Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 53
Histórias de Fogueira




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Eram seis e meia em ponto de uma segunda feira. Eu me encontrava dentro de um ônibus escolar. Sentada nos últimos bancos. A caminho do sitio da escola, depois de um fim de semana de compras e planejamentos pelo menos por parte minha e das garotas. Clara usando uma camiseta preta lisa, com um colar curto com pingente de estrela, estava deitada sozinha no banco de trás, ouvindo o Ipod que depois de ontem tinha a escrito atrás From Hell. No banco do lado dela, Oliver. O garoto estava esparramado e tinha tirado os tênis, e jogava algum jogo no Iphone. Os dois ocupavam os últimos bancos.

No banco exatamente da frente Clara. Estava eu e o Liam. O Liam deitado no meu colo, enquanto eu fazia carinho na cabeça dele, eu olhava pela janela pensando em tudo isso. Do nosso lado a cena se repetia, mas Flávia é quem estava deitada em cima de Dan. Segundo ela cinco horas da manhã – a hora em que acordamos – era cedo demais e ela mataria a diretora se não ‘tivesse cansada.

E no banco na frente de mim e Liam. James e Lizzie estavam sentados. Não se ouvia ma palavra deles mas eles pareciam bem. Nos bancos mais à frente, estavam as lideres de torcida, seus saiotes minúsculos e tops apertados, além das risadas forçadas e das madeixas loiras enganosas. Junto com elas os metidos a atletas, que andavam com o uniforme todos os dias, em todos os lugares, sempre tinham uma bola de futebol na mão e ficavam jogando ela de um lado pro outro.

Provavelmente mais para frente aqueles que se mantém incógnitos. Sabe o colégio era assim mesmo, éramos julgados pela aparência, e alguns de nós pela paternidade. Se éramos filhos de algum empresário famoso, ou se tínhamos como mãe a prefeita da cidade. Eu sentia falta do acampamento. Ninguém era melhor que ninguém, podíamos ser nós mesmos e cada um de nós com suas dádivas, por assim dizer.

- Um dólar por seus pensamentos. – James me encarava pelo vão entre o vidro e a poltrona.

- Estará jogando um dólar fora. – falei sorrindo.

Ninguém estava dando importância pra nós dois. Liam tinha virado, deitado o banco e agora dormia, realmente ferrado no sono. Dan estava preocupado demais, com as madeixas da Flávia, a mesma que dormia. Os outros, estavam em seus respectivos mundos.

- Acho que vou arriscar. – ela falou abrindo um sorriso estonteante que me faltou o ar.

- Está certo. Um dólar. – estendi a minha mãe brincando e para minha surpresa ele colocou um dólar.

Sua mão insistiu em ficar junto a minha, mandando leves choques e me fazendo corar. Quando reparei o que nós dois fazíamos, peguei o um dólar e coloquei rapidamente no bolso da calça, eu tinha namorado, ele estava do meu lado. Eu o amava.

- Desculpe. – ele falou com o sorriso enfraquecendo.

- Não foi nada. Bom, eu lhe devo meus pensamentos. – eu disse mudando de assunto.

- Não prefere sentar do meu lado. – sugeriu.

- Vamos deixar assim. – falei mordendo o lábio inferior.

- Seus pensamentos agora. – ele falou.

- Eu to com saudade da minha antiga escola. – eu falei.

- A interna? – ele perguntou.

- A própria. Eu me sentia bem lá, sem rótulos e tudo mais. Na verdade bastante gente me conhecia e eu sinto falta disso. Das pessoas sorrirem pra mim ao invés de me olhar de cima a baixo.

- Sua escola antiga existia mesmo? – ele brincou me fazendo rir. – Não, que isso. Lola estamos em uma escola publica, sem uniformes, as pessoas tentam se mostrar deixam os seus estilos transparecerem. Você é discreta demais, não que eu ache isso ruim, mas pense bem... As lideres de torcida usam uniforme para mostrar o corpo, os jogadores, usam o uniforme pra mostrar status.

- Na minha antiga escola não tinha uniforme, nem por isso eu deixava de ser bem tratada. – falei.

- Eu imagino. Mas pense por outro lado, você é a novata, ninguém sabe nada sobre você e na sua primeira chance, você anda com os problemáticos. – ele soltou uma risada gostosa.

- O que me sugere então? – eu disse erguendo uma sobrancelha.

- No que você é boa? – ele perguntou.

- Esporte, musica e teatro. – respondi.

- Flávia não era líder de torcida na outra escola? Antes da interna? – ele perguntou.

- Sim, mas pensei que estávamos falando de mim. – disse confusa.

