Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 6
O fim dele, não poderia ser menos digno.


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo encerra o anterior e a partir do próximo, teremos a nossa segunda missão.



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- Rápido! Vamos! – berrei e desci as escadas correndo.

 

Eles não demoraram, logo estavam atrás de mim correndo. Mas era inútil, eu havia lançado a flecha de cima de um prédio e agora não sabia para onde correr, pois não a encontrava. Tinha feito metade do caminho, mas a outra metade era um mistério, seria quase impossível descobrir onde deveríamos ir.

 

- Droga! Eu não sei para onde devemos ir, quando atirei a flecha eu sabia, agora eu simplesmente não sei de nada! – chutei o chão.

 

- Puta que pariu! Agora como a gente chega lá? Não que eu esteja te culpando, longe disso. – desculpou-se Flávia.

 

Por mais que ela estivesse irritada ela tinha total razão, nós não tínhamos uma direção e além de tudo se o leão aparecesse novamente íamos matá-lo como? Se eu fiz questão de desperdiçar a nossa única garra, num ataque que se mostrou suicida. Andamos por algumas ruas, mas escureceu, não deveríamos nos embrenhar cidade adentro ainda mais sem saber onde estávamos. Infelizmente fomos obrigados a parar, havia um prédio, dessa vez com dois andares mais o terraço o que nos proibiria de ver por cima dos outros, foi ali que ficamos de estadia. Um apartamento estava aberto, as pessoas devem ter saído às presas ou a madame “diva da morte” as tirou dali. Não sei por que cargas d’água a Clara e o Liam acharam inseguro dormir ali, então nos organizamos para dormir no terraço, por que acordávamos cedo por causa do sol.  

 

- E aí, alguma ideia de para onde aquilo foi? – puxou assunto a Clara.

 

- Nada, achei que poderia ir para uma floresta, mas acho que não tem nada aqui perto... – disse Liam

 

- Ai deuses, olha com o que vocês se preocupam! Eu vou ficar duas semanas sem chapinha e to viva! Além disso o meu Daniel ta na mão daquela coisa – grunhiu a Flávia.

 

- Certo, nem comento nada, por que nunca namorei... – falei baixo mas ela ouviu.

 

- NUNCA? NUNQUINHA? NADICA DE NADA? – eu neguei com a cabeça – Ai flor, que deprê a tua vida! – revirei os olhos, só ela para pensar nisso agora.

 

- Super deprê – zoei – Senta lá, Claudia. – cara era bom dizer essa frase, eu sempre ouvi, mas nunca falei.

 

- Diva, usar essa frase é tão out! – falou enquanto eu me arrumava pra dormir.

 

- Ok, boa noite Flá. – falei virando me costas para ela.

 

-Boa noite, querida. – por mais que ela fosse sem noção. Só ela me divertiu naquela noite, os outros mal falaram e dormiram direto, e ela passou a madrugada falando.

 

Eram problemas com mosquitos, bem os mosquitos só gostavam dela, por que só ela os sentia, com o frio, mesmo tanto um calor de trinta graus na sombra. Resumindo foi bem engraçado, vê-la trocando de lugar cada vez por uma coisa, no fim ela dormiu no lugar de inicio.

 

 

O sol batia no meu olho, mas mesmo assim eu estava com preguiça, só que eu não podia enrolar, eu não estava em casa e muito menos no acampamento, eu estava em missão e mais um dia havia se passado. Espreguicei-me e os outros estavam fazendo o mesmo exceto a “diva pop” que dormia agora o que não conseguiu de noite.

 

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHH- gritei seguida pela Clara e pelo Liam, o bom é que a Flávia acordou.

 

Um menino que deveria ter uns sete anos nos olhava, seus trajes não eram os melhores mas mesmo assim ele era lindo, seu cabelo cor de areia, indicava que ele morava ali, pois parecia queimado pelo sol. Mas ele parecia sujo e com fome.

 

- Oi moça. – falou tímido.

 

- Oi pequeno. – disse sorrindo. – O que faz aqui? Cadê o papai e a mamãe? – tentei ser simpática, mas o meu humor de manhã cedo não era o melhor.

 

- Não tenho, eu moro na rua mesmo e com a bagunça que aconteceu, eu acabei ficando. – disse coçando os olhinhos de sono. 

 

 

- Ta com fome? – perguntei

 

- Não, eu tenho comida de um mercado, vocês tem fome? – perguntou

 

- Bastante. – respondeu Flávia, que já havia acordado.

 

- Certo, eu tenho aqui... – revirou sua mochila. – Um bolinho, um sanduíche, uma barra de cereal e uma de chocolate, além de quatro cocas. – falou.

 

- E você? – perguntou Liam, agora preocupado.

