Eu tropeçava à medida que Bonnie tentava me segurar.

Já havíamos chegado em casa e eu não conseguia parar de rir.

— Bonnie! Aquele garoto estava te paquerando. Você devia ter dado uma chance! Ele era gato! – gritei, rindo.

— Talvez se você tivesse me deixado – Bonnie replicou.

Estávamos tropeçando juntas para tentar chegar à escada.

— Elena, fica quieta, por favor! – ela pediu.

Minha risada aumentou.

— Não seja tão chata. Parece a minha mãe! – reclamei.

— Nunca soube que sua mãe era chata – ela revidou, tentando apoiar os meus braços em seu ombro.

Eu ri mais. Não conseguia parar, na verdade.

— O que está acontecendo aqui? – ouvi uma voz masculina vinda do topo da escada.

— Ah, que bom que você está aqui, Damon! – Bonnie exclamou aliviada. – Não estou conseguindo levar Elena para cima.

O homem – que reconheci sendo Damon – desceu em minha direção imediatamente.

— Deixa que eu cuido disso – ele falou para Bonnie, carregando-me.

— Ei! Quem disse que eu quero a sua ajuda?! – reclamei sem rir.

— Infelizmente, você não tem escolha – ele determinou e me levou para cima sob os meus protestos.

— Vá cuidar das suas vadias, Damon! Me deixe em paz! – gritei, me debatendo em seus braços.

Ele me jogou na cama e depois se voltou para Bonnie:

— Quanto ela bebeu?

— Ah, muito. Para ser sincera, nunca vi Elena beber tanto na vida – minha amiga respondeu.

— Você pode ir agora. Eu cuido disso – Damon falou com voz autoritária.

Bonnie apenas assentiu.

— Fique bem, Elena – sussurrou antes de sair do quarto.

— Não! Não, Bonnie! Não me deixe aqui com ele! – gritei.

Damon apenas escutava, quieto, os meus gritos. Depois que eu desisti de gritar, percebendo que Bonnie realmente tinha ido embora, ele falou calmamente:

— Volto num instante.

Com um pouco de pressa, ele saiu do quarto eu voltei a gritar:

— Isso! Vai cuidar das suas vadias! É só com elas que você se importa! Você sempre só se importou com elas!

E então eu comecei a chorar. Não sei o que me deu. Eu simplesmente tive vontade de chorar.

— Você não está nada bem – Damon murmurou.

Quando ele disse instante, ele não estava brincando. Ou será que o tempo estava passando muito rápido para mim?

— Você! – voei em cima dele. – Você é um idiota, Damon Salvatore! Você é um idiota!

Eu batia sem parar, até que eventualmente me cansei.

— Já acabou? – ele perguntou, calmo.

Como ele poderia ficar tão calmo? Eu não conseguia imaginar isso.

Abri minha boca para reclamar, mas não foram palavras que saíram. Tudo que havia comido mais cedo fora despejado no sapato de Damon.

— Certo. Você está pior do que eu pensava – ele constatou carregando-me e levando-me em direção ao banheiro.

Incrivelmente, ele pareceu não se importar com o estrago que eu causara em seu sapato perfeito.

— Você nem reclamou do que aconteceu agora – sussurrei. – Você deve ter muita experiência com isso.

— Não trago mulheres bêbadas para casa, Elena. Se for isso que quis dizer – ele admitiu, me pondo no chão e ligando o chuveiro.

Quando a água fria caiu sobre o meu rosto, senti uma vontade enorme de me aquecer. E Damon estava muito próximo para isso.

Eu o agarrei como nunca havia feito antes e beijei-o com voracidade. No entanto, ele não correspondeu.

— Elena, você não está bem – ele falou, afastando-me.

Eu me aproximei novamente, sorrindo sedutoramente. Tirei minha blusa e beijei-o novamente.

— Elena...

— Diga que não quer – sussurrei em seu ouvido de forma provocativa.

Com esforço, ele me afastou de novo.

— Ah, eu quero, Elena. Quero muito. Mas não assim – ele falou com seriedade.

Dei uma risada sarcástica.

— Até parece que você nunca transou com uma mulher assim!

— Já disse que não trago mulheres nesse estado para a casa. Então, não, Elena. Nunca transei com mulheres assim. E você, com certeza, não será a primeira – sua voz era séria e cheia de decisão.

Comecei a chorar novamente e Damon pareceu confuso.

— Você não gosta de mim! Você só gosta das outras! Das vadias que você traz para casa! – gritei.

— Quê?! – Damon exclamou perplexo. – Elena, você acha mesmo que eu estaria aqui, se eu não gostasse de você? Eu poderia ter te deixado com Bonnie ou ligado para Caroline no momento em que você vomitou. Mas, no entanto, estou aqui. Cuidando de você. E te garanto, Elena, isso eu não faria por mais ninguém.

— Você não gosta o suficiente! – acusei. – Você ainda continua saindo às noites, tendo seus encontros, me traindo!

— Traindo? Elena, nós já tínhamos acordado...

— NÃO IMPORTA! VOCÊ NÃO VÊ QUE ISSO ME MACHUCA?! – gritei mais alto do que nunca. – Isso me machuca, Damon. Me machuca muito. Muito!

Minha voz foi diminuindo e eu fui caindo no chão. Meu choro se tornara silencioso agora.

Damon abaixou-se ficando frente-a-frente comigo. Sua expressão misturava tristeza e surpresa.

— Me desculpe – ele pediu em voz baixa. – Essa nunca foi a minha intenção.

— Sua intenção sempre é se divertir – eu falei com voz fraca. – Só que não comigo.

Minhas pálpebras estavam ameaçando fechar. Damon segurou meu rosto.

— Elena...

— Você poderia se divertir muito comigo – murmurei, caindo em seu ombro. – Sem nem precisar de sexo.

Meus olhos fecharam sem que eu pudesse fazer nada para impedir. Não sei se Damon falou algo depois.

Fui dominada por um sono profundo, esperando também que ele varresse da minha memória todos esses últimos momentos.