Overwatch: A Luta pelo Futuro [Descontinuada] escrita por Erick


Capítulo 5
Episódio 1: Oasis, Parte 5 [Final]




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Quando chegam em casa. Sua residência está arruinada. Janelas quebradas, porta partida ao meio, louça, movéis, gavetas, utensilhos. Tudo espalhado pelo chão. Charles observa a bagunça com um olhar técnico:— Minha nossa, a madame não irá gostar de ver a casa nesse estado.— Porém Juliana não conseguia acreditar no que fizeram com seu lar. Charles a segue enquanto ela caminha com cuidado através do vidro e louça espalhados pelo chão, olhando nos quartos para ver o que tinham feito.

Seu quarto antes seu templo havia sido arruinado. A cama havia sido revirada, o armário estava no chão, seus brinquedos espalhados e pisoteados. O que ela sente falta imediatamente é o seu computador, que havia sido arrancado da escrivaninha deixando cabos soltos e periféricos jogados de lado como se fosse lixo.

Ela caminha timidamente para ver o quarto dos pais, e encontra o mesmo cenário. O Computador pessoal de sua mãe tinha sido levado também... Faltava o escritório de seu pai, e não somente os computadores estavam desaparecidos, mas como também gabinetes inteiros com arquivos chatos dele. Por que iriam querer aquilo?

Charles oferece um lanche: — O que acha que eu preparar algum chá morno calmante com bolachas para os nervos, senhorita?

Juliana não responde. Charles pigarreia, mas ela não quer lhe dar atenção agora. Um som de vidro estalando, vindo da porta da frente alerta a menina. Ela respira forte, não conseguia acreditar que alguém estava a invadir a casa. Antes de Charles arruinar o dia, ela fala:— Vamos pro quarto secreto!

Seu pai havia gasto bastante dinheiro em um Quarto do Pânico. Juliana nunca havia adivinhado o proposito dele, já que Oasis era uma das cidades mais seguras do mundo, mas agora, aquele quarto imediatamente lhe vinha em mente. A porta secreta ficava na parede do escritório do pai, e em seu interior possuía monitores com câmeras escondidas por toda a casa. A porta também era a prova de som, então nenhum miado do gatinho que trazia consigo iria entregar sua posição.

Trancando a porta atrás de si, ela olha para as telas. Acariciando a criaturinha indefesa em seus braços nervosamente enquanto observava o intruso andar pela casa.

Era novamente aquele homem-sombra.

Ele estava sozinho dessa vez. Caminhando por cima do vidro enquanto olhava ao redor. Ele assentiu com a cabeça, quase como se tivesse admirando a destruição que tinha ocorrido no lugar, e cruzou os braços por um momento. Pensativo.

Um calafrio sobe a espinha de Juliana quando a máscara lentamente se virou em um ângulo para fitar diretamente na câmera. Era como se ele pudesse ver ela através da tela. Ele caminhou até aquela estante, fitando a localização da câmera e uma vez que confirmou o que era, alcançou o objeto e o esmagou.

A camera da Sala de Estar estava offline.

— Ah não... Ele sabe... Ele sabe que eu estou aqui.

Charles fala em vão:— Acalme-se senhorita, ele não vai...

— Ele vai encontrar. Ele sabe que tem um quarto secreto! Ele me viu, Charles. O que ele quer comigo? Por que ele me seguiu?!

O robô fica em silêncio, não sabe como responder essas perguntas. E isso fazia Juliana ficar ainda mais nervosa. Ela observa as telas, e vê a figura aparecendo no quarto dela. Ele bate nas paredes e no chão, buscando a entrada para o quarto do pânico. Então some, aparecendo no quarto dos pais. Ele quebra escrivaninhas para verificar as paredes e ao encontrar nada some novamente. O coração da criança palpita quando ele aparece na câmera do escritório, e ele começa a puxar as estantes que não foram reviradas, levando-as ao chão.

— Ele vai entrar. Temos que trancar mais.

