Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 33
Grécia, lugar de mortos.


Notas iniciais do capítulo

hey, voltando para postar



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/72476/chapter/33

Que coisa irônica, sorri e decidi. Meus problemas ficam no avião resolvo tudo assim que voltar para o acampamento. Liam ainda era meu... namorado? Não posso me esquecer, ele nunca oficializara a relação... Tenho que cuidar ao falar disso em publico.

 

Tínhamos aterrissado na cidade que precisávamos, isso era um ponto positivo. O aeroporto era muito moderno e gente de todos os lugares da Europa estavam ali. Precisávamos de informações então fomos até o balcão que poderia nos ajudar no aeroporto.

 

- Πρέπει να πάει στο ναa2; της Αφροδίτης... – falou a Flávia em grego fluente.

(Precisamos ir ao templo de Afrodite)

 

- Πάρτε ένα λεωφορείο αφήνοντας σε δέκα λεπτά – respondeu a mulher.

(Peguem o ônibus que sai em dez minutos)

 

- ευχαριστίες – respondi

(obrigada)

 

Foi exatamente isso que fizemos, pegamos um ônibus. A viagem demoraria um pouco e chegaríamos apenas as oito da noite no local. Segundo a guia, que falava inglês, afinal pegamos um ônibus de turistas, as visitas só era permitidas pela manhã e tarde. Então ficaríamos em um hotel perto do templo de Afrodite. Aonde seguiríamos para lá no dia seguinte. Já tínhamos apenas cinco dias. O nosso vôo partiria no dia seguinte pela noite.

 

(...)

 

Era de manhã. 5 dias. Avião partindo a noite. Visita ao templo de Afrodite as duas da tarde. Sim, tínhamos que seguir o cronograma do grupo em que estávamos. Afinal não tínhamos pagado nada, eles estavam esperando um grupo de adolescentes que pelo visto não tinham ido. Tomamos café da manhã às dez horas, aproveitando para dormir um pouco mais já que nos era permitido.

 

A hora do almoço, passou tranquilamente. Comprei um livro de culinária grega. Eu achei fofa a capa, e depois de comprado eu descobri o que era... Bem eram duas horas e íamos para o templo de Afrodite.

 

Depois de uma hora, uma hora e meia dentro de um ônibus, agüentando turistas, com aquelas camisetas floridas, protetor solar excessivo no rosto e câmeras fotográficas penduradas. Alguns gregos bonitinhos passavam por nós... caminhadas longas, ruínas, isso marcaram meu passeio até as quatro da tarde chegar ao bendito templo.

 

Eram inúmeras ruínas, o templo fora destruído pelo tempo e condições naturais. Infelizmente a nossa proximidade com o templo era impossível, não era permitido chegar em certas partes. Isso incluía a única parte que ficara erguida, era um cômodo só isso que eu podia dizer, suficientemente grande. Mas não posso descrever com detalhes muitos ricos. Eu não estava de lente e tenho miopia, era impossível descrever qualquer coisa de longe.

 

Optamos por não voltar para o hotel, ficaríamos ali e quando a noite chegasse, pularíamos a proteção e iríamos até o bendito cômodo, que provavelmente seria a resolução de nossos problemas e sem duvida era isso que eu queria. Não via a hora de voltar ao acampamento.

 

(...)

 

Dez da noite foi à hora em que tudo se aquietou. Por fim pulamos a barreira que nos impedia e corremos até a parte erguida.

 

- Como fazemos para entrar? – disse caminhando em volta da casinha.

 

- Teto? – sugeriu Miranda.

 

- Olhe para cima! – disse para ela.

 

Algumas colunas estavam encostadas naquela parte além de ser coberto por uma parte um pouco maior. Clara estava andando em volta da casinha, quando gritou do lado oposto a mim e Miranda. Corremos até ela. A flor que ela tinha na mão, a de Afrodite, se abriu e enquanto Clara aproximava da casinha, uma luz forte ia aparecendo em formato de flor na parede. Assim que encostadas, uma porta no mínimo surreal abriu. Passamos por ali.

 

Dentro era sem duvida o lugar mais fantástico que eu já vira. As paredes eram de um tom marfim, com cupidos pela parede. No centro uma estátua maravilhosa de uma deusa estava presente. Ela parecia real, tinha longos cabelos trançados, e usava uma toga.

 

- Deuses! Que lugar lindo! – exclamou Angelina.

 

- Mamãe é das boas... – Flávia respondeu seca para garota.

 

- Sinto lhe informar... mas ou Athena ou algum fã fez isso para sua, mamãe. – disse Luiza.

 

A cara de “Ô da castanha foi impagável. Comecei a rir descontroladamente.

 

- Qual é? Não era uma piada! – reclamou Luiza.

 

- As madames podem parar e me ajudar? Poha! Vocês são muito inúteis! – reclamou a loira baixinha.

