Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 41
Tia, Wings? Beijo, Winer?


Notas iniciais do capítulo

eu voltei atrasada! Dalhe! desculpa, mas meio que rolou um bloqueio + preguiça.



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- ACHEI A SOLUÇÃO DA NOSSA MISSÃO! – exclamou apontando para ....

Dan sempre foi uma pessoa exagerada demais. Dessa vez não foi diferente. Ali estava parada uma Harley Davidson. Não duas como esperávamos. Na verdade eu esperava qualquer solução mais efetiva. 

- Vamos bater na porta? – perguntei olhando para onde as motos estavam paradas.

Era um centro de aulas de lutas. Qualquer tipo de lutas. Isso me parecia bem típico de filhos de Ares. Por fora era feito de tijolos, alguns danificados pelo tempo e com rebocos mal feitos. 

- Teremos que entrar. – falou Clara.

Ela se dirigiu até a porta de madeira. Empurrou e ela abriu rangendo um pouco. Ali seguia uma escada para cima. Nós cinco subimos, tentando fazer o menos barulho mas algo me dizia que eles já sabiam que estávamos ali.

- Peguem os punhais. São menores e discretos. – falou Liam.

Peguei o meu no bolso da mochila, o bronze celestial iluminou um pouco o local. O corredor e a escada não continham luz alguma. Mas mais adiante onde havia uma porta de vidro e sucessivamente um tapume onde varias garotos se revezavam lutando um contra o outro. Escondi minha faca na manga do blusão em que usava, tomando cuidado para não me cortar. Dan empurrou a porta e entramos. Enquanto dois lutavam, os outros ficavam em volta instigando cada vez mais a briga.

Num canto estavam dois caras, um tinha aparência de um adolescente, usava um jeans, camiseta escura e jaqueta de couro. O outro era muito parecido à diferença é que seu rosto era mais brutal, repleto de cicatrizes.

No meio da luta um dos adversários ficou paralisado. Seus olhos perderam o foco, pelo menos ao meu ver perderam. Ninguém notara a nossa presença, tínhamos ficado bem próximos à saída. Alguém cutucou meu ombro. Era Clara, seus olhos indicavam para onde eu deveria olhar.

Fobos. Na boca um sorriso escárnio. Os olhos brilhavam com chamas. Um grito desesperado ecoou. Medo. Sim. Um grito de medo. Era pavoroso, quase que saio gritando junto. Ele mantinha os olhos fixos no lutador. O outro aplicava golpes nele enquanto seus olhos se mantinham fora de foco. Sangue demais. Então ele piscou.

O lutador voltou a foco e percebeu que apanhava. Então abandonou a luta e saiu sem dizer nada. Os irmãos riram e deram um soquinho com as mãos. O outro, que supostamente ganhou a luta foi até Fobos e Deimos e não falou nada. Colocou-se ao lado dos dois que apenas sorriam e viam a próxima luta começar.

(...)

A noite tinha chegado. Nós não tínhamos tido qualquer sinal de que a luta pararia e estávamos perto da porta a um bom tempo. Vários homens já tinham entrado e saído, passavam por nós e não faziam nada. O comportamento era igual àqueles que nunca tinham nos visto. Eu estava cansada, com fome, precisando de uma boa noite de sono. Nenhum de nós tinha qualquer dica de onde deveria ir.

Todos já tinham saído e íamos sair junto. Dormiríamos um pouco e no dia seguinte talvez tivéssemos alguma idéia do que fazer. Deixamos que os caras que “viviam” ali saíssem primeiro. Estávamos nos aproximando da escada, quando tudo se sucedeu rápido demais. Uma poeira, grossa demais para enxergar através, passou por nós. Nos instante seguinte um adolescente, vestindo uma jaqueta de couro, camiseta escura e jeans igualmente. O rosto? Repleto de cicatrizes. Deimos, como eu disse anteriormente.

- Ora, ora. Não precisam ir embora tão cedo... – ele falou. O tom de voz grave.

