Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 60
Principio de Tudo.




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Estava treinando arco e flecha, havia voltado ao acampamento há um tempo. Os campistas haviam sido todos convocados com o principio de guerra iminente. Um grunhido estridente veio do alto da colina, quando me preparava para lançar a próxima flecha.

Sem pensar, corri na direção da colina. Quando cheguei à base da mesma. Flávia e Clara já estavam lá. Assim como Percy, Annabeth, Clarice e todos os outros campistas. Quíron procurou espaço para passar empurrando alguns campistas, por vezes sem delicadeza. Olhou confuso para cima e se virou para nós, assim que fez isso outro grunhido foi ouvido dessa vez mais alto e forte.

Quíron se virou e começou a galopar em direção ao topo da colina sendo seguido de perto por todos os campistas que subiam afobados. Quando chegamos ao topo pude ver duas harpias tentando perfurar o escudo do acampamento. Enquanto isso o dragão que ficava no topo tentava afastá-las a todo o custo.

- Olá campistas. – uma voz fina e aguda foi ecoando. – Vejo que não estão bem preparados – riu sarcasticamente.

- Quieta – a outra tinha voz sombria – É um aviso. Aviso daqueles que não tem o seu valor reconhecido. Seus tão preciosos deuses já têm os dias contados e vocês também. Ficar no acampamento não vai adiantar muito.

As duas saíram voando. Quíron virou para nós apertou as têmporas com força e fechou os olhos. Demorou um tempo para que suas íris castanhas voltassem a surgir por trás das pálpebras.

- Iremos montar nossa defesa partindo da 6th Avenida. Estão no norte e devem passar pelo Central Park para ir até o Empire States. – ele falava sério.

- Todos? – um garoto de sete anos, cabelos loiros perguntou.

- Quem quiser ficar, pode ficar, não vou obrigar ninguém. – ele falava sereno, mesmo com tudo acontecendo. – Peguem tudo que precisam, menos comidas e roupas devemos conseguir algum abrigo. Lembrem-se poderemos ficar fora por semanas. Vocês têm trinta minutos nos encontramos aqui.

 Caminhei até os armários e coloquei a senha no meu. Havia uma confusão de campistas por todo lado. Flávia que tinha o armario próximo ao meu passou abatida por mim. Tirei minha armadura e a vestido. Arrumei para não ficar desconfortável. Coloquei o saco de flechas no ombro e o arco preso no saco. A espada que Flávia tinha me dado de aniversário há um ano estava no bolso da calça. Olhei meu armario para e o vi vazio pela primeira vez.

Antes que qualquer depressão me atacasse, sai dali. Caminhei até a colina. Lá estavam os gêmeos Stoll sentados arrancando pedaços de gramas do chão. Liam e Dan conversavam em pé mais adiante. Algumas garotas soltavam gritos animados e outras apavoradas. Não demorou muito para que Flávia e Clara chegassem ao meu lado, cada uma devidamente pronta.

- Uhul, até que em fim um pouco de agitação. – Clara falava girando a espada na mão.

- Muita gente pode morrer. – Flávia murmurou pensativa.

- Não é o fim de tudo.  – Clara lembrou sombria.

Quíron voltou apressado, o mesmo também estava com armaduras protegendo seu corpo quadrúpede.

- Vou precisar dar algumas tarefas para vocês, precisam ser compridas com êxito. Nossos reforços chegaram só amanhã com sorte. Precisamos atrasar o outro grupo então precisamos de grandes estragos hoje.

- Como faremos as divisões? – Luiza, a filha de Ares, perguntou.

- Na linha de frente teremos Percy, os filhos de Ares e Athena, além de Clara e Nico.

Os mesmos citados assentiram, Clara continuava a girar a espada como se não tivesse ouvindo nada.

- Na primeira quadra da 6th avenida tem um mercado. Filhos de Apolo assumirão o terraço dele, junto com os filhos de Hefesto, Dionísio e Hermes. Serão os responsáveis pelos ataques aéreos. – ele fez uma pausa e continuou logo em seguida – Deméter, Afrodite e Nemesis, vocês estão responsáveis pela segunda linha de defesa. Íris, Hipnos Niké, Tique, Hécate, Éolo e Héstia, terceira linha.

(...)

Estávamos posicionados há algum tempo. O único sinal que tínhamos do outros é o vazio que estava à cidade, Quíron havia avisado que era obra de Morfeu. Estava sentando com o arco e as flechas entre as pernas. De cada lado meu Dan e Liam se posicionavam olhando para baixo. 

O mesmo grunhido ouvido mais cedo no acampamento foi ouvido novamente. Dessa vez ao invés de duas, vinte harpias tomavam conta do céu. Nas suas garras pedras erram carregadas. Sem que pudesse ver se algo atacava os campistas de baixo, vi uma pedra vindo na direção da minha cabeça. Sem muitas opções coloquei as mãos sobre a cabeça.

Ouvi o barulho da pedra se chocando contra algo que com certeza não eram os meus braços. Abri os olhos e vi que Liam segurava o escudo dele sobre minha cabeça.