A criança solta o gatinho numa mesa, e corre para a porta de segurança, girando a válvula para apertar ainda mais a trava. Charles tenta impedí-la:— Não, senhorita! Não faça is..— Mas ela agiu rápido demais para que o robô agisse. O Ranger da trava foi alto, e a criança confiava demais no fato do quarto ser a prova de som. O que de nada adiantou pois ao forçar a tranca, um rangido agudo e breve soou pelo escritório.

E quando ela olhou para a câmera novamente. O Homem-sombra olhava por cima do ombro, para a parede oculta onde ficava a porta. Juliana paralisou. Ele caminha até a parede, fitando-a imóvel por um momento. Batendo nela com o punho, prestando atenção na diferença entre a parede de alvenaria e no som metálico daquele canto especial.

— Achei você.— Ela consegue ouvir sua voz grave abafada do outro lado da porta. — Eu vou lhe dar uma única chance de sair daí, garota. Se for uma menina obediente, não acontecerá nada de ruim. Mas se eu contar até três e você não estiver aqui fora... eu vou entrar. E você vai desejar ter saído.

Juliana se agacha no chão, atrás de Charles. Ela implora: — Charles, por favor, não deixa ele me pegar. Por favor, Charles!

O homem fala:— Um...

O Robô se mantém na frente dela, dizendo:— Eu não deixarei, senhorita. Eu lhe prometo.

A contagem continua: — Dois...

Juliana grita alto assustando o gato na sala. Charles se põe em pose defensiva, pronto para avançar no invasor caso a porta seja arrombada. Quando finalmente a contagem termina, e o homem retira de suas roupas duas armas poderosas e começa a disparar na parede de metal

Três!

O som dos disparos poderosos de suas Espingardas Infernais colidindo com a porta reforçada machucavam os ouvidos e lançavam a criança no interior daquele refúgio em um estado de pânico. As balas erodindo a blindagem e abrindo buracos no metal que antes, na mente da criança eram indestrutíveis. Fora levada a acreditar que eram. E agora, eram como papel diante do ataque desse invasor sombrio.

Logo ele não se vê sozinho.

Juliana percebe que ainda está viva, e olha para as câmeras de segurança para ver o que estava acontecendo. O que teria distraído o homem? Era Doutora Ziegler... Ela estava diferente, trajava um uniforme reforçado, quase como uma armadura e nas suas costas, asas iluminadas como se fossem de um anjo.

O homem joga suas armas de lado, que começam a dissolver no chão como se fossem corroídas por ácido, libertando uma fumaça fétida com cheiro de podridão. A Doutora apontava sua pistola de energia para o homem, e com um franzir sério tentava ameaçá-lo:

Acabou. Você está desarmado.— Ela em seguida ordena: — Vou lhe dar uma única chance de ir embora, senão eu...

— Senão o quê, Angela?— O homem dá uma curta risada — Vai virar uma assassina? Mais do que já é?

Angela franze, furiosa: – Eu não sou uma assassina.

O homem se vira para encará-la, começando a bater palmas lentas, parabenizando-a com tom de ironia:— Muito boa encenação. Uma excelente atriz. Você enganou o mundo todo, se mantendo fora de conflito direto. E todos eles acreditaram que você é uma santa. Mas você mais do que qualquer um sabe que não precisa estar detrás de um gatilho para tirar uma vida.

Angela ralha a voz, repreendendo-o: — Você não sabe nada sobre mim.

O homem nega com a cabeça: — Eu sei mais do que pensa, Doutora Mercy.— E ele retira sua máscara atirando para o lado, caindo próximo a uma das armas e sua face amostra para a doutora. Devido o angulo da camera, Juliana não conseguia ver o que assustava Angela, mas apesar de tudo queria saber o que assustava tando Angela Gabriel?! N-não... Você...

Devia estar morto? Não ... Nada iria conter meu ódio tudo o que fizeram comigo. Você não puxou gatilho, doutora, mas sabe que você permitiu tudo aquilo acontecer... Você observando enquanto se voltavam para mim, como queriam se livrar de mim, como queriam apagar minha história e substituí-la por aquela que eles fabricaram. Você observou a tentativa deles de me apagar e esquecer... em silêncio.