- Você e Flávia farão o teste para lideres de torcida na volta. – ele piscou pra mim.

- Com tanta coisa pra fazer, como entrar para alguma equipe, para o coral ou banda da escola e até fazer parte do teatro você quer que eu seja líder de torcida? – eu perguntei confusa.

- Na nossa escola, as equipes femininas estão lotadas. Coral e banda, aqui, são como posso te dizer sem ofender os nerds, bom o coral é só pra eles mesmo. Teatro é pros alternativos, aqueles que se julgam velhos demais para o mundo.

O silencio se instalou no ônibus, ainda faltava grande parte do percurso para chegarmos, e James virou para frente. Olhei pra Liam, que dormia calmamente, e sorri fraco. Mexi na minha bolsa e coloquei os fones de ouvido.

Eu ouvia “The Time Of My Life” quando o ônibus entrou na propriedade da escola. Essa que era totalmente uma novidade pra mim, exceto por alguns comentários excitados de Lizzie.

O ônibus tinha chegado um pouco depois do horário previsto, o que tinha deixado grande parte do pessoal com fome. Mas não era culpa nossa que Fred tem enjôo e teria que parar o ônibus pra vomitar. Descemos do ônibus, há quem diga que aos pulos, todos do lado de fora esperavam ansiosamente a diretora falar, para que pudéssemos comer.

- Bom dia, alunos. Sei que muitos estão famintos e outros cansados, então serei breve. A lista com os dormitórios vai estar no mural do refeitório. Vocês mesmo se dividiram então não peçam para mudar. Peguem o numero vão pra cabana, arrumem suas coisas, façam outra coisa e retornem para jantar. Isso é o que faremos hoje. Então vamos comer. – ela empurrou as portas do refeitório.

Quase fui atropelada pelos jogadores de futebol que pareciam macacos comendo. Depois deles, todo mundo parecia não ter a menor cerimônia para entrar no refeitório, alguns aos gritos, outros correndo, parecia um estouro da boiada. Animais. Entramos por ultimo e por isso acabamos por enfrentar uma fila enorme.

A comida não era boa e eu me sentia estranha ao comer toda a comida sem ao menos oferecer um pouco pro meu pai. Mas seja como for, não queria ser tachada de estranha do colégio, então tratei de comer o espaguete mais que ligeiro, para sair logo dali. Fui a ultima a terminar, por que por grande parte do tempo eu parava e falava com os outros e esquecia de comer.

Assim que acabamos, olha que fomos um dos primeiros mesmo com a minha demora, fomos olhar a lista de dormitórios. Tínhamos ficado com a cabine 12. Eu, Lizzie, Clara e Flá.

- Vamos lá garotas, eu sei onde fica. – ela disse me puxando pela mão.

Joguei um beijo para os garotos e segui Lizzie. Ela só parou quando estávamos na porta da cabine. Ela era de madeira, um chalé de acampamento, posso até compará-la com o de Hermes. Só que incrivelmente menor, sem a graça do meu chalé dourado. Eram dois beliches e uma porta para um banheiro. A situação era precária mas era aconchegante e parecia limpo e iluminado. O banheiro tinha azulejos brancos, com os rejuntes já escurecido pela ação de fungos e outras coisas que me deram nojo de pensar. Algo também me dizia que eu teria banho frio. Nossas roupas ficariam em baús, nos mesmos fizemos questão de passar inseticida, não duvido que tivesse cupins e traças. Imediatamente lembrei dos baús de ouro do meu chalé, impecáveis e sem qualquer problema. Sem duvida o acampamento fazia falta.

Tínhamos dividido as camas. Lizzie e Clara ficariam nas camas de baixo, e eu e Flávia nas de cima. Não sei bem ao certo por que, a cada uma foi jogando suas coisas em cima da cama, e foi ficando assim. Estamos nos preparando para ir buscar a bagagem quando bateram na porta.

- Abre aí. – Flávia disse enquanto trançava o meu cabelo.

Clara foi até lá. Eu não via a porta da posição em que estava, mas vi quando os garotos entraram no quarto. E principalmente quando Liam estava com a minha mala.

- Own, não precisava querido. – disse dando um selinho nele.

- Podemos dar uma volta? – ele propôs.

- Podemos? – respondi insegura – Acho que sim, só preciso guardar minhas coisas.

- Vai lá, Lola. – Lizzie piscou pra mim. – Eu dou conta de tudo aqui.

Sorri em agradecimento e sai com o Liam sem lugar definido.

- Você conhece isso aqui?

- Sinto lhe informar mas não vamos nos perder. Só vamos a um lugar que fica vazio.

