando uma longa respiração, caminhou até sua mesa e pegou uma folha de papel a qual havia escrito algumas coisas enquanto a promotora interrogava a testemunha – Senhora Castillo, gostaria de saber como a senhora pode ter tanta certeza em afirmar que a minha cliente é bipolar. Você por acaso é formada em psicologia ou mesmo qualquer outra ciência responsável por determinar esses tipos de doenças?

— Eu não afirmei nada disso. – respondeu com o cenho franzido – E não tenho formação profissional, sou apenas uma empregada. Completei o colegial apenas.

— Protesto meritíssimo. – disse Tamara ao se levantar – Em nenhum momento do interrogatório a testemunha afirmou ou mesmo insinuou que a senhorita Page não tenha as funções mentais debilitadas. Apenas mudanças no comportamento no decorrer do relacionamento tanto de amizade quanto de namoro.

— Como não? – Robin rebateu – Ela mesma disse que minha cliente era tranquila e sorridente, e depois ciumenta e possessiva. – explicou – Isso para mim caracteriza e muito diagnóstico médico.

— Não! – falou Dolores em desespero – Eu apenas disse o que vi, não afirmei nada com relação a alguma coisa médica, apenas vi as mudanças.

— Protesto meritíssimo, ele está tentando colocar palavras que não foram ditas nas falas da testemunha. Além do uso de opiniões pessoais para chegar ao argumento. – Tamara argumentou mais uma vez – E qualquer pessoa pode perceber mudanças de comportamento, não necessariamente precisa ter uma formação, a não ser que você procure um profissional específico.

Joseph fez um sinal para Robin esperar e conversou com seu assessor, que segundos depois foi até o escrivão e pegou as folhas já digitadas com o interrogatório de Tamara. O juiz correu os olhos nos escritos – Em nenhum momento a testemunha afirmou alguma coisa do gênero, protesto aceito, o júri pode desconsiderar a afirmação do advogado de defesa quanto a bipolaridade sugerida pela testemunha. – olhou para Robin – Último aviso, senhor Hood Gold, evite opiniões pessoais neste julgamento.

Robin bufou de raiva mais uma vez, então respirou profundamente assentindo em afirmação – Senhora Castillo, você chegou a mencionar que a senhorita Murray foi relutante no começo do namoro, poderia nos esclarecer o por que?

— Acho que quem poderia esclarecer melhor seria a dona Fiona, mas não tem como. – Dolores respondeu inocentemente. Aquilo tirou algumas risadas do público que assistia ao julgamento. Sidney tinha um sorriso que dava um laço atrás da cabeça de tão grande que era. Robin ficou vermelho de raiva novamente.

— Silêncio! – pediu o juiz – Senhora Castillo, seja direta em suas respostas, por favor. Sem ironias. – disse Joseph, mas estava segurando o riso por dentro. A senhora arregalou os olhos surpresa pela chamada de atenção.

— O que dona Fiona sempre disse a mim era que ela gostava da senhorita Lilith como amiga, e que a vi apenas como isso, uma amiga. – respondeu Dolores depois de um breve aceno de cabeça para a repreensão do juiz – Talvez seja por isso que ela tenha relutado para não entrar em um relacionamento com a senhorita Lilith por não amá-la como namorada.

— A moça que a senhorita Murray começou a namorar assim que terminou o relacionamento com a minha cliente, a senhora chegou a conhecê-la? – questionou Robin agora perdido em seu raciocínio.

— Não muito bem, pois a vi apenas uma vez. – respondeu Dolores – A dona Fiona estava começando o namoro ainda.

— E as outras namoradas, você chegou a conhecer alguma? – perguntou Robin desnorteado.

— Protesto! – disse Tamara – Saber se a testemunha conhecia as outras namoradas não é de relevância ao caso.

— Eu quero apenas saber se podemos basear as respostas da testemunha em algo concreto ou se é apenas contra a minha cliente que ela disse tudo isso. – argumentou Robin visivelmente perdido.

— Protesto meritíssimo. Claramente o advogado de defesa está desviando o foco do caso, fazendo perguntas aleatórias e sem relevância para o mesmo. – argumentou Tamara mais uma vez.

— Protestos aceitos. – respondeu o juiz – Senhor Hood Gold foque no caso. – pediu – O júri pode desconsiderar esse último argumento e a testemunha não precisa responder.

Robin andou de um lado a outro – Senhora Castillo, você nos contou como foi toda a cena da conversa da senhorita Murray com a minha cliente no dia que terminaram o namoro, correto?

— Sim.