Mercy abaixa a arma. Era, demais para processar. Então, ela ouve um miado e observa no interior daquela parede de metal cheia de buracos uma menina acuando-se com medo do mundo e franzindo furiosa, levanta a arma de novo antes que Gabriel pudesse tentar qualquer coisa:— E o que essa menina tem haver com Overwatch? O que Doutor Yusef tem haver com isso? Eles nunca estiveram envolvido com essa sua... vingança. O que quer fazer com eles?

— Vou mostrar-lhes um rosto que nunca irão esquecer.— Mercy não entendia, nem teria tempo para entender. Gabriel alcança dentro de sua jaqueta, recuperando mais duas espingardas e avançando contra Angela.

A Doutora avança também, e usando seu treinamento militar, tenta desarmá-lo com técnica e velocidade. E ambos engajam em uma disputa marcial. Braços, pernas e golpes defletindo as tentativas um do outro de disparar a queima roupa. Mercy parecia estar perdendo, Gabriel era mais alto e mais forte. Acertando golpes em seu estomago e rosto, deixando um corte causado pelas garras de metal decorando sua luva preta. Tería caído, e recebido um golpe final se não fosse o robô mordomo, Charles. Que com uma investida o tirou de cima de Angela. O Homem sombra caiu de costas no corredor, e enquanto levantava, percebeu que não estava sozinho no prédio.

— Ele está armado! Fogo!

Ele percebeu que Angela não havia vindo sozinha. Havia trazido a polícia consigo. Quando a saraivada de balas começou a voar na sua direção, não se viu escolha a não ser bater em retirada. Seu corpo assim como suas armas convertendo-se em uma névoa negra que voou através de uma janela quebrada. As unidades da polícia inciaram uma perseguição, mas Mercy sabia que não conseguiriam encontrá-lo.

Doutora Angela se levanta e chia com dor. Ela toca no braço e percebe ter caído em alguns cacos de vidro. Logo pensa em desinfectar esse ferimento, mas teria que deixar para depois, se levantando e andando até o Quarto do Pânico. Juliana observou-a estendendo-lhe a mão, com um rosto ferido mas ainda repleto de compaixão. Ela recuperou o animal e tomou-lhe a mão.

— - -

Se passou um bom tempo. Policiais fizeram perguntas, Angela as respondeu. Tentava cuidar da parte legal desse súbito resgate enquanto Juliana aguardava ao lado de Charles em um banco de aço, na sala de espera da delegacia policial. Sem parentes próximos. Seus pais eram do tipo solitário, distantes da família. Não havia ninguém pra ser contatado. Ouvindo aquilo de longe fazia Juliana sentir-se a menina mais sozinha do mundo.

Sua melhor amiga já deveria estar se preparando para voltar pra Rússia. Seu pai e mãe desapareceram. Angela declara ter visto ele ser levado por terroristas até um bote, havia escapado por pouco apenas por que havia se separado de Yusef, indo no banheiro por alguns momentos. Tentativas de contatar a mãe da menina revelam que um ataque semelhante se teve no emprego de Lucy, várias modelos sendo levadas, vítimas de um sequestro relâmpago.

Doutora Ziegler conveceu com sucesso para que permitissem que levasse a menina consigo para o quarto de Hotel. Ela iria precisar de companhia para lidar com o estresse, e se qualquer outra pessoa tivesse feito esse apelo ao delegado, teria sido recusado. Porém, a Doutora ainda possuía um status de celebridade mesmo após a Overwatch ter sido fechada há anos. Também queriam ficar com o mordomo robô, afim de verificar sua memória afim de decodificar qualquer gravação que poderia fornecer pistas sobre quem eram os terroristas.

Isso... foi mais difícil de convencê-los a ceder. Mas como Charles era seu protetor e no momento a única "família" que possuia, concordaram em deixá-lo livre.

