Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 35
Família só é perfeita em desenho animado.


Notas iniciais do capítulo

HEY, eu voltei, com um pequeno atraso mas voltei :)) DALHE!



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22 de dezembro, dois minutos da madrugada.

 

Minha vontade era de mandar Zeus, a puta que pariu. E dizer que ele não tinha absolutamente nada a ver com a minha vida ou com aquilo que era do meu pai. Mas lembrei que ele era meu avô... merda.

 

- Perdão. – respondi – Tivemos imprevistos no meio do caminho.

 

- Como se eu me importasse. – resmungou. – E então foram bem sucedidos ou acusaram inocentes novamente? – disse irritado.

 

- Podemos devolver os pertences? – perguntou Miranda.

 

- Que seja. – continuou resmungando.

 

Caminhamos até perto do trono onde meu pai e Ártemis estavam sentados lado a lado. Abri minha mochila e tirei a lira, a joguei para o alto meio sem jeito, mas ela não caiu, ele havia segurado e agora ela tomara seu tamanho normal. Da mesma forma Clara e Miranda entregaram os pertences de Ártemis à deusa. Voltamos para os nossos lugares ao lado de Luiza e Flávia.

 

- Poderia chamar, Afrodite, por favor? – pediu Flávia.

 

- Sem momentos mãe e filha. – retrucou Zeus.

 

- Estamos com um pertence dela. – a castanha continuou.

 

Zeus não parecia muito convencido, mas chamou um homem que chamaria Afrodite.

 

- Quer continuar dizendo o que devo fazer? – Zeus perguntou a Flá.

 

- Obrigada. – disse sorrindo, sem dúvida essa garota não prestava.

 

- Me chamaram? – Afrodite chegou segundos depois com um sorriso no rosto.

 

- Você sabe que sim. – Zeus respondeu com seu humor característico.

 

Flávia caminhou até o trono que Afrodite ocupava e largou em sua mão, que era delicada mesmo grande. Com a maior sutilidade a flor foi crescendo e por fim foi colocada no cabelo da deusa.

 

- Então... Vão me falar onde acharam as coisas ou preferem osmose? – Zeus disse debochado.

 

Apollo, Ártemis e Hera não tinham aberto a boca durante um segundo, nem para dizer obrigada.  Eu nunca fui fã numero um de Zeus, e não era hoje que isso ia mudar, Luiza e Miranda pareciam mais acanhadas por estarem ali pela primeira vez que mal falavam.

 

- É o seguinte. – começou Clara. – A lira e o arco com as flechas foram achados no templo de Afrodite, na Grécia.

 

- COMO PODE? – exaltou-se Hera. – Depois de toda proteção que meu marido fez sobre você, você ataca logo os gêmeos? Você não merece estar aqui.

 

Afrodite estava calma com tudo aquilo, parecia que Hera não falava com ela e isso irritou a deusa da família. Ela já estava com a face vermelha.

 

- Hera, sente-se. – Zeus falou sereno e calmo. Assim que ela realizou o feito, Zeus se virou para Afrodite. – Então... gostaria de se explicar?

 

A deusa sorriu em deboche se levantou.

 

- Oh, Zeus. Sei o que sou e acredito que essas garotas podem lhe explicar tudo muito melhor do que eu. Além do mais, eu não quero estar aqui para assistir o que está por vir. Com licença. – então saiu da sala, como entrou.

 

- ZEUS! COMO PODE? ELA É FALSA A PONTO DE ROUBAR UMA COISA E NÃO FALAR! – um minuto, alguém avisa quando rouba alguma coisa? – E VOCÊ A DEIXA SAIR DAQUI ASSIM? SORRINDO E AINDA SE SENTINDO A INOCENTE.

 

- Cale-se. – Zeus levantou uma mão, algo que fez Hera emudecer. – Poderiam continuar? – agora ele se dirigia para nós.

 

- Mas não era Afrodite? – Luiza sussurrou perto do meu ouvido.

 

- Shh! Deixa a Clara terminar. – respondi no mesmo tom.

 

- Zeus, quando lhe disse que encontrei algo no templo de Afrodite apenas respondi sua pergunta. De onde os objetos foram achados, nada mais.

 

- Filha de Hades. – havia desprezo em sua voz. – Vou deixar que continue a sua palhaçada, mas por favor seja breve, ao contrário do que pensa, não pretendo gastar minha eternidade ouvindo-a falar.

 

- Bom, quando achamos os pertences no templo de Afrodite, eu também tinha certeza de que Afrodite era culpada, mas depois comecei a ligar os fatos que não me pareciam condizentes. – tomou fôlego. – Por exemplo, por que Afrodite teria quebrado a sua flor, que por sinal é a chave para o seu templo e para a abertura de seu baú se ela já sabe usá-la com destreza?

