Nunca é Tarde Para Recomeçar - Paulo&Alícia escrita por White Crown Phoenix
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura...
Kissus jane
RCB
OBS: Não esqueçam de ler o recado nas notas finais. Super importante.
Paulo olhava para o relógio contando os minutos para sair do escritório e poder encontrar sua noiva no hospital. Ela iniciaria o tratamento para terem seu primeiro filho e ele estava com um misto de sentimentos, medo, euforia, nervosismo, ansiedade...
Assim que o ponteiro marcou 18h00min, ele levantou apressado, pegando suas coisas, desligando o computador e correndo para o estacionamento. Queria chegar logo ao hospital.
Dirigia cauteloso apesar da pressa, resmungando quando a sinaleira fechava, mas aproveitando para tirar a gravata e o paletó. Assim que entrou na sala pode ver Margarida conversando animadamente com um grupo de mulheres que aguardavam na sala de espera.
Margarida era uma boa mulher, e Paulo se sentia frustrado por nunca tê-la amado como merecia, mas era feliz com ela. A conhecera em um momento difícil em sua vida, não sabia que faculdade fazer e ainda havia terminado o relacionamento com o amor de sua vida, estava tão perdido naquela época, então a moça apareceu, o tirando da escuridão com ternura e paciência. Só que ele não a amava, ela sabia disso, mas estava sempre ao seu lado e para a jovem era o que importava.
Paulo analisou sua noiva de cima a baixo, ela parecia animada, conversava com outra mulher, morena com cabelos longos até a cintura, estava de costas para ele, mas de alguma forma ela era familiar para ele. Notou que a morena estava com uma criança no colo. Aproximou-se devagar. Assim que Margarida o notou abriu um sorriso, que foi logo correspondido pelo moreno.
— Oi, meu amor. - a moça disse se aproximando e depositando um rápido beijo nos lábios do noivo.
— Olá. - ele disse a abraçando pela cintura.
— Venha, deixe-me te apresentar. - ela disse enquanto o puxava para perto da moça com quem conversava. - Essa é Alícia, ela estava me contando como foi o parto dessa menina linda...
Mas Paulo não ouviu mais nada depois que Margarida disse o nome da moça, que ao notar que falavam dela se virou, o que pareceu em câmera lenta para o moreno. Ambos se encaram de olhos arregalados, nenhum dos dois tinha coragem de falar qualquer coisa. Tinham medo do que podia ser dito. Paulo acenou com a cabeça e então voltou sua atenção para a criança no colo da morena, como se fosse possível seus olhos se arregalaram mais. Sentiu seu coração falhar e seus olhos se encherem de lágrimas.
A criança não tinha mais de cinco anos, os cabelos negros como os seus, mas os olhos são os mesmo de Alícia, jamais esquecera dos olhos da morena e sempre se pegara pensando neles.
— Amor, está tudo bem? – Margarida perguntou preocupada. - O médico esta me chamando.
— Tudo bem, pode ir. Vou tomar água e já te encontro. - ele a beijou na bochecha para mostrar que estava bem.
— Certo. - sem mais nada a dizer, arrumou a bolsa no ombro. - Tchau Alícia, espero conversar com você novamente.
— Claro, Margarida. Até mais. - Alícia disse de forma gentil.
Paulo observou a noiva se afastar e apenas quando ela entrou na sala do médico se voltou para Alícia, que o encarava com a expressão triste.
— Precisamos conversar. - ele disse de forma fria. - Acho que você tem que me explicar algumas coisas.
— C-certo.
Mas antes que a morena pudesse falar mais alguma coisa, Paulo se aproximou olhando para a menina que encarava o homem com curiosidade.
— Oi princesa.- ele disse com tanta delicadeza que Alícia quis chorar.
— Oi. - a menininha disse tímida.
— Como é seu nome?
A garotinha encarou a mãe, como se pedisse autorização para falar com o homem estranho. Com apenas um sorriso de incentivo de Alícia, a menina se sentiu segura para se apresentar.
— Bianca... - ela estava com as bochechas levemente rosadas. – Bianca Gusman.
Paulo encarou Alícia de forma surpresa, enquanto a mesma tentava manter a calma.
— Querida, por favor. Fique com o Tio Daniel um pouquinho, tudo bem?A mamãe tem que conversar um pouco com esse moço.
A menina assentiu e assim que foi posta no chão caminhou em direção a sala de seu tio, que era pediatra, sob o olhar atento da mãe.
— Quanto tempo, Paulo. - Alícia disse indicando a cafeteria.