Juliana permanecia quieta todo momento. E com razão. Angela não tinha intenções de deixá-la desconfortável forçando conversa. Se focava apenas em fazê-la se sentir segura o suficiente para dormir. No quarto de Hotel de Angela, a doutora permitiu que a pequena deitasse em seu colo, e acariciou seus cabelos até que estivesse desacordada. Observando seu rosto tão sombrio e cheio de angústia relaxar até que o cansaço e confusão lhe cobraram a consciência. Ela a cobriu na cama e caminhou até a varanda de seu quarto.
Os ventos noturnos do Oasis eram frios e fortes. Bagunçando o cabelo da doutora enquanto voavam com o vento. Ela fitou as cores da noite, os carros passando abaixo, transportes voadores acima e buscou um pouco de paz no silêncio. Ao mesmo tempo que meditava.

O que fazer agora? Tinha tudo acontecido tão rápido. Jamais teria imaginado que após anos trabalhando como médica, professora e pesquisadora precisaria mais uma vez empunhar uma arma para salvar uma vida. Só a lembrança do combate de hoje lhe dava uma certa vertigem. Ela tocou a cabeça e fechou os olhos, suspirando profundamente. Queria ter deixado esse passado de operações militares, pessoas desesperadas e zonas de conflito para trás. Mas abrindo os olhos percebia que sua vida toda tinha sido uma zona de conflito a qual nunca conseguiu escapar.

E agora, deitada, adormecida em sua cama estava uma menina que não conhecia mas que acreditava que ela poderia fazer algo. Qualquer coisa para trazer seus pais de volta. Havia sido uma promessa vaga, algo dito no momento para que sentisse mais calma. Porém o peso dessa responsabilidade já começava a lhe cansar os ombros.

Voltava para dentro, pegava uma bebida adocicada no frigobar. Pagaria com Crédito depois, precisava de algo para se acalmar agora. Sentava na escrivaninha que seu quarto possuia e abria seu computador. Uma mensagem sempre piscando e qual ignorava até agora. Se sentia estúpida por considerar responder logo agora... mas não tinha como manter tal promessa para a garota. Não sozinha.

Um código, uma senha. Enter. E uma chamada de vídeo se iniciou.

A visão de um rosto familiar lhe trouxe um sorriso nostálgico. E a pessoa do outro lado da chamada fica envergonhada, tendo sido pega em um momento atrapalhado, mergulhando uma banana em um pote de manteiga de amendoim. O Corpanzil se mexe, quase caindo de seu banco, e fala, surpreso porém otimista.

— Ãhn?! Doutora Ziegler! Eu eu... não esperava uma resposta agora... Desculpe se estou um pouco... desleixado. Mas. Ahem. Fico feliz em vê-la de novo.

Mercy deu uma risota charmosa.

— Eu também, Winston. Sentí sua falta.

Winston sorri um pouco encabulado, pigarreando:

— Creio que recebeu meu vídeo. Então...

Mercy olha para baixo. Pensativa. Queria mesmo fazer isso? Queria mesmo jogar tudo o que tinha fora para atender uma vontade irracional, quase infantil, de cumprir uma promessa a uma criança? Somava toda a coragem que tinha, seu coração dizia que era a coisa certa a se fazer, ao menos pelo momento. E decidida, responde:

— Sim! Tem alguém que precisa de sua ajuda!


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Notas finais do capítulo

Fim do episódio 1.
Mercy após tanto tempo finalmente entra em contato com a Overwatch. Decidida a ajudar uma criança a se reunir com seus pais novamente. Esse é o começo de uma séria de aventuras sobre conspirações, mistérios e segundas intenções. Temperada com o humor otimista e heróico encontrado no universo de Overwatch.


Espero que tenham gostado da história. Se você gostou, recomende aos amigos, se não gostou, recomende aos inimigos. Deixe seu feedback dizendo o que gostou, o que não gostou e o que precisa melhorar, pois como escritor amador aprecio qualquer coisa que possa me aprimorar.


Desejo a todos um bom dia, e não se esqueçam que você é uma pessoa linda. E nunca deixe-se pensar do contrário. Até mais. õ/



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