Todos continuavam em silencio ninguém tinha coragem de interromper a Clara. Além do mais, só quem tinha a resposta para o que precisávamos era ela, afinal insistira em não contar a ninguém.

 

- Outro ponto, por que Afrodite deixaria de notar que perdera um de seus braceletes? – Agora Clara tirava de sua mochila um bracelete dourado, que me parecia familiar. – E por fim, como Afrodite poderia ir ao seu templo se estava de rolo com Ares?

 

Todos olharam espantados para ela como se acabasse de proferir uma blasfêmia.

 

- Eu não falei de nada que eu não tinha certeza da resposta. Vamos começar com a primeira. Afrodite não quebrou a sua flor por dois motivos, ela sabe manipular as pétalas com a doçura, acredito que ela pode até manipulá-la com um simples toque.

 

Isso era algo que eu tinha pensado, afinal Afrodite não parecia marinheira de primeira viagem quando nos falou de ir até o seu templo.

 

- O segundo. Afrodite não esquecera de nenhum de seus braceletes no templo. Pois todas as vezes que fora vista e incluindo hoje ela estava com todos os braceletes que a pertencem no braço, ao contrário de uma pessoa. – Clara sorriu presunçosa.

 

Ta legal, essa eu nem tinha reparado... que coisa bizarra, a Clara é observadora demais para o meu gosto.

 

- Por fim, Afrodite estava de rolo com Ares sim. Por isso ele não nos podia dizer onde estava. E por isso ela não podia levar sua própria flor para o concerto. Afinal Hefesto perguntaria como a flor quebrara. Dessa forma ela teria que contar que emprestara a flor, assim precisando dizer por que essa pessoa foi até o seu templo algo que ela mesma poderia fazer.

 

Todos os deuses pareciam ter cara de paisagem, nenhum ali parecia saber o que pensar nem o que fazer.

 

- Agora vamos ligar os fatos que nos levam ao culpado, certo?

 

- Achei que não fosse fazer isso nunca. – Zeus reclamou, mas deixou que continuasse.

 

- Quem manipulou a flor, foi uma pessoa que nunca tinha usado-a antes. Alguém que precisava fazer isso com pressa, para esconder as coisas de qualquer maneira no templo da deusa do amor. E alguém que deve ter dado a desculpa de que foi para entrar no templo e que as pétalas pareciam duras demais. – Clara ergueu uma sobrancelha.

Pode-se ouvir um suspiro involuntário de alguém naquela sala.

 

- Segundo, quem está sem um dos braceletes, não tinha percebido até o momento em que eu falara e instintivamente colocou a sua mão no braço. Por fim, essa pessoa tinha ganhado a chave do templo, pelas mãos de Afrodite com a missão de visitar o templo para deusa por que estava fazendo uma viagem para Grécia, já com a finalidade de esconder as coisas à chave apenas a ajudou. Não é, Hera?  - e assim terminou o seu discurso.

 

A deusa fez cara de espanto, assim como todos naquela sala.

 

- Ela pirou de vez? – foi à vez da Flávia falar comigo.

 

- Não sei o que pensar. – disse sincera.

 

- Hera? – Zeus chamou-a. – Quer se defender? – ele parecia se divertir com a situação como se a acusação da Clara fosse a mais sem pé nem cabeça.

 

Os únicos que pareciam fieis ao que a Clara falara, era meu pai e minha tia.

 

- Zeus, amado. Defender-me para quê? – o sorriso de Zeus aumentou. – Ela falou a verdade. – eu ouvi direito? Como ela pode ser tão cínica! Era o que a minha cabeça exclamava. – Você sabe o quanto eu odiei quando você teve esses dois imprestáveis. Sabe que eu persegui a mãe deles onde deu, sabe de que eles são as coisas que eu mais odeio nessa família não sabe?

 

Zeus parecia pensar demais, Apolo e Ártemis mantinham a cara de sempre, a diferença é que agora pareciam aliviados de saberem quem era.

 

- Eles são a ruína da minha família! A ruína! RUÍNA! Como VOCÊ pode tê-los, sabendo que eu SOU a deusa do casamento e o que eu mais odeio é a traição? COMO? O culpado de tudo isso que aconteceu é você! – e assim ela saiu com um simples puft!

 

Cínica, cadela, filha da puta, ridícula, vadia esses eram os pensamentos puros que rodavam pela minha mente.

 

- Ela vai ficar fora por um tempo... – Zeus comentou – Mais tarde ela volta. – e assim se levantou e saiu da sala.

 

Nós cinco ficamos lá olhando para Apolo e Ártemis que foram os únicos que restaram naquela sala enorme.