 

Começamos a caminhar pelo salão que era muito maior do que imaginava. Eu não achava nada em lugar, depois de caminhar mais um pedaço e não achar nada. Ouvi um berro. Corri até onde tinha ouvido o som. Miranda. Ela olhava para um baú, que tinha pedras de rubi e outras incrustadas. Era realmente bonito e lembrava muito o estilo de Afrodite.

 

- Como abre? – perguntei.

 

- Eu não consegui abrir, puxando. – Miranda respondeu.

 

- Certo... Flávia alguma idéia? – perguntou Luiza.

 

- Porque eu teria alguma idéia? – disse erguendo uma de suas sobrancelhas.

 

- Você é filha de Afrodite! – exclamou Luiza, como se fosse obvio.

 

- Bom não tenho menor idéia. – respondeu Flávia, enquanto prendia o cabelo em um rabo de cavalo.

 

Depois de muito olhar o baú, que pedia uma chave normal. Clara tirou a flor do bolso.

 

- Claribel, isso não vai adiantar. – mesmo eu falando ela continuava a puxar as pétalas da flor em direção contrária. Como se fosse fechá-la com o miolo para fora.

 

Ela conseguiu fechá-la depois de muito puxar. No fim o miolo continha uma chave, como se fosse uma caixinha com o encaixe perfeito. Ela tirou a chave e colocou no baú. Clack. Ele tinha se aberto. Tirando a chave com cuidado e a colocando de volta, puxando as pétalas de volta, fechou a flor.

 

- Como soube? – perguntei morrendo de curiosidade.

 

- Quando levamos a flor para Hefesto concertar, a única coisa que poderia ter causado aquilo com ela, seria uma inversão de pétalas. Então... – abriu o baú.

 

Lá dentro uma lira dourada brilhava de forma magnífica. Além de um arco e um saco com algumas flechas prateadas, maravilhosas.

 

- Afrodite! – berrou Luiza.

 

Ninguém deu muita atenção ao que ela falava, simplesmente ignoraram. Peguei a lira de meu pai e fiquei a olhando fascinada. Tentei tocá-la e sem duvida alguma nada se mexeu, som algum fora produzido. Mas eu podia ver alguns detalhes feitos de bronze celestial. Miranda estava com o arco e o revirava em buscas das iniciais da Lady, que foram achadas um pouco mais tarde.

 

Clara colocou o saco de flechas na sua mochila sem prestar muita atenção. Fiz o mesmo com a lira, e Miranda com o arco. Era a única forma de carregá-los. Juntos seriam muito pesados.

 

- Vamos? – perguntei mostrando a porta por onde entramos.

 

As meninas assentiram. Clara tomou a frente e colocou a flor no encaixe e a porta abriu. O dia já amanhecia e pelo visto ficáramos a noite inteira ali. Quando se é meio-sangue a vida te prega peças e surpresas. Estava fácil demais se pudéssemos ir até o aeroporto sem qualquer dificuldade. No nosso caso, a dificuldade tinha nome: Górgonas. Por sorte, apenas duas. Medusa não estava ali.

 

Apenas Esteno e Euríale. Elas eram pavorosas. Seus cabelos eram feitos de serpentes. Seus dentes eram dos tamanhos normais, mas eram pontudos. A pele era coberta por escamas douradas, em algumas partes.

 

Elas grunhiam de forma anormal, eu não tinha idéia de que os mortais enxergavam quando olhavam a situação que ocorria, muito menos sabia se eles nos viam.

 

- Lola, Flávia venham comigo! – berrou Clara.

 

A seguimos, fomos em direção a Esteno. Seus joelhos flexionaram quando nos viu. Saquei o arco e uma flecha e atirei em direção a sua cabeça. A flecha apenas a atingiu, mas não a perfurou como normalmente fazia.

 

- Clara elas são imortais! – exclamou Flávia, que lutava com a espada. – Não vão parar de nos atacar nunca, até darmos o que elas querem...

 

- O que seria? – perguntei.

 

- Aquilo que levam, aquilo que roubam. – respondeu uma das duas irmãs.

 

- Não roubamos nada! Recuperamos aquilo que roubaram. – ralhou Luiza.

 

Flávia cortou algumas cobras de seu cabelo, Luiza tinha arranhado algumas partes expostas da outra. Mas não havia chance alguma de ganharmos a única coisa que poderíamos fazer, era lutar até uma hora algo acontecer. E foi o que fizemos. Lutamos, ininterruptamente, mas eu já estava cansada, meus dedos já estavam doloridos de tanto segurar o arco e dispará-lo.

 

Flávia por mais forte que fosse dava sinais de cansaço. Clara tinha os olhos cerrados e pela maneira com que seus olhos passavam rápido de uma coisa para outra, ela parecia estar pensando em uma maneira de acabarmos logo com isso. Luiza já estava irritada. Miranda estava imunda e arranhada. Então tudo foi muito rápido.