- Não vou perguntar onde é.

- Claro que não vai. Você prefere se corroer por dentro a dar o braço a torcer. – ele disse passando os braços pelos meus ombros. – Por isso é minha garota.

- Infelizmente não posso negar... – falei fazendo uma careta e recebendo um beijo na bochecha.

Passamos por uma pequena trilha e chegamos a um lugar que tinha uma placa de madeira, escrito com letras coloridas: Parquinho. Olhei pra ele que deu de ombros e sorriu. Me levou até um banco e sentou do meu lado.

- Liam, aconteceu alguma coisa? – fitei-o.

- Eu estaria mentindo se dissesse que não. Olha Lola, negue o quanto quiser mas... James está afim de você. – ele falou rápido mas eu entendi.

- Liam, eu não teria tanta certeza... – aquilo me parecia fantasioso demais.

- Mas eu tenho. Lola, eu entendo os olhares dele para você, isso não é difícil, na verdade todo mundo já percebeu, mas não querem dizer nada. Se não acredita, pergunta pra filha de Afrodite. – ele citou Flávia.

- Que seja, não to entendendo onde você quer chegar... – mudei de assunto.

- Você gosta dele? – ele perguntou me estudando.

- Obvio que não, Liam! – como ele podia perguntar coisas do tipo?

- Desculpa, Lola, mas eu precisava saber isso.  – ele disse baixando a cabeça.

- Olha pra mim. – eu pedi. – Eu te amo, isso nunca vai mudar. Você é o meu primeiro namorado e espero que único. Confia em mim, ele é só um bom amigo. – eu disse encarando-o.

- Confio. – ele falou.

- Você me chamou pra falar isso? – eu perguntei.

- Não. – ele disse passando os dedos no meu jeans e me puxando para o seu colo. – Pra isso também.

Ele me beijou. Calorosamente, da maneira que eu mais amava. Com as nossas línguas em sincronia e sem nenhuma regra.

(...)

Era hora da fogueira. O plano era que contássemos histórias de terror pra nos divertimos um pouco. Eu, Lizzie e Clara estávamos saindo da sala quando a Flávia entrou no quarto como um furacão.

- Vocês não vão acreditar! – ela se jogou na cama da Clara.

- Não vamos mesmo.... – Clara disse abrindo a porta para sair, fazendo com que todas ríssemos.

- Deixa eu contar? – ela disse com os olhos brilhando.

- Conta. – eu falei sentando na outra cama junto com Lizzie.

Clara se mantinha encostada na porta.

- Então vocês sabem que o Dan me chamou pra conversarmos e darmos uma volta né?

Ele tinha realmente feito isso. Quando eu entrei no chalé, Dan estava na porta vendo se batia ou não e tinha me pedido pra chamar a Flá.

- Aconteceu alguma coisa? – eu perguntei.

- Não, Laura. O garoto se jogou na fogueira e ela ta feliz assim. – Clara comentou rindo. – Conta logo, F.

- Bom... elemepediuemnamoro. – ela falou rápido demais para o meu cérebro limitado.

- Repete, devagar. – Lizzie pediu.

- Ele me pediu em namoro. – disse mostrando a mão esquerda.

- Own. – falamos as três.

- E você aceitou? – perguntou Lizzie.

Ela recebeu três pares de olhos inquisidores em cima dela.

- Não ta usando o anel por que ela cortou o dedo e precisa dele pra ligar um pedaço no outro. – Clara falou rindo. – Obvio né? Agora podemos por favor ir, eu tenho uma história pra contar na fogueira.

O jantar havia sido substituído pro porcarias em volta da fogueira. A diretora tinha aceitado isso numa boa, então tinha uma mesa grande com todo o tipo de comida e refrigerante. Uma fogueira crepitava com alguns troncos em volta para que pudéssemos sentar.

Assim que chegamos os garotos já estavam lá. Peguei um pastelzinho qualquer na mesa e dei uma mordida enquanto íamos a direção aos garotos. Eles estavam sentados em volta da fogueira já.

- Hey, Dan. Parabéns. Eu sabia que você tomaria coragem. – disse o abraçando e sentando logo em seguida entre ele e o Liam.

- Folgada. – ele murmurou comendo o resto do pastel que estava na minha mão mordendo os meus dedos de propósito.

- Olha quem fala. – disse olhando pros meus dedos.

James e Oliver estavam no tronco do lado.  Clara sentou na ponta ao lado de Oliver e Liam. E Lizzie entre os dois, deixando o James na outra ponta. Flávia era a única que se mantinha em pé.