- É... – uma voz rouca disse atrás de nós-, fiquem e vamos conversar...

- Pensam que não vimos vocês? Apenas deixamos o melhor para o final. – Deimos voltou.

- Ótimo. – disse Clara, seus olhos faiscavam assim como o deles. – Me mostre o que você pode. – ela encarava Fobos.

Os olhos deles faiscavam. Eu podia ver o quanto ele se esforçava para mostrar o pior pesadelo dela. Ela se mantinha dura. Nenhum sinal de desespero ou simplesmente de medo. Ele piscou os olhos forte e voltou a encarar Deimos. Algo fez com que ele olhasse para Flávia. Os joelhos dela cederam e ela caiu no chão. Um urro de dor saiu pela sua boca e Dan se ajoelhou do lado delas.

- Não vai adiantar, ela tem medo, e este é a pior fraqueza do homem, a fobia. – Deimos explicou.

Cerrei meus olhos na direção dele.

- Raio de sol, não vai adiantar. Eu não tenho medo. Eu apenas o causo. – provocou.

Girei meu pulso e lancei o punhal que tinha em minha mão. O reflexo dele não era bom, mas o fato dele poder mudar de forma ajudava. Dissipou-se em poeira e segundos depois ele estava de volta no mesmo lugar.

- Lola! – falou a Clara. – Use as palavras, o confunda. Fobos é meu. – ela falou.

- Flávia? – chamei. Minha amiga sofria e junto eu sofria também, cada grito dela me doía

- Faça o que tem que fazer, Lola. – falou Dan.

Assenti. Apertei meus olhos e Liam se colocou do meu lado.

- O que está fazendo? – disse com os dentes cerrados.

- Te ajudando. – falou simplesmente.

- Se mantenha longe de mim!

- Deixe de ser cabeça dura, precisa de ajuda, e eu sou a ajuda. – ele disse me encarando.

- Então, lute. – falei.

Ele na respondeu ficou ali, parado do meu lado. Uma cabeça mais alto que eu.

- Hey. Deimos! – gritei.

Enquanto o chamava, Clara e Fobos já trocavam xingamentos.

- Algum problema? – ele disse.

- Que tal uma luta. Eu e você. – o desafiei. – Mas acho que não é corajoso o bastante. Né?

- Como?

- Simples, você muda de forma toda hora. Isso é só por que sabe que vai perder... Tudo bem então. Acho que não posso lutar com um covarde.

Por sorte o tanto que ele dava de medo faltava cérebro. Os simples xingamentos de ele ser covarde e não ser corajoso o bastante o fizeram travar uma luta comigo.  Peguei a espada que carregava e comecei. Ele não era bom lutador, o que me leva a acreditar que ele apenas metia medo nas pessoas a ponto de nunca partir para luta com ninguém. Mas mesmo assim ele era um deus e ainda tinha reflexos melhores que os dos meios sangues.

Levei um arranhão no braço, fui atingida pelo meu próprio punhal. Eu não podia curar rápido sem colocar minha mão em cima e murmurar o hino de meu pai em grego antigo. Ou eu precisaria do sol, no momento eu não tinha nenhum dos dois. Estava sangrando e doendo. Abaixei-me e passei a espada pelos seus pés, ele deu um salto e me atingiu de novo. Desatenção. Nós dois éramos desatentos. Mas eu estava errando antes.

Liam fez menção de entrar na luta. Apenas grunhi avisando para ficar fora dali. Deimos sorria, sua aparência me repugnava. Levantei a espada a fiz menção de passá-la por baixo de novo ele pulou, como não tinha a passado, acertei seu ombro. Sangue dourado.

- Não vá morrer agora. – disse entre dentes. – Ou melhor, sumir agora. Antes me diga o que fez com Clarisse e com meu irmão?

- Nem vem, não preciso falar. – ele disse.

Balancei a espada pela sua cintura.

- Com quantas cicatrizes você pode sobreviver?

