Angústia escrita por KariAnn


Capítulo 1
Capítulo único




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Do mais profunda buraco dentro de um ser humano sai um grito de angústia agudo, longo e interminável. O som desse grito se propaga por todos os outros buracos até bater contra uma enorme parede que tapa a saída principal, mas que de tão intenso a faz vibrar e essa vibração chega até o corpo do indivíduo, mas não se faz notar. Para ouvi-lo, é preciso olhar longamente dentro dos olhos com uma enorme atenção só para perceber no fundo deles finas cordas vibrando com a angústia.

É por meio do olhar que se percebe o grito da angústia de cada ser humano. É uma cordinha tremendo lá dentro, bem distante, em meio a escuridão daquela bola preta que chamamos de pupila.

O grito é o som eterno que o ser humano pode emitir. É eterno aquele carregado de angústia, mas não de uma angústia qualquer. É eterna aquela angústia da vida que nunca abandona o íntimo do homem, aquela inerente à liberdade humana, aquele grito que nunca sai da boca, mas que fica engasgado sem que possa ser emitido.

Aquele que todos queremos gritar sem nunca poder, e ninguém pode compreender, nem o seu próprio grito nem o do outro. Porque essa angústia é da vida que nunca poderá ser plenamente vivida, do paradoxo da compreensão e incompreensão do viver, do passar dos anos e do fim.

A angústia é tão natural quanto o amor, pois ela nos habita em todas as situações; se nada entendemos do mundo, ela está lá naquele buraco, gritando sem ser ouvida, e se entendêssemos tudo, ela estaria gritando por não haver nada de novo que pudéssemos descobrir.


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