Cores escrita por Carolina Evans


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira Remus/Tonks.



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Se alguém lhe pedisse para descrever sua mulher da forma mais simples possível, Remus Lupin diria na mesma hora "alma sensível".

Não que a auror Nymphadora Tonks fosse uma mulher fácil de intimidar. Não. Tonks era a mulher mais forte que ele já conheceu e amou.

No entanto, ela era sensível às pessoas. E às cores que elas carregavam.

O cabelo punk colorido que a destacava em meio a multidão - mas, bem, não é como se ele não passasse a ter olhos só para ela toda vez que a via entrar em algum lugar - ganharam um novo peso. Nenhuma daquelas cores estava ali por acaso. Cada uma tinha um significado especial.

Para Tonks, seu pai, por exemplo, era amarelo. Gentil. Fácil de lidar. Uma cor que vibra e se destaca até mesmo quando posta ao lado de algo mais frio - algo que veio de uma criação mais fria, melhor dizendo -, como o preto.

Sua mãe, Andrômeda, era algo mais como um vermelho vinho. Força e luxúria. Difícil achar uma cor tão escura mas com tamanha paixão.

Sirius, uma de suas pessoas favoritas no mundo, era o prata. Uma cor erroneamente associada à frieza, mas brilha tão lindamente na luz. Prata como as armaduras e espadas dos cavaleiros que lutaram para proteger o reino. Nobre à sua própria maneira.

Se Lily Evans, uma das mulheres que Tonks mais admirou, era algo como verde sozinha, ao lado de James Potter eles produziam algo dourado. Ela não mais passou tempo pensando sobre a cor que os definia separados. 

Não fazia sentido.

Teddy desde o primeiro instante foi vermelho. A mais apaixonada de todas as cores. Vermelho como o sangue que pulsava nele, que carregava parte dela, que mantinha seu coração batendo e se sentindo tão completo com ele em seus braços. Vermelho como as cicatrizes de Remus ficavam no frio.

Muitas pessoas não gostariam da última comparação, mas ela o amava por inteiro. 

Para Tonks, as cores eram algo extremamente íntimo. Ela se sentia privilegiada por poder enxergar o mundo dessa forma. Com tanto amor, com tantos pessoas... tudo tão cheio de nuances e novas combinações.

Remus sabia que era o único sem cor. Talvez, ele pensava, um dia tivesse tido uma antes de todos os horrores de seu passado a apagarem. Antes dele ser mordido, antes dele se formar em Hogwarts, antes de seus amigos terem sido assassinados, presos e o traído.

Mas ele nem mesmo ousava pedir por uma cor novamente. Não se sentia nobre o suficiente para tal coisa. Ele já tinha muita sorte de ter construído uma família e por um dia ter vivido cercado de tantas pessoas tão cheias de cores.

Ele não era uma cor. Um monstro. Era isso que era.

Voltando ao presente, nesse exato instante, Remus não via a hora de chegar em casa e abraçar a família. Jantar juntos e só por algumas horas fingir que a guerra não importa, e que a coisa mais emocionante - e talvez seja mesmo - tenha sido a recém descoberta de que Teddy Lupin sabe falar "papa".

Embora eles ainda não saibam se isso quer dizer "papai" ou que ele está com fome.

Tomando os devidos cuidados para não ser seguido, finalmente chegou em casa e se alegrou ao ver que a luz do quarto do filho ainda estava acesa.

O sono dele ainda não estava bem regulado.

Com muito cuidado para não fazer barulho caso a esposa o estivesse pondo para dormir, caminhou até o quarto e viu Tonks de costas para a porta, segurando Teddy fortemente em seus braços.

Um Teddy de cabelo azul.

"Ele... ele..." Balbuciou impressionado.

Tonks se virou para ela, seus olhos vermelhos do breve choro emocionado. Remus tentou se recuperar e para perguntar à ela o nome da cor. Vivendo com Tonks, se aprendia até mesmo o que era fúcsia.

Parecendo ler seus pensamentos, ainda sorrindo orgulhosamente para o bebê, respondeu simplesmente:

"Azul-você".


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