- Inúmeras. – disse sarcasticamente.

- E com quantos membros a menos? – perguntei.

Ele grunhiu e sorri vitoriosamente.

- Que tal uma caça ao tesouro, gatinha? – perguntou.

- Fale o que tenha que falar.

- Vá para região sul. Brinque de rodeio, quem sabe seu premio não é o seu irmão? – ele disse e sumiu.

De raiva apertei a espada no chão. Liam colocou a mão no meu braço e um arrepio percorreu pelo meu corpo.

- O que foi? – disse ligeiramente mais calma.

- Você é boa. – ele falou sorrindo.

Devo dizer que por pouco. Por um pedacinho chato do meu corpo, eu não pulei no colo dele.

- Obrigada. – disse. – Desculpa. Acho que sou meio possessiva com os adversários.

- Você é fantástica.

Sorri timidamente e fui para o lado da Flávia. Clara estava em um canto enfaixando seu braço. Deixei ela fazendo isso, depois olharia.

- Como você está? – perguntei me sentando ao seu lado no chão do estúdio.

- Nada que possa resolver. – ela disse enquanto engolia um pouco de ambrosia. – Ferimento interno.

- Cla, e você como está? – perguntei indo até ela e tomando o rumo de suas ataduras.

- Melhor que você. – apontou o corte no meu braço e na minha perna.

- Estou esperando sair ao sol. – disse sorrindo.

- Pena que é de noite. – ela disse debochada.

- Precisamos de um lugar para ficar. – comentou Liam.

- Acho que sei um lugar – disse Dan.

(...)

Para aqueles mais adeptos dos nomes, já tínhamos virado o Brooklyn de ponta cabeça. Para aqueles adeptos de expressões, eu já tinha caminhado todo o inferno duas vezes. Minha fome aumentava e devo admitir, nas outras duas missões não passei tamanha fome.

- Dan. É a quinta vez que eu vejo aquela casa! – disse apontando para uma construção antiga.

- E por que não disse antes?! Estávamos procurando aquilo! – ele exclamou.

Revirei os olhos.

- Dan, você me disse que íamos ficar na casa de um parente. – comentei.

- Minha tia tem uma pousada. – ele disse sorrindo e correndo em direção a porta.

- Que seja. – disse a Clara o seguindo.

Segui os dois enquanto Flávia e Liam vinham logo atrás. O Dan tocou a campainha que mais parecia um gato morrendo. Uma senhora de cabelo loiro e olhos verdes atendeu a porta. Os cabelos presos em um coque mal feito davam a impressão de que ela cozinhava. Assim como os fatos dela estar usando um avental sujo por manchas de chocolate e eu estar inebriada com o cheiro de bolo vindo do forno.

- Tia Marie? – perguntou Dan.

- Daniel? É você? – a senhora abraçou o Dan.

- Sim, sim. Queria saber se podemos passar a noite aqui? Eu e os meus amigos. – ele assinalou para nós.

- Claro que podem. Mas temos apenas um quarto vago. – ela disse.

- Sem problemas. – comentei. Se fosse um colchonete já estava ótimo.

- Então me sigam.

Subimos atrás dela por uma escada estreita mas incrivelmente firme. Ela desembocava em um corredor repleto de portas lacradas.

- A de vocês é a ultima. O café é das nove as onze. – ela disse simpaticamente.

- O jantar? – perguntei olhando para um relógio na parede que marcava onze horas da noite.

- Já foi servido, querida. – ela disse.

Caminhei até o corredor com os outros ao meu encalço. A minha surpresa ao abrir a porta, sem duvida não foi a melhor que eu poderia ter. Duas camas de casal e uma simples.

Todos olharam para dentro e assim como eu as garotas pararam. Dan e Liam entraram no quarto como se não notassem nada e largaram as mochilas em um canto.

- Como vamos dormir? – perguntei olhando para o quarto.

- Sabe, basta deitar na cama, Lola. Pensei que era mais inteligente. – Dan.

