Sem controle escrita por lyssiabr


Capítulo 1
Único




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POV Desconhecido

Acordei com o sol entrando pelas frestas da cortina de minha janela, levantei-me para terminar de abri-la e deixar que a luz solar inundasse por completo o quarto, a vista estava linda como sempre, era só mais um dia comum em Amatrice, pelo menos era o que eu achava.

Depois de olhar por mais alguns segundos a vista fui direto para o banheiro realizar a minha higiene matinal, logo em seguida me arrumei e fui direto para o trabalho, tomaria café lá. Assim que piso naquela instalação subterrânea paro um pouco ainda impressionado com o tamanho do lugar, mesmo já tendo se passado 8 meses desde que vim parar aqui.

Esqueci de me apresentar, me desculpem, meu nome é Jonas, sou neurocirurgião, fui recrutado para o projeto Lacerta quando estava em processo de desenvolvimento com a minha pesquisa sobre a capacidade do cérebro de desenvolvimento psicofísico. Por causa dessa pesquisa alguns homens entraram no meu laboratório e me fizeram a proposta irrecusável de desenvolver a pesquisa com uma cobaia humana que supostamente possuía algumas habilidade peculiares que necessitavam da minha atenção, aceitei na hora o serviço, seria uma oportunidade única.

A cobaia realmente existia e superou todas as expectativa, pois ela realmente tinha as habilidades que me foram ditas, ela podia fazer irregulares previsões do futuro, fiquei extasiado com as possibilidades que ela poderia nos dar sobre o que conhecemos da mente humana, estamos à monitorando 24h por dia para saber até onde vai sua capacidade.

POV Charlotte

Eii, me chamo Charlotte, mas podem me chamar de Charlie, é como meus amigos me chamam, quer dizer, chamavam, pois hoje vivo em uma instalação do governo em algum lugar subterrâneo que não sei dizer onde exatamente fica, quando pergunto sobre a minha localização só me vêm com a mesma resposta:

— Isto é confidencial Charlie.

— Vamos lá Marcos, me dá só uma dica? Prometo guardar segredo – Tento eu pela 5ª vez só naquele dia.

— Você sabe não vai conseguir nada comigo criança, por que ainda insiste na mesma pergunta todos os dias? Já estamos nisso à quase 1 ano – Ele diz olhando para mim dessa vez.

— Há qual é cara já estou aqui a muito tempo, sei ser insistente – digo piscando o olho pra ele – além do mais, você é a pessoa mais normal aqui para se conversar depois do doutor Jonas.

Doutor Jonas entrou aqui depois que meu outro médico sofreu um pequeno acidente que pode, ou não, ter sido culpa minha, e é exatamente isso que Jonas está tentando entender, como consegui projetar os meus poderes psíquicos até eles adquirirem uma forma no campo físico, já que até o incidente eu só conseguia ver alguns fragmentos do futuro.

Mas deixando a parte em que sou uma paciente (prisioneira) aqui dentro de nado, o lugar até que é legal, tenho meu próprio quarto, uma sala de jogos e uma grande biblioteca que por acaso é meu lugar favorito aqui. Não quer dizer que queira ficar aqui o resto da vida, Jonas prometeu me ajudar à escapar, só não sei se irá funcionar.

POV Jonas

Assim que entrei em minha sala observei uma pasta preta em cima de minha mesa, à olhei desconfiado, não estava esperando receber nada essa manhã, deve ser do general Tomas, ele insiste que temos que terminar com o projeto, pois ele pode ser perigoso demais, além de instável. Já estou o enrolando com isso a meses, dizendo que estava tudo sobre controle, pois quero ajudar Charlie a fugir daqui antes que Tomas passe por cima de mim e declare o fim do projeto Lacerta, até por que o fim dele é acabar com a vida de Charlie e com toda a divisão como se nada tivesse acontecido, não posso deixar que ele faça isso, me apeguei demais a criança.

Hoje é o dia que ajudarei Charlie a escapar, mas ao abrir o documento, me deparei com o que eu tanto temia:

Doutor Jonas venho por meio deste documento informa-lhe o fim imediato do projeto Lacerta. Mediante todos os incidentes que ocorreram até agora provocados pela cobaia, foi determinado que o objeto representa um grande risco para si mesmo e para todos a sua volta. A melhor medida a ser tomado é o desligamento total do projeto, além do sacrifício da cobaia que será feita pelo senhor ainda hoje por meio de medicamentos intravenosos para ser evitado o desgaste do objeto.

— General Tomas Francies Guiller

POV Charlotte

Estou terminando de fazer a leitura do meu livro quando meu relógio apita avisando que está quase na hora da minha sessão testes diários, ou como gosto de chamar, a minha tortura com agulhas diária. Levanto-me da cadeira e vou guardar o livro antes que Jonas chegue, mas quando vou colocar o livro no lugar, Jonas adentra pela por como raio dizendo-me que está na hora.