- Obrigada. – falei encarando seus olhos.

- De nada. Agora derrube alguma. No chão consigo lutar contra elas. – ele falou rápido.

Tirei uma flecha do saco e a posicionei mirando em uma das asas. Assim que a flecha foi em sua direção ela desviou rápido e grunhiu novamente. Seu bico abria e fechava rapidamente, suas asas batiam com força e suas garras inferiores ainda tinham uma pedra. Lancei mais uma essa acertou na pedra que ela segurava, ricocheteando e indo para o outro lado. Ela soltou a outra novamente em cima da minha cabeça acertando de raspão o meu braço, fazendo um pequeno corte. Liam cuidava para me manter embaixo do escudo mas era impossível porque precisava disparar as flechas.

- Eu preciso ficar sem isso sobre a minha cabeça. – eu falei o encarando.

Ele assentiu sem falar nada e se debruçou sobre a beirada do prédio olhando para baixo e tentando lançar a pedra que caíra do meu lado lá para baixo. Possivelmente tentando acertar algum monstro. Consegui me concentrar e acertar uma flecha numa harpia. Na confusão que estava vi que ela caiu em cima do prédio. Precisava matá-la. Sai correndo, desviando de campistas que travavam pequenas batalhas com outras harpias e cuidando para não tomar uma pedrada das que permaneciam no ar.

Não tardei a chegar onde ela estava. Seus olhos estavam abertos e ela tentava se levantar com algum custo. Sua asa tinha um rombo provavelmente por onde a flecha passara e ela estava impedida de voar. No entanto ela conseguiu se colocar em pé. Suas garras afiadas tentavam acertar os meus braços o que me fez ir andando para trás. Quando consegui por a mão no meu bolso saquei a espada.

- A garotinha tem mais armas do que pensamos então. – ela falava mexendo os dedos rapidamente.

Estiquei a espada em sua direção e ouvi o barulho de suas garras contra a mesma. Parecia que eu estava apenas as afiando, não havia a menor dificuldade para ela manter o lance com as espadas de forma que nem lhe dava trabalho.

- Chega de brincar. – ela falou avançando com seu corpo e me defendi com a espada. – Olhe seus amiguinhos eles não parecem numa situação melhor. – nesse instante virei para onde havia outras lutas.

Nesse momento senti uma forte dor no meu braço ela havia arranhado ele. O sangue já começava a escorrer, já era possível senti-lo. Pensei em pedir ajuda para qualquer pessoa, mas todos pareciam tão ocupados quanto eu. No momento em que ia gritar, o meu orgulho falou mais alto.

Sempre eu fora ajudada nunca havia ganhado uma luta corpo a corpo sozinha e precisava me defender. Segurei a espada com força, de forma que os nós dos meus dedos ficaram esbranquiçados. Comecei a meche-la rapidamente e com força, da mesma forma que fazia nos treinos de reflexo.

De inicio a harpia ficou assustada, mas logo começou a retribuir tão rapidamente e tão fortemente quanto as minhas investidas. Ficamos assim por um tempo até que consegui derrubá-la. Sem esperar qualquer coisa finquei a espada em seu peito colocando o pé em cima de sua barriga para ter apoio. Logo o corpo embaixo de mim começou a se desfazer como pó.

Corri até a beirada do prédio parando ao lado de Liam para ver o que acontecia lá em baixo. Envolver-me em qualquer luta poderia ser prejudicial para qualquer campista.

- Então... como estamos? – perguntei olhando pra ele rapidamente.

- Eles vieram em pouco numero, não sei se por falta de “pessoas” – ele falou fazendo aspas – Ou se foi apenas pra estudar o terreno.

- Lizzie? – perguntei olhando e a procurando entre a multidão que lutava lá embaixo.

- Sem qualquer sinal. – ele comentou. – No entanto Oliver está ali. – ele falou apontando para o garoto moreno que mostrava destreza ao lutar com outro campista maior que ele.

- O que Oliver tem a ver? – perguntei o encarando com as sobrancelhas franzidas.

- Acredito que ele é o segundo meio-sangue da profecia, mas não tenho certeza. – ele comentou dando de ombros.

- Flávia está se saindo bem. – apontei para a garota que lutava contra outro meio-sangue.

- Deveríamos ajudar alguém. – ele comentou.

Nesse instante as harpias que restaram levantaram vôo, seus grunhidos altos fizeram que os meios-sangues lá em baixo parassem as lutas e recuassem cuidadosos. Os campistas iriam continuar avançado, mas Quíron que estava a frente fez sinal para que esperassem.

Aos poucos foram entrando no Central Park de forma que não podíamos mais vê-los nem lá de cima. Quíron fez sinal para que descêssemos.

(...)

Com a cidade praticamente abandonada graças a Morfeu, havíamos ocupado um hotel a poucas quadras do Central Park para passar a noite. Quíron tinha combinado uma pequena reunião com os mais velhos, enquanto os mais novos estavam dormindo ou sob cuidados de outros filhos de Apolo.