 

- Qualquer coisa eu pego mais do mercado, pelo jeito o pessoal não vai voltar tão cedo, não com aquela coisa dormindo onde está dormindo. – comentou.

 

- Você sabe onde ele está? – pude ouvir a empolgação na voz da Clara.

 

- Sei sim, mostro pra vocês depois, mas se vocês estão com fome agora comam, pelos deuses! – exclamou.

 

A Clara pegou o sanduíche e a coca, argumentando que não podia ver o bolinho nem pintado de ouro, a Flávia para não sair da dieta ficou com a barra de cereal, eu com o chocolate e o Liam com o bolinho. Agora comendo eu examinava o que o menino falou, pelos deuses, ele era filho de algum, será? Fiquei com o não, pelo simples fato de estarmos na Grécia, muitas pessoas acreditavam nos deuses. Mas mesmo assim ele constantemente me lembrava o Daniel, o que era impossível por ele estar com a Perséfone. Eu desisti da ideia na hora.

        O menino nos levou até o supermercado, o que eu achei confuso vendo pelo lado de que ele havia prometido nos levar até o leão, mas assim que entramos, tudo fez sentido.

 

        - Ali, perto do açougue é onde ele está, eu adoraria comer carne, mas com ele lá se torna impossível. – justificou.

 

- Mas como ele entra? – fiz a pergunta que julguei lógica, afinal à porta era minúscula para aquele bicho.

 

- Acredito que atrás tenha a entrada para descarregar o caminhão, ela deve ter ficado aberta na bagunça. – disse o menino dando ombros. Eu parei para examiná-lo e vi algo que ele carregava no pescoço, era uma corda enrolada na minha garra, por isso não achava o caminho, minha pista havia sido retirada.

- O que é isso? – perguntei

 

- Um garra, achei no caminho. – falou – Você quer?

 

- Lógico! É de extrema importância para nós. – falou Flávia.

 

- Certo, o que vocês me dão em troca?- disse negociando

 

- Uma flecha. – propus.

 

- Mostre – e assim fiz. – Feito. – nisso fizemos a troca

 

Ele saiu do mercado todo saltitante achando que fez uma boa troca. Afinal ele achou a flecha o máximo e a guardou na mochila para protegê-la.

 

- Lola, como pode? – questionou-me Flávia.

 

- Simples – dei ombros. E retirei a mochila. – Nove flechas certo? – ela assentiu – 3... 2... 1. – nesse instante a flecha que faltava aparecera – Elas são mágicas, voltam para mim em alguns segundos, espero que tenhamos tempo o suficiente para matar isso, até o pivete voltar – falei.

 

Andamos devagar até o animal, ele estava dormindo no açougue então seria fácil, eu saquei o arco desdobrei-o e me preparei para atirar, seria fácil. Não sei bem o que ocorreu, mas uma pilha de latas tombou, fazendo um barulho exorbitante o que acordou a fera.

 

- SÓIS! QUEM FOI? – berrei. Todos negaram com a cabeça. – Agora... agora... CORRAM! – falei desesperada.

 

Sai correndo em direção aos enlatados, os outros eu não sei. Estava tão desesperada ao ver aquele bicho rugindo e se levantando que nem pensei em nada coerente. Eu não sabia direito o que fazer, isso era irritante, optei por “tentar” achar algum dos meus amigos, essa parte deveria acabar o mais breve possível. Mas fui impedida por uma mão na minha boca e um sussurro no meu ouvido.

 

- Eu vou te soltar e tu não fala nada! Eu te conheço há anos e sei que tu é escandalosa. – falou a Clara.

 

- Que susto garota. – disse no mesmo tom de voz dela. – Consegui alguma coisa? – perguntei, sabendo que ela entenderia.

Ela abriu um sorriso enorme.

 

- Amo quando você confia em mim. Bem... é um pouco arriscado, você vai ir e derrubar todas as coisas que achar pela frente chamando a atenção para você, ele vai vim e você ficará indefesa, afinal... – nisso ela arrancou o colar em que a garra estava no meu pescoço. – eu vou ficar com isso, e suas flechas são aquelas certo? – apontou para minha mochila em cima do balcão do açougue.

 

- Saco! Eu sempre sou desastrada quando fico nervosa. – reprimi-me.

 

- Mas e então? Vamos ou não vamos? – perguntou.

 

-  Tudo bem, se eu morrer paciência... – brinquei e ela cerrou os olhos. – Certo, eu faço. Suma daqui. – disse empurrando-a pelo lado contrário que eu correria.

 

- Conte até dez e boa sorte. – nisto ela saiu correndo.

