Damon e Elena - Casamento de Mentirinha escrita por Emma Salvatore


Capítulo 19
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Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!!
Como prometido, mais um cap pra vcs!!!
Espero q gostem!!!



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Batia meus pés nervosamente, à espera de Damon no sofá da sala.

Nós estávamos nos relacionando muito bem nesses últimos dois meses, por isso estava tão nervosa. Não sei se ele gostaria da presença de nossos visitantes.

Ouvi barulhos vindos de cima. Permiti-me um sorriso. Eles não conseguiam parar. Sempre foram assim.

Meu sorriso morreu quando Damon girou a chave na porta. Ele entrou em casa com um sorriso.

— Que bom que você está aqui. Quero que escolha um musical na Broadway para este final de semana... – ele começou a falar, mas foi interrompido:

— Damon! Broadway terá que esperar – respirei fundo. – Tem algo que eu preciso te contar.

Ele me olhou ansioso e antes que eu pudesse abrir a boca, duas pequenas figuras apareceram na sala correndo.

— Elena! Ted está roubando! – Josie reclamou, vindo em minha direção.

— Não estou não! – Ted protestou, indignado.

— Está sim!

— Não estou!

Neste momento, olhei para Damon. Sua expressão dizia que eu tinha muito que explicar.

— Chega! – exclamei. – Vão brincar de outra coisa. Mas antes, sejam educados. Cumprimentem Damon.

Meus primos olharam para o meu marido com uma expressão de interrogação.

— Olá – Josie falou, forçando um sorriso.

Damon fez a mesma coisa. Ted apenas continuou encarando-o.

— Ted – insisti.

— Oi – ele falou com dentes cerrados.

— Oi – Damon respondeu da mesma.

— Agora podem brincar. E sem brigas! – mandei.

Os dois saíram correndo, dessa vez na direção do jardim.

E eu estava esperando a bronca.

— Você pode me dizer o que está acontecendo? – Damon perguntou, segurando a raiva.

— Bom, meus tios estão se separando – comecei –, e eles estão resolvendo tudo sobre o divórcio e não está sendo nada fácil. Meu tio pediu para que cuidasse das crianças durante esse tempo, porque eu sou a única parente em New York. E não vi problema.

Damon deu uma risada sarcástica.

— Claro que não viu! Trazer duas crianças barulhentas para a minha casa não seria problema nenhum para você!

Quase me espantei com o tom de voz dele. Não parecia o mesmo Damon. Quer dizer, parecia o velho Damon. Aquele que era egoísta e arrogante, aquele por quem eu nunca me apaixonaria, aquele que não era meu amigo.

— Desculpe – pedi, embora não me sentisse culpada. – Só queria ajudar o meu tio da mesma forma que ele me ajudou quando cheguei aqui. Realmente não vi problema em trazer as crianças para cá.

Virei-me de costas e antes que eu pudesse começar meu caminho ao jardim, Damon perguntou:

— Quanto tempo eles vão ficar?

— Não sei. Talvez uma semana ou duas. Depende de como andar o divórcio – respondi dando de ombros.

Ouvi Damon bufar, mas dessa vez não me importei. Segui o meu caminho.

*

— São oito horas ainda, Elena! Eu não estou com sono! – Josie protestava, enquanto eu tentava colocá-la na cama.

— Eu também não! – Ted concordou.

— Eu sinto muito, mas vocês vão dormir agora – falei com autoridade. – Vocês só têm oito anos e não preciso lembrar que vocês têm aula amanhã.

— Ah, Elena! – os dois protestaram em uníssono.

— Nada de reclamação. Vão logo!

— Elena, então pelo menos conte uma história para gente – Josie pediu emburrada.

— Depende da história – Ted falou.

— Tudo bem – concordei. – Vou contar uma história que vocês vão adorar!

— Eu tenho uma ideia melhor – Damon falou aparecendo no quarto. – Que tal um espetáculo na Broadway?

— Broadway? – os olhos de Josie brilharam.

— Que demais! – Ted exclamou.

— Bom, eles têm aula amanhã, talvez no final de semana...