Ergui uma sobrancelha e o encarei.

- Sério? – falei entrando no quarto e largando minhas coisas.

- Você só vai dormir para que complicar? – ele continuou e agora tinha o apoio do Liam.

- Então façamos assim, Clara você fica na de solteiro tudo bem? – ela assentiu – Dan e Liam vocês na outra de casal... e ...

- Não mesmo! – gritaram os dois juntos.

- É só dormi. – imitei o tom de voz do Dan enquanto Flávia e Clara riam.

- Lola, sou macho. Não durmo com cueca! – exasperou Dan.

- Sugere o que machão? – perguntei.

- Assim, Clara a de solteiro continua sua. Mas eu e a Flá dormimos numa de casal.

- Isso sobra à outra de casal pra mim e... pro Liam! – exasperei-me.

- Pra burra você não serve. – ele disse sorrindo e fazendo o comprimento estranho que ele e o Liam tinham – Agora se quiserem o banheiro é ali. – apontou.

Flávia foi primeiro, depois foi a Clara, Dan, eu e por ultimo o Liam tomar banho. Enquanto o Dan tomava banho, eu revirava minha mala.

- Não tenho calça de moletom! – comentei com a Flávia que usava uma.

- Sorry honey! É a única que eu tenho. – ela apontou.

- Droga! Dormir de jeans é total desconfortável. – falei num muxoxo.

Então uma mão me estendeu uma calça. Era Liam.

- E você? – perguntei tímida, sabendo que Flávia e Clara me observavam.

- Tenho duas. – falou serenamente.

- Não precisa. – falei negando.

- Sei que precisa. – acabei por aceitar a calça e assim que o Dan saiu secando seus fios rebeldes e loiros. Eu entrei no banheiro.

Era pequeno, mas bonitinho. Liguei o chuveiro que estava ainda quente.

Sai do banheiro rapidamente. Fui até minha mochila e coloquei a roupa que tinha tirado. Constantemente eu pisava na barra da calça. Liam como eu já tenho falado é bem mais alto que eu. Cansada segui para a cama que tinha ali. Sentei-me na cama e me cobri com as cobertas. Clara lia um livro que eu não sei de onde ela tirou. Flávia já estava dormindo na sua parte da cama. Dan ouvia musica e mexia em seu Ipod.

A água do chuveiro desligou e a porta do banheiro se abriu. Daí em diante nada do que for dito poderá ser usado contra mim! Liam estava divino. Os cachos que eu tanto gostava estavam molhados fazendo com que algumas gotas escorressem. A blusa azul do tamanho exato e uma calça de moletom e ele secava o cabelo, me olhando.

- Algum problema, Lola? – ele perguntou sorrindo.

- Nenhum, estava pensando... para onde devemos ir? – disfarcei.

Ele sentou na beirada da cama e puxou as cobertas. Estava frio, ainda tínhamos resquícios de inverno.

- Bom, eu ouvi o que ele disse... – ele falou.

- Qual é o seu palpite? – perguntei.

- Texas. – ele disse simplesmente. – Participaram da Guerra Civil Americana e também o rodeio é característico lá.

- É um bom palpite. – disse me rendendo.

- Vou deixar você dormir. – ele disse.

- Não estou com sono. – fui traída pelos meus olhos que piscaram mais que o normal.

- Por mais que negue, Lola, eu te conheço muito bem. – ele falou.

Rapidamente selou os lábios dele nos meus.

- Boa noite, Lola. – ele falou se virando e deitando.

- Até amanhã, Liam. – falei.

Liam. Esse era o único garoto capaz de me fazer perder o sono. Não sei ainda o que me fazia insistir em não voltar com ele. Mas seja o que for enfraquecia a cada momento e assim que acabasse essa missão, eu já não responderia mais pelos meus atos.


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Notas finais do capítulo

não é dos maiores mas é da Flávia! por me encher tanto o saco e por ser a pessoa mais Team Loliam que eu já vi.



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