- Vocês não vão me dar espaço pra sentar? – ela perguntou. Revirei os olhos e empurrei os garotos para o lado, deixando ela sentar entre mim e Dan.

- Feliz? – perguntei.

- Muito – ela estalou um beijo na minha bochecha.

- Bom alunos. – o professor de história falou.

Sr. Guns, era alguém muito divertido. Ele era novo deveria ter uns trinta anos e nos ensinava de uma maneira fantástica. Quando estávamos estudando a independência dos Estados Unidos ele nos levou pro pátio para encenarmos a independência. Fora inúmeras outras coisas. Ele era bonito, o que fazia grande parte das alunas ter uma queda por ele, incluindo a professora de Física, que segundo os boatos colocou silicone por causa dele.

- Vamos começar com nossas histórias da fogueira. Lembrem-se só histórias de terror, sejam criativos eu confio em vocês. – ele disse acendendo uma lanterna embaixo do seu queixo. – Quem começa?

- Eu. – Oliver levantou a mão.

- Vamos lá senhor, Fiery. – o professor entregou a lanterna pra ele. 

- Quando você está internado em um hospital, colocam em seu pulso uma pulseira branca com seu nome – ele fez uma pausa – Mas há outras diversas pulseiras coloridas que simbolizam outras coisas. Pulseiras vermelhas são colocadas em pessoas mortas – todos mantinham os olhos vidrados no garoto. – Um cirurgião que trabalhava no turno da noite em um hospital, tinha feito uma cirurgia a pouco e estava indo ao porão. Quando entrou no elevador, tinha uma mulher la dentro os dois conversaram um pouco.

Há essa altura já havia garotas que tremiam, pessoas que tinham se levantando. Eu mantinha meus olhos em Oliver e em cada expressão que ele fazia. Reprimi um grito quando Liam colocou o braço no meu ombro e me puxou pra perto dele.

- Quando a porta do elevador se abriu num andar qualquer, outra mulher estava prestes a entrar quando o médico fechou a porta do elevador rápido apertando o botão. A mulher que estava com ele ficou confusa e o médico enquanto apertava o botão do ultimo andar explicou “Eu operei essa mulher, ela morreu já. Será que não viu a pulseira vermelha que estava com ela?” – tremi levemente. – A mulher sorriu – e Oliver também. Ele desligou a lanterna e parou de falar.

Todos estavam curiosos para o que viria a seguir, então ele iluminou a mão e continuou.

- A mulher sorriu e levantou o braço. – ele imitava como se explicasse o que a mulher fazia. – “Igual a essa aqui?” – nessa hora ele iluminou o pulso que continua uma pulseira vermelha.

A Flávia ao meu lado colocou a mão na boca antes de gritar. Eu senti uma vertigem e outras garotas já gritavam desesperadamente. Até que Oliver recolocou a lanterna no seu rosto e falou.

- Fim. – se levantou fazendo reverencias.

- Ótimo, senhor Fiery. Realmente empolgante. Agora tire essa pulseira. – ele falou pegando a lanterna – Quem é o próximo? – enquanto isso Oliver já arrancava a pulseira jogando em qualquer lugar.

- Tenho uma curtinha. – Uma garota ruiva levantou a mão, ela fazia biologia comigo e era bem tímida.

- Está servindo Becky. - O professor entregou a lanterna.

- Bom, era uma noite que chovia muito e um garoto estava sozinho em casa. No meio da noite ele acordou com um barulho e com a luz do relâmpago ele viu rostos no espelho.

Mordi o lábio inferior, o pessoal veio bem preparado, deuses.

- No dia seguinte ele tirou os espelhos do quarto e conseguiu dormir tranquilamente. Mas a maior surpresa veio no dia seguinte quando acordou e viu um bilhete na cômoda. “Recoloque os espelhos, gostamos de te ver dormindo”.

Quando a garota terminou, muita gente aplaudiu, ela não tinha o talento de Oliver, mas a história era muito boa.

- Próximo? – ele perguntou girando no meio do circulo. – Senhor Stiler. – ele disse entregando a lanterna.

- Preciso disso? – o garoto perguntou.

- Precisa sim. – o professor falou agora sentado já.

- Ok. – ele ligou a lanterna. – Um dia na escola um garoto que sentava do lado da janela viu uma foto no pátio e ficou intrigado. Quando o sinal tocou, saiu correndo sem pensar em nada, ele só queria pegar a foto. Na foto havia uma garota muito bonita, com o sinal de “V” nos dedos indicador e do médio. O garoto tentou descobrir com varias pessoas quem era a garota, mas ninguém a conhecia. Ele colocou então a foto na cabeceira da cama e dormiu.