 

5...4...3...2...1. Saí correndo e derrubando todas as latas, seria cômica a cena se não fosse arriscada. Quando ia me aproximando do fim o leão já se encontrava no fim do corredor, me olhando como se eu fosse algo de comer. Ele começou a andar na minha direção, sua língua pendia como se estivesse cansado, meus passos para trás não eram rápidos, eram do tempo exato dos dele. Não falei nada, segui andando para trás, mas infelizmente uma lata, que eu provavelmente tinha derrubado, estava no meu caminho, eu não tinha percebido e caí, não deu tempo de me levantar.

Ele já estava com suas patas frontais ao redor da minha cabeça. Sua cabeça era enorme e me encarava de cima, eu fechei os olhos para não ver. Eu morreria a qualquer momento, basta que aquela besta decidisse.

 

- CLARA! VOCÊ VAI MATÁ-LA! – berrou uma voz conhecida, mas naquele momento eu não percebi de quem. – VAI LOGO! – falou agora mais próximo.

 

- Eu... Eu... não consigo. – disse chorando? Pelo menos foi a impressão que tive. – Toma.

 

Depois disso tudo foi rápido demais, eu sentia a respiração do bicho perto da minha cabeça, ela estava o oposto da minha, ou seja, controlada. Ele levantou a pata, pude ver por que a minha curiosidade me impediu de ficar de olhos fechados, e levou em direção a minha perna. Por que não me matava logo? Parecia esperar alguma coisa. Mas nesse instante, no momento em que ela rasgaria a minha perna em migalhas, algo aconteceu. Eu ouvi um rugido brutal, seguido por um arranhão na perna mesmo mas numa proporção menor. E ele virou poeira, na minha frente, diante dos meus olhos. Mas incrivelmente ela não caiu em cima de mim, com um rajada de vento saiu de perto, deixando apenas um casaco, um simples casaco com pele de leão nos pulsos e no capuz. Mas não era com isto que me preocupava, eu me preocupava com o fato de minha perna estar incrivelmente dolorida e ardida. Olhei para ela e vi um arranhão, típico arranhão de quando nos embrenhamos nos espinhos. Roguei algumas profecias e a cicatriz se formou mas mesmo assim era dor demais.

 

- Você está bem? – segurou-me Flávia. Eu assenti. – Garota que susto você nos deste! Nunca, nunca mais faça isso. – bronqueou-me

 

- Mas deu certo não deu? – falei – Então... a única coisa é minha perna que dói um pouco.

 

- Tem alguma coisa na sua mochila que possamos usar? – revirou a mesma Flávia.

 

- Aqui – disse o Liam pela primeira vez. – Coma isso. – era um pote com Ambrósia dentro. Eu comi, e minha dor na perna passou. Simples, e junto a minha cicatriz estava indo embora.

 

- Clara. – ela me olhou com os olhos vermelho e um pouco chateada. – O que houve amiga? Por que não matou a fera?

 

- Eu, eu não sei. Dei uma ideia que quase te matou, fui extremamente irresponsável. Naquela hora, te ver vulnerável nas mãos de um bicho e numa situação que eu te coloquei, me deu um aperto. – falou.

 

- Eu jamais, escutou, jamais te culparia, eu aceitei, eu arco com as consequências. – falei. – Mas agora é uma pena o casaco é do Liam. – disse entregando-o.

 

- Sério? – falou-me

 

- Você o matou certo? – ele assentiu – Então é seu por direito.

 

- Mas como soube? – perguntou confuso.

- Liam foi simples, primeiro a sua voz ralhando com a Clara quando ela não conseguia o matar, e segundo a Flávia estava sem nada nas mãos, por isso foi a primeira a chegar em mim. Se ela tivesse matado, eu ouviria o barulho de alguma coisa caindo. – sorri orgulhosa da minha conclusão.

 

- Lola, você é anormal! – disse Clara divertida.

 

- Nunca disse que era normal... – dei uma piscada pra ela.

 

- Uma missão foi... falta a próxima, qual deve ser? – perguntou o Liam, e em resposta ele apenas recebeu o silêncio, até a Perséfone aparecer com palmas sarcásticas. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que pouquíssima gente lê essa parte. Mas... vou tentar

Pedido que eu tenho para fazer, gente mesmo a história estando horrosa, ou que tu não gostou do capítulo só, comenta e avisa pra mim o que eu errei! Isso é muito bom, por que o próximo capítulo eu posso tentar arrumar.

Fora isso, eu quero agradecer muito, a todo mundo que comenta, por que isso deixa uma autora feliz.

*No próximo capítulo*
Só vou dizer uma coisinha. NOSSA TAREFA CORRESPONDERÁ A TERCEIRA TAREFA DO HÉRCULES. Pra quem for ver qual é, e não tiver 100% de certeza se achou a certa, gente é a tarefa da corça.

bjbj comentem