Apertei a campainha da casa da Demy, fui o único que ficou esperando ela, estávamos atrasados já uns dez minutos. Bati na porta, mas ela abriu sozinha, coloquei a cabeça para dentro, mas não vi ninguém, entrei na casa.

No corredor tinha uma porta semi-aberta, fiquei com vergonha de abrir a porta, e se a Demy estiver se trocando, e se ela estiver saindo do banho e só de toalha, mas se ela estiver dormindo eu poderia acordá-la com um beijo. Foi esse pensamento que me deu coragem para abrir a porta, tinha uma mulher estirada no chão, um monte de cacos de vidro e a Demy estava chorando no canto do quarto dela. Fui até ela e me agachei do seu lado, ela olhou para mim e me abraçou com muita força, ela apontou para o pé dela, peguei ela no colo e levei para a minha casa.

Subi as escadas correndo, estava muito preocupado, coloquei ela na minha cama, ela já tinha parado de chorar.

- Oque aconteceu Demy? Você tem que me falar a verdade.

- Eu não sei direito, eu estava trocada para vir na sua casa, aí ela agarrou meu braço, me jogou no chão e me deu um tapa na cara e começou a falar que estava cheia de mim, estava cansada de eu chegar todos os dias tarde, e que ela não ganha por isso. Mentira, ela estava bêbada, cheirava a gente bêbada, ela me puxou pelos cabelos e eu dei uma garrafada na cabeça dela, aí ela caiu no chão, acho eu matei ela, meu deus eu tenho que ir lá ver como ela está. - ela tentou se levantar da cama – Aí, me pé tá doendo muito.

Corri para o banheiro e peguei um estojo de primeiros socorros, tinha um pedaço de vidro bem pequeno na sola do pé dela, depois de tirar o vidro enfaixei o seu pé. Ela se deitou, estava a ponto de chorar de novo, me deitei na sua frente, olhei no fundo dos seus olhos, beijei a sua testa, ela aninhou a sua cabeça no meu pescoço e colocou a sua perna em cima da minha.

- Demy, me desculpa por ontem, foi tudo muito repentino, eu não que a noite terminasse daquele jeito.

- Lucas, – ela nem se mexeu para falar – eu sabia que você não iria fazer nada, você é muito perfeito para fazer isso, quando chegar a hora, vai acontecer, eu não ligo se vai demorar ou não.

- Você é... virgem?

- Sou sim, - pude escutar ela dar uma risada curta – estou esperando o meu tempo, quando for a hora eu vou saber, quero estar pronta.

- Eu penso do mesmo jeito.

Ela beijou o meu pescoço e chegou mais perto, passei a mão na cabeça dela, o quarto estava iluminado só pela luz do sol que passava pela fresta da persiana que estava fechada. Ela ficou quietinha, fechei os olhos e adormeci.

Acordei com o meu celular anunciando uma nova mensagem.

Porque você não venho na escola hoje? Saudades, estamos na última aula, vamos passar aí depois.

 Era a Gaby, não sabia se respondia ou não.

Tudo bem, só não trás muita gente não, problemas aqui.

 A Demy estava deitada, me olhando mandar as mensagens.

Vamos aí só eu e a Hana =) Beijos, até depois.

 Joguei o meu celular de volta na minha mala, a Demy se sentou atrás de mim e assoprou o meu pescoço, peguei os braços dela e envolvi em volta de mim, ela encostou sua cabeça no meu ombro, me virei e ela se deitou, me deitei junto com ela, ela piscou tres vezes para mim, pude ver que estava tensa, passei os meus dedos nas suas costas para acalmar ela.

- Seus dedos estão gelados.

Ela estava toda arrepiada, me levantei todo sem graça, parece que essa foi outra bola fora, me levantei e desci as escadas, ela me seguiu. Parece que eu adivinhei, abri a porta para as garotas, a Demy se escondeu atrás de mim, acho que ela achava que era a Laura, ela se tremia de medo, essa mulher ainda iria me dar muito trabalho.

LAURA