— Ah, Elena! – Josie protestou.

— Perder um dia de aula não faz mal – Damon comentou, tirando algo de seu bolso. – E, aliás, esses são os últimos ingressos do musical A Bela e a Fera.

Josie deu um grito de animação. Olhei para os ingressos que Damon balançava. Sempre sonhei em assistir este musical na Broadway. E Damon sabia exatamente disso. Golpe baixo.

— Por favor, Elena! – Josie insistiu. – Até Ted quer ir!

— Eu não... – Ted ia protestar, mas recebeu um cutucão da irmã. – Quero, quero sim.

— Então, Elena, só depende de você – Damon falou com um sorrisinho balançando os ingressos.

Suspirei. Não tinha como recusar.

*

Chegamos em casa à meia-noite. Meus primos não tinham conseguido terminar de ver o espetáculo. Ambos adormeceram em nossos braços. Damon trazia Josie em seu colo e eu levava Ted.

Depois de colocar Ted na cama, notei o cuidado de Damon ao colocar Josie em sua cama. Era uma pena que ele não quisesse ter filhos. Seria um ótimo pai.

— Obrigada – agradeci sem olhar para ele.

— Elena – ele chamou. – Sobre mais cedo, por favor, me desculpe. Não tem problema algum seus primos ficarem aqui. Só fiquei surpreso por ter crianças em casa. Não estou acostumado a lidar com elas. Mas prometo que vou dar um jeito.

Sorri para ele. Não quis dizer que ele já tinha jeito com crianças. Deixaria que ele percebesse e talvez mudasse de ideia a respeito de ter filhos, então apenas agradeci.

— Obrigada.

*

— Damon! Vamos ao parque! – Josie exclamou pulando em cima de Damon assim que ele chegou.

— Hoje? – Damon perguntou se fazendo de mal entendido.

— Sim! Você prometeu! – ela exclamou.

Damon a carregou e falou, ainda com expressão confusa:

— Não me lembro disso. Você se lembra, Elena?

— Vagamente – respondi, entrando na brincadeira.

— Josie está certa! Você prometeu que iríamos ao Central Park hoje, Damon – Ted falou emburrado.

Damon olhou para mim e nós rimos.

— Claro que lembro, seu pequeno punk.

— Damon! – repreendi.

Ele deu de ombros e bagunçou o cabelo do meu primo.

— Para! – Ted reclamou.

— Eu sabia que você não estava mentindo! – Josie falou contente.

— Então, vocês já estão prontos? – Damon perguntou, voltando-se para a minha prima.

— Sim! – ela e Ted responderam em uníssono.

— E você, Elena? – ele virou-se para mim.

— O que você acha? – apontei para o meu corpo.

Ele deu uma boa olhada, embora não houvesse muita coisa exposta. Estava usando uma calça jeans preta e uma blusa regata branca.

— Nada mal – ele comentou.

Sorri e o observei.

— Você vai de terno? – perguntei.

Ele deu de ombros.

— Algum problema? – pude perceber o tom provocativo em sua voz.

— Muitos – entrei em seu jogo.

— Ei! – Josie reclamou. – Vamos ou não?

— Já vamos, querida. Damon só precisa trocar de roupa. Mas ele faz isso num minuto – lancei um olhar apressado a Damon, que tratou logo de subir.

Em menos de dez minutos, já estava de volta. Ele vestia uma calça jeans preta, uma camisa azul e sua famosa jaqueta de couro.

— Vamos – falou e Josie pulou em suas costas.

— Finalmente!

*

O Central Park estava com um movimento agradável neste sábado. Crianças brincavam ao redor do grande lago, algumas famílias traziam cachorros que corriam por todo o parque à procura de uma bola, havia vendedores de pipocas e outras guloseimas. E, a gente, no meio de todas essas pessoas, parecia realmente uma família.

— Eu quero andar de pedalinho! – Josie pediu.

Damon sorriu para ela.

— Então vamos.

— Eu não quero! – Ted protestou.