Caminharam em silêncio pelo curto percurso.
— Quando ia me contar? - ele foi direto ao ponto.
— Assim que descobri a gravidez, eu fui atrás de você. - ela disse de forma calma, se voltando para a garçonete que questionava seu pedido. - Um cappuccino. - Paulo a encarou com curiosidade, ela odiava cappuccino.
— Obviamente não fiquei sabendo disso, por quê? - ele olhou o cardápio. – Um expresso sem açúcar.
Esperaram seus pedidos ficarem prontos e caminharam para uma mesa mais afastada.
— Quando eu cheguei em frente à sua casa vi pela janela você deitado no sofá, acompanhado. - os olhos do moreno se arregalaram. - Não quis atrapalhar, apenas dei meia volta e decidi nunca mais te procurar.
— Eu... Eu... - Paulo não sabia o que falar, apenas imaginava o que podia ter passado pela cabeça dela, então foi por isso que ela sumiu da cidade. - Alícia, você devia ter ido falar comigo!
Ela deu de ombros, havia sofrido tanto, não foi fácil tomar aquela decisão.
— Sei que fui egoísta. - ela disse de cabeça baixa. - Simplesmente não suportaria te ver com outra pessoa.
— Alícia, eu sempre te amei. - ela levantou a cabeça o fitando nos olhos. - Largaria qualquer pessoa por você.
Uma lágrima solitária escapou dos olhos um pouco esverdeados. Mas com um sorriso triste ela tirou um cartão da bolsa, estendendo para o moreno.
— Não vou impedi-lo de conhecê-la melhor. - ela falava se referindo a filha deles. - Sua noiva deve estar te esperando.
Ela se levantou pronta para ir embora, mas foi impedida pela mão do moreno a puxando pelo pulso. Parou o encarando.
— Alícia... - a voz dele parecia pedir algo.
— Nós tentamos, mas infelizmente não deu certo. - a morena encarava o rapaz a sua frente que parecia perdido em pensamentos. - Não há nada de errado em tentar ser feliz com outra pessoa. – retirando a mão do moreno de seu pulso de forma delicada.
Completou antes de virar as costas e seguir seu caminho pelo corredor do hospital.
— Mas acontece que eu não quero ser feliz com outra pessoa. - ele disse baixo, mas ela o ouviu e parou. - Quero ser feliz com você, Lícia.
— Eu também... - ela disse igualmente baixo. – Mas nem tudo que queremos podemos ter. - retomando seu caminho.
Paulo encarou o cartão que ela havia lhe dado.
Dra. Alícia Gusman. Psicóloga.
Um pequeno sorriso surgiu nos lábios do moreno, ele não desistiria. Não a deixaria partir novamente, novamente não a perderia.
Rumou para a sala onde a Margarida já o esperava para ir embora. E em silencio seguiram para o carro. E assim seguiu a viajem até o apartamento que dividiam.
— Precisamos conversar, Margarida. - Paulo disse, não poderia fazer isso com ela.
Margarida o encarou com ternura.
— É ela, não é? - o moreno assentiu. - Imaginei quando ela disse o nome e a criança tem a mistura de vocês dois.
Paulo sorriu ao lembrar da menina.
— Tudo bem. - Margarida disse caminhando para o quarto. - Vou arrumar minhas coisas, já esperava esse dia chegar.
Despediram-se sem cobranças, ameaças ou qualquer desacordo.
Assim que se viu sozinho no apartamento, Paulo pegou o telefone, discando o número que tinha no cartão em sua mão.
— Dra. Gusman. -a voz atendeu no terceiro toque.
— Está livre para jantar hoje? - ele perguntou sem rodeios.
— Paulo? - ela parecia não acreditar no que ouviu. - Não acho uma boa idéia nós sairmos, a Margarida...
— Esqueça a Margarida. - Ele a interrompeu. – Não há mais nada entre eu e ela.
O silêncio por parte da morena fez Paulo pensar que talvez tivesse cometido uma burrada, talvez ela tivesse outra pessoa. Quando estava pronto para retirar o pedido ouviu o suspiro da jovem do outro lado da linha.
— Está bem, me pegue às nove. Vou te passar meu endereço.
O sorriso no rosto do moreno seria capaz de derreter o coração de Alícia se ela pudesse vê-lo.
— Estarei ai às nove em ponto! - sorrindo depois de anotar o endereço da casa da morena.
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Cinco anos depois.