— Gostaria de saber como sabia de tantos detalhes assim? – questionou.

— Eu estava perto da porta da sala. – respondeu – Eu sai da cozinha e fiquei perto da porta, pois tinha receio e iria interferir se precisasse.

— Por que você iria precisar interferir? – questionou confuso.

— Tinha receio de que a senhorita Lilith machucasse mais uma vez a dona Fiona por causa do término do namoro. – respondeu.

— Isso aconteceu?

— Não. – Robin abriu um sorriso – Não naquele dia. – continuou Dolores – Mas em muitos outros dias enquanto namoravam sim. – o sorriso de Robin imediatamente sumiu de seus lábios.

— Mas no dia que terminaram, minha cliente não a agrediu. – afirmou.

— Não. – confirmou Dolores.

Robin soltou uma longa respiração – Sem mais perguntas, meritíssimo.

O juiz assentiu com a cabeça – A testemunha pode se retirar. – pediu. Dolores assentiu com a cabeça e se levantou voltando pela porta que havia saído – Com a palavra a advogada de acusação.

Tamara se levantou e se postou ao centro – A Procuradoria gostaria de chamar agora a testemunha Will Scarlet.

 


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Notas finais do capítulo

E o bicho começou a pegar!! Sei que não tivemos muito SQ ou mesmo o pessoal todo, mas foi preciso essa introdução no julgamento de Lilith para correr tudo nos conformes. Tivemos um pouco de Ruby e Kathryn finalmente no orfanato, no próximo capítulo sai a conversa dela com Meghan. Tivemos também Emma e Regina em um loja de peças íntimas huhuh a loira cumprindo a promessa de comprar calcinhas novas, mas claro que com intuito de futuramente rasgá-las, alguém aí duvida?? Kkkk Ah também teremos a ida das duas a loja de apetrechos sexuais huhuhu E claro mais do julgamento e do pessoal... Para ser sincera, não vejo a hora desse julgamento acabar e voltar a escrever cenas mais cotidianas do pessoal, estou sentido falta disso :) ...

Só lembrando que provavelmente o capítulo demorará um pouco para sair, afinal ainda temos boa parte do julgamento da themônia Lilith, então peço que não me abandonem!!

Aaahh, por favor me falem o que acharam do capítulo ♥ Olhos pidões de Jú, Henry e Tom juntos!!

Até a próxima!!

Ps: Quem quiser saber como é o juiz Joseph é só procurar pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso.

Ps 2: Em uma rápida pesquisa descobri que o júri popular nos EUA se divide em dois: o Grand Jury (chamado de Grande Júri) e o Petit Jury (denominado de Pequeno Júri). O Petit Jury ou Júri Pequeno que, por sua vez, exercendo um juízo de culpa (trial), tem a incumbência de, em procedimento público, julgar o acusado, declarando-o culpado ou inocente, sendo possível, ainda, a recomendação ao juiz presidente da pena a ser aplicada, tal como ocorre em alguns Estados, nos quais havendo a condenação em razão de crime gravíssimo os jurados podem recomendar a aplicação da pena de morte ao condenado. A composição e o funcionamento variam dependendo da esfera da federação, bem como de Estado para Estado. Os júris federais são compostos por doze jurados e o veredicto deverá sempre ser unânime. A constituição dos júris estaduais pode variar entre seis, oito e doze jurados, sendo que a decisão é, em regra, unânime, contudo, pode haver condenação pelo quórum de dois terços ou três quintos dependendo do número de jurados. Já o O Grand Jury tem previsão constitucional na quinta emenda e somente existe para as causas criminais. Na esfera federal a instituição do Grande Júri é obrigatória para os crimes graves, em especial para aqueles apenados com a pena capital (ou pena de morte), ou outro infamante, o que não ocorre no âmbito da jurisdição estadual. Trata-se de um procedimento sigiloso, composto, de acordo com as regras de cada Estado, de dezesseis a vinte e três membros, que pode ser convocado para duas finalidades: acusar os possíveis autores de crimes, ou, em outras palavras, receber a acusação feita pelo promotor de justiça (indictment) quando entender serem suficientes as provas apresentadas; ou investigar o possível cometimento de um crime e apresentar a acusação. Em razão de suas funções, o Grand Jury pode ouvir testemunhas, bem como levantar outras provas. Nestes termos, o papel do Grande Júri é desempenhar o judicium accusationis, numa fase preliminar (before trial) ao juízo da culpa, de modo que uma acusação a ele submetida será aceita se obtiver um quórum de maioria simples, quando então a causa será submetida ao Pequeno Júri.



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