Meu braço tinha uma cicatriz enorme, mas que com sorte sumiria. Estávamos sentados na sala de reunião do hotel. Quíron tinha deixado sua forma quadrúpede e estava sentado na cadeira de rodas olhando para todos com um semblante sério.

- O que vocês viram hoje. – ele iniciou do nada. – Não é nem metade do que está por vir. Estou tentando contatar os outros grupos que podem nos apoiar. As Caçadoras devem chegar pela manhã já que viajaram a noite inteira e um pequeno grupo de animais mitológicos chega pela tarde.

- Isso já é um bom numero. – uma campista de Hermes comentou.

- Não. – Clarisse respondeu antes de Quíron. – As trevas conseguem ser mais forte. Existem campistas, deuses e seres que estão lá apenas atrás de qualquer vantagem.

- Obrigado. – Quíron falou assim que Clarisse terminou. – Ela está certa Olívia, existem muitas coisas por trás de uma disputa como esta. Eles estão certos de que agora interpretaram a profecia corretamente e que estão com o lado mais forte, não vão hesitar em atacar.

- Hoje foi uma prova de que vão. – retrucou Guinter um campista de Hipnos.

- Eles apenas vieram checar o nosso numero, ver se estamos fortes e se precisam de mais reforços ou não. Tenho certeza. – ele comentava apreensivo.

Ao ver que todos os campistas procuravam uma conclusão dele, seus olhos se moveram rapidamente em busca de uma resposta.

- Durmam bem essa noite, não sei se conseguiremos dormir amanhã. – ele falou breve. – As chaves dos quartos restantes estão em cima daquela mesa.

Houve uma grande correria até as chaves e eu caminhei vagarosamente até elas. Certamente ia sobrar uma chave ou alguma campista iria ficar sozinha então não haveria grandes problemas. Eu estava errada. Assim que cheguei na mesa. Vi que não havia mais nenhuma chave e todos os campistas já pareciam ter se organizado.

- Você pode ficar no mesmo quarto que eu. – Liam falou apontando para uma chave.

- Nem pensar. – comentei em busca de um campista avulso.

- Fala sério, Lola. Eu não mordo. – ele comentou.

- Não tenho tanta certeza. – respondi baixo e ele riu.

- Vamos lá. Um voto de confiança? – ele respondeu me encarando.

- Um misero voto. – comentei cruzando os braços derrotada.

- Obrigado. – ele falou apontando para saída da sala.

Caminhamos em silencio até os elevadores. Entramos no mesmo e soltei um suspiro pesado ao vê-lo apertar no décimo sexto andar.

- Algum problema? – ele disse me encarando.

- Não gosto de elevadores. – eu falei pesadamente.

- Nunca imaginei isso. O que houve já caiu de um? – ele falava me encarando.

- Não, mas acho que não é muito difícil isso acontecer. – terminado isso ele começou a pular no mesmo.

Arregalei meus olhos e o olhei como se fosse um demente.

- Ta maluco. – falei colocando as mãos na parede.

Ele sorriu e se aproximou de mim.

- Só quero tirar esse medo de você. – ele falava com os olhos brilhando.

- Para de pular feito um macaco no elevador! – falei desesperada quando ouvi o mesmo dar um tranco. – Viu agora ele parou! – estapeei seu braço.

- Sim, chegamos. – ele falou rindo da minha cara de desespero.

Revirei os olhos e sai rapidamente do elevador.

- 1304. – ele falou virando a chave para ver o numero atrás e seguindo pelo corredor da direita.

Segui ele em silencio evitando falar qualquer coisa. Ele foi passando pelas portas até chegar em uma igual às outras, com o numero que procurávamos. Colocou o cartão e abriu a porta.

- Pode ir primeiro e escolher a sua cama. – ele falou abrindo a porta e me dando passagem.

Assim que entrei comecei a rir. Ele entrou logo em seguida.

- O que ... – ele falou parando no meio do caminho.

O quarto tinha uma salinha pequena com uma mesa, um sofá e uma televisão. Logo em seguida já era o quarto que tinha uma cama de casal.

- Vai dormir no sofá. – eu falei séria.

Dormir com o Liam na mesma cama não iria dar certo. Havia algum tempo que eu estava sozinha, mas continuava sempre sentindo a mesma coisa por ele.

- Nem pensar. Ouviu o Quíron, durmam bem porque não sabemos quando vamos conseguir dormir de novo. – ele falou imitando a voz de Quíron.

- Liam! – falei nervosa.

- Sem Liam. – ele falou. – Tome um banho que eu tomo depois. – disse ligando a televisão.

Revirei os olhos e me dirigi ao banheiro. Sem duvida seria uma noite longa. 


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Notas finais do capítulo

Eu voltei. Acho que foi o hiatus menor da minha vida, só perdendo pro do twitter e do tumblr que não foram respeitados e que eu os usei na disney. Obrigada a todos que esperaram pacientemente e saibam que eu devo um mundo pra vocês.



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