 

Em um segundo as meninas estavam dando conta de tudo, no segundo seguinte a górgona tinha acertado com a sua mão Angelina, e com isso as cobras em seu cabelo conseguiram acertar algumas picadas nela. Angelina caiu e bateu com a cabeça na pedra. Vendo o que ocorrera as duas górgonas saíram dali, como se nada tivesse ocorrido.

 

Luiza pegou Angelina e eu corri para me aproximar. Com a ajuda de Miranda fechamos uns cortes, e tiramos os venenos das picadas, mas não foi o suficiente. Ela já perdera sangue demais. Seu pulso já tinha nos avisado. Angelina morrera.

 

Chorei, muito, a cada segundo que me permitiram.

 

- Por que ela? Tão nova... – murmurei assim que consegui parar de chorar.

 

- Ela sabia do que poderia acontecer. – disse a Flávia. – Ela quis dar de corajosa... Era nova demais, talvez mais tarde teria dado tudo certo. – ela passava as mãos nos meus cabelos.

 

- Foi culpa minha, não foi? Eu a arrastei para cá! – lágrimas silenciosas, escorriam pelo rosto da filha de Ares. – Eu simplesmente, pensei que ela poderia dar conta. Lola você ainda me avisou! Eu me odeio!

 

- Cala boca. – retrucou Miranda. – Podia ser qualquer uma de nós. Esse é o fim de qualquer meio-sangue. Morrer. Nunca conseguiremos um futuro muito promissor.

 

- Muitos meios-sangues se tornaram famosos. – respondi.

 

- Lolinha, pode até ser. Mas todos morreram de forma brutal. – disse paciente. – É isso que acontece. Vamos lutar para viver, e não viver para lutar. – certamente ela era minha irmã.

 

Por mais que tinha sido verdade o que ela disse, tinha drama demais no seu tom de voz. Por sorte, Clara tinha tomado conta do velório e novamente chamara Nico para fazer sua clássica viagem nas sobras e fazer o que era preciso.

 

Assim que ele partira, pela mesma sobra que fora. Levantei meu corpo e falei.

 

- Vamos para casa.

 

(...)

 

Estávamos no aeroporto e eram cinco horas da manhã. Tínhamos chegado ontem à noite mas infelizmente o único vôo de volta para os Estados Unidos só sairia na manhã do dia seguinte (hoje). Tínhamos ficado no aeroporto mesmo. Tínhamos trocado algumas dracmas por dinheiro, por que o nosso tinha acabado e comemos um pouco antes de pegar o avião.

 

Seriam doze horas de viagem, se esperássemos uma semana como não tínhamos como faríamos assim. Sairíamos da Grécia e iríamos até a Austrália, o que daria doze horas de viagem. Lá pegaríamos outro avião e iríamos para a Alemanha. E então mais doze horas para os Estados Unidos. Pelos meus cálculos chegaríamos exatamente no dia do solstício.

 

(...)

 

Já havíamos feito o ping pong e agora estávamos indo para os Estados Unidos. Um dia antes do solstício. Assim como todo o avião as meninas estavam dormindo. Eu tinha o notebook da Clara em meu colo. Tinha olhado alguns e-mails mas nada que chamasse muita atenção. Revirei alguns sites na Internet. E agora encarava uma página que continha um e-mail vazio, endereçado a minha mãe.  

 

Mãe.

Eu adoraria passar o Natal em casa. Com você, Peter e a minha nova (o) irmã (o). Pelas minhas contas ele já deve ter nascido certo? Bem... eu acho que não tem problema algum se eu dormir no sofá por um tempo. Acho também que adoraria poder terminar o ano aí. Venha me buscar dia 23 no acampamento... Mande-me um aviso se vier.

Beijos, Lola.

 

Quando comecei a digitar, as ideias foram surgindo em minha mente. Enviei o e-mail desliguei o computador e coloquei na mochila da Clarinha.

 

Encarei o vazio. Então o nome dele surgiu em minha Liam. O que eu fizera para ele me tratar daquele jeito? Nem sei se eu saberia mesmo. Se ele não estiver no acampamento quando eu chegar provavelmente de nada saberei.

 

(...)

 

- Atenção senhores passageiros. Apertem os cintos, pousaremos dentro de alguns instantes. Antes de qualquer coisa, bem vindos à Nova York.  – a voz da aeromoça avisou.

 

Eram cinco da tarde de 21 de dezembro. Solstício de Verão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ACABARAM AS PROVAS! MAS AINDA TENHO A FEIRA DAS NAÇÕES... MAS DEVEM VOLTAR AS POSTAGENS SEMANAIIS!

* o próximo capítulo deve vir lá por sexta... quinta da semana que vem amores...

beijões. Mereço Reviews?