Novamente, Paulo olhava para o relógio contando os minutos para sair do escritório e poder encontrar sua mulher no hospital. Não acreditava que seria pai novamente e dessa vez sem pular nenhuma parte. Não esperou fechar seu horário para sair, estava ansioso demais para se conter. Hoje seria o dia do primeiro ultra-som, queria ouvir os batimentos do pequeno ser que crescia dentro do ventre da mulher que tanto amava na vida.
Entrou em seu carro e deu a partida, chegando ao hospital em vinte minutos. Dez minutos adiantados do que tinha combinado com sua esposa.
Não precisou procurar muito para encontrá-la tentando convencer a filha, agora com nove anos de idade.
Aproximou-se tentando ouvir o que discutiam.
— Você não pode gritar com as pessoas só porque elas discordam de você, Bianca!. - Alícia falava com a voz séria. - Vai pedir desculpas para o garoto.
— Mas mãe...
— Sem mas, não estou pedindo.
— Obedeça a sua mãe, Bianca! Ou ficará de castigo! – disse Paulo de forma séria, encarando a filha de maneira fria o que deu medo na menina.
Suspirando, Bianca caminhou em direção a um menino loiro de olhos azuis que se encolheu quando ela se aproximou.
— Olhando desse jeito até eu fico com medo. - Alícia cochichou no ouvido do marido, vendo os pelos de sua nuca se arrepiarem.
Ele se virou devagar, sorrindo para a esposa, lhe dando um selinho demorado.
— Não sei a quem ela puxou... - disse espalmando as mãos no peito do marido, enquanto ele aproximava seus corpos, a enlaçando pela cintura.
— Pelo que me lembro, você também me dava medo, me enchendo de cascudos quando falava mal daquele livro que tanto gostava. - o sorriso vitorioso nos lábios do homem deixou Alícia emburrada.
— Não gostava, gosto. - ela declarou empinando o nariz.
Paulo não conteve a gargalhada, definitivamente a amava.
— Alícia Guerra.
A voz da obstetra foi ouvida e Paulo pegou a bolsa da mulher que estava sobre a cadeira.
— Vamos? - Alícia assentiu, segurando a mão do marido. - Devo chamar a Bia?
— Não precisa, Daniel esta de olho nela. E ela conseguiu um novo amiguinho. – rindo olhando a filha conversando animadamente com o garotinho.
— Hunf! Amiguinho é? – disse enciumado, o que fez a esposa achar graça da reação do moreno.
— Deixa de ser bobo, amor. Venha.
Caminharam em direção a sala em que a doutora esperava.
Alícia foi logo trocar de roupa, enquanto Paulo encarava os aparelhos ao seu redor. Assim que ouviu a esposa voltar, acompanhou enquanto ela se ajeitava na maca e erguia a camiseta que usava, deixando a barriga à mostra. Sem falar nada, sentou no banquinho ao lado dela, segurando sua mão enquanto ela lhe encarava com um sorriso. A médica começou os procedimentos, explicando tudo que fazia e avisando que logo poderiam ouvir o coraçãozinho do bebê.
— Querem saber o sexo?
— Sim. – Alícia respondeu com um sorriso no rosto.
O som dos batimentos tomou a sala e Paulo encarou a barriga da mulher com os olhos brilhantes.
— Parabéns mamãe e papai. – a médica disse olhando para o monitor e então encarando os dois a em sua frente. - É um menino.
Alícia não conteve mais as lágrimas e Paulo se ergueu, depositando um beijo longo e amoroso na esposa.
— Eu amo vocês. - ele disse com adoração na voz.
— Eu amo vocês. - ela respondeu no mesmo tom.
— Que bom que nós tentamos... E deu certo. - Paulo disse, se referindo a conversa que tiveram anos atrás.
Ela sorriu e olhou para o monitor, onde podia ver a forma distorcida de seu filho. Paulo finalmente se sentia completo, estava com a mulher que amava, e jamais a deixaria partir.
Não cometeria o mesmo erro duas vezes.
E todos os dias dava graças a Deus por ter tentado reconquistar sua amada.
Pois nunca é tarde para recomeçar.
Fim
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado da fic e deixem comentarios para mim please...
Meu recadinho é o seguinte, meus lindos e lindas
Há pouco tempo, iniciei uma nova fic Paulícia e JakeNess, ainda não tenho previsão de postar aqui no Nyah, mas peço a paciência e compreensão de todos vocês, pois faltam idéias e inspirações para escrever, eu prometo que farei de tudo que estiver ao meu alcance para postar logo a fic. Logo logo quando menos vocês esperarem chegarei com uma bela surpresa para vocês...Fiquem bem meus amores.. Beijinhos no coração e até logo!
Kissus jane
RCB