 

- Oh! Ladys, serei eternamente grata pelo que fizeram por mim. Sem dúvida alguma isso fora essencial, e não se preocupem, famílias são assim não podemos as escolher então devemos nos contentar com o que temos. – disse sorridente. – Obrigada.

 

- É, garotas. Isso mesmo. – foi apenas isso que meu pai murmurou. – Obrigado.

 

(...)

 

Saímos dali e o sol já tinha amanhecido, provavelmente no acampamento já tinham nos dado por mortas. Afinal não tínhamos nos apresentado no dia certo, na verdade na madrugada do dia mais ou menos incerto.

 

- A gente podia passar naquela sorveteria né? – Flávia disse empolgada apontando para um café com sorvete na esquina que funcionava vinte quatro horas. – Vocês me deixaram com vontade de comer banana split. Mas no fim não deixaram eu comer.

 

Rimos e caminhamos até a bendita sorveteria. Lá a Flá fez questão de pedir a bendita banana split, as meninas comeram também um sorvete mas eu apenas pedi um pedaço de torta e um café.

 

- Ainda não entendi, me expliquem uma coisa só Apolo e Ártemis não são filhos de Hera ali? – perguntou Miranda.

 

- Bem... pense comigo. Athena é filha apenas de Zeus, ela nasceu do pensamento dele, assim como os filhos dela nascem. Hera não podia fazer nada, não era uma traição propriamente dita. – expliquei – Ares é com certeza filho dos dois, Hefesto também, mesmo que às vezes digam que é filho apenas de Hera, sem mais ninguém. Nos restam Hermes e Dionísio, que são filhos de Zeus com outros. Dionísio é o queridinho de Hera, o seu favorito. E Hermes mal passa algum tempo no Olimpo, ele vive de lá pra cá, a pedido dos deuses... Então os únicos que estão no Olimpo e não são filhos dela, Apolo e Ártemis. Os únicos que estragam a perfeita família dela sem traições – disse debochada.

 

- E Afrodite? – perguntou Miranda de novo.

 

- Bom essa é mais complicada. Ninguém sabe bem filha de quem ela é.  – Clara tomou a frente. – Pode ser tanto filha de Urano com o mar, sendo assim uma deusa. Ou filha de Zeus com a filha de Urano. Mas ela não oferece risco algum para Hera, não sendo a protegida de Zeus.

 

- Acho que deveríamos voltar para o acampamento. – comentou Luiza mudando de assunto totalmente.

 

Ela não deveria gostar de falar da família assim em publico onde tem um monte de pessoas que pareciam bem mais entretidas na nossa conversa do que na sua própria conversa.  

 

- Eu vou só pegar minhas coisas. – falei. – Vou passar o natal em casa, e hoje já é dia vinte e três.

 

- É vou fazer o mesmo. – disse a Flávia. – Mas vai voltar para terminar o ano no acampamento?

 

- Vocês não vão se livrar de mim tão cedo. – comentei. – Acho que vai ser melhor para mim, acabar o ano lá, se eu começar em outra escola eu vou repetir.

 

- Hm. Vai voltar para casa Miranda? – Luiza perguntou.

 

- Não. Eu vou deixar para outra hora. Acho melhor passar o Natal por aqui mesmo. – disse mexendo no sorvete.

 

- Pois então, eu vou com o Nico para o Mundo Inferior. – comentou a Clara. – Natal é festa cristã, mas acho que vamos fazer algo parecido por lá.

 

- É eu vou para casa mesmo, to com saudade da família. – Lu sorriu abertamente.

 

Pelo o que eu vi, Miranda era a única que passaria o Natal no acampamento e não duvido que seja a única de todo o acampamento. Eu fiquei chateada afinal ela era minha irmã. Isso mesmo! Ela é minha irmã!

 

- Miranda o que você acha de passar o Natal lá em casa? – propus.

 

- Você acha que daria? – seus olhos já brilhavam.

 

- Obvio você é minha irmã. – disse sem pensar.

 

- Mas não temos a mãe em comum. Apenas o pai... acho que sua mãe não vai gostar muito. – disse insegura.

 

- Nós vamos ir para vovó, duvido que haja algum problema. De toda forma a pior parte é a hora de dormir, terá que ser na sala, estamos planejando mudança.  

 

- Por mim tudo bem. – ela disse sorrindo.

 

- Ótimo, vamos para o acampamento pegar nossas coisas e dar no pé. Ah! Não esqueçam os meus presentes de Natal! – e obvio que quem disse isso foi a Flávia.


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Notas finais do capítulo

deeesculpa pelo atrasooo :S mas gente pouuquissimas pessoas reviewsaram, tá certo que eu enrolei no capitulo passado... mas sei lá, nem para me xingar?!

ok... mereço reviews agora? e se não mereço dá pra falar? saiosja beijinhos