— E o que você quer, Ted? – perguntei, sabendo que tudo não passava de implicância.

— Quero dar comida aos patos! – ele falou.

— Por que não fazemos assim: andamos de pedalinho como a sua irmã quer e depois damos comida aos patos – Damon sugeriu.

— Eu quero dar comida aos patos agora— Ted insistiu.

— Mas a sua irmã pediu primeiro – Damon o contrapôs. – Então vamos andar de pedalinho e depois faremos o que você quer.

— É o melhor, Ted – concordei.

Meu primo bufou e fechou a cara.

— Tanto faz.

Mordi meu lábio para não rir de sua atitude e percebi que Damon fez o mesmo.

— Ok, então. Vamos.

Andamos na direção dos pedalinhos. Damon à frente, com Josie agarrada em sua mão.

— Só podem duas pessoas por barcos – Damon avisou assim que olhamos o cartaz.

— Eu quero ir com você! – Josie exclamou, envolvendo a barriga de Damon com suas mãos.

Ele sorriu.

— Claro. Também quero ir com você.

Não deixava de ficar impressionada da maneira com que minha prima se apegou a Damon em apenas uma semana de convivência. E o que mais me impressionava era ele também ter se apegado a ela. Ver essas cenas me fazia ficar descrente sobre sua opção de não ter filhos.

Damon e Josie embarcaram no primeiro bote. Depois foi a vez de Ted e eu.

— Pronto? – perguntei com um sorriso.

Ted bufou, ainda com cara fechada. Eu ri e nós embarcamos no bote.

Enquanto pedalava, olhei para Damon e Josie. Minha prima estava se divertindo muito e Damon ria abertamente.

Sorri também. Afinal, não era todo mundo que fazia Damon esboçar um sorriso verdadeiro. Ou se divertir em algo que geralmente crianças gostam. Perguntava-me se alguma vez Damon já andou de pedalinho.

*

— Foi ótimo hoje, Elena – Damon comentou enquanto tomava um gole de uísque.

Estávamos conversando na varanda de seu quarto. Os meninos já tinham ido dormir há mais de meia-hora e estávamos aproveitando a brisa fresca que batia na varanda do quarto de Damon.

— Foi. Sabe, acho ainda impressionante como você e a Josie se dão tão bem – falei, tragando meu uísque.

Damon sorriu.

— Sua prima é ótima, Elena. Eu a adoro – sua expressão ficou triste de repente. – Só sinto que ela irá sofrer mais com o divórcio de seus tios.

— O que é divórcio?

Nós viramos para trás no mesmo momento. Lá estava Josie, com o urso de pelúcia que ganhara de Damon horas antes e uma expressão confusa e temerosa em seu rosto.

— É algo ruim? – tornou a perguntar.

Olhei para Damon na esperança que me desse alguma ajuda.

— Elena – ela insistiu. – O que está acontecendo com os meus pais?

Vi algumas lágrimas se formando em seus olhos. Não pude mais hesitar. Tinha que contar.

Aproximei-me dela e ajoelhei-me para ficarmos da mesma altura.

— Divórcio é quando duas pessoas que vivem juntas decidem que não querem mais isso. Decidem que querem se separar, tomar rumos diferentes – expliquei com a maior calma possível.

Mas não sei se foi o suficiente.

As lágrimas que tinham se formado em seus olhos, agora caíam por sua face.

— Meus pais vão se separar? Eles não se amam mais? – perguntou chorosa.

— Claro que se amam, meu amor. Só que não do mesmo jeito que se amavam antes – respondi enxugando suas lágrimas.

— Para de mentir, Elena! – ela gritou. – Eles não se amam mais, por isso que vão se separar! Eles também não nos amam mais!

— Claro que eles te amam, Josie – foi a vez de Damon se pronunciar. – Eles apenas deixarão de ser marido e mulher, mas nunca deixarão de serem seus pais e nunca deixarão de te amar.

Damon aproximou-se dela e abaixou-se da mesma forma que eu fizera.

— E pense também, nem tudo vai ser ruim. Tem também coisas boas.