Ele me puxa pelo braço, antes de eu ter tempo de falar qualquer coisa, arrastando-me pelos corredores do complexo.

— Jonas pare de me arrastar, tenho pernas e sei como usa-las, além do que, você está me machucando – Digo o olhando assustada por causa de seu desespero em me tirar daqui, sei que combinamos de que seria hoje o dia fuga, mas não antes dos testes.

— Me desculpe pequena, não queria lhe machucar – Ele diz olhando para o meu pulso que já estava vermelho por causa da força que ele aplicou.

— Não precisa se desculpar, só me diga o que está acontecendo e porque você está adiantando o plano – Falo, percebendo que ele está com um misto de preocupação e terror no olhar.

— O General, ele quer o desligamento total do projeto, por achar que você é perigosa demais, por isso houve um adiantamento nos planos. Vamos, não temos tempo a perder – Diz já correndo comigo em seu encalço.

POV Jonas

Já estávamos chegando na saída de emergência do complexo quando avisto dois guardas vindo em nossa direção, paro de correr para não levantar suspeitas.

— Bom dia guardas! – Digo disfarçando meu nervosismo.

— Bom dia doutor – Dizem cordialmente, como se não suspeitassem de nada, como se eu estar desse lado do prédio não fosse motivo de desconfiança, ainda mais acompanhado de Charlotte – Um tenente estará supervisionando os testes de hoje à mando do General Guiller senhor, o tenente pediu que os escoltassem até o laboratório, queiram nos seguir por favor.

Olho para Charlie pedindo com o olhar que ela faça alguma coisa. Graças a Deus ela parece entender e projeta algum tipo de força e os joga longe, os deixando desacordados.

— Nossa Charlie, isso foi impressionante, não imaginava que você já estava projetando tão bem – Digo verdadeiramente surpreso com o nível de seus poderes.

— Andava treinando um pouco em quanto não me vigiavam, parece que foi útil – Ela diz me olhando feliz – Mas vamos lá, não há tempo para conversas, quando saímos daqui eu faço uma demonstração total, pode ter mais guardas atrás de nós – Assim que ela termina de falar ouço o barulho ensurdecedor do alarme de segurança do complexo soando.

Não espero nem mais um segundo e saio correndo com ela, mas já era tarde demais, não sei dizer como mas acho que já sabiam que eu iria fugir com Charlie e só estavam esperando isso acontecer. Vários guardas estavam a nossa espera assim que abrimos as portas para a sala dos elevadores de carga.

Quando vou tentar conversar com eles e tentar contornar a situação, vejo um homem com vestes militares sair do meio dos guardas, percebo que provavelmente ele é o tenente que veio a mando do general Guiller.

Podem executar os dois guardas, abram fogo! – Diz o tenente.

Só tenho tempo de olhar nos olhos de Charlotte e ver o medo estampado em seu olhar, murmuro um pedido de desculpas em sua direção, logo em seguida fecho os olhos sabendo qual seria o nosso destino. Inesperadamente sinto um tipo de empurrão me jogando para trás das portas, logo em seguida só posso ouvir o barulho de tiros reverberando por todos os lados.

Quando ouço que os disparos cessaram, saio de detrás das portas e me deparo com algo que vai me dar pesadelos pelo resto da vida, ao mesmo tempo que me causa uma fascinação sem precedentes, nunca vi algo aquilo.

Charlie estava viva, todos olhavam para ela, cheia de buracos de bala, todos pararam impressionados demais para se moverem. Percebo que ela ainda está viva, virando-se aos poucos os rosto em minha direção, percebe que ela encontra-se sem um dos olhos e com a bochecha com um furo que estava jorrando sangue ainda.

— Obrigado por tentar – Ela diz olhando em meus olhos.

Logo em seguida, não vejo mais nada, só sinto todo o meu corpo se desfazendo e tudo fica branco.

POV Off

Toda a instalação e quase que toda cidade é destruído por causa de uma grande explosão sem causa aparente.

POV General Guiller

— Mandem alguém fazer um comunicado oficial, digam que foi um atentado terrorista e que todas as medidas cabíveis já estão sendo tomadas para lidar com esse episódio.

— Quem devemos mandar, tem que ser alguém que passe verdade em suas palavras senhor.

— Mandem o papa – Responde o General - ele parece ser bom em transmitir a calma e a verdade que nós precisamos passar, diga à ele que foi um pedido meu, ele não irá recusar me fazer um favor.

"O Papa faz um pronunciamento oficial dando seus pêsames pelas mortes acontecidas em Amerati e condena as atitudes violentas cometidas contra o povo inocente da pacata cidade."

POV Desconhecido

Alguns meses depois...

— Me desculpe por tudo, não consegui controlar a situação, quando vi já tinha acontecido, não pude evitar. Juro que irei fazer o possível para que seu sacrifício não seja em vão – Deposito a flor que estava em minha mãe em cima da lápide e saio do cemitério disposta a obter justiça por tudo que aconteceu – Obrigado por tudo Jonas Quake.


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