Histórias maiores eram sempre as piores, nos deixavam intrigados, eu tinha deitado minha cabeça no ombro do Liam e ele tinha descido o braço pra minha cintura.

- No meio da noite foi acordado com um barulho na janela. Abriu ela e procurou e ouviu o barulho de risadas mas não achou nada. Um dia se passou com ele tentando descobrir quem era a garota e não obtendo sucesso. De noite ele fez a mesma coisa que na noite anterior e colocou a foto na cabeceira da cama. Novamente foi acordado por um barulho na janela, só que dessa vez ele seguiu as risadinhas com a foto na mão. Quando saiu de casa, foi atingido por um carro. Ele acabou morrendo com a foto nas mãos. O motorista, desceu e tentou ajudá-lo, até que viu a foto. Pegou e a olhou. Viu uma linda garota com três dedos levantados.

Eu estava em choque. Não me mexia.

- Ela... mata... pessoas... – Flávia falou perto de mim.

- S-sim. – eu engoli em seco.

Minha cara não deveria ser a das melhores. Mas ninguém estava muito bem, nem mesmo o garoto. Porém como toda regra tem exceção, Oliver e Clara pareciam muito bem, os dois tinham esse estilo meio “grande coisa”.

- Quem vai fechar a nossa noite na fogueira? – o professor perguntou.

- Estava esperando para isso. – Clara falou pegando a lanterna.

Assim que todos ficaram em silencio e só se podia ver o fogo queimando Clara ligou a lanterna.

- Histórias não são para assustar, são apenas para avisar. – ela falou e fez a lanterna piscar, desligando e ligando rapidamente. – Há alguns anos atrás, um casal decidiu tirar um descanso – que ingênuos – então saíram pra jantar.

Sem duvida os comentários que Clara teceria durante a história fariam que ela ficasse assustadora. Esse “que ingênuos” já fez muita gente pesar a respiração.

- Chamaram uma babá de confiança. Mas esta quando chegou, avistou as crianças já dormindo. A baba verificou se estava tudo bem, mais tarde da noite ela ficou com tédio. Queria assistir televisão, mas essa só tinha no quarto do casal, por que os pais não queriam que os filhos assistissem porcaria. – claro que não queriam. – Ela então liga pros pais. E pergunta se poderia assistir televisão. O casal logicamente deixou. Mas a baba fez um pedido.

Se algum dia você quiser saber algo rápido nunca deixe a Clara te contar ela vai encher isso com suspense e vai demorar anos.

- Ela pediu: “Poderia cobrir a estatua do quarto das crianças?” O pai estranhou e perguntou “ Qual estatua?” “ A estatua de palhaço, posso cobri-la com um lençol ou algo do tipo?”.  O telefone ficou mudo...

Minha respiração já estava falha. Odeio palhaços. Tenho o maior pânico de palhaços. COMO ALGUÉM CONSEGUIRIA TER UMA ESTATUA DE PALHAÇOS? Todos ficamos esperando a continuação.

- O pai voltou a falar “Tire as crianças de casa, não temos nenhuma estatua de palhaço”

Como?! Ai socorro. Comecei a tremer, foi a pior história pra mim, eu nunca tinha entendido da onde vem meu pavor de palhaços mas eu não gosto. Liam me aperto mais contra ele e beijou minha testa.

- Ok. Ótima história Clara! Agora podem voltar aos seus dormitórios, não quero ninguém fora do seu chalé.

Todo mundo foi saindo e eu não conseguia me mexer eu estava assustada demais.

- Lola, você ta legal? – Liam perguntou.

- Tenho fobia de palhaços. – falei num murmuro.

Ele sorriu fraco e me levantou com ele.

- Vamos indo, eu vou com você até lá e depois a Flávia vai estar com você sem problemas.

- Não, minha fobia não é a esse ponto. Eu só fiquei assustada. To bem. – eu falei.

- Ótimo. –ele me deu um selinho.

Mordi o lóbulo da sua orelha e sussurrei.

- Vão precisar mais que um palhaço pra me derrubar. – rimos. 


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Notas finais do capítulo

GENTE AVISO IMPORTANTE:
as histórias não são minhas, todas as histórias da fogueira, eu tirei do tumblr, quem tem tumblr deve saber. cada uma delas pertencem ao seus respectivos donos, não sei quem são... desculpa, se não eu creditava aqui.
quem tiver tumblr da fallow http://luckorchance.tumblr.com/
ou visitem, passem na minha ask é deem um oi. vou adorar.
então segundo episódio, eu avisei emoções não vão ocorrer MUITO, já tenho algumas ideias, mas vão demorar um pouco.
bj reviews?



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