— Coisas boas? – Josie perguntou, descrente.

— Sim. Você e seu irmão terão duas casas – Damon respondeu com um sorriso animador. – Não é ótimo?

Josie apenas balançou a cabeça.

— Eu ainda queria que eles morassem na mesma casa.

— Josie – Damon segurou seu rosto com delicadeza. – Seus pais com certeza pensaram em vocês quando tomaram essa decisão. Com certeza, eles devem ter adiado, pensando em vocês. Para que vocês não sofressem. E então eles sofreriam. Você acha justo deixar seus pais sofrerem em um relacionamento que não dá mais certo? Você iria querer isso?

Fiquei impressionada com o discurso de Damon. Não parecia que ele estava falando dos meus tios. Parecia que estava falando...

— Não quero que os meus pais sofram! – Josie exclamou, agarrando Damon.

Ele a abraçou de volta e falou baixinho:

— Então você concorda que o divórcio é a melhor coisa neste momento?

Hesitante, minha prima assentiu. Ela ainda estava triste, mas compreendera.

— Josie, não conta nada para o seu irmão – pedi. – Deixe que seus pais façam isso.

Ela apenas assentiu.

— Então, o que acha de agora voltar para a cama? – Damon perguntou, levantando com ela em seu colo. – E, aliás, o que você veio fazer aqui em primeiro lugar?

Josie afastou seu rosto um pouco do ombro de Damon.

— Eu tive um pesadelo. Queria saber se podia dormir aqui com vocês. Posso? – ela perguntou com os olhos ainda molhados pelo recente choro.

Damon e eu nos entreolhamos. E agora?

Nós não dormíamos no mesmo quarto. Dormimos uma ou duas vezes, mas não foi algo que se repetiu.

— Damon! – Josie insistiu. – Posso?

Quando os olhos verdes da minha prima encontraram os azuis do meu marido, percebi que ele não ia resistir.

Ele olhou para mim com um sorriso.

— Claro que pode.

Ela sorriu feliz e eu sorri também, apesar de estar um pouco constrangida.

Damon a colocou no centro da cama e deitou-se a seu lado direito. Eu deitei-me a seu lado esquerdo.

— Boa noite, princesa – sussurrei dando um beijo em sua testa.

— Elena, Damon, me prometam uma coisa – ela pediu séria.

Damon e eu a ouvimos com atenção.

— O quê? – perguntei.

— Prometam que nunca vão se separar.

Engoli em seco. Percebi que Damon também não ficou à vontade. Essa era a única coisa que ela não deveria pedir. Nós íamos nos divorciar. Isso era certeza desde o começo do casamento.

— Prometem? – Josie insistiu.

Olhei para Damon sem saber o que fazer. Mas ele claramente sabia.

— Prometemos.

QUÊ?

Josie sorriu feliz.

— Que bom.

Ela aprumou-se na cama com o ursinho ao seu lado. Em poucos minutos, já tinha pegado no sono.

— Damon, você não se sente mal por fazer uma falsa promessa a uma garotinha que está frágil? – perguntei, incrédula. Queria muito que a promessa fosse verdadeira, mas sabia muito bem que não era.

— Não. Era o que ela precisava ouvir – ele falou dando de ombros.

— Só faltam dois meses, Damon! Josie com certeza vai se lembrar disso! – exclamei.

— Elena, não vamos nos preocupar com isso agora. Josie está bem e é isso que importa – ele falou com seriedade. – Se não se incomoda, vou seguir o exemplo dela.

Damon deitou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. Assim como a minha prima, em poucos minutos já estava dormindo. Ou pelo menos, parecia.

Eu demorei um pouco para pegar no sono.

Será que Damon tinha planos de prolongar o casamento? Será que foi realmente uma promessa vazia?

Pare de se iludir, Elena! É claro que foi!

Então por que eu não conseguia tirar a voz de Hayley da minha cabeça?

"Ele gosta de você".


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Notas finais do capítulo

O q acharam de Damon com as crianças???
Será q ele ainda vai mudar de ideia em relação a ser pai??
Comentem!!!



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